Dando sequência às nossas aventuras futeboleiras do fim de 2018, chegamos ao Leste Europeu, para falar sobre a cidade e o futebol de Belgrado.
Chegamos num dia pós nevada e a cidade estava linda, coberta de neve…
Foi uma experiência incrível andar nos parques e bosques em meio a tanta neve….
Claro que como todo idiota que vê tanta neve assim pela primeira vez, não resistimos a um boneco de neve!
Ou mesmo a brincadeiras estúpidas…
Ao mesmo tempo dá uma sensação de estar em uma cena de “O Iluminado” sem nada pra nenhum lado…
Subimos ao forte Kalemegdan, num parque que abriga uma série de atrações entre museus, artefatos de guerra e uma vista incrível do encontro do rio Danúbio com o rio Sava.
Outro lugar de destaqie é o Templo de St Sava, o maior templo ortodoxo da Europa!
Mesmo não sendo um país católico, a Sérvia também celebra a chegada do natal (lá a “noite de natal” é no dia 7 de janeiro), então deu pra ver a cidade toda enfeitada:
Claro que fomos a uma loja de vinil e a escolhida foi a Yugovinyl que fica próxima ao centro da cidade, na Rua Cetinjska 15.
O escolhido a vir morar no Brasil foi o “Pesmi Sprave”, segundo disco da banda eslovena Pankrti.
Ainda ali próximo ao centro existem vários monumentos espalhados pelas largas avenidas.
E que tal comer uma massa na tradicional “Mesa do Maradona” na Trattoria Campania?
Outro restaurante incrível (e com ótimos preços, aliás, tudo em Belgrado é muito mais barato do que em São Paulo) é o Zavicaj! Comida típica dos balcãs a preços camaradas e porções bem servidas!
Mas se você quer saber como é o dia-a-dia gastronômico de quem vive em Belgrado, dê uma olhada em como é uma feira:
Mas se o seu coração é vermelho e seus sonhos de igualdade e liberdade te fazem sonhar com a antiga República Socialista Federativa da Iugoslávia… Então você precisa ir até o Museu da Iuguslávia e saudar o túmulo do Marechal Tito.
Encontramos muita coisa da arte socialista, com foco nos movimentos opoerários e na vida do trabalhador:
E também relacionado às guerras, no caso abaixo a luta contra os nazistas na segunda guerra.
Intervenções nos museus reproduzindo o horror da guerra:
E deu até pra dar um rolê na rua “Antifasciste”!
Bom, você deve imaginar que ir pra Belgrado é uma verdadeira aventura e foram muitas diversões e alguns poucos perrengues (afinal nem todo mundo fala inglês, por lá), mas… Cá estamos neste blog para falar de futebol, e escolhemos 3 times para representar o futebol local.
Começamos pelo Fudbalski Klub Zemun, time que defende as cores dos moradores do bairro de Zemun (uma parte de Belgrado que possui uma certa independência cultural).
O FK Zemun (em sérvio, como está no distintivo:Фудбалски клуб Земун) nasceu em 1946, na época como Jedinstivo Zemun (apenas em 1986, surge o nome “FK Zemun“).
O time manda seus jogos no Zemun Stadium, inaugurado em 1962.
A neve não permitiu que desse pra ver o nome do estádio escrito em cima deste muro grafitado:
Então peguei uma do Google Maps só pra gente ter noção (o google borra a imagem do grafite no muro porque ele acha que é uma pessoa hehehe:
Uma bilheteria a mais pra nossa coleção!
É sem dúvida um momento de grande nervosismo pra mim adentrar a um estádio assim tão longe da nossa realidade no Brasil e ao mesmo tempo tão próximo em relação ao sentimento de quem mora no bairro de Zemun pelo time…
Estão pronto? Então vamos lá, para acompanhar uma partida do time válida pela segunda divisão do campeonato sérvio, onde o FK Zemun tem lutado para fugir do rebaixamento…
Frustrações a parte por não poder acompanhar a partida, vamos ao menos conhecer o Zemun Stadium, que tem capacidade para 15.000 torcedores.
Nesse vídeo dá pra ver melhor um pouco das arquibancadas:
Atendendo aos pedidos da Mari, aí vão as fotos eternizando nossa presença em mais um templo do futebol mundial:
Além de receber os jogos do FK Zemun, o estádio recebeu os shows da Tina Turner e do Bob Dylan, nos anos 80. Aqui, uma visão do gol esquerdo, para quem olha das arquibancadas cobertas:
O meio campo:
E o gol direito:
As pombas não se incomodam nem com a neve… Olha elas aí…
E onde estão os bancos de reserva? Transformados em geladeiras!
E enquanto a gente conhecia o campo, a galera (pelo que entendemos até alguns torcedores) se dedicavam à limpeza do campo.
O estádio viu o FK Zemun chegar a 3 semifinais da Copa da Iugoslávia (1982, 1993 e 2000)
Com o fim da Iuguslávia, os times locais passaram a jogar o campeonato e a Copa da Sérvia. E o FK Zemun chegou a final da copa, em 2008.
Enfim… Missão cumprida em Zemun!
Antes de ir embora, vale ler as instruções para se adentrar ao estádio:
E como se pode ver, a torcida local, conhecidos como os “Taurunum Boys” parecem não ligar muito para a parte que fala da proibição da pirotecnia…
E que torcida!
Fomos embora sem passar pela parte de trás do estádio, por isso apelei novamente ao Google Maps:
Assim, saímos do bairro de Zemun para voltar à região central de Belgrado, no bairro de Autokomada, onde encontramos os estádios dos outros dois times que escolhemos conhecer para ilustrar o futebol local.
Comecemos com a história do Fudbalski Klub Crvena Zvezda conhecido por nós como “Estrela Vermelha de Belgrado”.
Ah… Parece que foi ontem que atravessamos as ruas cobertas de neve para finalmente conhecer o Estádio do Estrela Vermelha.
A cada passo que dávamos o estádio estava mais próximo…
O FK Estrela Vermelha de Belgrado (também popularmente conhecido como “Фудбалски клуб Црвена звезда“) foi fundado em março de 1945, quando o mundo conhecia a Guerra Fria (que colocava frente a frente capitalistas e socialistas) e representava o lado vermelho desta guerra, materializando no futebol um pouco dos ideais antifascistas e vindo ao mundo pelas mãos do próprio Partido Comunista.
O time manda seus jogos no Estádio Estrela Vermelha, apelidado carinhosamente de Marakana.
É… Os sérvios não só gostam de futebol como gostam do futebol brasileiro. Alias, a Seleção Sérvia de Futebol também manda seus jogos aí. Essa é a entrada do Estádio:
O Estrela Vermelha foi o último campeão do Campeonato Iugoslavo de Futebol, antes do processo de separação da antiga Iuguslávia.
Conseguimos entrar no estádio e fazer umas fotos internas e dá pra se surpreender com o tamanho do Marakana…
O campo estava coberto de neve, então mais parece um pedaço do céu rodeado por arquibancadas…
Vamos dar uma olhada melhor no vídeo:
Eu confesso que sempre sonhei em conhecer o estádio do Estrela Vermelha, não só por ser o maior campeão da liga nacional, mas também por ter conquistado o troféu da Champions League e o mundial em 1991 (jogando a final contra o Colo-Colo do Chile).
Suas arquibancadas podem receber até 55 mil torcedores (até os anos 90 eles liberavam a entrada de até 97 mil torcedores no Marakana).
O Estádio foi inaugurado em setembro de 1963 e tem recorde de público de 96.070 torcedores na semifinal da Copa da UEFA contra o time húngaro Ferencváros TC (embora digam que mais de 110 mil pessoas estiveram naquele jogo). É daí que veio o apelido de Marakana.
Aqui, o gol direito:
O meio campo:
E o gol do lado esquerdo:
O placar eletrônico bem ali no meio da arquibancada!
Olha quantos adesivos de torcidas!
Existe uma loja de artigos da torcida dentro do estádio.
E grafites também!
Hora de dar tchau ao Marakana!
E após nos despedirmos do Marakana com certa dor no coração (torcendo para que eu consiga voltar um dia e ver um jogo!), é hora de conhecer o terceiro time que escolhemos para registrar em Belgrado, e claro, não poderia deixar de ser o Partizan Fudbalski Klub, maior rival do Estrela Vermelha! Juntos fazem o chamado Clássico eterno!
O Partizan FK (se escreve Фудбалски клуб Партизан) foi fundado logo após o Estrela Vermelha, em outubro de 1945, como o time do Exército Popular da Libertação da Iugoslávia (chamado na época de Partisan), que lutou na Segunda Guerra Mundial contra os Nazistas e seus aliados.
O Partisan FK manda seus jogos no Estádio Partizan que é conhecido como “O Templo” e também como Stadion JNA (Estádio do Exército Popular Iugoslávo).
Vamos dar uma olhada no estádio?
Foi duro, mas depois de uma conversa que misturou inglês, sérvio, espanhol e português, convencemos o segurança a nos levar até lá!
O estádio tem capacidade para 32.887 torcedores.
O Estádio Partizan chegou a ser sede do Estrela Vermelha, de 1959 a 1963 (ano em que se mudaram para o Estádio Marakana).
O estádio tem arquibancadas ao redor de todo o campo e sua construção começou logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, com o intuito de hospedar a seleção nacional iugoslava e o BSK Beograd.
O estádio foi construído com a ajuda do exército popular jugoslavo.
O Partizan estreiou o estádio em 1957, numa partida contra o Vardar Skoplje.
Em 1989, o Partizan comprou o estádio do exército da Iugoslávia.
Este é o gol da esquerda pra quem olha da entrada do estádio:
Aqui, o meio campo:
E por fim, o gol do lado direito:
Em 2009, teve um grande show do AC/DC frente a aproximadamente 40 mil pessoas.
No caminho para o estádio, mais grafites, desta vez do craque croata Stjepan Bobek!
E também mostra da amizade dos torcedores locais com torcedores russos do CSKA de Moscou.
Ainda vimos fotos antigas (não sei se é um ex atleta ou torcedor) em um museu:
E claro, muitos adesivos espalhados pela cidade…
Pra terminar, chore imaginando estar em meio à torcida do Partizan escutando um sucesso do Grupa JNA (assim como nós temos a banda “Visitantes” pra suportar o Santo André, essa é a banda deles):
Ufa…. Com esse rolê pelo Estádio Partizan finalizamos nossa rápida visão e registros sobre os estádios de Belgrado.
Tivemos a oportunidade de conhecer Verona quando fomos para a Itália, no final de 2016. É uma cidade cheia de mercados e feiras de rua!
Pra quem não lembra Verona é a cidade da história de Romeu e Julieta e a gente esteve na famosa varanda da Julieta:
A cidade possui uma série de pontos lindos de se visitar e um centro histórico que preserva várias de suas construções.
Destaque para a “Arena de Verona”, construída no começo do século I, ainda com suas muralhas protegendo um anfiteatro que segue sendo utilizado em óperas nas épocas menos frias do ano.
Em frente à Arena existem um monte de restaurantes com deliciosas opções. Vai um macarrão com cogumelos?
A cidade é cortada pelo lindo rio Adige com ele diversas pontes com cenários lindos.
Mas, como sempre, também estivemos em Verona por conta do futebol. A cidade possui três times:
Mas não visitamos os três, escolhemos o Virtus Verona por ser o time do coração dos amigos Enrico e Elisa, que moram lá:
O Enrico é vocalista do Los Fastidios, uma banda italiana de Punk Rock / Oi, que ficou bastante conhecida nas arquibancadas pela música “Antifa Hooligans”:
E lá fomos nós conhecer o Estádio Gavagnin Nocini, casa do Virtus Verona, localizado na Via Montorio, 112 (fácil de chegar, mas um pouco distante do centro da cidade, como pode se ver no mapa abaixo).
Belas arquibancadas!
O estádio é pequeno, mas muito bem cuidado!
Ótima experiência! Mais um estádio internacional conhecido, em companhia de pessoas que tem as mesmas ideias que a gente!
A capacidade atual do Estádio Gavagnin Nocini é de cerca de mil e quinhentas pessoas.
Após o jogo acabamos indo parar em um Pub, junto de outro casal de amigos, os escoceses Allan e Lyn, que são torcedores do Virtus e frequentemente dão um jeito de vir até Verona pra ver um jogo!
Após alguns goles a mais, fomos caminhando até o centro pra gastar um pouco do teor alcoólico (quem nos conhece sabe que a gente não é tão forte pra bebida… hehehe). O jeito foi contar com as pizzas locais para reporem as energias!
20 de dezembro de 2014. Um dos mais legais momentos ligados ao futebol que vivi. A soma de várias paixões: música, atitude, futebol, amigos…
Esse post mostra como a camaradagem, a amizade, a música e o engajamento social podem conviver com o futebol, mostrando que mais do que um esporte é uma verdadeira cultura, talvez mais vivida por quem torce do que por quem joga.
De verdade essa aventura começa ainda no Brasil, quando conhecemos o Marten (esse alemão doido de touca marrom, do lado da Mari na foto acima) e o convidamos para conhecer um pouco do ABC. Entre outras diversões, ele visitou o Estádio Bruno José Daniel e ainda bateu um papo com o até então capitão do Santo André, Junior Paulista.
E eis que no final do ano de 2014 conseguimos fazer um role para a Europa, e não podíamos deixar de enfim conhecer o Estádio Millerntor, a casa do St Pauli, um dos times mais punk do mundo!
O time do St Pauli é conhecido por sua postura politizada tanto entre torcedores quanto dirigentes e até jogadores, e também pelo seu carisma. Entretanto, em 2014 o time está em uma má fase, ocupando as últimas colocações da série B da Alemanha.
Mas… Se a fase dentro de campo parece ter problemas, nas arquibancadas o clima é indescritível… Punks, skinheads, rockeiros em geral, além de famílias, amigos e uma diversidade de gostos, roupas e pensamentos que mais parecia um festival alternativo.
O jogo que fomos assistir era contra o VFR Aalen!
E dá lhe punk rock, tocado nos alto-falantes do estádio e cantado pela torcida nas arquibancadas.
Pra quem ficou curioso, segue o link com o som original:
Ah, e não estamos falando de uma arquibancada com meia dúzia de gato pingado, não, são cheias e cantando a todo momento!
E a gente foi cantar junto!
Pra quem não tem ideia do que seja o St Pauli, saiba que a torcida e o time são declaradamente antifascistas e contra o nazismo, e eles fazem questão de deixar isso claro não só no Estádio, mas por toda a cidade. Entra no Translator do Google e veja o recado que eles espalharam pela cidade:
E falando mais sobre os “arredores” do estádio, o estabelecimento mais comum por ali são os pubs ligados ao time. Aliás, os caras bebem muita cerveja…
E mesmo a gente que não é tão fã de cerveja, entrou no clima e antes mesmo de chegar ao estádio já mandamos ver na AMSTEL, cerveja patrocinadora do time.
Agora, tem um negócio lá que eu achei muito louco e muito diferente do que temos aqui. Além dos tradicionais vendedores ambulantes de comida e bebida espalhados pela rua (lá, são tipo uns food trucks nas ruas próximas), eles tem uns espaços que lembram os centros contra culturais aqui do Brasil na parte inferior do estádio, chamados “Fanräume”.
E são vários espaços, que servem de ponto de encontro para a torcida e também acabam virando a sede de diversos movimentos sociais que nascem nas bancadas do estádio. Ali, você encontra muita cerveja, alguma comida (quase tudo vegano), muitos fanzines e muta gente legal. Lembra os shows punks dos anos 90, quando todo mundo estava eufórico para dividir angústias, experiências e celebrar a vitória do anarquismo frente à realidade, mesmo que só durante aqueles momentos.
Segundo nossos amigos locais, os diversos espaços geridos pela Fanladen são independente do clube e rolam até shows (o Los Fastidios iria tocar ali, dias depois do jogo). Mas, voltemos para o estádio…
A primeira diferença que percebe-se é o visual, tomado por grafites, bandeiras e interferências sempre politizadas no sentido do respeito à diversidade de pensamentos. Por exemplo, a relação com o público GLTS, que no Brasil ainda está caminhando, lá é encarado com super naturalidade.
Outra coisa que fica clara logo de cara é que lá, a cerveja é liberada na bancada. E mais do que isso, eles bebem bastante e numas canecas de plástico, temáticas do time (embora lindas, acredite ou não, ao final do jogo a maior parte do público as devolve para que sejam reutilizadas na próxima partida).
Essa teve que vir conhecer o Brasil…
O resultado de tanta cerveja é uma incrível narração em Português no meio da torcida alemã…
Outra coisa que lá ainda mantém-se fiel às origens do futebol, são as bandeiras com mastro. E além disso, mais bandeiras com dizeres políticos do que preocupadas em falar sobre o nome da torcida, como acontece aqui no Brasil.
E no meio do jogo ainda sobem mais e mais faixas para protestar enquanto se torce.
A cultura dos adesivos também é bem presente no estádio e pela cidade.
Eu queria ter registrado em vídeo os momentos mais emocionante do jogo, por exemplo quando o time entra ao som de Hell’s Bells, mas a emoção foi maior e eu preferi só viver o momento, só deu pra bater uma foto…
Antes do começo do jogo, o tradicional abraço coletivo do time com o “Vamo lá, vamos ganhar!”.
Mas… Para não dizer que eu não capturei nenhum momento mágico em vídeo, fica aí a comemoração do primeiro gol, ao som do Blur.
Pra quem não conseguiu ouvir ou não lembra, esse é o som que toca na hora do gol:
Enquanto isso, o time comemorava em campo!
Vale citar que a torcida visitante (do VfR AaLEN) também esteve presente, e embora segundo nossos amigos locais, eles tivessem certo teor de rivalidade, não houve nenhum tipo de incidente. Eles ficaram meio isolados ali no canto do estádio.
A história foi mágica. Talvez muitos não se identifiquem com o teor político / anarquista do time / torcida (e eu respeito, afinal, cada um pensa de um jeito), mas ao mesmo tempo, espero que entendam que para nós, que temos essa semente da liberdade plantada em nossos corações, essa experiência foi incrível…
Ah, e teve futebol também hehehehe. O time do St Pauli, que vinha numa má fase, fez seu melhor jogo do ano (segundo os torcedores), o que fez de nós brasileiros de boa sorte hehehe!
Tem também o papel picado, porém, lá, o papel é meio que picotado mecanicamente, bem direitinho hehehehe…
Como fazem falta as bandeiras com mastros nos nosso estádios, hein?
Mas, a felicidade nos corações dos torcedores… Essa é a mesma na Alemanha, no Brasil, na Argentina…
Vale lembrar um detalhe que não fica claro nas imagens calorosas. Estava frio. Muito frio. E pra piorar, antes do jogo, pegamos uma chuva na cabeça somada a um frio de uns 3 ou 4 graus… Só nos restava o calor humano! Por isso tem tanta comemoração usando cachecóis… Eles são peça indispensável no vestuário alemão!
Mas que fica legal essa imagem de todo mundo com os cachecóis a mostra, fica hein?
Hmmmm, não sei o que dizer dessa imagem que só depois de feita revelou um papai noel pulando a cerca!
Fim de jogo! FC St. Pauli 3×1 VfR AaLEN
Mas, não significa que é o fim da festa. Diferente da maioria dos times, assim que o jogo acaba, os jogadores voltam-se para cada setor do estádio saudando a torcida e comemorando juntos!
Ao menos, aparentemente, pareceu ser algo bem espontâneo, não uma regra que deve ser cumprida. Confesso que quero muito levar essa ideia para o Santo André.
Hora de dizer tchau… Ou quem sabe um “até breve” às arquibancadas punks de Hamburgo… St Pauli, obrigado pelos exemplos…
A 150a camisa da coleção vem da Alemanha e foi presente da amiga Júlia. Essa camisa vermelha deixou de ser usada na temporada atual, após se tornar a mais tradicional. Agora jogam com a bordô ou a branca.
O time dono da camisa é o “1. FC Nuremberg”, da cidade de Nuremberg, na Alemanha, onde aconteceram os julgamentos dos oficiais nazistas após a segunda guerra mundial.
O time foi fundado em maio de 1900, quando um grupo de jovens tiveram a ideia de criar um clube de futebol após lerem sobre o assunto em uma revista.
O mascote do time é um cavaleiro:
O time fez sua primeira partida oficial contra o Bayern de Munique, em 1901.
Aqui, o time de 1902:
Durante as primeiras décadas de existência, o 1FCN não chegou a ter tantas conquistas e reconhecimento pois disputava o campeonato do sul da Alemanha.
Porém, após a Primeira Guerra Mundial, o time conseguiu fazer história ao permanecer invicto entre 1918 e 1922, ficando 104 jogos sem perder, ganhando o apelido de “Der Club” (O clube).
O primeiro título no pós guerra, veio contra o Spielvereinigung Greuther Fürth na temporada 1919/1920.
A década de 20 seria o período mágico do time. Mais quatro títulos nacionais viriam. Aqui, o time na final de 1921:
Aqui, o time de 1927:
Na década de 30 chegaria a mais uma final em 1933/1934, perdendo para o Schalke 04.
Outro título viria na temporada 1935/1936, além das duas primeiras Copas da Alemanha, em 1935 e 1939.
Aqui o time que conquistou a Copa de 1935:
Durante a segunda guerra, os campeonatos foram suspensos, mas logo que voltaram a ser disputados, o 1FC Nueremberg sagrou-se campeão na temporada 1947/1948. Aqui, o time entrando para a disputa da final:
O próximo título nacional viria na temporada 1960/1961. Aqui, uma cena da final:
Em 1962, outra Copa foi conquistada. Mais que isso, os bons resultados garantiram o time na disputa da Bundesliga, que iniciou em 1963.
Sua última conquista nacional se daria em 1967/1968.
No ano seguinte, o clube enfrentaria seu primeiro rebaixamento.
Pra piorar, o rival Schalke 04 tornava-se um time forte e cada vez mais popular, tornando as brigas entre seus torcedores cada vez mais constante.
O time permaneceu entre quedas e acessos, tendo 1988, como o melhor ano na época.
Na temporada 1995/1996, o time acabou rebaixado para a terceira divisão.
A partir daí o time passou a se recuperar até voltar à primeira divisão em 1998/1999.
Em 2006, após um longo jejum, o time conquistou mais uma Copa da Alemanha.
Porém em 2008 o time voltou à segunda divisão, recuperando-se e voltando à primeira, onde está até então (2013).
O time manda seus jogos no Estádio Frankenstadion, com capacidade para mais de 45 mil torcedores.
Pra celebrar mais um time conhecido, que tal uma cerveja do clube:
Saiba mais sobre o time em: www.fcn.de
Então, começa 2013… Que seja um ótimo ano para todos nós! E para ajudar a torná-lo inesquecível, o nosso primeiro jogo tem grandes chances de ser o melhor do ano! Em nossa última noite por Madrid, fomos até o bairro de Vallecas para enfim conhecer o time e a torcida do Rayo Vallecano!
Esse ano, o time até lançou um livro sobre sua história: “Vallecas y el Rayo Vallecano“.
Infelizmente, o valor do Euro não me permitiu trazer a camisa do time, mas trouxe um cachecol, comprado ali, na porta do Estádio “Vallecas Campo de Futbol”, antigo Teresa Rivero que aliás, fica literalmente em frente à estação “Portazgo”, do Metrô.
Vallecas é um lugar único. É um bairro que já foi cidade, cheio de histórias e tem até brasão. Para completar o cenário, a população local tem seu próprio time e seu próprio Estádio…
Como eu disse, o metro para em frente das bilheterias laterais, porém, não tinha nenhuma aberta, tivemos que ir até a bilheteria central comprar nossos ingressos.
O preço mais barato é 18 Euros, junto da galera do Los Bukaneros, mas estavam “agotadas”…
O jeito foi ir a um lugar nas laterais, que nos custaram 30 Euros, cada, ou seja, é caro torcer em Madrid…
Passeando pelo entorno do estádio pudemos ver a polícia local, não tão a paisana como imaginávamos.
Algumas inteferências nos muros, mostram que Los Bukaneros estão na ativa há 20 anos, desde 1992 (21, agora). O site deles é www.bukaneros.org
Ainda antes de entrar, deu pra tirar uma foto do ônibus do GETAFE, pro Anderson, lá de Curitiba. A qualidade tá ruim porque tava bem escuro…
E enfim, chega o momento de conhecermos pessoalmente esse estádio, seu time e principalmente sua torcida…
A cena chega a ser engraçada. Eu e a Mari parados ali, em frente ao campo, por 5, 6 minutos, até que um cara da administração diz que não podemos ficar ali em pé… Mas o momento era mágico, merecia dedicação. Os Deuses do futebol capricharam em Vallecas!
Incrível como as fotos e os vídeos trazem tão pouco daquela atmosfera. Ok, sei que não sou um fotógrafo de primeira linha, mas mesmo assim. As imagens não traduzirão nunca o que as pessoas construiram em Vallecas.
Ficamos na segunda fileira de cadeiras bem perto do campo, como costumamos fazer, em Santo André. Nos sentíamos em casa e ali, ao nosso lado esquerdo, estava a torcida “Los Bukaneros” com seus cantos, faixas, bandeiras e animação.
E o jogo rolava ali, bem pertinho da gente.
Aliás, o time do Rayo está bom nesta temporada, e em especial nessa noite, eles jogaram muito, com muitas jogadas de linha de fundo, o que fez a gente estar bem perto da ação.
O melhor da ação é o momento do gol… O vídeo está bem realista com o que a gente estava vivendo… Estávamos em êxtase, sem saber pra onde olhar hehehe.
Nessa foto, dá pra ver o momento em que o estádio inteiro levanta seus cachecóis! Como é muito frio (ao menos nessa época), você quase não vê pessoas na arquibancada com a camisa do time, afinal estão com um monte de blusas por cima, mas os cachecóis estão sempre a mão. Essa noite estava uns 4 graus quando saímos para ir pro jogo.
Os cantos da torcida são sempre de apoio ao time criticando racismo, xenofobia e as atitudes da polícia.
Recentemente um jovem ativista de Vallecas, chamado Alfon Fernandes foi preso a caminho de uma manifestação e acabou se tornando o ícone da crítica à ação policial, tendo seu nome cantado pelas ruas e estádios. E quando a torcida manda mensagem, é assim:
Participamos de uma manifestação nas ruas centrais de Madrid e pudemos ver seu nome em várias faixas e nos adesivos que eram distribuídos.
Tirei muitas fotos da torcida, pois sei que não voltarei tão cedo para lá e quero muito guardar essa imagem na mente, principalmente das bandeiras com mastros, ainda permitidas por lá e que geram um espetáculo visual!
Dê uma olhada nas bandeiras em movimento:
Em campo, o time mandava bem e fazia 3×0. E a gente ali, acompanhando tudo…
A emoção era tanta que nem demos muita bola para um capítulo normalmente essencial: As comidas de estádio. Lembro que no bar, vendiam os tradicionais salgadinhos (destaque para semente de girassol que lá é vendida como amendoim), água, refrigerante (não reparei se tinha cerveja), mas flagramos uma galera que levou uma torta!!
Dando uma olhada para outros ângulos do Estádio, aqui, a galera que estava do mesmo lado nosso,mas lááá na outro lado, perto da linha de fundo.
Outro grupo tradicional presente no estádio são os “Pena Rayista Ultramarinos“, que eu não conheço, mas vi várias faixas. Se alguém souber, pode postar comentando…
A animação era tanta que nem vimos o GETAFE diminuir para 3×1.
E mais mensagens contra o capitalismo!
E mais festa…
Ahhhhhhh, 2013, futebol, rock e revolução em nossas mentes…
A torcida do GETAFE não compareceu. É um time de uma cidade próxima de Madrid, mas que não tem muitos torcedores.
O Rayo Vallecano conta ainda com um brasileiro no time, Leo Baptista, que na semana seguinte a este jogo acabou se lesionando.
Já no final do jogo, percebemos que o negócio era mesmo ter ficado lá no meio de Los Bukaneros, porque como em todo estádio, tem horas que a torcida dá uma “descansada” e ali no meio, a galera assistia sentada mais comportada…
Do outro lado, também vinham alguns gritos animados!
Para terminar, que tal cantar a tradicional música imortalizada pelo SKA-P, junto da torcida local?
A 125a camisa nos leva mais uma vez ao outro lado do Oceano, desta vez, para a Inglaterra, na cidade de Ipswich, no condado de Suffolk, fica pouco mais de uma hora de Londres. Foi presente do meu grande amigo e parceiro de zaga, Rodrigo, o “Narciso do jornalismo brasileiro”!
Na região, vivem cerca de 120 mil pessoas. E alguns são fãs desse tal futebol… Os torcedores locais são também chamados de “Tractor boys”, pela tradição agrícola da cidade.
A camisa pertence ao Ipswich Town Football Club!
O time, também chamado de The Blues, foi fundado no século XIX, em 1878, como Ipswich AFC… É muito tempo de time. Uma década depois, houve uma fusão com o Ipswich Rugby Club.
O profissionalismo mesmo só viria em 1936 e a partir de 1938, começou a participar da Liga Inglesa.
Seu principal rival é o Norwich City, de Norfolk, com quem faz, desde 1902, o clássico East Anglia.
Venceram a liga amadora local por três vezes, em 1921/22, 1929/30, 1932/33 e 1933/34.
Logo no primeiro ano como profissional, também venceram a liga conquistando o acesso à 3a Divisão (Sul), onde ficaram até a temporada 1953-1954, quando conquistaram o título, subindo para a segunda divisão.
Infelizmente o time foi rebaixado no ano seguinte.
Na temporada 1956/57, mais uma vez o Ipswich ganha o título da 3a Divisão (Sul) e deste vez, se estabelece na Segunda Divisão.
Em 1960/61, conseguiram o acesso para a primeira divisão e logo na suatemporada de estreia tornou-se campeão da Liga de Futebol, com o time abaixo:
Como time campeão da liga, o Ipswitch se classificou para a Europa 1962-1963 Cup, sendo eliminados pelo Milan, que seria o campeão.
A década de parecia calma, sem grandes conquistas. Esse era o time da temporada 1970/1971:
Mas em 1978, mais uma façanha. O time vence a FA Cup.
Em 1981, foi a vez de levantarem uma Copa da UEFA.
Veja como foi a final:
Esse é o time atual, que disputa a temporada 2011/2012:
A torcida do Ipswich Town também tem se manifestado contra o futebol moderno!
Por fim, não podia deixar de faltar uma menção a Sir Bobby Robson, técnico do Ipswich Town de 1969 a 1981, quando assumiu a seleção inglesa.
A 54a camisa de futebol do blog é novamente de uma seleção, a Seleção Israelense de Futebol, que representa Israel nas competições de futebol da FIFA.
A relação de Israel com o futebol mostra a força desse esporte. O Estado de Israel foi criado por um decreto da ONU em 1948, mas a Associação de Futebol Israelense funciona desde 1928.
Um dos primeiros duelos entre brasileiros e israelenses se deu numa excursão do Cruzeiro a Israel, em 1953, onde foi feita a foto abaixo:
Apesar de não ser um país europeu, atualmente, compete nas competições europeias.
A seleção israelense chegou a sagrar-se campeã continental asiática, em 1964. Encontrei um blog que oferece uma bela descrição da partida final, no Estádio Ramat-Gam lotado (35 mil israelenses estavam lá). Para ler, clique aqui (o post está logo após o texto sobre a excursão do Santos de Pelé por lá).
Seguindo a história, após disputar as eliminatórias com seleções da Ásia e da Oceania, classificou-se pela primeira vez para uma Copa do Mundo, a do México, em 70.
Essa geração era encabeçada por Mordechai Spiegler, autor do único gol de Israel em Copas, contra a Suécia e que conseguiu jogar no Paris Saint Germain e depois no New York Cosmos, ao lado de Pelé.
Quando sua permanência nas disputas asiáticas tornou-se insustentável, Israel virou nômade.
Assim, no início dos anos 80, disputou as eliminatórias européias, assim como fizera para as Copas de 54, 62 e 66. Terminou a competição na lanterna de seu grupo.
Para as Copas de 86 e 90, tentou a sorte na confederação da Oceania, e chegou a disputar o play-off contra o representante da América do Sul, a Colômbia de Valderrama, Higuita e cia, e após empatar por 0x0, no estádio Ramat Gan, perdeu de 1 a 0 em Bogotá.
E já que falamos de novo no estádio Ramat Gan, que tal uma olhada nele?
O Estádio fica no Distrito de Tel Aviv na cidade de Ramat Gan, e foi construído em 1951. É o maior estádio do país com capacidade de 41.583 lugares;
Voltando à seleção, em 92, Israel filiou-se à Uefa. o que colaborou com uma notável melhoria do nível da seleção, prova disso é que mesmo não tendo se classificado à Copa seguinte (94), eliminou a França da disputa com uma vitória em pleno Parc des Princes, por 3 a 2.
Mesmo não tendo se classificado para a Copa nas três últimas eliminatórias seguintes (1998, 2002 e 2006), Israel não perdeu nenhuma partida em casa.
É, já há alguns anos, a vaga para a Copa tem se aproximado, e dessa vez a chance era ainda maior, já que caiu em um grupo da eliminatória mais fraco (diferente dos anos anteriores).
Entretanto, faltando duas partidas para o fim das eliminatórias, Israel ocupa o 4o lugar do grupo. Veja informações atualizadas aqui.
De toda forma, o vídeo abaixo reforça as esperanças da torcida israelita na disputa da Copa de 2010:
Vale lembrar que o futebol não tem cor, partido nem religião. E por isso horas tem colaborado, e horas até atrapalhado na difícil relação política/religiosa que envolve Israel e os países árabes, em especial a Palestina.
Pra se ter uma idéia, foi desenvolvida uma campanha da Cellcom, tentando passar uma mensagem de quepessoas de qualquer religião, raça ou gênero podem se comunicar em qualquer situação, estimulando uma possível coexistência pacífica, veja:
Entretanto, manifestantes palestinos consideraram o vídeo um erro, por tentar esconder o que de fato eles vivem por lá, e então jogaram narede um vídeo resposta:
Como disse, é uma situação difícil, e o futebol está dos dois lados do muro que hoje separa o território israelense dos demais territórios árabes. É uma longa, sangrenta e triste história, que o mundo faz de conta nem existir.
Maiores informações no site: http://eng.football.org.il ou se você quiser treinar seu hebraico: http://football.org.il .
Pra finalizar, vamos às arquibancadas israelitas:
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Münster, cidade no estado federal de Renânia do Norte-Vestfália, considerada um centro cultural da região. Além das várias Faculdades presentes no local, pudemos ver que há coelhos por todos os jardins (e acredite, é impossível pegá-los):
Münster é também uma cidade vítima da 2a guerra, foi praticamente reconstruída, mas como era impossível refazê-la totalmente como era antes, foram levantadas fachadas idênticas aos prédios da época, como pode se ver abaixo: Além da arquitetura riquíssima, o lugar é cheio de histórias.
Ah, e Münster é uma das últimas cidades da Europa a ter um guardião de torre: o trabalho dele é vigiar a cidade à noite. Dizem que na época dos conflitos religiosos, três inimigos foram presosna torre da igreja da foto abaixo, e deixados ali para morrer as vistas da população.
Outro detalhe é que o lugar consegue misturar cultura milenar com várias lojas modernas, oferecendo as últimas tendências de moda e tecnologia.
A Universidade de Münster é a quarta maior e uma das mais antigas da Alemanha, e dá à cidade uma cara jovem já que boa parte da população consiste de estudantes.
Possui também fantásticos cafés e soreveterias…
Só pra ter uma idéia, o prédio abaixo tem quase 200 anos…
Mas vamos ao que esse blog se propõe a mostrar. Futebol! O time da cidade é o SC Preussen Münster1906, um dos membros fundadores da Bundesliga, mas que hoje disputa as divisões regionais intermediárias. O distintivo traz um pássaro negro com a letra “P” em seu peito:
O time usa uniformes verdes, conforme pode se ver na foto do time que disputou o equivalente a 4a divisão da Alemanha:
Fomos até o estádio do time, e infelizmente não consegui adentrar pra ver o gramado e parte de dentro, mas eu e a Mari tiramos algumas fotos em frente a sede do clube:
Nas bilheterias:
E algumas do lado de fora (por cima do muro…):
O estádio em dia de jogo:
Do lado de fora, deu pra encontrar alguns adesivos da torcida local. Aliás, deu pra ver que os “Ultras” também estão presentes em Münster.
E pra quem sabe, taí…
Assim terminam os posts sobre essa viagem para Europa, que me custou muita grana e me endividou por alguns meses, mas que valeu cada centavo não só pelo lado boleiro, mas pela diversão, cultura e tudo que vivi por lá!
Continuando nossa saga pela Alemanha, decidimos juntar nossos últimos Euros e comprar uma passagem, de trem para Berlim. O trem bala fez a viagem em cerca de 3 horas, e é mais gostoso que viajar de avião.
Como não estava nos planos estar em Berlim, não tinhamos nem idéia de por onde começar, por isso, achamos uma boa fazer um tour com aqueles “ônibus de turistas”, e valeu a pena.
Conhecemos os principais pontos turísticos da cidade, em pouco mais de 3 horas, e isso porque descemos em alguns lugares pra andar um pouco.
Pelo discurso do nosso “guia eletrônico” (aquela gravação que você ouve pelos fones, enquanto percorre a cidade), deu pra perceber que Berlim tem a história bem dividida entre antes e depois da 2a guerra mundial.
Só pra compartilhar algumas das fotos, abaixo, o Bundestag, o parlamento da Alemanha. Aqui eu e a Mari no busão, pagando total de turista. Ponto a ponto fomos escutando (em espanhol) um pouco sobre a cidade de Berlim, um lugar por onde a história se esparrama a cada esquina.
Esse é um dos monumentos mais famosos de Berlim, a Coluna da Vitória (Siegessaule). A estátua acima dele representa a Deusa da Vitória.
Assim como nas demais cidades que visitamos pela Europa, o cuidado com a manutenção das edificações com arquitetura histórica, se fazem presentes em Berlim, mesmo após tantas guerras. Em compensação, eles decidiram manter a igreja Kaiser-Wilhelm-Gedächtniskirche parcialmente destruída para que não se esqueçam os horrores da Segunda Guerra.
Depois de tanta coisa turística fomos atrás de algumas coisas mais específicas. Passamos em uma loja de Cds afinal não podíamos voltar pra casa sem trazer no mínimo um Cd punk alemão. Assim comrpei um CD do Die Toten Hosen que ainda não tinha.
Depois fomos ao museu Madame Toussaud ver as cerca de 50 estátuas e cera. Foi lá que alguém literalmente “arrancou” a cabeça de Hitler (da estátua). Abaixo, as peças ligadas ao futebol, começando pelo craque Uwe Seller:
O goleirão Oliver Kan, também está por lá, e assustou a Mari:
E como a Mari é uma profissional da moda, nada demais ela dar uns toques pro Klinsmann, pra melhorar o visual da camisa dele né?
O astro Franz Beckenbauer também estava por lá:
Pra fechar, os irmãos gêmeos holandeses Frank e Ronald de Boer:
Ainda falando sobre futebol, vale lembrar que Berlim sedia muitos times como por exemplo: ASK Vorwärts Berlin, Blau-Weiss Berlin, Hertha Berlin, Viktoria 89, Rapide Berlin, SV Nord Wedding, Tasmania 1900, Alemannia Wacker, BFC Dynamo, entre outros.
Por fim, visitei algumas lojas de material esportivo, mas já não tinha grana pra comprar nada pra mim. Só consegui trazer uma camisa da seleção de handball pro meu irmão Murilo e uma de futebol pro meu pai.
Vimos ainda uma loja do Hertha Berlim:
Passamos próximos do estádio Olímpico, mas não deu pra descer porque já estava perto da hora de pensarmos em voltar. Lembre-se que ainda tinhamos que pegar um trem rápido de 3 horas…
Ah, claro, vimos o que sobrou do muro de Berlim, reconheço que foi emocionante:
Assim, mais cansados do que nunca, mas completamente satisfeitos por termos conhecido mais uma cidade, voltamos para Nordkirchen já no final da noite.
A 48ª Camisa de futebol é do Olympique de Marseille, clube de futebol que disputa a 1a divisão do futebol francês, representando a cidade de Marselha, uma das principais cidades do país.
A frase Droit au But, abaixo do escudo significa “Direto ao gol” e é frequentemente gritada pelos seus torcedores.
O Olympique foi fundado em 1899, o que o torna um dos clubes mais velhos da França ainda em atividade. Assim como muitos outros clubes de cidades portuárias, surgiu graças à chegada de estrangeiros vindos do mar, no caso deles, foram os ingleses que trouxeram o futebol em seus navios e implantaram o novo esporte no município.
A agremiação foi criada depois que dois times da cidade fecharam suas portas (Sportin Club of Marseilles e Football Club of Marseilles) oferecendo um novo espaço ao futebol e também ao rugby. No início, ocupava-se apenas com a disputa de torneios regionais de menor importância, mas o “OM“, cresceu na década de 1920, quando venceu a Copa da França por 3 vezes (1924, 1926 e 1927), além de seu primeiro campeonato francês (1929), rompendo a hegemonia dos clubes parisienses. Outro período de muitas vitórias foi o fim dos anos 60, início dos 70, quando venceu a Copa da França (1968/69, 1971/72 e 1975/76) e a Ligue 1 (1970/71 e 1971/72). Abaixo uma foto dos anos 70:
Na temporada 1979/80 foi rebaixado, retornando apenas em 1984. A partir daí, o time voltou a pensar (e ser) grande.
Em 1986 montou um timaço com nomes como Jean Pierre Papin, Didier Deschamp, Rudi Voller, Eric Cantona, entre outros.
Assim, o Olympique de Marselha conquistou 4 títulos da Ligue 1 consecutivos entre 1988/89 e 1991/92.
Na temporada 1990-91, o Olympique chegou a final da Liga dos Campeões da UEFA, mas foi derrotado pelo Estrela Vermelha, da Iugoslávia, nos pênaltis.
Duas temporadas depois, o Olympique levantou a taça num jogo que venceu o Milan por 1 a 0.
Acusações de corrupção financeira e participação de diretores num esquema de manipulação de resultados tiraram a tranquilidade do clube que acabou rebaixado à Ligue 2 para a temporada 1994-95. Por isso, também deixou de participar da final do Mundial Interclubes daquele ano, que foi disputada entre o vice-campeão europeu Milan e o campeão sul-americano, o São Paulo. Só voltou a Ligue 1, 2 temporadas depois e desde então vem tentando recuperar seu prestígio. Chegou a final da Copa UEFA de 2003-04, depois de bater adversários como Internazionale, Liverpool e Newcastle, mas foi derrotado na final pelo Valencia da Espanha. Em 2005 venceu a Copa Intertoto, mas sua torcida já cobra há algunão voltou mais a conquistar um título de expressão. Terminou a temporada 2007/08 da Ligue 1 na terceira colocação, classificando-se para a fase preliminar da Liga dos Campeões. De 1899 a 1937, o “OM” jogou no Stade de l’Huveaune. Ele foi reformado no início dos anos 1920, graças à ajuda financeira dos torcedores e tinha capacidade para 15.000 torcedores.
A partir de 1937 o clube passou a utilizar o estádio municipal Stade Vélodrome, com capacidade de 60.031 lugares, um dos maiores e mais belos estádios da França.