EC Santo André 2×2 Ituano – série A2 2025

Sábado, 15 de fevereiro de 2025
Começo pelo fim: pela 10ª rodada da série A2, o Ramalhão deixou a vitória escapar nos acréscimos, em um jogo eletrizante no Brunão, que voltou a receber um público ao menos razoável depois de mandar seus jogos às 4ªs feiras a tarde.

Olha… é duro escrever e relembrar o que passamos na bancada… O Ramalhão esteve a poucos minutos de uma vitória gigante diante do Ituano, mas viu os visitantes arrancarem o empate por 2×2 nos acréscimos. Vamos ao jogo:

O Estádio Bruno José Daniel passou por mais uma daquelas tardes que vai ficar marcada na memória pelo calor e pelas emoções envolvidas…

O Santo André entrou em campo sabendo da importância do jogo para seguir na briga pelo G8 e fez valer o mando de campo desde o início.
Com muita entrega, o time dominou as ações e foi premiado aos 33 minutos da primeira etapa, quando Rafael Milhorim subiu mais que a zaga do Ituano e, de cabeça, abriu o placar para o Ramalhão.

Tá lá no placar: 1×0 pra nós!

A torcida foi ao delírio e apoiou o time o primeiro tempo todo.

Voltamos para o 2º tempo e a sensação era de que ainda estávamos dentro de um forno, mas ninguém avisou isso pra Fúria que cantou, gritou e pulou sem parar…

E nossa turma também se mostrava animada, essa vitória era incrível para nos fazer subir quase 5 posições!

E em campo, o Santo André seguiu melhor e parecia encaminhar uma vitória segura, principalmente quando, aos 34 minutos, Alexiel ampliou: 2 a 0!
A festa estava armada, o Ramalhão colocava os três pontos na conta…

Alegria em toda nossa arquibancada! Abraços ao Franzini e ao Madruga!

Mas o futebol é cruel…
Quando o relógio marcava 44 minutos, em um escanteio do lado esquerdo, Nathan aproveitou a bola alçada na área e cabeceou para diminuir.
O sinal de alerta foi ligado…

E, aos 47, o pesadelo se concretizou: mais um escanteio, dessa vez pela direita, e Luiz Gustavo (a lei do ex…) apareceu para empatar.
Em três minutos, o Santo André viu uma vitória certa se transformar em frustração.

Com o empate, o Ituano chegou a 14 pontos e assumiu a sétima colocação, dois pontos à frente do Santo André, que agora ocupa o nono lugar. O primeiro time dentro do G8 é o Taubaté, com 13 pontos, deixando a disputa pelas quartas de final ainda mais apertada.
Agora, o Ramalhão precisa virar a chave e buscar a recuperação já na próxima rodada quando volta a campo na quarta-feira (19), às 19h30, contra o São Bento no Walter Ribeiro, em Sorocaba.

Parabéns para o pessoal da torcida Ferroviários que compareceu!

Abraços ao Rico, também!

A caminhada rumo ao acesso continua. Vamos juntos, Ramalhão!

Abraços para o aniversariante da semana: Diogão!

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O Estádio Los Nogales e o Club Deportivo Ferroviários (Rolê pelo Chile – parte 6 de 9)

Janeiro de 2025.
Estivemos de rolê pelo Chile e já falamos sobre as aventuras futebolísticas em Viña del Mar, Valparaíso, Algarrobo, Curacaví, e o Estádio Municipal de La Cisterna, a casa do Palestino, em Santiago!
Agora é hora de falar sobre o CD Ferroviários e o Estádio Arturo Rojas Paredes, também conhecido como Estádio Los Nogales, onde manda seus jogos atualmente!

O rolê pelo Chile foi tão legal que não tem como voltar e não nos sentirmos parte do que vivemos. Realmente fronteiras são apenas linhas em um mapa… Somos todos latinos, fazemos parte disso tudo, desde muito tempo atrás…

O principal povo que viviam na região de Santiago era os Mapuches, grupo mais representativo do país. Esta é a bandeira deles:

Eram chamados de Araucanos pelos espanhóis, mas os próprios Mapuches consideram este termo pejorativo.

A Santiago atual é uma capital moderna e super desenvolvida e oferece muitas opções para diversão e cultura. Aqui, o Cerro Santa Lucía, que oferece um visual bem bacana!

Do outro lado da rua dele tem uma feirinha de bugigangas legal também!

Pra comer em Santiago sempre recomendamos o El Naturista, um restaurante vegetariano bem gostoso e no centro da cidade.

De sobremesa umas frutas nas ruas sempre cai bem!

Ou, um Mote com Huesillo, uma das melhores coisas que nasceram da união dos espanhóis com os povos locais.

A bebida é um suco de pêssego com grãos cozidos de trigo (contribuição dos espanhóis) com um pêssego em calda em cima pra dar um tchan! Eu adoro!

Muito bem alimentados, é hora de conhecer mais um time importante para a história do futebol chileno: o Club Deportivo Ferroviários de Chile.

O clube foi fundado em 14 de julho de 1916, por trabalhadores ferroviários no bairro San Eugenio e começou se dedicando às competições amadoras.
Na época, o time se denominava Unión Ferroviarios e mandava seus jogos no Estádio do próprio bairro, que hoje se encontra em demolição, como dá pra ver pela imagem do Google:

Em 1927, o CD Ferroviários passou a disputar a divisão de acesso da Asociación de Fútbol de Santiago, mas em 1933, como muitos dos clubes da Asociación abandonaram a entidade para formar a Liga Profesional de Fútbol, o Ferroviários passou a fazer parte da primeira divisão. Aqui a tabela do campeonato de 1934:

De 1935 a 1945, disputou o segundo nível do Campeonato Chileno. Olha o time de 1943:

Nesse período, mais especificamente em 14 de julho de 1941 foi inaugurado o Estádio Ferroviário Hugo Arqueros Rodríguez, também chamado de Estádio San Eugenio, a casa do time, no bairro “Estação Central” com incrível capacidade para 31 mil torcedores.

Infelizmente, assim como ocorreu no Brasil, no Chile, a Ferrovia acabou perdendo espaço e com o seu “esvaziamento” o estádio acabou sendo tomado do time…

Em 1947, fez parte dos 15 times que deram origem a Divisão de Acesso (depois Divisão de Honra Amadora – DIVHA), da qual saiu campeão em 1949 obtendo o acesso à Primeira Divisão.
Em 1950, o time funde-se com o Bádminton surgindo o Ferrobádminton.

O novo time teve sucesso e permaneceu na primeira divisão até 1964, quando cai para a “1ª B”, voltando para a 1ªA no ano seguinte.
Novamente desce para a 1ª B.
A união entre os dois times durou até 1969, quando voltaram a ter vidas independentes.

Assim, até 82, o Ferroviários permanece na divisão de acesso, a 1ªB, com destaque para o time de 72 que foi vice campeão, não obtendo vaga para a primeira divisão.

O time passa a disputar as divisões amadoras do Campeonato Chileno: 3ªA e 3ªB.
3ªA em 1983 e fica até 87, quando cai para a 3ªB.
Disputa a 3ª B até 1997, quando volta para a 3ªA.
Fica na 3ªA até o ano 2000, volta para a 3ªB e fica até 2003.
De volta à 3ª A permanece aí até 2008.
Disputa a 3ª B até 2018.
Em 2019 disputa sua última (até então) edição da 3ªA e fica até atualmente a 3ªB.

Esse é o grupo do time esse ano de 2025:

Atualmente o CD Ferroviários manda suas partidas no Estádio Arturo Rojas Paredes e fomos até lá pra registrar esse campo e para bater um papo com o Luís Tapia, um apaixonado pelo time!

Mais uma estádio incrível e construindo sua história no futebol chileno!

O Estádio é simples, mas bem aconchegante, se liga na arquibancada com 4 degraus, com uma exclusiva cobertura!

A arquibancada vista por baixo:

O recado é claro, mas eu tenho a permissão…

Dá um giro com a gente pelo campo!

O Estádio fica em um bairro residencial na região da Estación Central e é referência para os atletas da região, sendo a base para diversos projetos sociais e também sendo a casa do CD Ferroviários.

O estádio do CD Ferroviarios é muito mais do que um simples campo de futebol.
Ele carrega a história de um clube fundado por trabalhadores ferroviários em 1916, refletindo a tradição operária e a identidade de uma comunidade que cresceu ao redor das ferrovias.

Embora seja um estádio modesto, sem grandes arquibancadas ou infraestrutura luxuosa, ele mantém um ambiente intimista e acolhedor, onde a torcida fica próxima ao campo e cada jogo se torna uma celebração do futebol de verdade.
Los Nogales é um daqueles lugares onde o futebol ainda preserva seu espírito mais puro, onde os torcedores comparecem não pelo espetáculo, mas pelo amor à camisa e à tradição.

Olha aí a rapaziada da base do Ferroviários. Será que algum deles um dia fará história no futebol? Espero que sim!

No pós jogo apareceu até uma camisa do Santos ali…

O fim do treino foi marcado por uma preleção da comissão técnica.

E também surgiu uma camisa do Atlético Paranaense…

Esse é o gol do lado esquerdo:

Aqui o meio campo

E o gol do lado direito, onde existe um ginásio.
Mais do que um campo de futebol, o estádio é um símbolo de resistência.
Assim como o Ferroviarios luta para se manter vivo no futebol chileno, seu campo sobrevive como um refúgio do futebol romântico, onde o esforço supera os recursos e a história se mantém viva a cada partida disputada.

E aí está o homem que conduz o time e todas as ações do Ferroviários: Luis Tapia, o presidente!

Luis Tapia é um homem guiado pela paixão.
Primeiro, foi a ferrovia, onde dedicou anos de sua vida, vendo os trilhos cortarem o Chile como veias de um país em movimento.
Depois, veio o Club Deportivo Ferroviarios, um time que, assim como os trens que ele tanto admirava, segue firme no caminho, apesar dos desafios e dos obstáculos.

Algumas fotos históricas ilustram o escritório do time:

Mas o ponto alto são as camisas oficiais do time do coração do Luis, que ele guarda com muito carinho.

Hoje, como presidente do clube, Tapia comanda um time que batalha na 3ªB chilena, a sexta divisão do futebol nacional.
Para muitos, uma posição tão modesta poderia ser motivo de desistência, mas para ele, é apenas um detalhe.
Seu amor pelo Ferroviarios é romântico, daqueles que não dependem de glória ou grandes conquistas.
Ele vê no clube o reflexo da resistência e da história dos trabalhadores ferroviários que deram origem à equipe, e isso basta para continuar lutando.
Assim como um maquinista nunca abandona sua locomotiva, Luis Tapia segue à frente do Ferroviarios, com a mesma fé que um dia o fez acreditar na força das ferrovias.
Porque, no fim, mais importante do que a chegada é a jornada.
E Tapia seguirá nos trilhos desse amor, custe o que custar.

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Ourinhos FC 2×0 AE Jd Ana Maria: começa a Divisão Especial 2025, de Santo André

Domingo, 9 de fevereiro de 2025.
Campeonato Paulista série A1, A2, A3 e A4 rolando, mas hoje é dia de estreia, primeira rodada da Divisão Especial da LIGASA (Liga Santoandreense de Futebol), que organiza o futebol na cidade desde 20 de janeiro de 1941.

A 1ª rodada foi jogada em 6 sedes, e escolhemos assistir ao jogo na Arena Stella, porque ainda não havíamos registrado este campo para o nosso site.

E o movimento era intenso no tradicional campo que fica na rua Pereira Coutinho, 281 – Santo André.

E sabendo da importância da festa, o campo do EC Jardim Stella estava lindo!

E além de bonito, o campo está com uma estrutura de dar inveja a muitos times profissionais!

Nada mal para quem está prestes a se tornar “sessentão”, já que o EC Vila Stella foi fundado em setembro de 1966:

Na parede do estádio o distintivo do EC Jardim Stella se faz presente:

E o primeiro jogo coloca frente a frente duas equipes com tradicionais torcidas, sinta o clima da Arena Stella!

O Ourinhos FC foi fundado em 10 maio de 1970, e tem o “buscapé” como mascote!

Sua torcida tem um nome bem criativo, é a “Lá vem Ourinhos“, e se liga na festa que os caras fizeram na Arena Stella:

A bateria do Ourinhos, assim como a maior parte da sua torcida, preferiu ficar no morro atrás do gol.
E dá lhe bateria!

Jogar futebol é muito bom, mas olhar o entorno do campo e ver todas essas faixas e bandeiras… Deixa o jogo ainda melhor de ser jogado e assistido!

O bandeirão ajudou a deixar o clima do jogo ainda mais legal!

Trocamos uma rápida ideia com o Biriba, novo presidente do Ourinhos FC, se liga:

E se de um lado o Ourinhos FC chega com seus 55 anos de tradição, do outro lado temos um time ainda mais antigo: a Associação Esportiva Jardim Ana Maria, fundado em 30 de novembro de 1961, e que tem como mascote os irmãos metralha!

Sua torcida também tem um nome bem exclusivo: Ana Sempre Ana, olha a faixa deles ali perto do pessoal do Ourinhos. A rapaziada com a bateria e as bandeiras ficou na lateral.

E ouve o som da torcida do Ana:

Sente o clima da torcida do Ana:

A Arena Stella permite uma grande proximidade com o campo, o jogo e os jogadores e o pessoal do Ana Maria procurou usar isso a favor do seu time!

Mas, a pressão não deu certo, e o Ourinhos abriu o marcador ainda no primeiro tempo!

A coisa mais legal da Arena Stella é que tem vários lugares pra você assistir a partida. Lá no morro, onde ficou o pessoal do Ourinhos, na lateral, junto ao alambrado, onde ficou o pessoal do Ana Maria e tem ainda uma área na parte de cima da lateral:

E de lá fiz essas imagens do campo, começando pelo gol do lado esquerdo:

Aqui, o meio campo, onde pode se ler o nome do time mandante:

E o gol da direita:

Veja que as torcidas ficam bastante próximas e não há nenhum problema nisso. O respeito tem prevalecido na várzea em Santo André, e é assim que deveria ser sempre e em todos os lugares!

O primeiro tempo chega ao fim com 1×0 pro Ourinhos e aproveitamos para fotografar outro espaço onde se pode assistir o jogo:

Durante o intervalo fui até lá para falar com o Hiroshi, presidente da AE Jardim Ana Maria sobre o que o time espera para 2025:

E como as imagens demonstram, todos estes espaços estavam com boa presença de público!

O sol estava forte e fui dar uma refrescada no bar:

O 2º tempo começa e a torcida do Ourinhos segue no apoio.

Em campo, o time parece ter voltado melhor:

E logo o domínio se transforma em resultado: Ourinhos 2×0, pra festa auriceleste na Arena Stella:

A festa aumenta na torcida do Ourinhos:

Aos torcedores do Ana Maria, resta pensar no próximo jogo e em repetir o apoio da torcida para buscar um melhor resultado!

Fim de jogo: Ourinhos FC 2×0 AE Jardim Ana Maria
Antes de irmos embora, ainda deu pra ouvir uma palavra dos presidentes dos dois times que fariam a partida seguinte: EC Mocidade x Comercial.

Confira todos os placares do domingo, direto do site da Liga de Santo André (onde você pode inclusive acompanhar os placares em tempo real).

Aguardemos as próximas rodadas para ver como se encaminha o campeonato para cada um dos times.

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O Estádio Municipal de La Cisterna e o Club Deportivo Palestino (Rolê pelo Chile – parte 5 de 9)

Janeiro de 2025.
5º post sobre nosso rolê pelo Chile.
Após falarmos sobre Viña del Mar (clique para ver os posts), Valparaíso, Algarrobo e Curacaví agora vamos dedicar alguns posts para falar sobre o futebol na capital chilena, começando pelo Estádio Municipal de La Cisterna, a casa do Palestino!

Santiago é uma cidade bem interessante e pudemos fazer várias conexões com a nossa realidade.

A primeira delas foi ao visitar o Museu da Memória e dos Direitos Humanos que ajuda as novas gerações de chilenos a não esquecer o golpe militar.

O Museu reúne muito material da época e ao mesmo tempo que é super informativo é um soco no estômago, ao ver que nossos irmãos chilenos passaram pela mesma dor e sofrimento que os brasileiros.

O Chile sofreu demais com assassinatos, sequestros e diversos crimes causados pelo próprio estado, sob domínio militar que tomaram o poder à força, após a eleição do presidente Alende.

Se quiser conhecer mais, dê uma olhada na página deles no Insta deles.

Também fizemos muito rolê pelo centro da cidade, nos calçadões (os “paseos”).

As duas primeiras compras que fiz no Paseo Ahumada foram bem distintas: um espremedor (de laranja!) e uma flâmula do Palestino!

Outro ponto de destaque da cidade foram os deliciosos cachorro-quentes vegetarianos do Dominó, com molho de abacate!

Fizemos também um rolê no mercado da cidade…

Eu gosto dessas estruturas antigas e espaçosas dos mercados municipais.
Sempre me pergunto quanta história aconteceu embaixo desse teto.

O Mercado Municipal de Santiago foi inaugurado em 1872 e substituiu a Plaza del Abasto, destruída por um incêndio em 1864.

Uma das lojas tinha até adesivos dos times do interior de São Paulo:

Outro fenômeno comercial de Santiago são as lojas de vinil. Incrível o número de lojas não só focadas em material usado, como também lançamentos e relançamentos. Existem lojas nos shoppings, nos supermercados e nas diversas galerias e galpões como o Galpón Bio Bio!

Trouxe esse clássico de “Los Miserables” pra casa:

Olha aí o “Um mundo de sensaciones”, de 2006, do 2 Minutos embalado como novo:

Outra banda incrível do Chile é a Ocho Bollas, aqui, o disco “Al servício”.
O preço médio varia entre 18 e 30 dolares.

Santiago também tem muitas livrarias…

Trouxe dois livros do Chile, um terror político (El sótano rojo) que traz para uma casa de 1991, fantasmas dos torturados na ditadura do Pinochet, bem pesada a leitura…

E trouxe também um livreto sobre a história do Palestino:

Animado pelo livro, nos dirigimos ao Estadio Municipal de La Cisterna, a casa do Club Deportivo Palestino!

O Estádio Municipal de La Cisterna é um espaço único e inesquecível, a começar pelos painéis pintados em sua entrada pela Avenida El Parrón, se liga que lindos:

Pra mim, acostumado a ver a polícia reprimir qualquer relação com a bandeira palestina nos Estádios foi uma sensação de grande liberdade admirar as imagens e frases nos muros.

O Club Deportivo Palestino tem mais de 100 anos de história!
Foi fundado em 20 de agosto de 1920, por imigrantes em homenagem à cultura palestina.

Vale lembrar que o Chile possui a maior colônia palestina do mundo, com cerca de 350 mil pessoas!

Depois de caminhar e fotografar seu entorno, hora de entrar no Estádio!

Cabe aqui o nosso agradecimento ao amigo Felipe que cuida das redes sociais do clube e nos recebeu nesse rolê!

Então, vamos lá, entre conosco na casa do Palestino !!!

A primeira sensação ao entrar ao Estádio La Cisterna foi um leve mal estar…

É que por um momento eu não reconheci o Estádio (onde estivemos em 2011, veja aqui como foi) e fiquei com a impressão que naquele ano havíamos assistido à partida do sub 20 em algum campo “interno”.
Depois, vendo as fotos novamente (como essa abaixo), confirmei que era sim o mesmo estádio:

O Estádio está super bem cuidado, com as cadeiras pintadas, tudo muito limpo e organizada.

E se lá fora, os murais chamam a atenção, na parte interna também existe uma verdadeira “exposição artística”!

Aqui, um grafite especial de um torcedor emblemático do Palestino, don Aníbal Canales Soto, o tio Camello que faleceu em 2024.

O Estádio de La Cisterna possui capacidade para 12 mil torcedores e foi construído em 1988. Aqui, o gol da direita:

O meio campo, com as cadeiras cobertas:

O gol da esquerda, com o trator dando um trato no campo:

O Palestino foi campeão chileno em duas oportunidades, em 1955 e 1978, quando ficou 44 jogos invicto!

O Palestino também foi campeão da segunda divisão por duas vezes, em 1952 e 1977.
Conquistou ainda a Copa Chile em 1975, 77 e 2018.

De volta ao estádio, para terminarmos este rolê!

A arquibancada atrás do gol:

A charmosa entrada dos vestiários:

E olha que linda é a arquibancada coberta:

Deu até pra passarmos na loja do clube!

A outra entrada para as arquibancadas:

Mais que um time, ou uma torcida, o Palestino carrega o amor de todo um povo!

Viva o Palestino!
Viva a Palestina!

Um último olhar mais próximo na arquibancada coberta e…

Uma saideira no bar palestino…

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Santo André 5 (cinco) x 1 Rio Claro

5 de fevereiro (coincidência?) de 2025 (outro 5?)
O futebol é inacreditável e mostrou mais uma vez que não se pode desacreditar jamais.

Em mais uma tarde de 4ª feira no absurdo horário das 15hs, o Santo André, já na zona de rebaixamento, recebeu o Rio Claro e todos tinham apenas uma coisa na cabeça: Hoje é dia de vencer!

E o craque da partida Dudu Figueiredo tratou de abrir o placar bem cedo!

Abraço aos amigos portugueses que estiveram na bancada com a gente!

O mesmo Dudu fez 2×0, depois levamos um gol em uma falha da saída da defesa, mas Dudu fez 3, Nelsinho 4 e Luis Gustavo 5.
Hoje não tem conversa, é isso!

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XV de Piracicaba 1×0 EC Santo André

Domingo, 2 de fevereiro de 2025.
O Santo André segue vivendo um pesadelo, mas a gente ainda acredita.
Rumamos até a apaixonante Piracicaba para assistir mais uma partida do Ramalhão.

Times em campo, é hora de por frente a frente os dois maiores campeões da série A2!

Vale tudo, foco, força e fé!

Em campo, as coisas pareceram diferentes, o time se postou melhor e começou jogando de igual para igual com o líder do Campeonato.

Aliás, o XV vive ótima fase e jogou frente a mais de 3 mil torcedores, o Estádio Barão da Serra Negra estava lindo, com bastante gente nas cadeiras cobertas…

E também na arquibancada descoberta, onde fica o pessoal da Torcida Esquadrão e a ARXV:

Nho Quim estava feliz!

Não sabe quem é o Nho Quim? É o mascote do XV.

Mesmo em má fase, o EC Santo André mais uma vez não jogou sozinho e contou com o apoio de sua torcida…

Eae o pessoal da Fúria e o jovem Ovídio, sempre presente!

E o time visitante apresentou um futebol melhor do que o que vinha jogando…

O Santo André e sua torcida acabaram vendo sua dedicação cair por água no segundo tempo, com o XV voltando melhor e encontrando o seu gol…

Depois o líder da A2 soube se fechar, deixando para a torcida ramalhina mais uma derrota.

Mesmo perdendo, o time parece ter se encontrado melhor.
Será o início de uma nova fase?

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Santo André 1×3 Votuporanguense

Até quanto um torcedor aguenta sofrer?
É um bom questionamento.
Quer ver outro bom: o que é pior, péssimos resultados em campo ou falta de perspectiva de futuro?

É esse o momento do EC Santo André.
Jogando de 4ª feira a tarde para minimizar custos com geradores, chegamos no fundo do poço com um dos menores públicos da nossa história.

Nossa única ajuda… Nossa presença…

O Santo André que começou ganhando, sofreu a virada para o desespero de sua torcida.

Acho que poucos times tem entre seus torcedores a presença de um dos seus maiores ídolos: Arnaldinho!

Mas lugar de craque é no campo, mesmo… Como faz falta um jogador da classe de Arnaldinho no nosso time atual…
Só o que não falta é apoio, nas boas ou nas más…

Será que o Ramalhão terá forças para reagir?

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O Estádio Olímpico e o futebol em Curacaví (Rolê pelo Chile – parte 4 de 9)

Janeiro de 2025.
4º post sobre nosso rolê pelo Chile.
Após falarmos sobre Viña del Mar (clique nas cidades para ver os posts), Valparaíso e Algarrobo, agora é a vez de conhecer Curacaví, seus doces incríveis e o seu futebol, com destaque para o Estádio Olímpico Curacaví.

Durante nossa estadia no Chile, por várias vezes escutamos as pessoas falarem sobre os tais “Dulces de Curacaví“, demorou até entender que Curacaví era um lugar, mais precisamente uma comuna da Região Metropolitana de Santiago localizada estrategicamente entre Algarrobo e Santiago.

Assim, lá fomos nós conhecer a cidade chilena entre as colinas da Cordilheira da Costa.

O nome da cidade tem origem Mapuche (linguagem Mapudungu) da soma das palavras “cura” e “cahuín”, que significa “encontro – ou reduç˜ão – na pedra”.
Os assentamentos pré-colombianos de Curacaví são do povo Picunche (significa “povo do norte”e essa denominação foi criada pelos historiadores para diferenciá-los dos Mapuches do sul).
Aliás, vale conhecer esse mapa dos povos originários do Chile:

Quando os espanhóis chegaram, no século XVI, os Picunches estavam enfraquecidos por combater uma invasão dos Incas (guerra Inca-Mapuche) e assim foi realmente difícil sobreviver às duas batalhas ao mesmo tempo.

Os Picunches acabaram tendo sua cultura destruída pelos espanhóis e perderam mais de 75% de sua população em menos de um século.
Ainda assim, são considerados os ancestrais ameríndios dos chilenos.
O primeiro documento oficial sobre a história de Curacaví, datado de 1550 diz que ali havia uma aldeia Promaucae (nome dado aos Picunches que viviam nesta região) e que estes foram entregues como “encomiendas” por Pedro de Valdivia a Juan Bautista Pastene.

A atual Curacaví era composta por apenas duas propriedades no século XVII que acabaram se dividindo junto aos descendentes dos proprietários.
Aos poucos o local foi se tornando ponto de parada para os viajantes já que se localiza no meio do caminho entre a capital e o litoral.
Olha que legal um dos ônibus que fazia essa linha (foto da fanpage Fotos Antigas de Curacaví):

No início do século XX, algumas famílias começaram a fazer doces, como Don Justo Poblete e aproveitando o movimento dos viajantes para vendê-los.
Os doces eram cozidos em fornos de barro e recheados com manjar, melcocha, doce de abóbora ou doce de pera.
Surgiram marcas como Los Hornitos, Agua de Piedra, Parolo, Doña Elisa e Doces ISSA.

Os doces de Curacavi viraram uma grande tradição nacional, vendidos frescos e dificilmente em supermercados.
Atualmente, existem cerca de cinquenta fábricas que produzem doces chilenos em Curacaví, e fomos conhecer estas delícias “in loco” na loja Dulces Sandy!

É difícil explicar mais porque são várias opções de sabores bem diferentes uns dos outros, mas posso dizer que não são tão doces e enjoativos.
O mais conhecido é chamado “Los Chilenitos“, tipo um sanduíche de dois biscoitos artesanais com recheio de doce de leite, como um alfajor com menos massa, tudo muito caseiro.

Dá uma olhada na loja:

É… tome um copo d’água, esqueça a água na boca e vamos falar de outra paixão chilena, além dos doces: o futebol!
E Curacaví também tem uma bela história no futebol amador e profissional, e começamos nosso rolê indo conhecer o Estádio San Luis De Campolindo.

O Estádio é a casa do CD San Luis de Campolindo, fundado em 10 de abril de 1934.

O San Luis de Campolindo é uma equipe amadora mas que já revelou jogadores para o futebol profissional e possui um estádio muito bem cuidado.

Além do estádio, o time possui uma apaixonada torcida, como se pode ver na inscrição do muro ao fundo: a Canários Wapos!

E falando em jogadores da cidade, o melhor exemplo é Roberto Gutiérrez, que estava no Estádio durante nossa visita e que jogou em diversas equipes chilenas, como o Palestino.

Olha ele dando um tapa no gramado enquanto conversamos:

E bacana a montanha ao fundo do campo né?

Atravessando para o outro lado do rio que serpenteia as costas do estádio chegamos à principal casa do futebol de Curacaví: o Estádio Olímpico Curacaví.

Também tendo a montanha como moldura. O azul das arquibancadas e até dos bancos de reserva (bastante simples) contrasta com a cor de terra da montanha e cria um cenário único, inesquecível para quem ama natureza e futebol.

A arquibancada é pequena, mas permitiu a utilização do estádio por diferentes times em competições oficiais do Chile.
Ah, e existe também um sistema de iluminação que permite partidas noturnas.

Um dos times que disputou o profissionalismo em Curacaví é o Juventud O’Higgins.

O Juventud O’Higgins foi fundado em 17 de outubro de 1956.
Entre 1986 e 1997 disputou as divisões Terceira A e a Terceira B (quarto e quinto nível do futebol chileno), e atualmente disputa o amador regional.
Aqui, o time de 2022:

A fanpage Equipes de Futbol do Chile traz algumas fotos incríveis mostrando as equipes que foram campeãs das divisões de acesso:

Em 1985, liderou o campeonato e sgrou-se campeão mais uma vez do quarto nível:

Esteve a um passo de subir para a Segunda Divisão en 1989.
Em 1993, o Juventud O’Higgins foi campeão da Terceira B pela última vez, depois de vencer o Unión Municipal La Florida por 2×1.
Em 1995 subiu para a 3ª divisão depois de ser vice campeão e, abandonando o profissionalismo em 1997 e dedicando-se atualmente apenas ao amadorismo.
Mandou seus jogos no Estádio Municipal Julio Riesco, com capacidade para cerca de mil torcedores. Não estivemos por lá, mas achei essas fotos no Google Maps:

O outro time da cidade que disputou o profissionalismo é o Curacavi FC, fundado em 22 de dezembro de 2014.

O time disputa a Terceira B desde 2015 e em 2024 foi eliminado somente nas quartas de final (para um dos times que conquistou o acesso, o Malleco Unido), classificando se em 3º na primeira fase

Esse foi o time de 2024:

E o Estádio Olímpico foi onde o Curacaví FC mandou seus jogos na Zona Central da Tercera B, a 5ª divisão do futebol chileno.

Olha aí que belo visual das arquibancadas onde cabem cerca de 1500 torcedores:

Adeus a doce Curacaví

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O Estádio Municipal e o futebol em Algarrobo (Rolê pelo Chile – parte 3 de 9)

Janeiro de 2025.
No 3º post sobre nosso rolê pelo Chile, após Viña del Mar (clique no nome das cidades para ver os posts) e Valparaíso, agora é a vez de registrar Algarrobo, um dos balneários mais antigos do Chile e seu Estádio Municipal!

Para chegar a Algarrobo tivemos que novamente subir uma parte da serra, mas cerca de 60 km antes de Santiago, descemos a direita.

Pelo mapa fica mais fácil de ver, vindo de Viña, saímos na estrada após Casablanca:

E não é que existe uma praia de nome Mirasol no Chile?

O litoral parece sempre ter atraído os seres humanos e no Chile não foi diferente.
Quando os espanhóis chegaram à região, ainda no século XVI, encontraram diversas sociedades ali, algumas delas já milenares, como a Tradição Bato, cujos vestígios indicam que já habitavam a região 2 mil anos antes de Cristo (Ilustração de Jorge Salinas):

Outro grupo que se tem informação são os povos da Tradição Llolleo (ou Complexo Cultural Llolleo), que estiveram pela região litorânea entre 200 e 1.000 anos depois de Cristo (Ilustração por Chris Fattori):

Mais um exemplo que demonstra a diversidade dos povos pré colombianos é a Cultura Aconcágua que habitaram a região desde o século X com um modo de vida semi-sedentário com casas próximas a rios e à costa do Pacífico.
Gravura de Gerónimo de Bibar na sua “Crónica e relação copiosa e verdadeira dos reinos do Chile”:

Em 1535, Diego de Almagro comanda uma expedição do Peru até as terras chilenas e é assim que se inicia a ocupação do território pelos espanhóis.
Corsários e piratas souberam que parte do ouro que vinha do Peru estava dando sopa pelo litoral chileno, e nomes importantes como Francis Drake e Thomas Cavendish passaram a se fazer presente na região (Crédito da foto: Instituto Chileno de Derecho y Tecnologías).

Inicialmente pensei que Algarrobo fosse uma alga marinha, mas o que dá nome à comuna (é, Algarrobo não é uma cidade, é uma comuna da província de San Antonio na região de Valparaíso) na verdade é uma árvore da família papilonáceo (leguminosas), que chega a 10 metros de altura.

Algarrobo surge como uma grande propriedade de María Vidal Delazar, que a dividiu em lotes dando-lhe o formato de uma vila de veraneio.
Em 1854, a então enseada de Algarrobo foi convertida em Porto, permitindo exportar a produção local – principalmente o trigo – para o Peru e a Califórnia ajudando a desenvolver o local, expandindo a cidade ao redor da capela de La Candelária construída em 1837 (foto do site Chile Iglesias):

Algarrobo foi oficializada como comuna em 1945, declarada balneário turístico e mesmo tanto tempo depois, e já com tantos turistas visitando suas praias consegue manter uma energia muito legal!

Muitas das ruas da cidade ainda não foram asfaltadas, ampliando o jeito rústico do lugar…

Ficamos no Kai Bed & Breakfast, um pequeno, charmoso e incrível hotel.

Dali, era super fácil chegar a qualquer praia de Algarrobo, e daria pra ficar vários dias conhecendo cada dia uma praia diferente!

Como eu disse no post de Viña del Mar, curtir as praias do Chile é um pouco diferente do jeito que fazemos no Brasil. A água é fria, então não dá pra ficar direto no mar, o negócio é curtir o visual e interagir com mais moderação com o mar…

Ao invés de fazer castelos de areia, empilhar pedras acaba sendo o passatempo mais praticado.

E caminhar pela orla e conhecer uma praia nova a cada curva é um outro rolê pra se curtir em Algarrobo.

Vida marinha por todo lado…

Ah, em Algarrobo está o complexo San Afonso del Mar que possui a maior piscina do mundo.

Além da ocupação humana, foram encontrados fósseis no litoral de Algarrobo que comprovam a vida animal 80 milhões (milhões mesmo) de anos atrás… Em seus mares vivida o Elasmosauro.

Pensar que nosso planeta tem milhões de anos e que nos últimos 200 anos estamos destruindo tudo isso dá uma sensação esquisita.

Visitamos também uma feira de artesanatos, mas não curti muito… Esperava objetos mais artísticos e no fim das contas era só mais uma tentativa de vender qualquer coisa.

Então, voltemos à praia e no caso de “El Canelillo”, vc precisa passar pelo parque Canelo antes de chegar à praia!

A praia de Canelillo é mais próxima do que estamos acostumados: areia com guarda sol e aquele cenário divertido.

Ah, o que o pessoal gosta de beliscar num role assim? Palmeiras. Nenhuma ligação com o time, é esse … biscoito ou torta assada feita de farinha, margarina e açúcar.

Enfim… Viver alguns dias em Algarrobo foi uma experiência incrível com muito descanso em meio a essa mistura rochas e água do Oceano Pacífico!

Só não se esqueça que estamos em área de risco de Tsunami… A cidade indica rotas de evacuação por toda a praia.

Mas, começando com essa mesa de “MeteGol”, com um punk de volante, vamos começar a falar do futebol local!

Nossa primeira parada foi para matar a curiosidade e saber se a Mirasol chilena também tem um time de futebol como a cidade do interior paulista.
Por isso nos dirigimos ao Estádio José Orlando Gonzalez, inaugurado em 1951 e…. Morto em 2019? Parece até uma lápide…

Um dos times que manda seus jogos no amador no Estádio José Orlando Gonzalez é o Club Deportivo Unión Mirasol, cuja data de fundação talvez explique parte daquela “lápide” no estádio: 4 de maio de 1951!

Outro time que manda partidas ali é o Club Deportivo Unión San José:

Até onde consegui pesquisar, os dois times jamais estiveram em competições profissionais e atualmente se dedicam muito às categorias de base e têm um bom estádio para isso, com gramado artificial:

A outra data que aparece na já citada “lápide” (2019) pode se referir à ultima grande reforma pelo qual o estádio passou…

Oito times fazem parte da Associação de Futebol de Algarrobo:

A curiosidade maior era para conhecer o Estádio Municipal de Algarrobo, utilizado por alguns times em disputas profissionais das divisões de acesso do futebol chileno.

Um dos times que mandou seus jogos no Municipal pelas divisões de acesso foi o Rayo del Pacífico, fundado em 13 de janeiro de 2006.

Olha aí o time postado no Estádio:

Em 2006, jogou a Terceira chilena ao lado de outras 6 equipes da região:

O Rayo termina a competição em 5º lugar, e abandona o profissionalismo no ano seguinte.
O outro time a mandar partidas oficiais aí é o Club Coliseo FC, fundado em 15 de novembro de 2022.

No ano seguinte, disputa a Terceira Divisão B Chilena (equivalente ao quinto nível do futebol) no grupo Norte.

Em 2024, terminou o campeonato muito mal sendo rebaixado e paralisando suas atividades…

E estas duas equipes (Coliseo e o Rayo) mandavam seus jogos aqui, no Estádio Municipal de Algarrobo!

Ali no fundo uns caminhões, cenário que lembra o Estádio do Nevense:

Mais uma arquibancada oldschool registrada!

Lembra um estádio do interior paulista, com gramado natural e uma arquibancada de madeira com cadeiras parafusadas.

Olhando do lado onde existe uma estrutura administrativa, aqui vê se o gol da direita:

O gol da esquerda, onde pode se ver outra estrutura ao fundo que é o ginásio municipal:

Olha ele aqui:

E o meio campo, com uma mistura simpática de cores e formatos de arquibancadas:

De perto da pra ver que as que estão mais ao canto ainda são aquelas estruturas metálicas que recebem tábuas da madeira para sentar.

As do lado direito tem uma parte com cadeiras padrão “quase” FIFA:

O banco de reservas:

Do outro lado, de onde fiz as primeiras fotos, também tem um pequeno lance de arquibancadas e uma estrutura que funciona como a administração do local.

Mais um estádio interessante e que recebeu partidas oficiais pelas divisões de acesso para a nossa lista!

Dê uma olhada para ver se faltou eu registrar algo:

Achei curioso esses pássaros que vivem no campo, tão diferentes dos que estamos acostumados, embora aqui também existam muitos quero-queros:

Um último olhar pra memorizar essa tarde inesquecível…

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O Estádio Elías Figueroa Brander e o futebol em Valparaíso (Rolê pelo Chile – parte 2 de 9)

Janeiro de 2025.
Ainda falando do rolê pelo Chile, após curtirmos Viña del Mar (veja aqui como foi), suas praias, cultura e seu futebol, é hora de conhecermos a vizinha Valparaíso, uma das cidades mais antigas do país, capital da homônima Província e sede do Estádio Elias Figueroa Brander, a casa do Santiago Wanderers.

Como você deve imaginar, Valparaíso também é uma cidade litorânea.

Mas Valparaíso não tem uma cultura tão forte de praias, está mais pra uma cidade portuária.
Banhada pelas gélidas águas do pacífico, a baía de Valparaíso, assim como Viña del Mar, foi habitada por milhares de anos por outros povos.
Quando da chegada dos espanhóis, o povo Changos, exímios pescadores, que utilizavam balsas de pele de lobo marinho, é que estava por lá.

O primeiro contato dos espanhóis foi em 1536 com a chegada de Diego de Almagro e seu pelotão.

Eles batizaram a baía como Valparaíso, e ainda no século XVI foi construído o porto aproveitando as características naturais do litoral, enquanto expulsavam o antigo povo Chango de suas terras milenares…

Em 1559, foi erguida uma capela onde hoje fica a igreja matriz e com ela, a região passou a receber seus primeiros moradores que utilizavam o porto para exportar vinho, sebo, couros e queijos para o Peru.

Com a independência chilena e a declaração de liberdade de comércio, Valparaíso foi declarado como porto franco (onde mercadorias podem ser depositadas sem ser taxadas).

Valparaíso tem uma topografia bem exclusiva: 44 colinas em frente ao mar, sendo que das 300 mil pessoas da cidade, 280 mil vivem no alto das colinas.
Não a toa, os elevadores se mostram tão importante e quando um deles é fechado, é compreensível a revolta da população.

Aqui é a parte de baixo da cidade, com a praça Sotomayor o principal ponto da região e onde as pessoas se concentraram durante o ano novo.

As ruas ao redor guardam uma arquitetura que parece estar parada no tempo, dando um aspecto bem legal.

Já no século XIX, Valparaíso recebeu muitos imigrantes, dando a ela um caráter cosmopolita e andar nos seus diferentes “Cerros” é uma mistura de experiências, em especial o Cerro Concepción, cheio de grafites pelas ruas…

Como se pode ver, o Cerro Concepción é uma verdadeira galeria a céu aberto.

Ainda na parte baixa da cidade, muitas manifestações pró Palestina.

Cruzamos com muitos punks e skins, ao mesmo tempo que curtimos a cidade e sua natureza. Olha que árvore linda!

Ah, senhor Simon Bolivar, que preazer encontrar o senhor por estas ruas…

Falar de Valparaíso é falar de futebol, e o time que defende as cores da cidade é o Club de Deportes Santiago Wanderers, fundado em 15 de agosto de 1892, pô, século RETRASADO!!!

Até entendo que o o nome em inglês reflete a força da imigração britânica para a cidade, mas sempre me questionei porque “Santiago”… E a resposta é que o nome diferenciava o clube de outra equipe citadina o Valparaíso Wanderers, que já nem existe mais. Muitas vezes foi levantada a ideia de substituir “Santiago” por “Valparaíso” mas nunca chegaram em uma decisão nesse sentido.

O Santiago Wanderers começa a montar suas equipes de futebol em 1897, sendo membro fundador da Asociación Profesional Porteña e juntando-se, em 1944, à Asociación Central de Fútbol (ANFP desde 1987).
O primeiro título de Campeão Chileno veio em 1958 (foto do site Memória Wanderers):

No ano seguinte, sagrou-se Campeão da Copa Chile em 1959:

Novamente levantou a Copa Chile, em 1961:

O segundo título do Campeonato Chileno veio em 1968 (Foto do site Memória Wanderers), com o time:

Em 1977 foi rebaixado para a 2ª divisão, da qual sai campeão no ano seguinte (1978):

Depois são quase 20 anos sem títulos até mais uma vez sagra-se campeão da 2ª Divisão em 1995:

Mas em 2001, o time volta a sagrar-se campeão chileno da 1ª divisão.

Em 2017, o Santiago Wanderes é mais uma vez campeão da Copa Chile.

Porém desde que foi rebaixado em 2022 segue na luta pelo retorno à divisão de elite do futebol chileno.

O Santiago Wanderers manda seus jogos no Estadio Elías Figueroa Brander, e fomos lá para registrar mais este templo do futebol.

O Estádio também é conhecido como “Playa Ancha” e entre tantas alegrias, o povo chileno faz questão de manter viva a lembrança de um momento triste para que ele nunca se repita: a ditadura militar.
Milhares de homens e mulheres foram presos e torturados vivendo uma rotina de terror no então estádio de Playa Ancha.

Outro desdobramento deste triste passado é que a barra brava do Wanderers é bastante ativa politicamente se posicionando como uma torcida antifascista.

O Estádio é ainda chamado de Regional Chiledeportes.

Antes de entrar no Estádio, achei legal dar uma volta em seu entorno e poder registrar esses quatro campos modelo “terrão” como aqui no Brasil, onde o futebol amador de Valparaíso pode se desenvolver bem pertinho do principal estádio da cidade.

Agora sim, é hora de adentrar ao Estadio Elías Figueroa Brander. Vamos ao campo!

O nosso tradicional registro do meio campo:

O gol da esquerda:

O gol da direita:

Um olhar geral:

Percebe que existe um certo padrão se comparado ao estádio de Viña del Mar? As cadeirinhas no padrão FIFA acomodam 23 mil torcedores, com um destaque para a bonita área coberta do estádio:

O Estádio foi construído em 1931 e passou por uma renovação em 2014.

Olha aí como o seu exemplo é importante…

Uma curiosidade é este pequeno “memorial” em pleno campo, do ex atleta Gustavo Poirrier, o “Laucha” que atuou no Santiago Wanderers na década de 80 e que faleceu em 4 de janeiro de 2003 enquanto jogava um amistoso em uma liga amadora em Nova York.

O Estádio recebeu ainda os jogos do Futebol nos Jogos Pan-Americanos de 2023.

Antes de ir embora, um registro dos adesivos das torcida em várias placas de identificação:

Um último olhar antes de irmos para a próxima parada: a praia de Algarrobo.

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