Juventus na Rua Javari.
O jogo é Juventus x Portuguesa Santista, pela Copa Paulista 2009, e aparentemente, o estádio Conde Rodolfo Crespi recebe um público interessante para uma tarde ensolarada de sábado.
E não é que o pessoal da Briosa subiu a serra e veio até a Javari tentar empurrar a Portuguesa Santista? Até porque, com uma vitória a Lusinha passava para a próxima fase da competição.
Na Javari é assim, a Setor 2 comanda a festa. A primeira barra a surgir nos estádios brasileiros, canta o tempo todo, num tom muito diferente do que os estádios brasileiros estão acostumados. E não faltam tirantes, bandeiras e … até uma sombrinha grená… Destaque e abraços aos amigos Piva, Toro, Trafani e companhia!
É interessante ver que começa a surgir um movimento entre torcedores das equipes fora do “grande eixo” para se integrarem, independente das rivalidades. E assim, misturamos andreenses, lusitanos e juventinos numa mesma bancada.
Sobre o estádio, fiquei triste ao ver que o Pão de Açúcar, substituiu aquele antigo placar manual por um “moderno” placar eletrônico (que nem sempre consegue ser lido).
Tirando o novo placar, tudo na Javari ainda tem uma cara oldschool, meio alternativa. Das cabines especiais, ao teto de madeira, passando até pelo banco de reservas, tudo tem seu ar nostálgico…
O grande nome do jogo pra mim foi o bandeira, que além de encarar de frente os jogadores, ainda encarou (de costas) a pequena, mas reclamona torcida da briosa. Em determinado momento, pareceu me que o bandeira chegou a virar pra torcida e disparar algumas injúrias contra o povo que ali alentava.
Não há nada como assistir ao jogo de pé, apoiado na grade , respirando na nuca do goleiro (e gritando ooooooooo filho da p*** a cada tiro de meta).
O jogo seguiu tranquilo. Fim do primeiro e… um início de confusão. Dedo em riste, aglomeração e gritaria. Briga de torcida? Protestos? Desencontros?
Não, não, são apenas os tradicionalíssimos canoles de creme e chocolate vendidos durante os intervalos, higienicamente enrolados em guardanapos (dos duros). Acredite, são irresistíveis.
Mais importante que uma foto em frente ao jogo é eternizar-se em frente à barraquinha dos canoles.
E óbvio, mais importante do que foto, é comer um. Ou dois. Ou três. A R$2 cada, você deixa todo o dinheiro que levar. Saboreados ao som de música italiana, que animou todo o intervalo do jogo.
Segundo tempo começa, de longe a setor 2 parece ainda mais guerrilheira, acreditando no Juventus, acima de qualquer coisa.
O 0x0 persiste, os quase 500 torcedores se frustram pelo provável empate, mas não deixam de curtir a festa, a vida social e a energia que existe no último Estádio Mágico da cidade de SãoPaulo.
Escanteio pro Juventus, mas… Não é tarde de gol. Confiante na vitória grená, apostei com o Élcio, um canole no Juventus.
E como temos adotado a mania de eternizar nossas passagens pelos estádios por meio de fotos, segue uma sequência da gente, a começar pelo Gui, do www.explusosdecampo.blogspot.com , em seu momento ACAB:
Já a Mari e eu, preferimos um visual mais convencional, ali, ao lado da grade…
Com esse cabelo, desisti de fazer pose de mal… Agora saio sorrindo e com cara de besta. A mesma cara que fiz ao pagar o canelo pro Élcio, já que o Juventus ficou no 0x0, classificando-se para a próxima fase da Copa Paulista 2009.
Por fim, um retrato do que a Moóca tem enfrentado como maior adversário, a verticalização do bairro. Verticalização traduzida em prédios e mais prédios que trazem um novo tipo de morador, muito menos identificado com as origens romanticamente obreiras do lugar.
Sou torcedor do Santo André, todos sabem, mas sigo torcendo para que o Juventus mantenha viva a chama do amor ao bairro, da cultura local, da diversão humilde, mas real.
Que a rua Javari continue reunindo diferentes vozes, cores e valores em torno do pequeno campo do time grená.
Apoie o time de sua área!
Holambra é uma cidade bastante famosa atualmente, graças à sua gente hospitaleira e às flores (está rolando mais uma edição da Exploflora, confira em www.exploflora.com.br). Mas por traz da beleza das flores está a história de um povo que teve de enfrentar uma série de dificuldades até transformar a cidade no que ela é hoje. A ocupação de Holambra foi feita principalmente por camponeses holandeses, que após a segunda guerra mundial, vieram morar numa área de 5000 hectares, na fazenda comprada pelo próprio governo holandês. Quem quiser aproveitar e relembrar sobre o que vi de futebol em Amsterdam, releia este post, ou lembre sobre a camisa da seleção Holandesa. O nome da cidade veio das iniciais HOLanda, AMérica, BRAsil. Os obstáculos começaram na viagem, feita em navios de carga, com condições degradantes de espaços para os passageiros. Ao chegar, o trabalho era duro, e mesmo com as condições criadas pelo governo holandes, as primeiras tentativas de criação não deram certo. Muitos desistiram, mas os que persistiram formaram o que é a Holambra de hoje em dia. A prática de futebol iniciou se em campos de chão batido e foi um dos meios de integração entre holandeses e brasileiros. Em 1960, na comemoração dos doze anos e meio de Holambra, fundou se um clube. Em 1991, obteve a emancipação politico-administrativa, criando o município de Holambra, e hoje com cerca de 10 mil habitantes, se firma no cenário nacional e internacional como Cidade das Flores. Mas após este pequeno resgate sobre a história da cidade, vamos ao nosso objetivo, o Estádio Municipal Zeno Capato, reformado e ampliado em 2008.
O Estádio, assim como a cidade, é pequeno, e fica próximo do centro da cidade. A dica é visitar de final de semana e passear pela feirinha que tem ali próximo ao estádio.
Existem muitos times amadores em Holambra, mas a cidade nunca teve uma equipe disputando o campeonato profissional.
O gramado está bem conservado e a arquibancada conta com uma charmosa cobertura.
Eu não resisto e registro minha presença por mais um estádio mágico!
A 52a camisa de futebol do blog veio da Paraíba, e foi presente do “seo” Milton, avô da Mariana, que esteve viajando pelas belas e quentes praias da região, este ano.
A camisa pertence ao Botafogo Futebol Clube que defende a cidade de João Pessoa, capital da Paraíba.
Eu conheci o Botafogo “pessoalmente” no ano de 2003, quando o time formou o quadrangular final da série C, contra o rival local Campinense, além do Ituano e do meu Santo André. Esse era o time daquele ano:
Na ocasião, no penúltimo jogo do campeonato, o Santo André perdeu em casa para o Botafogo, quando uma vitória colocaria o Ramalhão na série B. Mas mesmo com esse resultado, subiriam, após a última rodada, os dois times paulistas. Foi assim:
Mas lembremos um pouco da história do clube.
O Botafogo nasceu numa Assembléia, no dia 28 de setembro de 1931, onde participaram os fundadores Beraldo de Oliveira, Manoel Feitosa, Livonete Pessoa, José de Melo, Edson de Moura Machado e Enock.
[caption id="attachment_2641" align="aligncenter" width="114" caption="Beraldo de Oliveira"][/caption]
O início do time foi humilde, a verba para compra dos primeiros materiais esportivos veio de dona Sebastiana de Oliveira, mãe do então fundador e primeiro presidente do clube, Beraldo de Oliveira.
O time também é chamado de Belo, apelido que nasceu da vibração de um gol do então conselheiro do time Antônio de Abreu e Lima que gritou o adjetivo com tanta vontade e por tantas vezes, que levou os torcedores a se unirem e gritarem juntos.
O time é o maior vencedor de campeonatos estaduais da Paraíba, com 26 títulos, e essa história de conquistas começa pela extinta Liga Suburbana, quando em 1936 conquistou seu primeiro título decidindo contra o time do Sol Levante. Abaixo, uma lembrança do time campeão daquele ano:
Logo, o clube se filiou à Liga Desportiva Paraibana, também já extinta e aos poucos foi montando uma equipe forte, com reforços de grandes times como o Palmeiras e o Vasco. O goleiro Pagé era um dos destaques.
Abaixo uma foto da equipe que conquistou o Paraibano de 1957:
Até os anos 70, o Botafogo era alvinegro, mas graças a José Flávio Pinheiro Lima, um sãopaulino que assumiu a presidência do Botafogo, o vermelho foi acrescentado às cores do time em homenagem ao time tricolor.
Em 1982, o Botafogo-PB foi apelidado pela revista Placar, como o “Matador de Tricampeões”. Essa denominação surgiu devido as vitórias sobre o Flamengo e o Internacional no Brasileirão. Esses dois clubes chegaram à competição como tricampeões de seus estados e foram derrotados por um dos melhores elencos da história do Belo.
No ano de 1998, o Botafogo realizou uma de suas melhores campanhas no futebol estadual de todos os tempos. Campeão dos 3 turnos, disputou a final contra o Campinense, diante de um público de 44.268 pessoas. Sagrou-se campeão com um 2×0.
Mas o Campinense não é o maior dos rivais do Botafogo. Esse cargo fica para o Treze que possui uma boa torcida no estado. Juntos fazem o “Clássico Tradição“, disputado desde o início da década de 1940.
O Mascote do Botafogo é o Xerife, e segue a versão criada por Juarez Corrêa, um dos maiores desenhistas de mascotes de times de futebol.
O Botafogo possui uma bela loja oficial na praia de Tambaú, em João Pessoa onde vende vários produtos e serve também como ponto de encontro para os torcedores em dias de jogos.
Manda seus jogos no Estádio Almeidão, com capacidade de 40 mil alvinegros.
As duas últimas fotos do estádio eu peguei do excelente blog do pessoal do “Jogos Perdidos“.
Uma coisa interessante é que para alguns estudiosos, houve um erro na contagem do Gol 1000 de Pelé, e na verdade ele teria acontecido no amistoso contra o Botafogo, em 14 de novembro de 1969. Encontrei um vídeo sobre este jogo:
Maiores informações sobre o time, acesse o site oficial: www.botafogopb.net
O time possui várias organizadas, como a “Torcida Jovem do Botafogo” (1997), a “Torcida Organizada Império Alvi-Negro” (2004), a “Torcida Organizada Fogomania” e a G.R.S.C. ONG. Bota Paz nos Estádios (2008). Existe também um site bem completo feito por torcedores: www.belonet.net.
Há um vídeo bem legal que, aparentemente, foi feito pelo pessoal desse site:
Além disso, existe um livro lançado em sua homenagem, chamado “Memória do Botafogo“, do professor Raimundo Nóbrega.
E vale comentar a homenagem feita pela ESPN, no fantástico programa Loucos por Futebol:
Pra terminar, normalmente comemoramos um gol do time junto da torcida, mas que tal inverter e comemorar um gol de um torcedor, no Almeidão?
Deixei passar um tempo desde o dia que vi este anúncio para poder escrever esse post e ouvir os comentários sem a influência do jogo ou mesmo do placar, independente de quem vencesse.
Antes de mais nada, deixo expresso que acho a ESPN um canal corajoso, inovador, dedicado e muito interessante.
Já vi vários documentários que eles fizeram sobre "lugares não comum" no futebol, e sem dúvida são um dos principais fomentadores não só do futeobl mas dos esportes em geral.
Até mesmo por isso, não posso deixar de dizer que foi no mínimo um erro o anúncio que convidava os telespectadores a assistir o jogo pelo canal pago.
Numa época de tanto ódio e ignorância vivendo próximos, a associação do esporte com a guerra me soa rude, desnecessária, triste e perigosa.
Particularmente me incomoda muito mais porque eu e a Mari temos ido sempre que possível para Argentina e consideramos alguns amigos de Buenos Aires como parte da nossa família.
Soma-se isso à admiração que sempre tive pelo estilo portenho de se jogar e pelas bandas de punk rock de lá que sou fã (Doble Fuerza, Ataque 77, Muerte Lenta, Argies, entre outras), e o resultado é uma relação de admiração, respeito e de "rompimento de fronteiras", onde não existe lugar para essa necessidade de separar, dividir e comparar num sentido competitivo as duas culturas.
Em terras portenhas nunca tivemos qualquer problema relacionado à Xenofobia ("ódio/medo de estrangeiro"). E olha que normalmente fazemos um rolê que até passa pelo lado turístico, mas que é muito mais presente no lado "cotidiano" de Buenos Aires, o que quer dizer ônibus, caminhadas de quadras e mais quadras, Estádios, cinemas, Shows, bairros longínquos, etc.
Sendo assim, sinto me a vontade para dizer que a ESPN perdeu a oportunidade de mostrar algo muito mais criativo e construtivo do que foi apresentado. Um cogumelo de fumaça, índice de uma bomba. De um embate entre exércitos inimigos, de guerra. De ódio. De morte.
Me pergunto se existe como mensurar o resultado de um anúncio como esse, mesmo sabendo que é impossível saber quantas pessoas decidiram assistir ao jogo pela ESPN graças ao anúncio.
Vou tentar enviar este post aos responsáveis pelo anúncio da ESPN para ouvir a opinião deles.
Porque pra mim, tinha tanta coisa legal melhor que poderia ser usada ao invés da "bomba". Temos tanta coisa em comum, do amor ao futebol, passando pela música, aos problemas sociais…
Desculpem, mas para mim, esse papo de que brasileiros e argentinos se odeiam é papo de jornalista que não percorre as ruas a pé. Que vive na redação até bem tarde. Ou, no caso, de publicitários que preferem utilizar o "caminho padrão", a solução que fica numa caixinha, ali na prateleira, pronta para ser usada quando possível, ao invés de pensar em algo inovador.
Essas são as pessoas que por tanto tempo alimentaram e enviesaram corações e mentes dos brasileiros.
E é por isso que agradeço ao poder da internet, onde, ao menos para você que lê esse post até aqui, minha voz e opinião tem o mesmo peso do que produzem jornalistas e publicitários "padrão".
Tenho visto que muitas pessoas começaram a despertar desse transe, e por incrível que pareça, principalmente nas periferias do Brasil. Lá, é cada vez mais comum se encontrar pessoas usando camisas da Seleção Argentina, do Boca, River, Racing e outros times.
Não sou o dono da verdade e nem peço uma aproximação forçada entre brasileiros e argentinos, mas termino esse post perguntando se faz mesmo sentido para nós, cidadãos comuns, manter essa "rivalidade ignorante", sem questionar jamais.
Por favor, comente, diga se sou só eu que acho errado esse movimento da mídia para criarmos (ou mantermos) tal rivalidade.
Pra fechar, algumas frases do som "Disturbios" do Doble Fuerza, banda punk de Bs AS:
"…Violencia en las canchas, violencia en la ciudad…
…Ellos no lo comprenden, pero lo van a comprender
La juventud separada es mas facil de vencer…"
E um pouco do Ataque 77 mostrando que existe sim admiração entre as culturas:
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=cShNlh7lg1I]]]>
A 51ª Camisa de Futebol pertence ao Esporte Clube Novo Hamburgo, um clube que representa a tradicional cidade de Novo Hamburgo, destino de tantos imigrantes que rumaram para o Rio Grande do Sul, no passado.
As cores do time são o branco e o azul anil, por isso o time é chamado por muitos de Anilado.
As margens de completar 100 anos (escrevo em 2009), tendo passado por tantas lutas, o Novo Hamburgo orgulha-se de nunca ter fechado as portas do futebol, conquistando assim destaque e respeito entre torcedores e até rivais.
O times foi fundado em 1911, durante as comemorações do feriado de 1º de maio.
Funcionários da Fábrica de Calçados Sul-Riograndense montaram um time para a ocasão e lançaram ali a semente do Esporte Clube Novo Horizonte.
Cogitou-se chamar o time de “Adams Futebol Clube“, em homenagem a Pedro Adams Filho, dono da fábrica, mas preferiu-se um nome que mostrasse a força e a relação com a região onde surgia a equipe.
A memória dos primeiros anos do time se mistura com a lembrança de uma época de um futebol romântico, cheio de histórias sobre amor à camisa e à cidade acima de tudo.
O apelido do time é “Nóia!” e é tão antigo quanto o próprio time e sua explicação é que ele vem da abreviação de “Novo Hamburgo”, misturado ao sotaque alemão.
Seu maior rival na época era o Esperança EC.
Em 1937, venceu o Campeonato Metropolitano, derrotando entre outros adversários, o Nacional, Renner, São José, Cruzeiro, Força e Luz, entre outras equipes.
Devido à Segunda Guerra Mundial o clube mudou seu nome para Esporte Clube Floriano. O nome Novo Hamburgo só voltaria no ano de 1968.
A década de 40 trouxe dois vice camperonatos estaduais ao clube. Um, em 1942 e outro em 1947.
Aliás, em 1947, o Nóia fez história e chegou a final do Campeonato Gaúcho enfrentando uma das maiores equipes formadas pelo Internacional, conhecida como “Rolo Compressor”.
A decisão teve um lance curioso. Aos 43 minutos do segundo tempo, o árbitro Miguel Sallabery assinalou um pênalti para o Internacional que somente ele viu, mas a penalidade não pôde ser batida porque a torcida anilada não permitiu a cobrança. O penalty só foi batido na outra semana, garantindo a vitória do colorado por 0x1.
No jogo de volta, em Porto Alegre, o Novo Hamburgo venceu o tempo normal por 1 x 2, mas perdeu a prorrogação por 1×0.
Até a década de 50, o Novo Hamburgo mandou seus jogos no Estádio do Taquaral.
Em 1952 o time fez um excelente campéonato liderando um quadrangular histórico, formado por Grêmio, Inter e Pelotas .
O time mandou seus jogos no Estádio Santa Rosa, com capacidade para 13.000 pessoas. Esse estádio acabou vendido para o Centro Universitário Feevale:
Atualmente, manda seus jogois no Estádio do Vale, ainda em obras e com capacidade momentânea para 4.000 torcedores:
Para ver fotos atuais, leia o post que escrevi na visita ao estádio!
O time foi considerado por muito tempo como a terceira força do estado. A cidade prosperava graças a indústria dos calçados e por causa delas, o mascote do Novo Hamburgo é o… Sapato!!
Atualmente os maiores rivais são o Aimoré, com quem faz o “Clássico do Vale” e o 15 de Novembro de Campo Bom (cidade vizinha).
Infelizmente, assim como ocorreu em várias cidades do Brasil, Novo Hamburgo cresceu, o mundo mudou e para desespero dos apaixonados pelo futebol a proximidade com a capital gaúcha, roubou as atenções socias, culturais e esportivas, algo muito parecido com o que ocorreu na região onde vivo, o ABC.
Aos poucos, a cultura germânica, predominante da cidade deu lugar à cultura “moderna” da grande cidade e é cada vez maior o número de torcedores que moram em Novo Hamburgo e torcem para Inter ou Grêmio.
O principal jornal do estado gaúcho cobre os dois times da capital e exlcui de suas páginas os times de outras cidades. Sem o apoio da sua imprensa, os investimentos começam a diminuir.
E é nesse triste cenário que o sobrevive, com alma guerreira revertendo as adversidades que lhe são impostas dentro e fora de campo.
Heroicamente ainda existe gente que crê na volta do Novo Hamburgo, transformando a cidade em terra anilada novamente.
Ainda assim, existem muitas organizadas em torno do time, como a Fogo Anil (www.fogoanil.blogspot.com/), Mancha Anil, Geral do Nóia, Barra Anilada, entre outras.
O time conta com um canal no youtube divulgando seus vídeos, veja em: www.youtube.com/ECNovoHamburgo .
Das conquistas recentes, fica o sabor da Festa no jogo final da Copa Emídio Perondi2005, onde o Nóia venceu o Brasil por 3 a zero.
E a conquista da Copa RS com o empate em cima do Ulbra, confira o gol:
Para maiores informações, o site oficial do time é www.ecnh.com.br/, e o blog da torcida fogo anil é www.fogoanil.blogspot.com/
Para terminar, que tal curtir um pouco da arquibancada com o pessoal da Torcida Fogo Anil?
Setembro de 2009. Com o sol nos animando, seguimos para o litoral sul buscando um pouco de descanso e um rolê tranquilo. Domingo (6 de setembro) o Santo André jogaria em casa contra o Atlético MG, ou seja, nossa viagem tinha data de volta já acertada. Sábado, tivemos um dia perfeito, com sol, praia, caminhada e corrida, trilhas, comida gostosa na beira do Rio Itanhaém, mas… Faltava algo… Já que estávamos ali, por quê não visitar um estádio ainda desconhecido? E lá fomos nós, para Mongaguá conhecer o Estádio Silvano Ribeiro Diroz.
Quem já foi para o litoral sul de São Paulo (Mongaguá, Itanhaém ou Peruíbe), com certeza já passou em frente ele, afinal o Estádio fica na beira da estrada Padre Manoel da Nóbrega.
Eu achei que o Estádio estivesse abandonado há alguns anos, mas para minha surpresa uma partida estava sendo disputada.
O time mandante era o tradicional o “Mongaguá Praia Clube“, fundado em 26 de março de 1946, na época com o nome de “Praia Grande FC” (até 1959, quando foi emancipado, Mongaguá, pertencia à Praia Grande), como mostra o Jornal de Santos, de 1969:
Somente em 1991, o time adotou o nome de Mongaguá Praia Clube.
O time é conhecido como “Praia” e já conquistou o campeonato municipal da 1ª Divisão por 10 vezes, além de ter levantado o título da Série Padre José de Anchieta (Litoral) do Campeonato Amador do Interior por 3 vezes (65/66/67), ainda com o nome de Praia Grande. Aqui, matéria do Jornal A Tribuna de 1965, falando da final daquele ano contra o São Paulo de Itanhaém:
E aqui, o time campeão daquele ano:
Por uma outra matéria, fica registrado que a torcida do time comparecia!
Matéria falando da final (que pelo visto teve encrenca hehehe):
O Jornal de Santos de 1968 cita uma homenagem aos campeões de 1967:
Ok, o campo tem seus buracos, falta grama aqui e acolá, mas lembre que se trata de um Estádio para o futebol amador, de uma cidade litorânea, que sequer possui um time profissional, ou seja… Excelente!
Eu e a Mari, como sempre, não resistimos a eternizar nossa passagem por mais um templo perdido do futebol nesse Brasil tão grande e tiramos uma foto nossa em frente à cancha…
A Mari me chamou a atenção para a faixa colocada na frente do estádio convocando os jovens para participar do time. Depois, já em casa, comentei com meu pai sobre como falta a essa região do litoral um clube disputando a série B do Paulista.
Ao fundo do campo, o belo morro que esconde índios, rios e muitas lendas que correm por Mongaguá e pelo litoral. O Estádio Silvano Ribeiro Diroz fica no bairro Pedreira, e tem capacidade para 3.300 torcedores e possui sistema de iluminação.
E já começando a dar o ar da graça a Neblina, anunciando o frio e a chuva que chegaria à região, no dia seguinte.
E seguindo os passos dos amigos fotógrafos, agora eu comecei a buscar ângulos diferentes de arquibancadas…E deu nisso:
Ah, o prazer de estar em um estádio pela primeira vez e ainda poder acompanhar ao fundo uma partida da equipe local… Não tem comparação, é quase que uma coleção de imagens e momentos que ficam em minha mente e que tento reproduzir e compartilhar com vocês aqui no blog.
Um último olhar no estádio, no campo, no jogo… E até uma próxima vez!
Aqui, o time de 2022 (da fanpage do Jornal Bola na Rede) que conquistou a 1ªdivisão do amador da cidade:
Voltei para Itanhaém, e depois para Santo André, onde acompanhei a derrota do Ramalhão para o Galo. Boa sorte ao Mongaguá Praia Clube, espero ver o time no profissionalismo um dia.
Quase um ano de blog e chego à camisa de futebol de número 50. O que me faz pensar que 5% da missão já foi cumprida.
Se tudo continuar assim, é meu triste dever informar que em meados de 2029 eu devo finalizar este blog.
Só nos resta torcer para até lá ainda existir o futebol a internet, o wordpress, eu e você…
Enquanto esse dia não chega, vamos à Camisa de Futebol de número 50, que é do Rio Branco de Americana, uma camisa antiga, e que chegou a ser usada por um atleta. Ela é de algodão, daqueles modelos antigos.
Essa camisa foi presente do amigo Gabriel Uchida, editor do blog “Torcida” com várias fotos legais. A camisa foi do tio dele, chamado Henry, que jogou no clube no final dos anos 70. O tio teria começado jogando em MG, SP, RJ e Portugal. Em Minas, teria jogado no Atlético, no início dos anos 80, com Toninho Cerezo, Reinaldo, Palhinha, entre outros.
Por coincidência, ele é o segundo Gabriel que me dá uma camisa de presente, veja qual foi o primeiro aqui.
Mas falando do time, o Rio Branco Esporte Clube defende o futebol da cidade de Americana (interior de São Paulo) desde o dia 4 de Agosto de 1913, quando foi fundado por João Truzzi e sua trupe.
O time nasceu com o nome de Sport Club Arromba (em referência às comemorações das vitórias), mas já em 1917 passou para Rio Branco Football Club (em homenagem ao Barão do Rio Branco), como se vê no uniforme abaixo:
Em 1961, adotou o nome atual: Rio Branco Esporte Clube.
Já nos anos 20 o clube conquistou os títulos de campeão da Região e campeão da Zona Paulista, além do bicampeonato do Interior, que permitiu a disputa do título estadual com o Corinthians, resultando em dois vice-campeonatos.
O final da década de 40 trouxe o desligamento do clube do profissionalismo, e só retornou em 1979, graças à fusão entre com o Americana Esporte Clube.
Desde então, o clube tem disputado os campeonatos profissionais, chegando à 1ª Divisão do Futebol Paulista em 1990, com o vice-campeonato da Divisão Intermediário.
O início da década de 90 foi de muita alegria para o clube e sua torcida, sendo que em 1993 a equipe chegou a disputar o octogonal final do Paulistão, terminando em sexto lugar.
O Rio Branco revelou vários jogadores como Marcelinho Paraíba, Flávio Conceição, Mineiro, Macedo, Marcos Senna, Sandro Hiroshi, Souza, entre outros.
Depois de vários anos disputando a série A1 do Paulistão, em 2007 o Rio Branco caiu para a série A2 do Campeonato Paulista, conquistando o acesso novamente este ano (2009).
O mascote do Rio Branco é o Tigre por causa dos instintos deste animal.
A idéia do estádio do Rio Branco nasceu em 1920, quando foram emitidas ações para juntar verba para a construção do projeto. Entretanto somente mais de 50 anos depois, em 1971 é que surgiu o “Riobrancão”, que a partir de 81 passou a ser chamado “Décio Vitta”, em homenagem ao ex-presidente da diretoria do clube.
O estádio possui capacidade de 15 mil pessoas. Algumas semanas atrás estive por lá para ver um jogo da Copa Estado de São Paulo e pude fazer umas fotos, veja em: https://www.asmilcamisas.com.br/2010/02/08/em-busca-do-estadio-perdido-em-americana/
O maior rival do Rio Branco é o União Agrícola Barbarense, da cidade vizinha de Santa Bárbara d’Oeste.
Mas o Rio Branco também já duelou com times internacionais, em 1993 num amistoso contra o Fenerbahce, onde venceu por 2×0, em 1997 e num jogo treino contra a seleçao da China, onde fez 5×1.
O site do time é: www.riobranco.esp.br
Vamos curtir a arquibancada com os caras:
Assim, sigo minha sina buscando os estádios por perdidos por este mundo, cada dia mais legal. Nossa missão desta vez nos leva a pequena cidade Mineira de Cabo Verde…
Ok, confesso que eu nunca tinha ouvido falar de Cabo Verde (a não ser do país homônimo), mas nunca duvidei que tivesse seu estádio, e após alguns minutos atravessando a cidade, que é bem pequena como pode se ver abaixo), chegamos ao Estádio.
O Estádio Municipal Dr. Antônio de Souza Melo, tem um apelido no mínimo curioso: “Brinco de Ouro da Praia Formosa“.
Isso porque já no início do século XX (1923) já se reuniam multidões em torno do campo da”Praia da formosa”, às margens do Rio Verde.
Essa era a seleção da cidade (foto do livro “A freguesia de Nossa Senhora de Assunção de Cabo Verde” de Adilson Carvalho):
Essa e outras fotos e muitas histórias sobre a cidade você encontra no site do Milton Neves, confira clicando aqui.
De qualquer modo, o Estádio é acolhedor e muito bonito, como podem ver:
O Estádio é guardado por um caseiro que mostrou-se muito orgulhoso em ser o guardião da fortaleza.
Além disso foi bem bacana em nos deixar entrar e bater umas fotos de dentro. Fui besta, devia ter tirado uma foto dele, o cara tinha várias histórias legais.
Segundo ele, o time local é muito bom, e ficou uma boa série de jogos sem perder em casa. Fiz questão de sair na foto para registrar minha aventura no histórico Estádio.
É um Estádio pequeno, mas merece todo respeito. Batalhas locais são tão importantes quanto grandes clássicos.
A Mari também fez questão de sair, afinal, sem ela eu não estaria fazendo essas viagens malucas em busca de Estádios que poucas pessoas conhecem
E é isso, pessoal. Essa semana devo postar mais uma nova camisa para tentar chegar às 1.000.
Após tantos posts sobre camisas da Europa, já estava com saudades de falar de um time bem brasileiro! E por isso, a 49a Camisa de Futebol pertence ao glorioso Santa Cruz Futebol Clube, clube da bela cidade de Recife (PE).
Fundado no dia 3 de fevereiro de 1914, por um grupo de jovens, o nome do time é uma homenagem à Igreja de Santa Cruz, em cujo pátio costumavam jogar, já que naquela época não existiam campos.
Possui enorme rivalidade com outros dois clubes que já passaram pelo nosso blog. São eles, o Sport , com quem faz o “Clássico das Multidões” e com o Náutico, com quem disputa o “Clássico das Emoções”.
Possui um grande número de conquistas estaduais. Até 2009 são 24 títulos.
Mas, assim como tantos times que já passaram aqui pelo blog, o Santa Cruz tem seus altos e baixos, desde o princípio. Aliás, para mim, o que faz um clube ser respeitado é exatamente sobreviver aos maus momentos.
O Santa sempre foi polêmico, contestador.
Desde cedo, possuía em seu elenco jogadores negros, o primeiro deles, ainda no início do século XX, foi Teófilo Batista de Carvalho, o “Lacraia”.
Hoje parece sem sentido, mas era uma coisa rara naquela época. Por esta e outras atitudes do clube, o Santa foi se tornando cada vez mais popular.
E para caber toda essa gente, na década de 1970 foi inaugurado o Estádio “José do Rego Maciel”, ou “Repúblicas Independentes do Arruda” e daí “Arrudão”.
Estivemos por lá em 2022 para conhecer essa maravilha de perto! Confira aqui o post.
A partida inaugural do Arruda ocorreu em 1972, contra o Flamengo (RJ), terminando em um empate sem gols diante de 47.688 pagantes.
Hoje, o Arruda é um grande aliado do time, com sua torcida marcando presença, independente da colocação do time, nas tabelas.
Em 1975, o Santa chegou a semifinal do Campeonato Brasileiro depois de ter eliminado o Palmeiras (na época a “Academia”) e o Flamengo, em etapas anteriores. Perdeu a vaga para a final para o Cruzeiro, em jogo marcado pelos erros de arbitragem do famoso Armando Marques. Abaixo a foto do time da época, retirada do excelente blog: www.blogdosantinha.com .
Seu mascote é a cobra coral, com as já imortais cores do time, mas vale lembrar, que o Santa Cruz nasceu alvi-negro, só adotando depois o vermelho para se diferenciar de seu rival local da época, o Flamengo.
Se por um lado o time está sempre na briga pelo título estadual, o mesmo não pode ser dito sobre o torneio nacional, prova de que também no futebol, existem reflexos da desigualdade social entre as regiões do nosso país.
Após uma boa participação nas décadas de 70 e 80, o Santa Cruz passou um tempo na Segundona e só em 1999 a torcida coral pode comemorar o retorno à Série A do Brasileirão, com o Vice-campeonato da Segundona.
Outro acesso memorável à série A, aconteceu em 2005, quando o time terminou como Vice-campeão da competição.
Entretanto, em 2006 começou um novo calvário para time e torcedores. Na série A do Brasileiro, o Santa acabou rebaixado para a Série B novamente.
Em 2007 , além de não ir bem no Campeonato Pernambucano e ser eliminado na primeira fase da Copa do Brasil, teve uma campanha pífia na série B, levando o clube para a Terceira Divisão do Brasileiro de 2008.
Em 2008, novamente foi eliminado da Copa do Brasil, na primeira fase, e teve de disputar o Hexagonal da Morte do Campeonato Pernambucano, para se livrar do rebaixamento estadual. Na Série C, sua última chance do ano para se recuperar, fez o impensável… Foi rebaixado para a então criada série D, que inauguraria-se em 2009.
O Santa Cruz disputou em 2009 a recém-criada Série D, mas não passou da primeira fase, ou seja, futebol agora, só em 2010 (e escrevo isso ainda em julho).
Veja um pouco da história do clube no vídeo feito em homenagem aos 95 anos do Santa Cruz.
É sem dúvida uma das fases mais complicadas do clube, que entretanto consegue contar com sua torcida apoiando não só nos estádios, como fora deles, criando associações e buscando métodos para ajudar o clube do coração.
Veja um pouco da torcida do Santa em ação:
O site do clube é: www.coralnet.com.br
Além disso existem vários blogs e outros sites que merecem destaque, como o www.loucospelosanta.com.br e o já citado www.blogdosantinha.com.
Boa sorte, Santa Cruz!
29 de agosto de 2009. Já que na sexta feira tínhamos curtido um rolê na minha área, o ABC, assistindo ao jogo do PalestraSão Bernardo contra o Desportivo Brasil (veja aqui), nada mais justo que retribuir a gentileza e ir assistir a um jogo da Segundona na área da Mari, no sábado. O jogo escolhido foi Paulínia FC x CAL Bariri, no bonito Estádio Luís Perissinoto, a casa do Paulínia, com capacidade de 5 mil pessoas.
O Estádio possui 2 lances de arquibancadas e até uma modesta tribuna de honra. O gramado é muito bom, principalmente se levarmos em conta que o time ainda está disputando a 4ª divisão estadual, ótimo para quem escolheu assistir o embate entre o Paulínia FC e o CAL Bariri.
Este é o segundo ano do Paulínia como profissional no Campeonato Paulista e pelo que eu ouvi, o time conta com um bom apoio da prefeitura (vale lembrar que há uma grande refinadora de petróleo na cidade que gera grandes receitas ao prefeito). O site do time é www.pauliniafc.com.br .
Qualquer um que já tenha jogado futebol (ainda vou postar as camisas dos dois times por onde passei, “Garotos Podres” e “Autônomos”), imagina como devem ter sofrido os atletas que jogaram às 15hs da tarde com um sol escaldante. Na arquibancada da torcida local não havia uma sombra sequer… Tanto que no segundo tempo, por uma questão quase de saúde, foi liberado o acesso a arquibancada dos visitantes, pega sombra o tempo todo.
Só ao chegar em casa soube que o pessoal do “Jogos Perdidos“, de quem sou fã, também estiveram no jogo.
Destaque para a pastelaria embaixo da arquibancada. Pena que pra ver um jogo as 15 hs eu já tinha saído almoçado.
O Placar é um daqueles tradicionais, com os números trocados pelo plaqueiro.
Literalmente sol de rachar concreto, retratado na lente poética do fotógrafo boleiro…
Dava pra ver pela nossa cara que o calor estava insuportável né? Mas quem disse que a gente foi pro outro lado. Ficamos ali, com a arquibancada só pra nós enquanto o Paulínia sofria pra vencer o jogo.
Ah, outro detalhe interessante do estádio é a entrada escondida dentro de um estacionamento que te leva a um túnel que parece aqueles de acesso ao vestiário. Olha que legal é a visão, detalhe para os policiais no “fim do túnel”.
O jogo era contra o C.A.L. Bariri, time que joga de azul, e que vinha bem nas fases anteriores da competição.
Mas, jogando em casa, o Paulínia fez valer a força do mando e com um gol no final do jogo, venceu a partida por 3×2 e se recuperou na competição. Confira os comentários sobre o jogo em si no próprio site do time, neste link. Na hora de ir embora, pude comprovar exatamente o calor que sentíamos. 35º.
Mas acredite. Faça chuva ou sol, é sempre um enorme prazer conhecer um novo estádio e assistir a uma partida das divisões intermediárias do campeonato paulista.