Em 2014, tivemos uma oportunidade incrível de passar uma virada de ano, em Colônia, na Alemanha!
Colônia é uma cidade super antiga, conhecida pela sua Catedral de estilo gótico, construída a partir de 1248, sendo hoje a quinta igreja mais alta do mundo e patrimônio da humanidade desde 1996.
Ali atrás da catedral passa o rio Reno, que percorre a Europa por mais de 1.233 km de sul a norte, até desaguar no mar do Norte, chegando ao Oceano Atlântico. O rio faz parte da história da humanidade desde sempre.
Durante a noite de reveillon os alemães ficam meio loucos e declaram uma espécie de guerra, tendo como armas garrafas e fogos de artifício, que são atirados na catedral, nos barcos que estão parados no rio Reno e entre eles, levando dezenas de pessoas aos hospitais.
Outro ponto curioso desse rolê é que eles tem uma igreja dedicada a Santo André e fomos visitá-la:
Depois de participar das festividades de fim de ano, fomos conhecer e registrar um pouco do futebol local visitando o estádio local, o “Rheinenergie-Stadion“.
O Rheinenergie-Stadion (que nome hein…) é a casa do 1. Fussball-Club Köln mais conhecido como 1. FC Köln, ao qual chamamos aqui no Brasil, simplesmente de Colônia.
O time foi fundado em 13 de fevereiro de 1948 e nasceu da fusão dos clubes: Köln BC 01 e SpVgg Sülz 07 e foi campeão alemão três vezes, e quatro vezes da Copa da Alemanha.
Em 1986, o FC Köln foi vice-campeão da Copa da UEFA em 1986.
A cultura ultras parece bem presente nos arredores do estádio pelos adesivos que encontramos:
O FC Köln é membro fundador da Bundesliga e primeiro campeão, na temporada 1963-64.
Seu maior rival é o Borussia Mönchengladbach.
Esse estádio foi inaugurado em 1923, na época sob o nome de Müngersdorfer Stadion.
O RheinEnergieStadion é uma dessas grandes arena, e infelizmente estava tudo fechado, impossibilitando nossa entrada.
Quem sabe um dia a gente cola no estádio pra pegar um jogo?
A 208ª camisa registrada no blog pertence ao Newcastle United Football Club, time de Newcastle Upon Tyne, e que manda suas partidas no St. James’ Park, localizado no centro de Newcastle, e que tem atualmente capacidade para 52.305 pessoas.
O clube foi fundado em 1892 após a fusão de dois clubes locais: o Newcastle East End Football Club e o West End Newcastle Football Club. Seus torcedores se auto denominam como o Toon Army.
Antes de cada jogo em casa, a equipe entra em campo com a música Local hero.
Tem uma rivalidade de longa data com o Sunderland, com o qual contesta o Tyne – Wear derby desde 1898.
Além desse, o Middlesbrough, com quem disputa o clássico Tyne–Tees derby.
São mais de 90 temporadas na primeira divisão, tendo conquistado títulos do Campeonato Inglês em 4 temporadas, o primeiro deles em 1904–05:
Depois em 1906–07:
Em 1908–09:
E por fim, 1926–27:
Além disso, também foi campeão da Copa da Inglaterra nas temporadas 1909–10, 1923–24, 1931–32, 1950–51, 1951–52 e 1954–55, além da Super Copa de 1909.
Depois de ser rebaixado em 2009, o clube foi posto à venda, mas não conseguiu encontrar um comprador. Porém, em 2021, o Newcastle anunciou a aquisição do clube por 300 milhões de libras pelo consórcio formado pela PCP Capital Partners, a RB Sports & Media, e liderados pelo Public Investment Fund, fundo estatal administrado pelo governo da Arábia Saudita, tornando-o um dos clubes mais ricos da Premier League.
A 204ª camisa do site veio de uma de nossas viagens pela Espanha. Além de visitar a capital Madrid, visitamos Barcelona, Bilbao, Zaragoça, Valência e Toledo. Enquanto não temos uma seleção oficial da Catalunha, do País Basco ou mesmo de outras regiões que lutam por sua independência, a seleção da Espanha acaba sendo a representante do país no futebol, organizada pela Real Federação Espanhola de Futebol.
A RFEF é uma das confederações fundadoras da FIFA e um dos países com mais participações em Copas do Mundo, tendo como grandes destaques o time masculino campeão de 2010:
E o feminino, campeão de 2023:
A Espanha conquistou 3 medalhas de prata nas Olimpíadas (1920, 2000 e 2020), mas também conquistou uma de ouro nas Olimpíadas de 1992. Foto: FIFA/Arte: O Futebólogo
Tivemos a oportunidade de visitar a Espanha algumas vezes e assim pudemos conhecer alguns times locais, como o CE Europa (clique aqui e veja mais):
O gigante Santiago Bernabeu também recebeu nossa visita, mas acabo de perceber que até hoje não fiz um post sobre esse estádio…
Olha, que boa surpresa!
Percebi que nunca postei as fotos da aventura em Nice, na França, um rolê que fizemos no final de 2015, numa época em que ainda se podia viajar mundo afora sem medo de morrer de Covid…
Então vamos lá! Conhecer um pouco da cidade, que eu confesso que jamais havia pensado em conhecer.
Nice é uma baita cidade, a quinta mais populosa da França, com cerca de 1 milhão de pessoas.
Nice fica numa região litorânea chamada Costa Azul (Côte d’Azur), às margens do mar Mediterrâneo e é um lugar muito bonito.
Mas como você pode ver pelas fotos, faz bastante frio, mesmo quando sai sol.
No vídeo dá pra ter uma ideia melhor do lugar:
A água é de uma transparência única!
Mesmo com frio, não podia perder a oportunidade de entrar no Mar Mediterrâneo… Ainda que com uma bermudinha térmica bastante esquisita e que uso até hoje.
A região é habitada há mais de 400 mil anos, mas sua história moderna começa por volta de 350 A.C., quando os gregos de Marselha fundaram um povoado denominado por eles de Niceia, em homenagem a Nice, deusa da vitória.
Atualmente, Nice é um lugar de europeu rico, lembro que só na época da viagem fui perceber que fica pertinho de Mônaco. A região acabou se tornando um ponto de viagem principalmente para ingleses, a partir de 1750. Daí surgiu a sua principal avenida beira-mar: a Promenade des Anglais (Passeio dos Ingleses).
Do alto do morro, dá pra ver melhor:
Estamos na chamada Colina do Castelo. Em tempos remotos, o nível do mar era bastante mais alto e a colina era uma ilha.
Mas estar no litoral também tem seus problemas, por exemplo, em 1543, Nice foi atacado pelo pirata turco Barbarroja que pilhou a cidade e ainda fez 2.500 escravos de seus habitantes.
Embora, como eu disse, seja uma cidade bem focada no turismo de gente endinheirada, ela oferece um monte de opções para gente com grana contada, como a gente, encontramos vários mercados e feiras de rua.
Pra quem é brasileiro e está acostumado com a nossa violência urbana, essas cidades turísticas europeias são uma coisa muito loca… Parece um mundo de faz de conta, onde você praticamente não vê nada de errado.
E existe uma baita cena cultural por lá. Teatros…
Quadrinhos…
Museus…
Aliás, o museu tem uma área externa aberta, que permite uma vista linda da cidade, e o fim do dia estava animal!
E muita feirinha de fim de ano, com comidas típicas…
Eles tem muitos doces de frutas cristalizadas…
Muitas verduras, legumes…
Queijos esquisitos…
Também tem muitos temperos diferentes…
Olha que pães lindos…
Olha a cor dessa toranja!
Embora aqui no Brasil a gente tenha um clima que permita a produção de muitas frutas, lá na gringa, os caras tem mais orgulho delas como alimento, sabe? É algo “chique, bacana e inteligente” comer uma maçazinha…
Uma coisa que na época chamou a atenção eram os caixas automáticos, onde o próprio cliente paga suas compras.
Aqui, a estação ferroviária de Nice!
Como herança dos gregos que ocuparam a região, ficou a paixão pelo azeite…
E tinha esse espelho d’água que fazia a alegria das crianças…
E aí, lá no meio dos comes e bebes… Um detalhe me fez lembrar que além de muita festa, a cidade de Nice também tem sua paixão pelo futebol!
Estamos falando do Olympique Gymnaste Club de Nice Côte d’Azur, ou simplesmente OGC Nice, ou apenas Nice.
O OGC Nice foi fundado em 9 de julho de 1904, e começou a ter futebol entre suas atividades a partir de 6 de julho de 1908. O time foi um dos membros fundadores da primeira divisão francesa (agora chamada de “Ligue 1“), e em 2021, segue nela. Se liga no naming rights da Ligue 1:
Da primeira temporada inaugural da Ligue 1 (1932-33) até hoje, muita coisa aconteceu, o mundo mudou, surgiu a Internet, a pandemia… Mas o clube escreveu seu nome na história ao conquistá-la 4 vezes lá nos anos 50 (nas temporadas 1950-51, 1951-52, 1955-56 e 1958-59).
Veja o time de 1951 (todas as fotos abaixo estão no site Olympique de Marseille Forever), com o goleiro gordinho e tudo:
Aqui, o time de 1952, que conquistou o bicampeonato francês:
Esse foi o time de 1956:
E esse o time que conquistou o último título (ao menos até 2021):
Além disso, o OGC Nice conquistou a Copa da França por três vezes (1951-52, 1953-54 e 1996-97). Esse foi o time que conquistou em 1997 o seu último título expressivo:
Infelizmente, dias depois de ganhar a Copa da França, foi rebaixado pra segundona do frances, onde ficou até 2001…
O time faz o “Derbi da Costa Azul” com o Cannes.
No centro da cidade encontrei uma loja do time, mas como podem imaginar, os preços inviabilizaram grandes aquisições e apenas uma flâmula veio pro Brasil…
Mas a loja oferece uma série de opções: camisas, cachecois e até ursinho de pelúcia…
E a loja também apresenta em suas paredes um pouco da história do rubro negro francês!
O ambiente da loja é bem bacana, quase como um museu do time…
Até um sofazinho pra um relax…
Mas já que estamos em Nice… Que tal um pulo até o Estádio do OGC Nice? Vamos dar uma olhada no mapa dos trens locais…
Pouco tempo depois, baixamos mais ou menos perto do Estádio Allianz Riviera, a casa atual do OGC Nice!
A Allianz Riviera foi construído para ser sede na UEFA Euro 2016.
Lembrando que a Euro daquele ano reservou um monte de quebra pau com ultras franceses, hooligans ingleses e principalmente russos. E Nice, infelizmente não ficou de fora, reunindo em uma mesma briga torcedores do OGC Nice, da Irlanda e da Polônia.
Mas até 2013, o OGC Nice mandava seus jogos no Stade du Ray, um estádio que devia ser maravilhoso, como dá pra ver pelas fotos do próprio site do OGC Nice.
Imagina nos anos 50, quando o OGC Nice papou aquele monte de títulos, como devia ficar a atmosfera do lugar…
E além de tudo era super diferente, olhas os aneis que se formavam abaixo da arquibancada!
Como dá pra ver, o Estádio ficava bem no meio da cidade… E provavelmente não resistiu à especulação imobiliária e acabou demolido em 2016.
Em seu lugar… Surge esse fantasma da modernidade… A arena.
A mudança não parece ter sido muito fácil para a torcida local, no jogo de estreia da arena a torcida local fez um mosaico com a expressão RIP (Rest In Peace), típica dos túmulos, nos cemitérios.
De qualquer forma, aí está mais uma bilheteria para a nossa coleção!
Também há uma loja oficial no entorno do estádio:
Dá uma olhada no seu entorno:
A verdade é que nem tem cara de estádio…
A capacidade da Allianz Riviera é de 35.624 torcedores.
A Wikipedia tem uma página do estádio onde disponibiliza uma foto da parte interna do estádio:
Claro que sendo uma arena, a entrada fora de horários específicos é proibida…
Assim, só o que nos restou foi fazer algumas fotos da fachada do Estádio.
Ah, o estádio não é particular, pertence à Prefeitura de Nice. Junto a ele está o Museu Nacional do Esporte:
Assim, sem grandes emoções nos despedimos de mais um palco do futebol internacional.
Não podia deixar de lembrar que menos de um ano depois de termos visitado a cidade, Nice sofreu um atentado. Em 14 de julho de 2016, feriado da Bastilha, uma data super importante pros franceses, um caminhão atropelou uma multidão no momento da queima de fogos, matando 84 pessoas. Que o sol siga brilhando naquele lugar tão bonito…
E lá se vão 5 anos desde um dos rolês mais legais que já fizemos! Em dezembro de 2015, fomos para a Espanha e conseguimos pegar um trem até a Estacion Abando Indalecio Prieto, porta de entrada de Bilbao!
No caminho, ainda passamos uns dias em Zaragoça (veja aqui como foi). O visual até Bilbao foi lindo… Paisagens que talvez a gente nem imagine quando pensa na Europa…
A minha espectativa em relação a Bilbao era enorme… Cresci escutando as bandas punks de lá, como o Eskorbuto.
Ou o Kortatu…
A cidade tem lugares muito bonitos…
Muito dessa beleza é graças ao “rio de Bilbao” (também conhecido como rio do Nervión ou do Ibaizábal), que atravessa Bilbao, dividindo a cidade em duas: à direita, o Casco Viejo ou Siete Calles (“Sete Rúas”) e, à esquerda, o Ensanche.
Aproveitamos pra conhecer um pouco dos museus da cidade.
Pra quem não sabe, o País Basco é considerado um país a parte da Espanha, tal qual se consideram os Catalães de Barcelona, e por isso, a arte local sempre foi muito influenciada por este sentimento de independência.
A arquitetura de Bilbao guarda muita coisa do passado.
Mesmo as coisas comuns ao nosso dia a dia aqui em Santo André ganham outro olhar quando a gente viaja…
A cidade de Bilbao sofreu grandes problemas ecológicos e sociais com a chegada das siderurgicas ainda no fim do século XIX, e pra tentar se reconstruir, passou a se investir muito em cultura, então em quase todo lugar você encontra intervenções artísticas.
O Museu que melhor representa esse renascimento da cidade é o Guggenheim.
Embora possua vários prédios, a cidade é bastante arborizada e tem um aspecto menos “sufocante” do que as tradicionais capitais.
Bilbao é a capital do território histórico da Biscaia e em 2019 tinha 346 843 habitantes.
A área metropolitana de Bilbau se estende ao longo do rio de Bilbao e do rio Nervión.
O principal núcleo urbano de Bilbao é rodeado por duas cadeias montanhosas, aliás, por estar no meio das montanhas alguns locais chamam carinhosamente a cidade de “o buraco”.
A cidade foi fundada no início de século XIV, e graças ao porto, logo se tornou um importante centro comercial e assim como quase toda a Europa, ao longo do século XIX teve as influências da revolução industrial.
A primeira povoação da cidade é o atual e charmoso bairro do “Casco Velho”.
Fomos caminhando pela cidade até esse charmoso bairro, o que nos permitiu conhecer diversos espaços da cidade, como a antiga estação.
O Casco Viejo é conhecido pelas “7 ruas” e pouco antes de chegar lá está a Igreja de São Nicolau (de 1756), em estilo barroco.
Existe toda uma discussão em torno da independência do país basco e sua traidcional bandeira é vista em diversos lugares, como forma de reforçar o orgulho basco!
O bairro mais legal da cidade é o Casco Viejo, um bairro medieval, com ruas estreitas cheias de bares e tavernas.
Existe uma forte politização dos jovens, refletida pelos adesivos espalhados pela cidade!
E os bares misturam comida, bebida, música…
A cidade é mesmo única!
Achei um LP do Penadas por La Ley, banda argentina que já tocou com a gente aqui no ABC!
A rua mais famosa do Casco Viejo é Barrenkale Barrena.
E foi ali que comecei a sentir um pouco do gosto do futebol local, com o restaurante da Pena Athletic (pena é o nome para “torcida” lá).
Comida boa e futebol eternamente.
Bandeiras nas janelas…
Fizemos um passeio meio doido caminhando por algumas horas até chegar num bazar alternativo. Foi bacana porquecruzamos boa parte da cidade.
Lá chegando já nos animamos ao ver em um muro um grafite em homenagem ao histórico militante Periko Solabarria.
E esse era o bazar!
Na volta do role ainda achei uma loja onde pude comprar um clássico do Eskorbuto em vinil!!!
Po, e achamos uma loja de boinas….
Mas… Também estávamos ali por uma paixão futeboleira: o time do Athletic Club Bilbao, cujo distintivo faz referências a 3 ícones bascos: 1) Árvore de Guernica (que sobreviveu aos bombardeios durante a Guerra Civil Espanhola), 2) Igreja de Santo Antão e 3) Ponte de Santo Antão, atravessada pelo rio Nervión.
O Athletic Club, também conhecido como Athletic Bilbao foi fundado em 1898 e junto com toda essa cultura que vimos pela cidade, colabora para a afirmação da identidade basca, pra se ter ideis, o time ainda não contrata atletas estrangeiros (nem mesmo espanhois). O mascote do clube é um leão.
E pra conhecermos mais do time fomos até o Estádio de San Mamés!
O “novo” Estádio San Mamés foi reconstruído, na área onde ficava o antigo estádio de mesmo nome (mas conhecido como La Catedral). Nele, cabiam 40.000 torcedores, mas foi demolido em 2013 e dele só restou seu arco, construído em 1953 como um marco da edificação original!
O time foi fundado por britânicos (por isso o nome é em inglês) e posicionou-se como reação à opressão franquista, nos tempos de guerra civil espanhol.
Pouca gente sabe, mas o Atlético de Madrid surgiu como uma filial da equipe basca na capital espanhola.
Voltando a Bilbao, infelizmente o estádio estava fechado para visitas internas.
Uma bilheteria a mais pra nossa conta!
O estádio tem uma vista incrível, localizado às margens do rio!
O Athletic Bilbao foi um dos últimos times a não contar com uniforme patrocinado.
Infelizmente não conseguimos uma visita ao estádio, mas deu pra curtir o visual!
O Athletic nunca caiu pra segunda divisão e só fica abaixo de Barcelona e Real Madrid em número de títulos.
Hey, dá pra ver um pouco da parte interna por aqui…
Mas vale pegar uma foto do site oficial do time, para se ter ideia do tamanho do Estádio San Mamés e sua capacidade de 53.289 torcedores.
Hora de ir embora.
Olha a decoração do muro nas proximidades do Estádio:
Um último registro e… voltemos à realidade da pandemia…
Lisboa, Leiria, Coimbra,Aveiro, Santarém e Fátima, além de um post sobre o jogo entre o Estoril e o Feirense vamos falar sobre um lugar mágico pra nós: Vouzela.
Uma cidade pequena, mas cheia de história…
Pra nós, a maior importância de Vouzela, é que ela é terra de João Ramalho, que fundou a vila de Santo André, além de ter casado com a índia Bartira e assim constituir uma importante união com o povo indígena da região, além de ser o mascote do EC Santo André.
Vouzela é uma vila portuguesa do distrito de Viseu, onde vivem cerca de 10 mil pessoas.
Surge da separação do Distrito de Lafões, em 1836 em duas cidades (Vouzela e São Pedro do Sul) e seu nome vem do encontro de dois rios: o Vouga e o Zela.
Vouzela é chamada de “o Coração do Centro”, e é uma cidade bem diferente. Pequena, mas com muita personalidade.
A origem da povoação do local remota ao século XI, embora tenham encontrado fragmentos de cerâmica romana que comprovaria uma povoação anterior.
Uma das mais antigas construções é a Igreja de Nossa Senhora da Assunção, a Matriz de Vouzela, que teria funcionado como mosteiro anteriormente.
Ali do lado da igreja, ali, em cima do meu ombro direito, tem uma lojinha de doces…
E lá (e em outro lugares) vendem-se os deliciosos “Pasteis de Vouzela”:
Caminhar pela cidade é encontrar paisagens bucólicas, uma verdadeira volta ao passado…
Existia uma linha de ferro que levava o trem até a cidade, e embora esteja desativada ainda mantém a maria fumaça em exposição.
Ao fundo a ponte por onde a estrada de ferro chegava à cidade.
Ali dá pra ver como tudo é pertinho…
Outra igreja antiga é a da Misericórdia, que começou a ser construída em 1593.
Ali bem perto, está a Torre de Vilharigues, uma das torres medievais remanescentes na região.
A gente ficou num hotel chamado “Hospedaria Casa Museu“, bem legal!
E olha que lindo por do sol a gente pode curtit por lá…
Mas a nossa missão em Vouzela era mais do que registrar o futebol local. Estávamos munidos de bandeira, camisa e uma carta em nome do presidente do EC Santo André, homenageando a cidade e apresentando o clube, que tem João Ramalho como mascote.
Assim, lá fomos nós para a câmara municipal, entregar esse material para os representantes oficiais da cidade (o “prefeito” estava em férias, então combinamos de entregar para uma vereadora).
E, claro, registramos o momento da entrega para a Carla.
Acabamos ganhando uma carona até o Parque Desportivo Municipal das Chãs.
O Estádio Municipal das Chãs é a casa da “Associação Os Vouzelenses“.
A Associação Os Vouzelenses foi fundada em 1930, sendo o clube mais antigo da região.
O time nasceu como um “parceiro” do Sporting, de Lisboa, tanto que por muitos anos jogaram de verde e branco como o time da capital. Aqui, uma das primeiras formações:
O time atualmente joga a primeira divisão do Campeonato Distrital (na AF Viseu) e possui uma página ativa no Facebook, para quem quiser maiores informações. Mas, vamos conhecer a sua casa!
Demos um jeito de fazer umas fotos lá dentro, mesmo que a visão esteja um pouco restrita pela neblina.
O campo tem uma bela arquibancada coberta em uma das laterais.
Olha como tava o campo na hora da visita:
Mais um momento histórico, vendo o brasão de Santo André em campo lá em Vouzela!
Uma pena que a única época do ano que podemos viajar é o fim do ano, o inverno europeu… Em épocas mais quentes (e claras), aqui veríamos o gol da esquerda.
E aqui, o da direita!
Com a missão cumprida em Vouzela, decidimos dar um pulo na vizinha Viseu, mais uma linda cidade de Portugal. Ali no centro histórico, há uma estátuda de Dom Duarte I, o rei de Portugal que faleceu após uma tentativa frustrada de invadir Tânger, em Marrocos.
A cidade tem um grande centro comercial e bastante trânsito. Tanto que chegamos a nos perder pelas várias rotatórias que existem…
Passamos pela Igreja dos Terceiros de São Francisco, um templo da segunda metade do século XVIII.
Passamos ainda pela Diocese de Viseu, que data do século VI…
Ea Capela de Nossa Senhor dos Remédios. Sim, passear por Portugal envolve muitas visitas à Igrejas.
Também tem muita construção histórica em Viseu, como a “Porta do soar”, um trecho da antiga muralha da cidade.
E o futebol também se faz importante na cidade, por meio do Acadêmico de Viseu Futebol Clube.
O Académico de Viseu CC foi fundado em 1914, como Clube Académico Futebol Clube e já participou em 4 campeonatos da Primeira Divisão Nacional graças a um processo de integração com a “Associação Grupo Desportivo Farminhão“.
Depois de 2 temporadas no distrital o Académico de Viseu FC subiu à III Divisão Nacional em 2009, depois, em 2013 obteve o acesso à Segunda Liga. O time manda seus jogos no Estádio Municipal do Fontelo.
Mais uma bilheteria pra nossa coelção!
O Estádio Municipal do Fontelo fica no Parque Desportivo Municipal do Fontelo, na região central da cidade de Viseu.
O estádio foi inaugurado em 12 de junho de 1928, e em novembro daquele ano recebeu seu primeiro jogo oficial. É um estádio muito bonito, com uma cor laranja que dá a ele uma baita vida. Gostoso estar ali!
A arquibancada coberta e a área para a imprensa ficam em uma das laterais do campo.
O estádio chegou a ter capacidade para cerca de 30.000 torcedores, mas atualmente limita-se a 12.000. Vamos dar uma olhada no vídeo que fizemos lá dentro:
O estádio possui uma bela pista de atletismo com piso sintético.
A arquibancada circunda o campo todo.
Sem dúvidas, o estádio merece receber os jogos da primeira divisão! Todos os detalhes muito bem cuidados…
Olha aí o banco de reservas!
O nome da cidade defendido pelo time e presente na arquibancada!
Enfim… Mais uma honra pra nós em conhecer um estádio tão bacana!
Pelo youtube você pode conhecer um pouco da cultura da bancada local:
O time tem até uma loja oficial no Shopping do centro da cidade.
Dá até pra ver como é bonita a camisa do time (o Shopping é o patrocinador do time).
Pra quem gosta de ônibus de time de futebol (por onde andará o amigo Anderson, de Curitiba, que colecionava fotos assim), ta aí o do Acadêmico Viseu FC.
Sigamos pelas ruas de Viseu…
Lisboa, Leiria, Coimbra e Aveiro, além de um post sobre o jogo entre o Estoril e o Feirense vamos dar uma rápida pincelada pelo futebol de duas cidades que a gente só fez uma rápida parada, começando por Santarém.
A cidade está situada na província do Ribatejo, onde vivem cerca de 30 mil pessoas e cuja história remota a tempos antigos, tendo sido visitada por Fenícios e Romanos. As primeiras habitações datam do século VIII.
Está é o centro da cidade, com a igreja ao fundo.
Estivemos na cidade para conhecer o Jardim da Porta do Sol.
É ali que se encontram os resquícios da muralha da cidadela, da época romana, com um visual único, principalmente numa manhã nublada como a que fazia no dia da nossa visita…
Há uma bela estátua de D. Afonso Henriques (Afonso I “o Conquistador”), o primeiro Rei de Portugal e que tanto lutou contra os mouros.
Como foi uma passagem rápida, nem deu pra visitarmos o “Campo Chã das Pedras“, a casa da União Desportiva de Santarém, o time local.
A União Desportiva de Santarém foi fundado em 1969 da união do Sport Grupo Scalabitano “Os Leões” (de 1911) com o Sport Grupo União Operária. Aqui, o time campeão na temporada 2018/19:
O time mana seus jogos no Estádio Campo Chã das Padeiras e como não conseguimos ir até lá, seguem umas fotos das redes sociais do time e do próprio estádio:
O estádio foi inaugurado em 1950, e possui até uma bela arquibancada coberta de onde a torcida assiste às glórias do UD Santarém!
Outros assistem deste lado e conseguem registrar até a comemoração dos gols!
Um olhar de outro ângulo:
E pra quem ficou curioso sobre o que existe do outro lado, aí está: uma arquibancada descoberta! Somadas, a capacidade do estádio chega a 5 mil torcedores!
Uma pena que não tenha dado tempo de ir comhecer o estádio pessoalmente… Assim como não pudemos conhecer pessoalmente a casa do Centro Desportivo de Fátima!
Estivemos na cidade pra conhecer o Santuário de Fátima.
O Centro Desportivo de Fátima foi fundado em 1958. e manda seus jogos no Estádio Municipal de Fátima, e desde 2019 denominado “Estádio Papa Francisco”.
O Estádio tem capacidade para pouco mais de 2 mil torcedores e foi inaugurado em 2005, num jogo entre o CD de Fátima e o FC Porto.
Possui uma bancada coberta e um grande arco descoberto.
Em 2006/2007, o clube alcança o 1º lugar da 2º Divisão B na Série C, tornando-se na primeira equipa do distrito de Santarém a participar na Liga de Honra. O time de 2020:
Existe ainda um segundo estádio utilizado que também leva o nome de um papa: o Estádio Papa João Paulo II (imagem do site https://www.ogol.com.br):
O estádio também recebe jogos do CD Fátima.
E também possui sua arqubancada coberta.
A 192ª camisa de futebol apresentada no As Mil Camisas veio do nosso rolê pelo leste europeu, e é uma camisa “celebrativa” da Bulgária. comprei pensando que fosse ao menos uma réplica da camisa da seleção, mas sequer possui o distintivo da Federação Búlgara e sim o brasão do país.
Já escrevemos sobre nosso rolê por Sófia e o futebol local (clique aqui e leia se tiver curiosidade).
Além de toda história do futebol local, a seleção búlgara marcou a minha geração (quem nasceu no fim dos anos 70) com o time de 1994, que chegou em 4º lugar na Copa do Mundo.
Na época, o mundo todo se apaixonou por Hristo Stoitchkov, que terminou como artilheiro da Copa do Mundo.
Mas a seleção da Bulgária tem ainda uma outra relação comigo, é que em 1976, eles estiveram no Brasil e jogaram um amistoso contra o EC Santo André, que terminou em 0x0.
Enfim, aí estão os “demônios da Europa”!!
Depois de falarmos um pouco sobre as aventuras boleiras em Lisboa e em Leiria, além de um post sobre o jogo entre o Estoril e o Feirense, aí estamos nós… Em frente ao imponente rio Mondega, para conhecer a belissima cidade de Coimbra! A cidade é dividida entre parte alta e baixa e possui uma série de ruas estreitas, que levam a igrejas, construções e arcos medievais.
Com pouco mais de 105 mil habitantes, Coimbra é a maior cidade da região central de Portugal, conhecida principalmente pela histórica Universidade de Coimbra, uma das mais antigas da Europa, fundada em 1290 por D. Dinis (por isso a estátua em frente aos prédios universitários).
Coimbra foi capital de Portugal até 1255, e por isso mesmo, repleta de história por suas ruas e construções, como o Mosteiro de Santa Cruz, fundado em 1131 pela Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, com o apoio de D. Afonso Henriques e de D. Sancho I, que nele se encontram sepultados.
Olha como é lá dentro:
Dentro da igreja tem uma incrível coleção de azulejos, onde se pode ver momentos da história de Portugal.
E você ainda pode passear pelo claustro do mosteiro
Coimbra surgiu de uma cidade romana chamada “Conímbriga”. Em 711 os mouros passaram a denominá-la Kulūmriyya, e passou a ser um ponto de contato entre o norte cristão e o sul árabe.
Com o surgimento do Condado Portucalense, o conde D. Henrique e a rainha D. Teresa passaram a viver em Coimbra (reconquistada pelos cristãos) e ali nasceria D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal. Nesse mesmo século (XII) era entregue a Igreja de São Tiago (fica na Praça do Comércio).
Da época medieval ainda há muito o que se ver, e foi pra preservar estas construções e apresentar aos visitantes uma visão do passado é que surgiu o Núcleo da Cidade Muralhada.
Esta é a última das portas da cidade que ainda existem (as outras 4 embora não existam mais, tem o lugar onde ficavam sinalizado).
Andando por aí fomos cair na… rua da louca!! Meses depois percebi que na verdade essa trata-se da Rua da louça
A população de Coimbra é bastante politizada. Váras manifestações antifascistas pelas ruas.
Outra importante igreja da cidade é a Sé velha de Coimbra, única das catedrais portuguesas românicas da época da Reconquista a ter sobrevivido relativamente intacta até os nossos dias. Foi construída por D. Afonso Henriques ao ser declarado rei de Portugal e Coimbra tornar-se capital do reino.
Em 1185, foi coroado ali o segundo rei de Portugal, D. Sancho I.
O Museu Nacional de Machado de Castro é um dos mais importantes museus de Belas-Artes de Portugal. Foi assim denominado em homenagem ao destacado escultor conimbricense Machado de Castro.
Ao lado direito do museu, a Igreja Sé Nova.
Vimos muitas intervenções de vegans em Coimbra.
Assim como a Portuguesa Santista, o time local é chamado de Briosa, e dá nome a uma série de docerias e padarias.
Também passamos pelo Mercado Municipal D. Pedro V.
Bom, mas vamos em fim falar da paixão da cidade: a Associação Acadêmica de Coimbra.
O amor pelo time é espalhado pela cidade em forma de adesivos.
A Associação Académica de Coimbra – Organismo Autónomo de Futebol, time mais conhecido da cidade, fundado em 1887, sendo o mais antigo em atividade em Portugal.
A Académica é a detentora do troféu da 1ª Taça de Portugal de 1939.
Em 20/05/2012, conquistou a sua segunda Taça de Portugal frente ao Sporting Clube de Portugal.
A Acadêmica de Coimbra manda seus jogos no “Estádio EFAPEL Cidade de Coimbra“.
O Estádio Cidade de Coimbra é uma nova concepção do antigo estádio municipal, completamente integrado à cidade e ao meio urbano e foi reconstruído em 2003 (como já percebemos, vários novos estádios surgiram em Portugal por conta da Euro Copa 2004).
Há várias entradas, mas todas apresentavam-se fechadas…
Por sorte havia um mapa do estádio em plena calçada, que me ajudou a tentar todas as entradas existentes, enquanto aproveitava uma volta no quarteirão.
Tentei até a entrada de atletismo, mas era natal… Estava fechada…
Andar em volta do estádio é ótimo pra sentir o clima da torcida e do time.
Tem até um bingo na parte de baixo do estádio… E um shopping ao lado. Mas o que me empolgou mesmo foi ver uma porta entreaberta… Vamos ver o que ocorre…
To bufando porque estava tudo vazio, a porta tem aquele tipo de fechamento automático e era natal… Ou seja, se a porta se fechasse ali meu medo era ficar preso dentro do estádio por uma semana hehehehe. Ah, segue a continuação do vídeo pra vc conhecer o estádio por dentro:
O estádio tem dois aneis de arquibancadas, com uma cobertura parcial, por quase toda sua extensão. Só ali no final do lado esquerdo existe uma “quase geral”, apenas um anel e sem a cobertura.
Embora seja um estádio bastante novo, ele ainda tem uma pegada old school, sem muitas frescuras nas suas arquibancadas onde cabem quase 30 mil torcedores.
Olha ali o lado direito, com os dois lances que eu comentei acima:
Aqui uma imagem do alto:
A reinauguração em 2003 foi feita com um show dos Rolling Stones. Mas por aqui já passaram também o U2, George Michael, Madonna entre outros.
Mais uma arquibancada histórica registrada! Muito orgulho de poder estar aí!
Mas, nem só da Acadêmica vive o futebol em Coimbra. Andando alguns quilometros para fora da cidade pudemos conhecer outros dois estádios.
O primeiro dele é o Estádio Campo dos Sardões.
Vamos dar uma olhada me mais este pedaço importante da história do futebol português?
O Campo dos Sardões é a casa do “Grupo Recreativo, o Vigor da Mocidade“!
O Grupo Recreativo, o Vigor da Mocidade foi fundado em 1930, na então freguesia de São Martinho do Bispo e atualmente disputa a Divisão de Honra da Associação de Futebol de Coimbra, uma espécie de divisão regional que equivale ao 5o ou 6o nível do futebol português.
O estádio possui uma pequena, mas simpática arquibancada coberta, bem no meio do campo.
Tem até um singelo banco de reservas:
Também tem um pequeno placar manual para apontar os tentos da partida:
Ao fundo o belo horizonte português…
O time não só sobvrevive como é questão de orgulho para os moradores da região.
Dando sequência a este rolê, alguns quilometros adiante chegamos à Freguesia de Taveiro e ao seu imponente Estádio Municipal Sérgio Conceição.
O estádio chegou a ser a casa da Acadêmica durante a construção do Estádio Cidade de Coimbra, mas é a casa de dois times. O primeiro deles, o União Desportiva Taveirense.
O União Desportivo Taveirense foi fundado em 13 de abril de 1958 e disputa a Divisão de Honra da Associação de Futebol de Coimbra, mas se orgulham de ter vencido a Serie B da 1ª divisão em 2005/2006 e finalizado em segundo lugar na fase final sem derrotas, com o time abaixo:
Para maiores informações o clube dispõe de um site: http://taveirense.tripod.com, embora aparentemente desatualizado, lá é possível encontrar uma verdadeira declaração de amor ao futebol: “O União Desportivo Taveirense orgulha-se dos atletas e corpo técnico que tem no seu plantel, visto que são jogadores e técnicos que por um lado jogam por amor a camisola pois são filhos da terra e por outro por amor ao futebol, pois ao contrário do que muitas pessoas pensam estes jogadores e técnicos não recebem ordenados.”
O outro time que manda seus jogos no Estádio Municipal Sérgio Conceição é o Clube de Futebol União de Coimbra.
O União de Coimbra foi fundado por comerciantes e industriais em 2 de Junho de 1919, na épcoa como “União Foot-Ball Coimbra Club” e normalmente mandava seus jogos no Campo da Arregaça.
Só mais recentemente passou a mandar jogos no Municipal Sérgio Conceição.
O time foi Campeão Nacional 2.ª Divisão na temporada de 1971/72 e da 3a divisão em 1980/81. Além disso foi campeão Distrital da Associação de Futebol de Coimbra em 2008/09, e do Campeonato de Coimbra em 1925/26, 1926/27, 1928/29, 1929/30, 1930/31, 1931/32 e 1946/47.
O Estádio Municipal Sérgio Conceição foi inaugurado em 2002, e tem capacidade para 2.500 torcedores.
Aqui o gol da esquerda (é o gol lá no fundo, não essa trave de treinos, que aparece na frente):
E aqui o da direita:
Arquibancada toda com cadeira, conforme pedem as federações…
Que tal dar uma olhada no estádio?
Até um belo banco de reservas amarelo…
E é assim, na reserva que terminamos esse post sobre o futebol em Coimbra…
Finalizando nosso rolê pelos Balcãs, chegamos à Romênia, para conhecer sua bela capital Bucareste e o futebol local.
Tudo graças à Tarom, companhia aérea da Romênia!
A Romênia tem uma história super interessante, muito antiga (há registros de habitação desde a pré história) e dinâmica. Existe uma série de museus na cidade que ajudam a contar essa história, como o Museu Nacional de história:
Um dos mais importantes é o Museu Nacional de Arte da Romênia, que fica dentro do Palácio Real na Praça da Revolução, no centro de Bucareste. Possui coleções de arte romena medieval e moderna, bem como a coleção internacional montada pela família real romena.
Nos portões da frente havia uma intervenção com nomes de todos que morreram durante os protestos de 1989 (quando o então presidente Nicolae Ceauşescu foi deposto e depois executado).
Além de ser época de fim de ano, a cidade (e o páis) estavam em festa porque em dezembro eles celebraram os 100 anos da unificação da Transilvânia, Bucovina e Bessarábia ao Reino da Romênia, praticamente o nascimento do país como ele é hoje.
Então, um brinde à Romênia!
Várias manifestações em homenagem a este centenário!
Tem rock por lá?
Pra mim, o que chamou mais a atenção em Bucareste foi a arquitetura dos prédios e as largas avenidas…
E se a ideia é falar de arquitetura e grandiosidade, que tal o prédio do parlamento… É uma coisa impensável, simplesmente gigantesco!
Ele representa bem a ideia do sistema de governo que tentava se chamar de comunista, mas que tinha muita coisa em desacordo com o “comum”…
Não que eles não tivessem conseguido fazer muita coisa bacana, mas era uma grande concentração de poder na mão dos governantes, enquanto o povo ralava pra segurar essa conta, uma visão errônea do que poderia ter sido um real sistema socialista.
Mas falar da Romênia é também lembrar da lenda de Vlad Tepes, o “empalador” que ficaria conhecido no livro / filme Drácula de Bram Stoker, que realmente viveu no século XV na região de Bran.
E sim, tem um monte de coisa relacionada ao tema.
E já que estávamos na Romênia,decidimos ir até Bran, onde fica o castelo eternizado pelo filme do drácula!
Oficialmente, o Castelo do Drácula se chama “Castelo de Bran” e situa-se na fronteira entre a Transilvânia e a Valáquia e abriga um museu e do lado de fora um cenário muito bacana.
Antes de chegarmos lá, passamos no Castelo de Peles.
Mas, claro que de terror o lugar não tem nada, ao contrário, é um ponto de turismo bastante visitado.
O dia estava gelado e a neve dava um clima ainda mais frio.
Em frente ao castelo existe essa cruz que dá asas à imaginação de quem espera por vampiros e mortos vivos.
Existe ainda todo um comércio nas proximidades, e claro que tem atrações baseadas nesse clima de terror.
Mas, fora a lenda do Drácula, a Romênia tem um dia-a-dia bastante similar ao nosso…
A comida por lá é muito boa! E tem suas particularidades, mas também tem as coisas do dia-a-dia.
Em homenagem ao deácula, que tal uma sanguinária sopa de tomates?
Vale até curtir uma dança típica no restaurante!
E que tal esse exército de soldadinhos de chumbo!
Também tivemos a oportunidade de curtir um pouco da poesia visual vendo os pássaros espantarem o frio comendo umas frutinhas…
As ruas de Bucareste ganharam nossos corações…
O centro velho possui uma série de Pubs e atrações pra curtir a noite!
A cidade é bastante arborizada e possui vários parques.
Enfim… Bucareste se mostrou uma cidade muito aprazível e, cabendo no seu orçamento, recomendo a visita!
Mas… Agora chegou a hora de falarmos do futebol da cidade, começando pelo FC Dinamo!
O FC Dinamo nasceu em maio de 1948, num a época em que o mundo vivia o pós guerra e formava seus dois macro blocos: capitalistas x socialistas.
Além da competição no âmbito político e econômico, os esportes também representavam um importante cenário de disputa.
Assim, a União Soviética incentivou a criação de times e o desenvolvimento do futebol em todos os países do eixo comunista.
E a Romênia também fez parte deste cenário. Assim, da fusão do Ciocanul București e do Unirea Tricolor București nascia o Dinamo Bucareste.
A noite cai rápido no inverno romeno e mesmo sendo pouco mais de 5 da tarde, parecia tarde da noite quando finalmente fomos conhecer o Estádio do Dinamo Bucaresti.
Conseguir adentrar ao estádio ainda era uma incerteza, quando finalmente chegamos a uma catraca que nos deu acesso à parte interna!
O Dínamo é considerado um dos grandes times romenos, e já conquistou 18 campeonatos nacionais, entre a temporada de 1954/55 e a de 2006/07 (data da sua última conquista)
O Stadionul Dinamo tem uma bela atmosfera, imagine estando lá sem mais ninguém e nessa escuridão!
Veja o mesmo estádio “iluminado”:
O curioso é que o local por onde entramos nos levou às arquibancadas atrás do gol.
Dá pra ver que existem arquibancadas em ambas as laterais do estádio:
Cenário marcante para o resto de nossas vidas!
O estádio foi inaugurado em 1952, e atualmente tem capacidade para 15.138 torcedores, como você (não) pode ver nas fotos abaixo:
Mesmo no escuro, dá pra perceber que ele fica no meio de um bairro residencial, cheio de prédios que se levantam com a chegada e desenvolvimento do capitalismo na Romênia.
Outra foto da Wikipedia pra dar uma ideia do estádio iluminado:
Mesmo sendo uma visita noturna (e não muito oficial hehehehe) valeu muito a pena.
Falar da torcida é ter a certeza de um fanatismo e dedicação total ao time! Aqui, assim como em boa parte da Europa, se vive a cultura dos Ultras!
O ódio ao futebol moderno é um tema comum por lá, principalmente porque o futebol romeno tem sido invadido por capital externo.
Mais uma bilheteria para a nossa coleção!
Deixamos o estádio sabendo que iríamos sentir o que eu sinto agora… Uma saudade absurda daqueles poucos minutos em que pudemos viver por ali…
Uma última recordação frente ao distintivo do Dinamo…
Ao sair, pude reparar melhor num detalhe importante, logo na entrada do estádio existe uma estátua em homenagem ao ex jogador Catalin Hildan.
Fui descobrir só depois que trata-se de um atleta que morreu em campo e desde então é reverenciado pela torcida.
O outro time da cidade de Bucareste que decidimos dedicar atenção foi o Steaua Bucuresti, o “Estrela Bucareste“
A história recente do time passou por uma enorme reestruturação. O distintivo atual do time é esse:
O time foi fundado em 1947 por soldados do exército romeno e logo tornou-se o principal clube do país, vencendo 26 edições do campeonato nacional (a última em 2015).
A equipe alcançou o auge de sua glória na temporada 1985/1986, quando bateu o Barcelona nos pênaltis e sagrou-se campeão da antiga Taça dos Campeões, atual Champions League.
O time mandou seus jogos no Estádio Ghencea até 2015, quando a disputa entre o Departamento de defesa romeno e o empresário responsável pelo time impediu de uma única vez o uso do nome do time e também do estádio.
Pois bem, este estádio lindo que viu os principais times do Estrela de Bucareste jogar, infelizmente … foi ao chão.
O curioso é que foram os militares que decidiram”desistir” da gestão do time, em 1998 e passaram às mãos da gestão particular.
O mais louco é que desde 2017, o exército decidiu criar um time e trazer a marca “Steaua Bucuresti” de volta à ativa…
Ou seja… Existem atualmente dois Estrelas de Bucareste… Um, que não pode usar o nome original e se chama FCSB e o time que usa o nome de sempre mas que nasceu apenas em 2017…
Fomos até lá para comprovar o que sobrou do estádio…
O estádio é de fácil acesso, embora não fique muito perto do centro.
Os muros são tomados por pixações da torcida.
Adesivos também:
Mas ao entrarmos, já não existe mais nada do estádio…
Só um imenso vazio no local onde antes havia a vida futeboleira de Bucareste!
Mas, a atmosfera da entrada do estádio ainda é inacreditável…
Nunca imaginei que pudéssemos estar num lugar tão mágico pro futebol… O estádio do time do leste europeu que desbancou o Barcelona numa Champions…
Quem sabe um dia voltamos pra ver um jogo no estádio reconstruído?
E falando em contruir, reconstruir, destruir, é necessário uma rápida citação sobre o outro time de Bucareste: o Rapid Bucareste!
Fundando em junho de 1923, o time passou por uma crise tão grande, que em 2016 acabou sendo excluído da liga romena de futebol e voltando apenas em 2018 para a então IV divisão do futebol local.
O time mandou seus jogos no Estádio Giulești Valentin Stănescu, mas em decorrência das dividas será fechado em 2019.
A partir de então, o Rapid Bucareste passará a mandar seus jogos na Arena Nationala, a casa da seleção romena e também de clássicos.
Fomos até lá para conhecer a Arena, mas, infelizmente ela estava fechada:
Olhando pelo Google dá pra se ter uma ideia de quão grandiosa ela é:
Ela faz parte de um centro esportivo que conta com ginásio e um parque.
Uma espiadinha lá dentro…
Fica mais um registro de um grande estádio no leste europeu!
Uma coisa interessante é que soube do Uniti Sub Tricolor, um grupo de Ultras que apoiam a seleção Romena.
Um último olhar e hora de irmos embora!
No dia seguinte, ainda tivemos tempo de conhecer o Estádio de Cotroceni, a casa do FC Progresul Bucuresti!
O estádio foi construído em 1995, sendo o primeiro estádio construído, após a Revolução Romena de 1989. Possui capacidade para 14.542 torcedores.
O FC Progresul Bucureşti é também conhecido como FC Naţional Bucureşti e disputa a Liga IV.
Infelizmente o estádio foi comprado pelo Banco Nacional e eles não permitem entradas
A pior situação possível.. O estádio ali … e nós do lado de fora…
Pra fechar o ciclo do futebol romeno, lembra que fomos até o castelo do drácula, lá na Transilvania? Pos bem, naquela noite, pudemos visitar a cidade de Brasov.
Demos um rolê pelo centro da cidade…
A cidade conta com um time de futebol defendendo suas cores, o FC Brasov.
O clube nasceu em 1936 e chegou à Primeira Divisão em 1957.
O FC Brasov manda seus jogos no Estádio Silviu Ploeșteanu e embora não tenhamos conseguido visitá-lo, seguem algumas fotos:
E assim, com certa dor no coração, de saudades e de nostalgia, nos despedimos da Romênia, encerrando assim o ciclo de posts sobre o futebol no leste europeu.