Primavera 1×0 Santo André (Quartas de final da série A2 2025)

Quarta feira, 19 de março.
É dia da partida de volta do mata-mata das quartas de final da série A2-2025.
Juntei me a alguns abnegados que toparam a viagem em pleno “dia de semana” para Indaiatuba!

A foto acima foi na primeira parada antes de chegar no Estádio, na tradicional “Borracharia do Luizinho” para dar um jeito em um pneu que furou na estrada 🙁

Indaiatuba é uma cidade relativamente próxima de Santo André e mesmo com a parada no borracheiro, chegamos com boa antecedência e pudemos dar uma volta no entorno do Estádio Ítalo Mário Limongi, o “Gigante da Vila Industrial”.

O entorno do estádio tem uma série de interferências e grafites em alusão ao apelido do time: o fantasma da Ituana!

Existe um pequeno memorial do time em uma sala administrativa do Estádio, e ali estão vários tesouros do time!

A torcida local se fez presente mesmo em um horário ruim, quando muitos estariam trabalhando. Se liga no clima que estava na entrada da torcida do Primavera:

E aí está a nossa bilheteria!

Uma vez dentro do Estádio Ítalo Mário Limongi, foi hora de rever a torcida do Fantasma, já que minha última partida neste estádio foi há 15 anos para ver um Primavera x Paulínia (veja aqui)!!
Olha como eu estava jovial:

Um momento muito diferente do atual, onde o Primavera se tornou uma SAF e chega na melhor campanha da sua história em um Campeonato Paulista.

Muito lega os tirantes estendidos pela arquibancada local e a empolgação do pessoal da torcida organizada:

Do outro lado, na arquibancada coberta, a lotação era máxima!

A vibração da torcida local é compreensível…
O Primavera jamais alcançou a série A1 e uma vitória simples na partida de hoje colocaria o fantasma nas semifinais, ou seja: 2 partidas para o acesso.

Mas, para isso, se faria necessário passar pela camisa pesada do Ramalhão!

Aí, o nosso banco de reservas:

E o time visitante mostrou que iria dar trabalho…

E junto do time, aí estamos nós: a torcida do Ramalhão!

Olha como é o setor dos visitantes do Estádio Ítalo Mário Limongi e diga se não é muito legal poder ver uma partida assim tão dentro do jogo e sem tanta vigilância.

Quantos anos de arquibancada nesta foto?

Assistir uma partida no Estádio Ítalo Mário Limongi como visitante é uma daquelas experiências intimistas que todo torcedor merece passar um dia na vida.

É o tipo de Estádio que a Fúria Andreense gosta! Só faltava deixá-lo um pouco mais azul e branco…

E se falar da Fúria, não tem como não falar destes dois irmãos: Simone e Diogão!

E deixá-lo um pouco mais antifascista também…

Se a torcida do Santo André estava confiante?

O começo do jogo foi meio morno, mas os últimos 15 minutos do primeiro tempo foram do Santo André, que dominou mas não criou chances reais de gol, desperdiçando inclusive as jogadas de bola parada…

O primeiro tempo termina com certa empolgação para o lado azul do estádio…

Aproveito para registrar as três gerações da família Pelachine:

E também montar a foto do pessoal que desafiou a lógica e foi até Indaiatuba! Um abraço especial para o seo Odair, dona Mercedes e o neto que vieram de Itú só para rever o time e a torcida!!!

Mas, o futebol é cruel, e pune…
Terminamos o primeiro tempo bem e começamos o segundo tempo bem.
Mas não matamos o jogo.
Então, aos 8 minutos do segundo tempo, veio o castigo…

A jogada começou com uma possível cotovelada pra cima do Juninho ocasionando uma briga generalizada após o gol.
No setor visitante, uma mistura de lamentos, mãos na cabeça e olhares vazios.
A sensação de que o destino tinha nos pregado mais uma peça era inevitável.
Que dura pancada contra estes apaixonados pelo time da sua cidade…

A Fúria não deixou o gol desanimar! Aliás, quem reclama das organizadas não deve ter o costume de ver jogos fora de casa. Não há clima de jogo sem a presença das organizadas na arquibancada.

E assim, o apoio seguiu inquestionável.
Bem como o amor pelo nosso time, inabalável.

Mesmo nos minutos finais não faltou quem acreditasse em um gol, que levasse o jogo pros penaltys…

Mas ver nosso Carlão morder a camisa de raiva e agonia, me fez entender que talvez… apenas talvez, hoje, a sorte não estaria do nosso lado…

E enquanto tentávamos gritar como se nossas vozes pudessem reverter o placar, o juiz terminou a partida, sem dó dos nossos corações…

Festa merecida para a torcida do Primavera.

Do nosso lado fica o agradecimento por mais um Campeonato cheio de sentimentos.
E ficam as incertezas.
O que será deste time cada vez mais distante de suas origens e de sua população?

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O Estádio Bicentenário Municipal de La Florida e o Audax Italiano (Rolê pelo Chile – parte 7 de 9)

Em janeiro de 2025 estivemos de rolê pelo Chile e já falamos aqui sobre Viña del Mar, Valparaíso, Algarrobo, Curacaví, e em Santiago o Estádio do Palestino e o Estádio do CD Ferroviários!
Hoje vamos falar sobre o Estádio La Florida, a casa do Audax Italiano!

Nos posts anteriores mostramos algumas coisas de Santiago, mas talvez tenha faltado falar que há alguns anos, além de gostar da história dos povos originários, a gente começou a pegar gosto pela história natural dos locais que visitamos.

Assim, aproveitamos a oportunidade de conhecer o Museu Nacional de História Natural do Chile em Santiago.

Na ocasião da nossa visita, uma exposição especial de dinossauros!

Mas também faltou falar da 90 minutos!

E aí um pouco das camisas de times que você encontra por lá!

Um outro ponto que vale a pena é o bairro Lastarria, que lembra um pouco a Vila Madalena.

Destaque também para a rua dos brechós em Santiago, a Calle Bandera.
Na verdade não são bem brechós, mas “lojas de roupa americana”, onde pessoas revendem roupas de segunda mão que compram em containers vindos dos USA.

Andando pelo centro da cidade, pudemos ver o monumento aos povos indígenas, que rememora a bravura do povo mapuche.

E terminamos essa parte cultural mostrando que em Santiago o mercado musical está muito aquecido, não apenas com as lojas de vinil espalhadas em shoppings e até supermercados, como também com as lojas de instrumento que vendem das coisas mais tradicionais até essa batera eletrônica que eu pirei!

Mas, falemos do tema deste post, o Estádio Bicentenário Municiplidad de La Florida.

Ou, simplesmente o “Estádio do Audax Italiano“.

O time foi fundado em 30 de novembro de 1910, ainda como Audax Club Ciclista Italiano.
Como o nome indica, seus fundadores eram membros da colônia italiana que tinham como hobby o ciclismo.

O futebol só foi surgir no clube no início da década de 1920, com os irmãos Domingo e Tito Frutero.
E só em 2007, passou a se chamar Audax Italiano La Florida.
O time se inscreveu na Liga Metropolitana, e em 1924 sagrou-se campeão pela primeira vez!

Em 1927, o Audax começou a participar na Liga Central, a qual conquistou em 1931.
Em 1933, o clube foi um dos primeiros a participar da Primeira Divisão do Campeonato Chileno.

Em 1936, sagra-se campeão nacional!

O título se repete na década seguinte, em 1946 e 1948!

Em 1957, seu quarto título.

Em 1961, o brasileiro Zizinho jogou no Audax.

De lá pra cá, muitas disputas, mas ausência de títulos… As glórias terão ficadas no passado?
Fomos até o Estádio La Florida para sentir o clima do campo…

Olha aí um dos ônibus do time!

A gente foi naquele esquema de “vai entrando antes que alguém reclame”…
E quando percebi… Estava ali embaixo das arquibancadas…

Então, vamos ao campo!

O Estádio Bicentenário Municipal de La Florida tem capacidade de 12 mil torcedores e é todo coberto!

Dá uma olhada na arquibancada moderna da casa do Audax Italiano!

A torcida do Audax se denomina Los Tanos (provavelmente uma derivação de “Los Italianos”).

O Estádio foi inaugurado em 1986, na época com capacidade para 7 mil torcedores.
A obra de expansão para a capacidade atual ocorreu em 2007.

Como não deu pra gente estar no meio do campo, fizemos as tradicionais fotos um pouco “tortas”. Esse é o gol da direita:

O gol da esquerda:

E uma visão geral…

Mais um belo estádio chileno registrado!

O Estádio fica num bairro bem distante do centro mas conversamos bastante com moradores do local e as pessoas disseram adorar morar lá.

É ou não é um visual incrível?

Mas agora em 2025 tenho acompanhado algumas partidas do Audax, aqui do Brasil e parece que a média de público tem sido bem baixa!

Que o Audax Italiano possa encher seu estádio para a alegria dos imigrantes italianos e comunidade local!!!

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Santo André 0x0 Primavera (Série A2 – 2025)

Sábado, 18 de janeiro de 2024. Tarde quente, boa para reencontrar os amigos da Ramalhonautas no Estádio Bruno José Daniel e acompanhar mais uma partida do Ramalhão!

Então vamos lá!

A partida é válida pela 2ª rodada da série A2 do Campeonato Paulista 2025, e o time do Santo André prometia entrar ligado depois da derrota na primeira partida.

Aperte o seu aí, que eu arredondo o meu aqui…

Veja aí como o Ramalhão foi a campo:

Olha que linda ver a faixa da TUSA, antiga organizada do Ramalhão de volta ao Estádio!

Cerca de 900 pessoas enfrentaram o sol para acompanhar o Santo André em busca de sua primeira vitória.

Nosso pessoal também se fez presente…

A Fúria manteve a empolgação os 90 minutos… Os caras merecem reconhecimento pelo clima que criam no Estádio.

Quem também merece reconhecimento é a torcida do Primavera que veio até Santo André pra prestigiar seu time!

Mas o placar ficou assim… do início ao fim… 0x0.
Santo André somou seu primeiro ponto, mas ainda não conseguiu se estabelecer como equipe.

Quem também não mudou muito durante os 90 minutos foi o sol!

Mais um capítulo nessa dura história da série A2…

Abraço aos novos meninos que têm renovado nossa arquibancada!

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Santo André 0x1 Vila Nova (GO) – Copa SP 2025

Segunda feira, 13 de janeiro de 2025.
Dia de mata mata, expectativa de muita emoção. É hora de se escrever a história no Estádio Bruno José Daniel.

Um belo duelo pela fase “32 avos de final” que despertou grande atenção no público local, lotando o a arquibancada destinada à torcida do Ramalhão no Estádio Bruno José Daniel!

Mas, pô, como a tarde logo se tornou triste…
Depois de um baita jogo contra o Corinthians, o Ramalhão nem bem entrou em campo e levou 1×0 do Vila Nova aos 2 minutos para a tristeza da torcida local…

Nem deu pra sentir o gol que tomamos, e… penalty para o Vila Nova, mas o goleiro Renan defendeu a cobrança deixando claro que o jogo estava aberto!!

Que legal poder ver a população de Santo André abraçar o time novamente… Queria que fosse sempre assim!

A copinha serve também pra gente reencontrar os amigos, mesmo os que estão morando longe e que aproveitam o período de férias pra voltar pra Santo André.

Independente do resultado, a torcida apoiou como sempre (antes, durante e depois do jogo).

A Ramalhão Store estava por lá vendendo a nova camisa a R$ 199.

Embora quente, hoje o céu estava encoberto diminuindo o sofrimento de quem vai pro jogo e não tem um único espaço com sombra pra relaxar.

Os 90 minutos passaram e foi como se estivéssemos anestesiados pelo resultado…

Fim de jogo e só restou aplaudir os meninos pelo desempenho no campeonato, ainda que nossa eliminação tenha sido bastante prematura… Obrigado e que possamos vê-los nos times de cima!

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Grêmio Novorizontino 0x1 Operário-PR

Sábado, 9 de novembro de 2024.
Quem diria que após algumas horas de estrada, finalmente acompanharíamos um jogo do Grêmio Novorizontino ao lado de sua torcida.

Pra mim, estar ao lado da torcida do Grêmio Novorizontino era um sonho há décadas, desde o time anterior, o Grêmio Esportivo Novorizontino que tanto chamou a atenção naquela final caipira do paulistão de 1990…

Como a distância é grande para um bate e volta no fim de semana, preferimos dormir em Bauru para ganhar tempo no retorno.
E já que estávamos por lá, antes da partida fomos ver como está o campo do Estádio Alfredo de Castilho, a casa do Noroeste na série A1 de 2025.

Também deu tempo pra um alô no pessoal da Sangue Rubro, torcida do Noroeste que tem sua sede em frente ao portão principal do Estádio!
Abraços ao Pavanello e demais amigos que nos receberam muito bem, como sempre!

Também fomos visitar o local onde ficava o Estádio Lusitana que hoje é um supermercado. Estes são os dois painéis que ainda estão no mercado:

O fim de semana já tinha começado em alto estilo com um encontro com o ex-jogador Gamarra, eterno rei da zaga paraguaia!

Mas, nosso objetivo do fim de semana era acompanhar a torcida do Novorizontino no Estádio Doutor Jorge Ismael de Biasi, o tradicional “Jorjão”!

Mais que um jogo, trata-se de uma verdadeira decisão com o Operário Ferroviário (time de Ponta Grossa-PR) pelo acesso à série A do Campeonato Brasileiro, por isso é dia de casa cheia no Estádio Dr. Jorge Ismael Di Biasi!

Este poderia ser o último jogo do Novorizontino como participante da série B, e por isso, os torcedores da cidade e da região compareceram!

Até as cadeiras cobertas lotadas!!

Dr. Jorge ficaria orgulhoso deste momento…

Visitantes presentes! O pessoal de Ponta Grossa, a torcida Trem Fantasma, compareceu mostrando que acredita no Operário Ferroviário Esporte Clube nesta reta final pelo acesso para a série A do Brasileirão!

Estivemos na companhia do Rico, que também apresenta o podcast Papo de Andreense e representa a nova geração de apaixonados pelo futebol raiz do Brasil.

Olha como estava bonito o Estádio

Empolgado com a torcida, o Grêmio pensava em vencer de qualquer forma para garantir ainda nesta rodada seu acesso!

Até o mascote do Novorizontino estava rosnando dentro da jaula do Estádio Doutor Jorge Ismael de Biasi !!

Cada um mostra seu amor e apoio pelo time como deseja. Esse pessoal estava usando a dança para animar a torcida. No intervalo eles foram pra dentro de campo fazer a festa!

Pra quem saiu do ABC embaixo de chuva, o dia bastante ensolarado em Novo Horizonte nos surpreendeu…

E será que o sol atrapalhava a visão?

Estratégias para se proteger do sol não faltaram. Dos tradicionais chapéus…

Até um tecido TNT (tipo um feltro fininho) amarelo que além de colorir o estádio, ainda foi usado por baixo do boné (no canto inferior direito da foto) para uma proteção ainda mais eficaz!

Posso dizer que meu boné salvou…

O calor estava tão grande que até um sheik apareceu para apoiar o Grêmio Novorizontino!

E teve até quem aproveitou a desculpa de se proteger do sol pra dar celebrar o amor…

Em campo, o Grêmio tomava as iniciativas mas as chances criadas acabavam desperdiçadas, e o Operário ainda levava perigo não só nos contra-ataques como também criando oportunidades reais.

Mas o Grêmio apertava! Parecia que o gol era questão de tempo!

A torcida fez uma festa a parte! Você que está lendo precisa lembrar que Novo Horizonte possui uma população de pouco mais de 40 mil pessoas… Tem ideia do que significa pra essas pessoas o time chegar à série A do Brasileiro?

Não tem anda mais legal que ver o envolvimento das pessoas com, talvez o mais precioso bem cultural da cidade: o seu time de futebol!

O lado das cadeiras cobertas tradicionalmente não canta muito, mas pelo menos apresentou uma padronização bem interessante quanto ao uso de camisas e bandeiras!

E hoje poder ver ao vivo a torcida pintando o Estádio Jorjão de amarelo e preto foi inesquecível!

O grande problema é que por mais que se esforçasse, o time não estava empolgando em campo e acabou criando-se uma certa tensão ao ver o primeiro tempo terminar empatado em 0x0.

Pra quem não vive a realidade do futebol, são apenas imagens, pra gente que respira esse dia-a-dia ver um estádio como este dessa maneira é uma verdadeira vitória, independente do placar!

Fomos dar um rolê pelo estádio no intervalo e se em campo o time não resolveu as coisas, no bar o faturamento foi certo!!

Foi bacana ver a diversidade de público no estádio, de crianças ao pessoal mais velho, todo mundo curtindo o momento único da cidade!

Espero que daqui alguns anos essa torcedora possa lembrar de quando ainda usava mamadeira no estádio.

O segundo tempo começou e o Operário manteve o controle do jogo, ainda levando perigo em algumas cobranças de falta e bolas paradas.

Alguns reclamavam que o técnico Eduardo Batista demorava pra mexer no time. Mas eu considero que ele tem muita moral pela fase atual do Novorizontino.

Formou-se um círculo vicioso: o gol não saia, com isso o nervosismo ia aumentando, fazendo aumentarem os erros…

Nessas horas, os deuses do futebol não tem piedade… E mesmo em frente essa multidão de torcedores, colorindo de amarelo as bancadas do Jorjão, o gol não saiu…

O placar insistia no 0x0…

A Garra do Tigre (principal organizada do Novorizontino) estava gigante!

E mesmo transformando a bancada em um verdadeiro show dos Ramons, o gol não saiu…

E quando parecia que não tinha como piorar para a torcida local, vem a bomba… Conforme disse um torcedor do nosso lado: “O futebol pune!”
Veja no canal do GE o gol do time visitante:

Foi uma decepção para todos…

Confesso que achei um pouco exagerada a reclamação da torcida por um time que está bem próximo da série A

Refletores acesos como um sinal amarelo… Será que o tão sonhado acesso só virá no próximo jogo, também em casa, contra o Payssandu?

O fim do jogo foi chegando, a pressão do Novorizontino aumentando, mas sabe aqueles dias em que nada dá nada certo?

Os raios de sol começavam a baixar, mostrando que a tarde caia e que o jogo chegava ao fim…

E sem sentimento algum, o árbitro trilou seu apito e encerrou o jogo deixando parte da torcida em silêncio como que não acreditando que a festa programada para o jogo não fosse ser realizada…

Novamente, agradeço a oportunidade de participar desse momento histórico ainda que sentindo um pouco do amargo da derrota do dia… Mas, confesso estar na torcida pelo acesso do Tigre do Vale em homenagem a essa pequena cidade que desafia os gigantes do futebol!

Abraços ao Rico, que nos acompanhou pela primeira vez em um rolê como este.

A hora de ir embora misturou emoções…
Por um lado, felicidade em ter vivenciado momentos tão incríveis ao lado da torcida do Novorizontino, por outro, triste pelo resultado que no mínimo adia o sonho do acesso.

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O futebol em Cubatão e o Estádio Roberto Dick

Hoje, registramos o rolê feito para uma cidade próxima de Santo André, que quase sempre é apenas passagem para quem está indo para o litoral: Cubatão!

A região da atual Cubatão foi ocupada há pelo menos 7.000 anos, pelo chamado Homem do Sambaqui, seminômades, que tinham sua vida cotidiana ligada ao mangue, tendo sua subsistência nos siris, conchas, crustáceos e peixes.
Atualmente pode-se encontrar um sambaqui – aqueles grandes montes de conchas que seriam o que sobrou da alimentação destes homens- na ilha do casqueirinho).

Os melhores caminhos para vencer a serra do mar passam por Cubatão, seja na caminhada como faziam os tupiniquins e demais povos indígenas, seja usando a Anchieta pra curtir a praia nos dias atuais.
Lá pelos século XV e XVI, o mais conhecido desses caminhos subia a serra pela Trilha dos Goianases, no Vale do Ururaí, atual Mogi das Cruzes.

Segundo o artista Benedito Calixto, os indígenas desciam a serra para fugir dos meses frios do inverno e aproveitavam para pescar já que essa é a época da tainha.
Você conhece o trabalho de pesquisa e artístico do itanhaense Benedito Calixto?

Este é seu famoso quadro Cubatão em 1826 que retrata o cenário da época:

A atual cidade é fruto desses caminhos indígenas, que acabaram adotados por João Ramalho (retratado no quadro abaixo por Benedito Calixto) e que se tornou comum aos portugueses que chegaram ao Brasil e que se dirigiam a São Paulo.
Mas naquela época não foi encontrado nenhum povo instalado na região.

Segundo o site Peabiru Calunga, a sequência da história se dá com a concessão de terras da região por Martim Afonso.
Uma das sesmarias acabou adquirida, em 1643, pela Companhia de Jesus.
Em 1803, a Fazenda dos Jesuítas acaba extinta e surge um povoado no local, que sobrevivia da agricultura, principalmente as plantações de banana.
Em 1841, o povoado acaba incorporado à cidade de Santos e somente em 1949 se emancipou, graças ao desenvolvimento da região, impulsionado pela construção da Via Anchieta e pelo crescimento das indústrias na cidade.

A industrialização trouxe 2 graves problemas: o primeiro, em 1965, quando o Regime Militar tornou Cubatão Área de Segurança Nacional por seu interesse estratégico e o segundo, o alto preço ambiental, que gerou uma série de problemas ligados à poluição e à ocupação irregular do espaço.
Em 1984, um incêndio na Vila Socó ganhou enorme repercussão com a explosão dos dutos da Petrobrás onde havia uma favela que acabou pulverizada.
Até hoje não se sabe o número de mortos.

Na sequência, o desastre da Vila Parisi: as indústrias geraram tamanho nível de resíduo que começaram a ocorrer mortes em neonatais por anencefalia.
Por conta disso, desde 1985, a Prefeitura e o Governo do Estado trabalham em torno da preservação ambiental, com o apoio da ONU, tornando Cubatão um exemplo mundial de recuperação ambiental, com a volta de um símbolo de sua fauna, o guará-vermelho, que recebe quem chega à cidade.

Uma curiosidade importante: Cubatão é cortada logo em sua entrada pela linha férrea, por onde enormes filas de vagões passam conectando o agronegócio do interior brasileiro ao porto de Santos.
E a estação de Cubatão é uma das mais antigas do Estado, inaugurada em 1867.

Sendo uma cidade com tantos problemas sociais, ambientais e até mesmo políticos, Cubatão encontrou no futebol um dos territórios para se desenvolver culturalmente e teve 3 times que fazem parte da sua história nas competições profissionais:

A Associação Atlética Guimarães é a equipe mais antiga que levou a cidade ao futebol profissional, sendo fundada em 9 de Novembro de 1964 junto à comunidade portuguesa de Cubatão.

Aqui, matéria do jornal “A Tribuna” ressaltando o time, um ano depois de sua fundação:

A sua sede social fica na Rua Santos, 176, no Bairro Jardim Francisco, em Cubatão, e aqui a vista na rua lateral (Av. Joaquim Miguel Couto, 200):

Além de disputar campeonatos regionais e partidas amistosas, a A.A. Guimarães entrou para a história do futebol ao disputar a edição de 1966 do Campeonato Paulista da Quarta Divisão (que se chamava “Terceira Divisão, já que a primeira era chamada de “Divisão especial”).

Neste ano, a Federação Paulista de Futebol resolveu incentivar a profissionalização dos clubes, principalmente em cidades que não tinham equipes disputando o campeonato.
Por isso, a Terceira Divisão daquele ano teve 78 times tendo como campeão, o CA Ferroviário, de Araçatuba.

A Associação Atlética dos Guimarães fundada apenas dois anos antes, não era sequer o maior time da cidade, já que o Comercial Santista FC , fundado em 23 de abril de 1932, era mais qualificado nas competições amadoras.

O Comercial Santista FC foi vice-campeão amador do Interior Paulista e campeão da Liga de Futebol Amador do Litoral em 1965.

Outro time amador da cidade que merecia destaque naquele ano era o alviverde EC Cubatão, fundado em 1930.

Desafiando as estatísticas, o EC Cubatão segue na luta, com sede na rua Belarminio do Amaral, 812, no Jardim Sao Francisco, em Cubatão.

Porém, como o futebol não tem tanta lógica, a AA Guimarães não apenas disputou o campeonato como em um grupo formado por times do ABC e do litoral, conseguiu classificar-se para a segunda fase, na 3ª colocação do grupo.

A AA Guimarães (alguns chamam de “o” Guimarães) acabou desclassificada na fase seguinte, mas ainda assim, entrando pra história!

Esse foi o time que disputou aquele campeonato (foto do site O Curioso do futebol):

Após o Campeonato Paulista, o time tentou manter-se em disputas, com campeonatos locais e até promovendo uma peneira para disputar os anos seguintes, mas acabou se licenciando e nunca mais voltou…

Em 1968, a AA Guimarães foi declarada de utilidade público pela Prefeitura, mas nem isso ajudou o time a se manter nas disputas oficiais.

Atualmente a AA Guimarães encontra-se extinta…
Então falemos do segundo time a disputar o futebol profissional defendendo a cidade: a AA Cubatense, fundada em 9 de abril de 2004.

Após eleições de 2004, a nova gestão eleita decidiu criar um novo time para a cidade, fundando a Associação Atlética Cubatense, e filiando-se à Federação Paulista de Futebol, para a disputa da edição de 2005 da Segunda Divisão Estadual (4º nível do futebol do estado), como noticia o jornal Tribuna de 2005:

A Cubatense teve uma primeira fase até que interessante ganhando 3 das quatro partidas que jogou como mandante, já na segunda fase, perdeu todas em casa.
Destaque para as duas vitórias contra o líder do grupo, o São Bernardo FC.

Dessa forma, o time terminou na 7ª e penúltima colocação. Tivesse ganho os 3 jogos em casa da segunda fase, teria se classificado.

Vi que o amigo Frederico Carvalho Capacitor tem uma camisa do time em sua página do facebook, então pra quem tem dúvida de como era o uniforme, aí está!

A AA Cubatense se licenciou já em 2006, mas depois de alguns anos, mudou de nome para Associação Atlética Montana Itapevi e passou a jogar competições das categorias de base em Itapevi.
Em 2012, passa a se denominar Itapevi FC, e disputa a Série B do Campeonato Paulista.

Mais uma parada e nova mudança: em 2022, passa a jogar em Alumínio e adota o nome de Sharjah FC, tradicional clube dos Emirados Árabes com quem tem parceria.

O Sharjah disputa os campeonatos da base e ainda faz de Alumínio sede da Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2023 e 24 (imagina se fosse em Cubatão…).

Por fim, Cubatão teve um terceiro (e até 2024, o último) time na cidade, o Clube Atlético Real Cubatense, fundado em 10 de julho de 2016.
O clube buscou construir uma nova cara para o futebol cubatense e trouxe em seu escudo o Guará Vermelho, que materializou a recuperação ambiental de Cubatão.

O time fez sua estreia no profissionalismo no Campeonato Paulista da Segunda Divisão de 2017, terminando a primeira fase em 5º luar, ficando fora da sequência da competição.

Aqui o time daquele ano:

Embora o Atlético Real Cubatense tenha mandado seus jogo no Estádio Espanha, campo do Jabaquara, em Santos, a casa do futebol em Cubatão era (e deveria voltar a ser) o Estádio Poliesportivo Roberto Dick!

Por isso, fomos até Cubatão para registrar o Estádio Poliesportivo Roberto Dick!

Mais uma bilheteria para a nossa conta!

Atualmente o Estádio anda meio caidão para a prática do futebol, mas parece estar vivo e em movimento para o atletismo.

Lá ao fundo a famosa muralha da serra do mar faz a imagem de fundo do campo!

Se em campo não temos jogo, temos o Tapicuru, uma espécie que tem se espalhado pelo litoral paulista.

Aqui, o meio campo:

O gol da esquerda:

O gol da direita:

A estrutura da iluminação ainda esta presente:

Existe uma antiga estrutura lá ao fundo, parece uma fábrica, mas que é o Posto de atendimento ao trabalhador e a Junta do Serviço Militar de Cubatão.

Uma pena o dia estar encoberto e não conseguirmos ver a serra do mar como ela merece…

De qualquer modo, ficamos muito contentes em registrar mais um estádio que faz parte da história do futebol paulista.

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220- Camisa do Al Nasr Sports Club

A 220ª camisa do site vem de Dubai, cidade mais populosa dos Emirados Árabes Unidos, onde a UAEFA (a Federação local) coordena ao futebol.

Agradeço ao meu amigão Caio Tambara porque essa foi mais um presente dele, mas será que o Caio e você se lembram onde ficam os Emirados Árabes Unidos

Primeiro lembre-se que a península árabe está a leste da África, separada pelo Mar Vermelho:

Os Emirados Árabes são uma Confederação de 7 emirados que se tornaram independentes da dominação inglesa em 1971, destes, o Emirado de Dubai é o maior.

E só pra lembrar que estamos falando de um país encravado no deserto e que tem desafiado a natureza na construção de uma sociedade nos moldes dos países ocidentais.

A camisa pertence ao Al Nasr Sports Club, um dos primeiros times dos Emirados Árabes, fundado em 1945, por um grupo de jovens visionários de Dubai.

Não confundir com o Al Nassr da vizinha Arábia Saudita onde joga atualmente Cristiano Ronaldo, que tem as cores amarelo e azul em sua identidade e o distintivo abaixo:

Em 2022, o Al NAsr mudou de distintivo, veja o novo segundo o blog Um Grande Escudeiro:

Com uma bola de futebol e muita vontade, o time foi fundado como: Al Ahli e apenas em 1960, após uma derrota no Catar, o clube decidiu mudar seu nome para Al Nasr, que significa “vitória”.

As primeiras reuniões eram em uma sede provisória num café ao lado do mercado de peixes – um cenário tão tradicional quanto curioso

Quando falamos sobre Dubai, devemos pensar em uma cidade com paisagens que vão do deserto ao luxo extremo, uma história de prosperidade bancada pelo petróleo. Mas, nos dias atuais, acho que todos os lugares acabam repetindo modelos e além do futebol, já existe até banda de rock por lá:

Aqui, uma foto do time em 1976:

O Al Nasr SC é tricampe˜ão nacional da chamada UAE Pro League, tendo seu primeiro título na temporada 1977-78, o segundo logo na sequência em 1978-79 e o terceiro em 1985-86.

Um grande momento ocorreu em 1973, quando o Santos foi até lá para um amistoso com o Al Nasr:

O Al Nasr também conquistou 4 Copa dos Emirados Árabes: 1984-85, 1985-86, 1988-89 e 2014-15.
Manda seus jogos no Estádio Al-Maktoum que tem capacidade para 15.058 torcedores, inaugurado em 1981 e modernizado em 2018.

A beleza da arquibancada é que este é um dos espaços que vinham se mantendo minimamente democráticos até a chegada das arenas e a elitização do futebol com seus novos preços salgados…

Sente o clima de um jogo, graças aos vídeos do incrível Raw Football Feed:

Júnior Dutra (que passou pelo nosso Ramalhão) jogou por lá também!

Aqui, o time que disputa atualmente a Copa do Golfo:

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#TBT – 1ª rodada da A2 de 2008

O que dizer de uma partida onde você encontra o Godoi num posto de gasolina antes de chegar no Estádio, ter que entrar pelo meio da torcida local, e ainda ser informado pela polícia que em caso de problemas o portão de acesso ao campo está aberto é a melhor atitude a ser tomada…

Após um empate de 1×1, fomos aconselhados pela polícia a ficar até depois do jogo para não ter problemas… Detalhe, até o carro eles nos obrigaram a colocar em cima da arquibancada kkkk

E o que você diria se enquanto espera, encontrar o treinador de quem você é ídolo, no caso: Ferreira!

Esse foi um rolê de 2008, na estreia da série A2 do Santo André contra o GE Catanduvense.

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EC São Bernardo 1×1 Grêmio Prudente – Semifinal da A3-2024 define a última vaga para A2-2025

Domingo, 21 de abril de 2024.
Dia de decisão! Para o EC São Bernardo, o jogo seria em casa, mas problemas com a prefeitura acabaram fazendo com que a torcida e o time tivessem que se dirigir a Santo André para a partida.

Ao menos os custos com os ingressos foram subsidiados pela diretoria do Cachorrão.

Antes da bola rolar, um último abraço…

Os jogadores do Esporte Clube São Bernardo fizeram questão de saudar sua torcida, aliás, time e torcida tem uma proximidade pouco comum de se ver…

E se é decisão, tem fogos de artifício nos céus… E tem torcida visitante presente!

E começaaaaa a partida!!!

A torcida do EC São Bernardo apoiou desde o início…

Olha que bacana essas bandeiras:

A Esquadrão Alvinegro é uma jovem torcida que vem crescendo e mantendo o apoio contínuo ao time independente dos resultados…

E olha aí a futura geração já nas arquibancadas!

Também vale ressaltar que cada vez mais as mulheres tem ocupado as arquibancadas, tornando o ambiente das torcida minimamente mais plural do que costumava ser num passado recente.

Sinta o clima do estádio nessa ensolarada manhã de outono…

Como deu pra ver nos vídeos acima, a presença da torcida prudentina foi surpreendente, com destaque para o pessoal da Fúria Prudentina que coloriu a bancada visitante!

Faixas, tirantes e muita vibração em azul, vermelho e branco, no setor visitante!!

O oeste paulista vinha sem um time capaz de reunir um bom número de torcedores, será que o Grêmio Prudente vai conseguir fazer isso?

E o time do São Bernardo entrou bem acordado pressionando bastante, afinal, era ele quem precisava construir o resultado.

E a pressão deu resultado: o Cachorrão saiu na frente aos 20′ do 1º tempo, quando Gustavo Santana aproveitou um cruzamento para a área e de cabeça fez: EC São Bernardo 1×0 Grêmio Prudente.

Festa na torcida alvinegra do ABC:

Vale ressaltar que além da sua Torcida Organizada, também houve a presença do torcedor comum, famílias e amigos que acompanham o time e estavam na expectativa, ainda maior com o gol de Gustavo Santana, do acesso à série A2!

Sinta a atmosfera da arquibancada:

Mas do outro lado, a vibração não parou, mesmo com o primeiro tempo terminando com o placar adverso para os visitantes.

O 2º tempo começou com os dois times mais fechados. Eu teria apostado que ambos iriam segurar o placar para que a decisão fosse nos penaltys.

Os incansáveis torcedores do Cachorrão levaram várias formas de apoio… bandeiras, sacos plásticos, diferentes coreografias na bancada…

Do outro lado, havia uma certa preocupação, pois um gol tiraria do Grêmio Prudente qualquer chance de acesso…

Mas aos poucos, em campo o Grêmio Prudente foi exercendo um domínio maior e trazendo risco à meta do goleiro Henrique Fernandes.

O povão do São Bernardo percebeu esse avanço e a preocupação agora estava na bancada local…

E, o temor dos torcedores do Cachorrão acabou se tornando realidade aos 10′ do segundo tempo quando Wallace marcou o gol de empate para a festa da torcida visitante!

É sempre difícil participar desses momentos, principalmente quando sabemos o envolvimento de cada torcedor com o destino do seu time, mas ficamos ali junto da torcida local até o final do jogo.

Mas, ao mesmo tempo o fim do jogo trouxe um presente aos torcedores que vieram de tão longe para acompanhar o seu time…

O Grêmio Prudente alcança o acesso para a série A2… É algo a ser mesmo muito comemorado!

Do outro lado, time e torcida do EC São Bernardo sofreram juntos… E souberam aceitar o difícil momento do clube. Foi muito bonito de ver e com certeza, algo raro em um mundo que cada vez mais cobra e exige resultados imediatos e não aceita derrotas.

E ficam aí, as imagens da festa visitante…

E como diria o tradicional “Galinha”: To indo embora, hein…

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