Pessoal, segue o podcast gravado ao vivo pelo jornal Correio de Atibaia que participei junto dos amigos Mário e Fernando (Jogos Perdidos).
Gastamos algum tempo falando sobre as competições da Federação Paulista de 2024.
Divirta-se!
Tag: as mil camisas
217- Camisa do Comercial FC de Tietê

A 217ª camisa de futebol do site mais uma vez representa uma equipe do interior paulista, o Comercial Futebol Clube de Tietê e foi presente do amigo Nélson.

O Comercial FC foi fundado em junho de 1920 e participou de várias ediç˜ões do futebol profissional, depois passou um tempo licenciado e nos últimos anos tem caminhado para este retorno às competições profissionais.

Já escrevemos sobre o Comercial de Tietê e detalhamos um pouco da história do time em suas participações nos Campeonatos oficiais (clique aqui e veja).

O Comercial Futebol Clube manda seus jogos no Estádio José Ferreira Alves, em Tietê.

Estivemos em Tietê assistindo Comercial de Tietê x Rezende de Piracicaba / União Tambaú, pela Paulista Cup sub 20, veja aqui como foi!

Se tudo der certo, o Comercial FC deve estar de volta ao profissionalismo em 2025, torcemos por isso!

APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!
Projeto Brunão Raiz
Nos momentos mais difíceis, o amor se torna ainda mais importante!

O Santo André acaba de ser rebaixado para a série A2 do Campeonato Paulista, mas sua torcida segue buscando formas de apoiar e principalmente de fomentar a cultura em torno do time, algo que vai muito além dos resultados.
Assim, na última partida do Paulistão 2024 tivemos duas faixas muito especiais em nossa bancada: a da Torcida Jovem (primeira torcida do Santo André) e a da Ramachões e Ramalhetes (esta uma das primeiras, se não a primeira torcida uniformizada a contar com importante participação das mulheres em suas fileiras).


Mas pra quem pensa que essa foi uma ação pontual, é importante contextualizar que isso foi parte de um Projeto envolvendo os coletivos Acervo 1967 (que nasceu para resgate de memória, ações, e difusão de informações sobre a torcida, time, e esportes em geral da cidade de Santo André), Santo André na rua (que tem produzido e colado Stickers das torcidas e projetos que espalham o nome do Santo André pelo mundo) e o próprio As Mil Camisas (que você lê hoje, mas que desde 2018 tem registrado histórias de times, torcidas e estádios).

Antes desta ação, esse “coletivo de coletivos” já havia restaurado duas bandeiras históricas (e originais dos anos 80) da TUDA (Torcida Uniformizada Dragão Andreense), como comemoração dos 40 anos da torcida (escrevemos sobre isso aqui, clique para ler).

O projeto atual, o “Brunão Raiz” nasceu com o objetivo de tornar o ambiente do Estádio e seus arredores mais cativante, com resgate artístico e cultural de tradições ligadas ao futebol antigo e arquibancada raiz.
As duas faixas citadas foram a primeira materialização desse Projeto, mas tudo começou com uma densa pesquisa em busca dos visuais originais das faixas das torcidas que fizeram parte das arquibancadas ramalhinas, localizando imagens como essas:

Uma vez resgatadas as imagens, o trabalho passou ser localizar pessoas que fizeram parte destas torcidas, gerando o 1º encontro destes torcedores para um registro das histórias de cada uma delas.
Estivemos lá e fizemos um vídeo desse momento:
Com o resgate das imagens e das histórias, foram materializados adesivos com o visual de cada uma das 11 torcidas, para que sua venda pudesse financiar a confecção de faixas e bandeiras históricas!
Aliás, quem quiser contribuir, basta falar com o Doug via o canal Acervo 1967. O custo da cartela com todos os adesivos é de apenas R$25 (+ eventuais custos de envio) e todo dinheiro será destinado a produção e confecção do material histórico.


APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!
De volta a Guaranésia-MG

No carnaval de 2024, tivemos a oportunidade de fazer mais um rolê misturando futebol, natureza, cultura e estrada.
Nossa primeira parada foi a cidade de Itobi, passamos também por Casa Branca, Mococa, Arceburgo (MG) e agora chegamos a Guaranésia.

A região era ocupada há milhares de anos por diversos povos como Guaranis, Kayapós, Puris, entre outros, e logo foi ocupada por europeus já que ficava no caminho para as minas de ouro. Pintura de Oscar Pereira da Silva.

Em 1901, a localidade foi elevada a cidade, com o nome de Guaranésia.
Logo ao entrar na cidade você percebe sua característica geográfica: somente 20% do relevo do município de Guaranésia apresenta-se plano… É morro pra cá e pra lá.
O primeiro trecho do ramal ferroviário ligando Guaxupé a Guaranésia foi inaugurado em 1912.


Hoje o que sobrou são apenas lembranças… Materializadas em uma locomotiva eternamente estacionada em frente onde ficava a estação.

Já visitamos Guaranésia em 2009, para conhecer o Estádio Francisco Lopes (veja aqui como foi) e veja abaixo como eu era 15 anos mais jovem e já com meus tradicionais bermudões pretos.

Naquela rápida visita ficamos chateados por não ter conseguido adentrar ao Estádio Francisco Lopes e aguardava uma nova oportunidade para fazê-lo.
Eis que esse dia chegou!

Olha que linda vista aérea disponível no site Guaranésia Memórias:

No início do Século XX já se jogava futebol em campos improvisados em Guaranésia.
Os primeiros times da cidade foram a Associação Atlética Esportiva e a SAGI Futebol Clube (Sociedade Anônima Guaranésia Industrial), fundada em 11 de Novembro de 1923, que daria origem ao Clube Operário de Recreios e Esportes (CORE).
Aqui, matéria de 1938 sobe a SAGI:

No mesmo 1938, jogo com o Arceburgo FC:


Aqui, jornal de 1940 fala de um jogo do CORE contra o J Nicola FC, de Mococa.

E outro contra o Guaxupé EC:

Aqui, o time de 1949:

Já em 1930, surgiriam o Santa Margarida Futebol Club e o Aliança Futebol Clube.


Aqui, uma das primeiras formações do Aliança:

Em 1932, o Aliança FC sofre um revés por 8×0, em um amistoso contra o Radium e decidem encerrar o time, e fazer surgir em seu lugar o Guaranésia Futebol Clube.


O primeiro estádio da cidade era o do Clube Operário Recreativo (CORE), e ficava no centro, mas em 1937, o Sagi Futebol Club prometia também construir o seu próprio campo.

Porém, o terreno do campo do CORE (onde o Guaranésia mandava seus jogos) foi entregue para a construção da Fábrica de Tecidos Santa Margarida…
Veja nesse mapa atual, como a fábrica fica perto do atual campo do Guaranésia:

Nessa foto mais antiga dá pra ter ideia de como era o local em 1923 (a foto é do site da própria Santa Margarida).

Aqui, um recorte do jornal Monitor Mineiro de 1934, falando sobre uma partida entre a Esportiva e a SAGI FC:

Também em 1934, uma nota no mesmo jornal sobre uma partida entre o Guaranésia FC e a AA Riopardense:

1944:

Após a doação do campo para a construção da fábrica, o Guaranésia Futebol Clube passou a utilizar o Estádio Marinho Ribeiro Lima Filho, o “campo das almas” (por estar perto do cemitério) e que hoje é chamado de Campo do Cruzeiro.
Passamos por lá pra registrá-lo:

Olha uma foto do time do Cruzeiro:

Só depois disso é que veio o atual Estádio Municipal, e que infelizmente, mais uma vez estava fechado e não permitiu que registrássemos melhor sua arquibancada.

Só o que fizemos foi fazer umas fotos do lado de fora:


Bem que tentei entrar pelo portão de traz, mas… também estava fechado.

Recentemente o time do Guaranésia Futebol Clube chegou na final da Copa Alterosa de Futebol Amador perdendo para a Seleção de Campo Belo e também a final da COPA AMOG.

E esse é o uniforme atual do time:

E aqui, uma contribuição do amigo Luis Sérgio mostrando mais uma camisa do time:

APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!
O Estádio Francisco Ribeiro Nogueira e o futebol em Mogi das Cruzes

5a feira, feriado de 12 de outubro de 2023.
O rolê de hoje é por Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, muito conhecida pela produção de hortaliças em uma área de cultivo estimada em mais de 7.100 hectares.

A região era densamente ocupada muito antes da chegada dos portugueses. Vários povos como os Tupis, Guaianás, Carijós e os Tupiniquim, do qual fazia parte o cacique Tibiriça, pai de Bartyra com quem o misterioso João Ramalho se casaria.

Em torno de 1560, é registrada a primeira entrada de um bandeirante na região de Mogi das Cruzes, em busca de ouro: Braz Cubas, registrado abaixo por Benedito Calixto, séculos depois:

Outro bandeirante, Gaspar Vaz, foi quem abriu o primeiro acesso a Mogi, facilitando a formação do povoado, elevado à Vila de Sant’Anna de Mogi das Cruzes em 1611.
Aqui, a igreja matriz de Mogi retratada em bico de pena por Tunico de Paula sobre aquarela de Thomas Ender:

Atualmente, a cidade é constituída por 8 distritos: distritos: Mogi das Cruzes, Biritiba-Ussu, Brás Cubas, Cezar de Souza, Jundiapeba, Quatinga, Sabaúna e Taiaçupeba.
Estivemos lá há 10 anos, em 2013, para acompanhar um jogo entre o Atlético Mogi e o Jacareí pela Segunda Divisão. Clique aqui e veja como foi.


Somente em 2023 pudemos voltar com mais calma para visitar o Estádio e entender um pouco mais da história do futebol na cidade.

Para isso, usei como base o livro “História do futebol em Mogi das Cruzes” de João Renato Leandro Amorim.

O livro cita um artigo do jornal “O Diário de Mogi”, de 1957, que indica o responsável pela introdução do futebol em Mogi das Cruzes: o sapateiro Alfredo Cardoso, mais conhecido como Alfredão (foto retirada do livro e creditada ao Acervo Glauco Ricciele).

O livro esclarece que a primeira partida de futebol de Mogi das Cruzes envolveu um time de “camisas brancas” contra o de “camisas azuis”, em 6 de maio de 1906.
O registro de uma partida em 30 de junho de 1911, apresenta o Operário Futebol Clube como o primeiro clube da cidade.
A partir da década de 20, surgem outros clubes e já uma primeira grande rivalidade: de um lado, o Mogi Futebol Clube, que jogava de vermelho e do outro, o Falena Futebol Clube (que teve o Operário FC como origem), que jogava de branco e era o time do Alfredão.
As partidas eram disputadas em um terreno próximo ao antigo convento que ficava na rua Campo Santo, atualmente rua Otto Unger.
E foi ele quem propôs a unificação dos dois times, dando origem, no dia 7 de setembro de 1913 a um clube que agregaria o futebol mogiano como um todo: o União Futebol Clube. Evolução do distintivo vindo do site Gino Escudos:

O União Mogi começou jogando no campo do Parque, atualmente Rua Major Pinheiro Franco.
Segundo o livro Os Esquecidos, depois de partidas amistosas, fez sua estreia no Campeonato do Interior da APEA em 1928, sendo desclassificado em uma polêmica partida desempate com a Caçapavense, um 3×2 com arbitragem duvidosa. Como consequência, os dirigentes do União mandaram um ofício à APEA pedindo desligamento da entidade. Rolou até um “enterro simbólico” da associação reunindo cerca de duas mil pessoas.
O time retorna às competições oficiais em 1942, e nesse ano, nada menos do que 6 times da cidade disputaram a 24ª região do Campeonato do Interior (contando o AA Poaense, já que na época, Poá era um distrito de Mogi das Cruzes).

Destes, a AA Comercial, fundada em 14 de abril de 1931, ainda está viva disputando o amador e com seu Estádio em funcionamento.

Achei uma única foto do pessoal do Mogytex FC:

Do Santo Angelo FC, que representava o distrito de Jundiapeba encontrei uma foto dos anos 70:


A AA Poasense ainda mantém se na ativa, com uma bonita sede própria.


Do São João FC eu não encontrei nada, mas o Vila Santista teve uma importante história que resumiremos daqui a pouco.

Voltando à história do time do União Mogi, destaque para o Campeonato do Interior de 1947, quando vence o Setor 1 da Zona 1 com o time abaixo:

Este é o Estádio Francisco Ferreira Lopes, na Rua Casarejos:


Em 1951, o União se profissionaliza. Time daquele ano:

Em seu primeiro ano, disputa o Campeonato Paulista da Segunda Divisão e licencia-se no ano seguinte.
Retorna em 1955, quando disputou mais uma vez a Segunda Divisão, onde permaneceu por outros quatro anos.
Aqui,o time do União em partida contra o Vila Santista, pela segunda divisão paulista de 1958, no estádio da Rua Francisco Franco, do Vila. O jogo terminou em
empate por 2×2.

Em 1960, o clube pediu licença mais uma vez, ficando fora por quase duas décadas.
O União retorna em 1979, no Campeonato Paulista da Terceira Divisão, até 1981, quando foi promovido à Segunda Divisão.
Permanece na segunda até 1993.

Em 1998, o clube mudou seu nome para União Mogi das Cruzes Futebol Clube.
Em 2002, a equipe foi rebaixada à Série B1.
A partir de 2004, passa a disputar a Segunda Divisão, da qual sagra-se campeão em 2006, retornando à Série A3. O pessoal do Jogos Perdidos esteve cobrindo a final (veja aqui como foi), as fotos abaixo são do Fernando Martinez:


Em 2008, o clube volta ao nome União Futebol Clube.
Em 2009, passa por dificuldades financeiras e faz uma má campanha na A3, ficando em último lugar, voltando para a “Série B”.
Em 2011, além d crise financeira, o União Mogi acaba acusado (por conta de atos de seu treinador) de estelionato, injúria, difamação e até assédio moral e sexual.
Em 2023, o União Mogi foi rebaixado para a quinta divisão paulista de 2024.
O time manda seus jogos no Estádio Municipal Francisco Ribeiro Nogueira, o “Nogueirão”, inaugurado em 31 de maio de 1995. Para viver um pouco desta história na prática, fomos até lá conhecê-lo.


Vamos ao campo!
A história do Estádio está ligada à da própria cidade, já que toda essa área pertencia à empresa Mineração Geral do Brasil desde 1942. Ali foi construída uma usina siderúrgica, 550 moradias para seus funcionários e… um campo de futebol que serviu de base para o time do Esporte Clube Mineração Geral do Brasil, organizado pelos trabalhadores da usina.
Em 1957, o campo passa a ser denominado Estádio Cavalheiro Nami Jafet, ganhando estruturas ligadas a outros esportes.

Dá uma oilhada como está o campo hoje em dia:


Atualmente a capacidade do estádio é de 10.000 torcedores.


A siderúrgica entra em concordata, em 1965 e foi incorporada a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), em 1967. Em 1973, o Estádio Nami Jafet foi municipalizado e incorporado ao patrimônio público da Prefeitura de Mogi das Cruzes.


Esse grafite com a indústria de fundo é uma área bem característica do Estádio!

As cadeiras na área coberta deixaram o estádio realmente bem bonito!

Aqui, o gol da esquerda:

Aqui, o gol da direita:

Aqui, o meio campo:

Dê uma olhada nas demais arquibancadas, atrás dos dois gols:

Alguns vídeos para ilustrar o rolê:
E ali fica o placar:


E como estávamos em Mogi das Cruzes, importante falarmos também do Vila Santista Futebol Clube, fundado em 14 de julho de 1919:

O Vila Santista FC homenageia o bairro próximo do centro da cidade, e iniciou sua história disputando amistosos com times da cidade e da região.
Em 1922, inaugura-se seu Estádio, na atual Rua Francisco Franco.


O presidente do clube era Ângelo Pereira Passos, que viria a dar nome ao campo.
Com a criação da Federação Paulista de Futebol (FPF) em 1941, o Vila Santista passa a disputar o Campeonato Paulista do Interior.
Aqui, o time de 1949:

Em 1957, o Vila Santista segue o caminho do União e disputa o Campeonato Paulista da Terceira Divisão.
Na primeira fase, seu grupo contava com apenas outros 2 times: o Elvira, e o E.C. São José e o Vila classifica-se para a segunda fase em um novo grupo com Velo Clube, Expresso São Carlos, Guarani Saltense, Legionário (Bragança Paulista), São José, Ferroviária de Pindamonhangaba e o E.C. Aparecida, do qual apenas um time se clasificou: o Expresso São Carlos, tendo o Vila Santista terminado em 2º lugar. O Expresso São Carlos alcança o acesso à segunda divisão, mas decide abandonar o profissionalismo, deixando sua vaga ao próprio Vila!
O time disputa a segundona de 1958 e 59, quando volta à terceira.
Em 1960, cai para a quarta divisão e em 61 faz ali sua última participação no futebol profissional.
Outro time de Mogi das Cruzes, surgiu em 1952: o CA Ypiranga.

Ninguém sabe direito a história do CA Ypiranga se foi inspirado no time da capital ou se foi até mesmo uma filial em Mogi das Cruzes. Aqui, o time dessa primeira fase pré profissional:

O que se sabe é que o CA Ypiranga disputou a quarta divisão paulista em 1964, no grupo chamado “6ª Série”, ao lado do General Motors E.C. (São Caetano do Sul), o C.A. Pirelli (Santo André) e o Expulancex F.C.,de Cruzeiro, times que aproveitaram os benefícios para empresas que criaram seus times profissionais. No grupo, ainda estava o Atlético Vila Alpina e o E.C. São José. O time de Mogi terminou em penúltimo lugar, e acabou extinto.
Mas, já no século XXI, a cidade de Mogi das Cruzes viu o surgimento de um novo time: o Clube Atlético Mogi das Cruzes de Futebol, fundado em 19 de abril de 2004, na época como “Mogi das Cruzes Futebol Limitada”.

O time foi fundado por Joaquim Carlos Paixão Filho, um mogiano apaixonado por futebol que tentou fazer uma parceria com o União sem conseguir o que esperava.
Assim, em 2005, estreia no Campeonato Paulista da Segunda Divisão.
Mas se licencia em 2008 retornando em 2009, aí sim com o nome de Clube Atlético Mogi das Cruzes.
Em 2011 e 2015 novamente esteve licenciado das disputas.
Recentemente, o Clube Atlético Mogi passou por uma péssima fase, conquistando a alcunha de o “Pior Time Do Mundo” ao bater a terrível marca de 56 partidas sem vitórias, que até então pertencia ao Íbis!

O time ficou 62 jogos sem vitórias até que em 27 de Maio de 2023, venceu o Guarulhos por 1×0.
Mais um estádio, e uma cidade com muita história no futebol

APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!
Clipe da 1ª final da Copa Paulista
Segue o nosso tradicional clipe, desta vez tendo como tema a música “Acordas p’la manhã”, da banda Pesta & Sida, de Portugal.
APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!
1º jogo da Final da Copa Paulista 2023
Sábado, 7 de outubro de 2023. Dia de decisão.
O Estádio Ulrico Mursa recebe a primeira partida da final da Copa Paulista.
Em campo, dois clubes de enorme tradição no futebol paulista:

Estivemos do lado da torcida local, da Associação Atlética Portuguesa, a Portuguesa Santista, fundada em 20 de novembro de 1917, se liga como estava a entrada do Estádio:

Aos que não conhecem o time da baixada, a Portuguesa Santista é conhecida como Briosa e esta partida contra o São José mais uma vez mostrou que o apelido é certeiro!

Ingressos em mãos depois de certa dor de cabeça… Afinal, na 6ª feira eles haviam se esgotado e pra conseguir esse aí tive que fazer um baita corre desde cedo em Santos, achando que não conseguiria na hora. Óbvio que paguei mais caro e na hora tinha váááárias pessoas vendendo até a R$ 10 na porta…

Mas vamos ao jogo, porque não para de chegar gente!
A atual capacidade oficial do Estádio Ulrico Mursa é de 7.635 torcedores e a previsão era de lotação total, o que acabou não se confirmando por algumas poucas centenas de lugares vagos.


É até difícil pensar onde estariam essas pessoas olhando as diferentes áreas do Estádio Ulrico Mursa que pareciam cheias mesmo antes da partida começar.


Mas faz sentido, afinal, depois de muitos anos, independente do resultado dessa final, a Briosa volta ao cenário nacional (Copa do Brasil ou Série D do Brasileiro) e o torcedor está pra lá de feliz!

Será que aqueles trabalhadores lá em 1917 decidiram fundar um time que representasse a colônia portuguesa imaginavam que mais de 100 anos depois a AA Portuguesa ainda representaria tamanha paixão do povo santista, indo além da própria colônia lusa???

Aliás, quantos anos você tinha quando percebeu que a Portuguesa Santista é a primeira “Portuguesa” do Brasil? A faixa ali na bancada ajuda a torcida local a relembrar este fato!

A torcida visitante também fez bonito e se fez presente em bom número, apoiando o jogo todo!


Abraços ao amigo Lucas Barbosa, que acompanha o time do São José por toda a parte!

E dessa forma o Ulrico Mursa viveu um dia de diferentes cores competindo nesta decisão…


Sem dúvida uma tarde que coloca frente a frente dois times que tem muitas glórias. Já falamos um pouco da história do São José EC (veja aqui como foi), quando estivemos por lá acompanhando o Ramalhão nessa mesma Copa Paulista.

Mas as glórias da AA Portuguesa também não são de agora, o seu primeiro título é de 1920: a segunda divisão da Associação Santista de Esportes Athléticos (Asea), dando direito à disputa da primeira divisão, onde conquistaria o título por 11 vezes (1923, 1924, 1926, 1927, 1931,1932,1933, 1934, 1958, 1962 e 1963). Ainda foram quatro conquistas da série A2 em 1932, 1933, 1934 e 1964.
Aqui, o time de 1958, do site Varzea Santista:

Mas, sem dúvidas, os dois times vivem no presente mais uma vez um bom momento, ambos em ascensão e essa final serve de celebração.


É hora da festa começar, os times estão para entrar em campo e o Ulrico Mursa se transforma em um verdadeiro caldeirão de cores, sons e sentimentos!

E logo, o Estádio que começou a ser construído em 1919 e foi inaugurado em 5 de dezembro de 1920, com uma goleada de 6×0 em cima do Clube Sirío, recebe as duas equipes para a cerimônia de abertura:

Um detalhe bacana é que o goleiro do São José é o Luis Augusto, que conhecemos quando defendeu o Ramalhão e é muito legal ver o baita profissional que ele se tornou.

O Estádio Ulrico Mursa foi o primeiro estádio da América Latina a ter cobertura de concreto e ela nunca foi tão valorizada quanto na hora da chuva de hoje…

O maior público aconteceu em 1952, contra o Corinthians, com 12.500 torcedores. Incrível pensar que é quase o dobro do público de hoje…
Pô, vale um destaque importante para a culinária de estádio do Ulrico Mursa, com oportunidades únicas, como os Doces do mineiro:

E os tremoços… O que dizer dessa incrível iguaria?

E pra nós é sempre uma grande honra poder vivenciar um dia como este em meio ao pessoal da Briosa!

E vem a Briosa pra cima!!! Confesso que me surpreendi com o time da Portuguesa Santista no primeiro tempo tomando a iniciativa e indo pra cima, mas faltava bater no gol…
Ou, faltava pontaria…
Pra mim, o grande momento da Briosa tem como principal responsável este homem: Sérgio Guedes.

E na bancada, a torcida não para!!!

A Força Rubro Verde fica aí atrás do gol, e é daí que vem a festa!

Tirantes, gente na bancada ou mesmo colada no alambrado…


Após uma noite e uma manhã abafadas, começou a garoar, e a bandeira ajudou alguns a se proteger da água…

Outros sequer perceberam a água que começava a cair e seguiram em um transe apaixonado fazendo a sua parte em busca de um placar que desse vantagem à Briosa no jogo de volta.

O amigo Luis Augusto se tornou o principal vilão para a torcida local, atuando com segurança “irritante”.

Acabou sendo “homenageado” pela torcida várias vezes…
O São José também atacava e contra-atacava levando perigo. Era uma decisão de verdade!

A chuva foi apertando e deixando a arquibancada e o gramado em condições mais adversas…
Ficou difícil até pra ver o jogo…

E se pra ver estava difícil, pra jogar, imagine pra jogar…
As arquibancadas cobertas eram os únicos espaços secos.

Mas quem disse que o coração se importa se está seco ou molhado? Se o time da Portuguesa é conhecido como Briosa, pode se dizer que sua torcida também o é!


A água era tanta que as lentes da câmera ficaram encharcadas e cheias de manchas…

Parece que conforme a chuva aumentava, crescia a gana, a raiva mesmo do torcedor contra um resultado que não interessava ao time da baixada.

A chuva castigava, mas para a torcida local, quem maltratava mesmo era o placar.
E o relógio ia passando com o cair dos pingos…
10, 20… 40 minutos… 45 minutos….
Um empate definitivamente tornaria a missão da Portuguesa santista bastante complicada, mas… Seu lema é não desista!
Assim, acompanhe os melhores momentos e o que aconteceu após os 45 minutos do segundo tempo e entenda porque a Portuguesa Santista é a mais briosa!!!
APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!
Clipe da final da Segunda Divisão 2023
Segue o resumo do rolê por Araras, com a trilha da banda argentina Mala Suerte:
APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!
União São João campeão da Segunda Divisão 2023

Sábado, 30 de setembro de 2023. É dia de festa para o futebol paulista, o Estádio Hermínio Ometto recebe o segundo jogo, a finalíssima da Segunda Divisão do Campeonato Paulista. Ah, se você quiser ver um montão de vídeos que fizemos no jogo, acessa a playlist que montamos.

Em uma tarde bastante quente, ainda que com o sol encoberto pelas nuvens, desde as 13hs, a torcida local já se encaminhava para o Estádio.

Infelizmente não foi possível evitar as filas já que quase 8 mil torcedores compareceram à partida!



Desde a concentração em frente ao estádio até o final do jogo, houve a venda de diversas camisas e até daquele chapéu tipo “pescador”.

Até uma cerveja do time estava a venda na entrada do estádio.

Mais uma vez, tive a companhia do amigo punk, escritor, professor, poeta e até futeboleiro, o Joey, que vive por estas bandas, passeando entre Araras, Leme, Mococa, Porto Ferreira… Ah, e pudemos conhecer o amigo Pedro “Carroceiro” e sua sobrinha, Sophia Helena!

Então, acompanhe-nos na entrada para o estádio!
Lá dentro, um espetáculo emocionante: as arquibancada do Estádio Hermínio Ometto cheias, como há muitos anos não se via…

Uma faixa me chamou a atenção e depois fui conhecer a triste história, que se contrapôs ao momento feliz da tarde de sábado: Bruna Angleri, de 40 anos, foi morta de forma brutal na quarta feira (27), tendo o seu ex namorado como o principal suspeito até o momento.
No domingo, ainda rolou uma manifestação nas ruas de Araras (foto abaixo do Portal de notícias da Rádio Clube Ararense).
Vivemos uma verdadeira “epidemia” de feminicídio… Isso é inaceitável!
Precisamos lutar contra essa aberração.

Voltando ao jogo, havia muita gente com a camisa do time, de diferentes épocas, como esta:

Dessa forma, foi se pintando de verde e branco as bancadas do Estádio Hermínio Ometto!




Dê uma olhada no público:

A Torcida União Alviverde é quem comanda a festa na bancada!

Além das arquibancadas, o Estádio tem um um “corredor” ao lado do alambrado e com um gramado que cria um ambiente bastante “acolhedor”.


Lá no campo, quem anima a festa é a Arararinha!


A Torcida União Alviverde espalhou tirantes (esses panos verdes e brancos indo até lá embaixo) que deu um visual bem legal!




A Torcida visitante também se fez presente e merece respeito, principalmente porque com o acesso, o Catanduva FC está tentando se tornar o novo time da cidade.


O Estádio Dr Hermínio Ometto tem capacidade para mais de 16 mil torcedores e o público no sábado foi de quase 8 mil pessoas!


Em campo, após o 0x0 na primeira partida, ambos os times partiram pra cima, afinal, quem ganhasse o jogo, se tornaria campeão.


Às torcidas, cabia apoiar!

O primeiro tempo chegava ao fim, mantendo o placar do início, quando Toninho recebeu uma bola, e observando que o goleiro Mandela estava adiantado, mandou um petardo de fora da área fazendo 1×0 para a festa da torcida local!

Intervalo de jogo, tempo pra botar a conversa em dia!

Também deu pra dar um rolê e registrar um pouco da galera que compareceu!




Foi distribuída uma bandeirinha que poderia ter dado um charme maior na arquibancada, mas o pessoal preferiu usar como “abanador”. De qualquer forma, trouxe logo 3 de recordação do dia!

O segundo tempo viu o sol se por e até uma ameaça de chuva, que não caiu, mas ajudou a amainar o calor que esquentou a cabeça do pessoal…

E o jogo voltou com o Catanduva vindo pra cima em busca do empate!

Além disso, o juiz começou a não agradar o público local…

Também achei engraçado a turma que assistiu o jogo lá no morro atrás da arquibancada!

E a Torcida União Alviverde seguia com a festa:



Pra quem acha que as organizadas tem que acabar… Sem a presença dos caras, o jogo não teria menor graça…




E tamanho apoio deu certo: penalty para o União São João cobrado por Valdívia (o craque da Bezinha) e o 2×0 praticamente sacramentou o resultado e o título!

Daí pra frente foi só curtir a festa com a certeza de que o time da casa estava a minutos de se tornar campeão da Segunda Divisão do Campeonato Paulista!

Que bacana poder fazer parte de uma tarde como esta!

Logo após o apito final, o que se viu foi um encontro entre o time e sua torcida, para a alegria de toda uma cidade, que há anos parecia ter abandonado o amor pelo futebol…
Foi emocionante ver o Catanduva FC receber o troféu e ser aplaudido por todo o estádio. Na imagem abaixo, você percebe que eles mesmos estão batendo palmas a torcida do União em um dos momentos de respeito e admiração!

A torcida visitante também reconheceu o esforço do time e celebrou o vice campeonato.

Os próprios jogadores do Catanduva FC fizeram questão de ir celebrar com a torcida.

E aí chegou a grande hora… o troféu vem para as mãos do União São João…

Uma verdadeira explosão de alegria para a torcida!

Muitos sequer eram nascidos quando em 1996, o time levantou seu último caneco: o título da série B.


A nova geração soube aproveitar a oportunidade e interagir com os novos ídolos!

E eu e a Sophia Helena também fomos lá pra fazer uma foto com o craque Miguel!

Também fizemos a tradicional foto em frente ao distintivo, com a esperança de dias cada vez mais animados para o futebol em Araras.

Saímos cheio de felicidade, mas lembrando que o caso da dentista Bruna clama por justiça… (foto de Carol Custanari do site Notícia 360º):

APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!
O 2º Estádio do Corinthians

16 de setembro de 2023.
No mês de aniversário do SC Corinthians, fomos registrar o Estádio Alfredo Schürig, que foi a casa do Timão por várias décadas e atualmente, com 95 anos de história, faz parte da estrutura poliesportiva do clube além de receber partidas das categorias de base e dos times femininos.

Fiquei espantado em ver a movimentação em torno do clube por atletas de diversas modalidades e por famílias que estavam ali pra acompanhar ou praticar esportes ou mesmo curtir uma piscina.

A loja oficial do Corinthians também está muito bonita. Uma pena que os preços praticados não condizem com o tema “o time do povo”.
O Sport Club Corinthians Paulista foi fundado em 1º de setembro de 1910, por cinco trabalhadores.

A inspiração para o nome veio do Corinthian Football Club (atual Corinthian-Casuals Football Club), o maior time amador da Inglaterra, e que passou pelo Brasil, jogando e vencendo o Fluminense, o Club Athletico Paulistano e a Associação Atlética das Palmeiras.

O primeiro campo do Corinthians era na verdade um terreno baldio na Rua José Paulino (conhecida como Rua dos Imigrantes, naquela época), no Bom Retiro.
O campo era conhecido como “Lenheiro”, por ter sido um depósito de lenha.

Com o passar dos anos, o time precisou de um estádio mais estruturado e passou a jogar no Estádio da Ponte Grande, inaugurado em 17 de março de 1918 e considerado o primeiro estádio do Corinthians.

O Estádio da Ponte Grande ficava onde hoje está o Centro Esportivo Tietê.

Parece difícil imaginar aquela São Paulo do início do século XX, com as greves anarquistas assolando uma capital ainda bastante rural e às margens de um rio Tietê ainda limpo, um estádio de futebol…

Para sua inauguração, foi convidado o rival Palestra Itália, em 17 de março de 1918, terminando em 3 x 3. Uma semana depois, os clubes voltaram a se enfrentar também na Ponte Grande, e o Palestra Itália venceu por 4 x 2.

Para jogos com maiores públicos, o Corinthians utilizava o Estádio do Parque Antárctica e o Campo da Floresta.
Mas o Estádio da Ponte, com capacidade para 8 mil torcedores era bastante utilizado e recebia bons públicos como podemos ver na foto abaixo:

O Estádio da Ponte Grande viu o tricampeonato estadual de 1922, 1923 e 1924.
Aqui, o time de 1924:

O estádio foi a casa do Corinthians até 1928, quando o Estádio da Fazendinha passou a ser utilizado. E olha como era charmosa a arquibancada da Fazendinha:

O terreno do novo estádio pertencia ao Esporte Clube Sírio, e por se localizar no subdistrito do Parque São Jorge, a identificação da torcida com o santo guerreiro foi fácil e logo se tornou apelido do estádio.
Aqui estão as atuais bilheterias:

Junto do Estádio, o clube construiu uma grande sede social, com equipamentos parra outros esportes e depois uma série de outros serviços que fazem do Corinthians um baita clube atualmente.


Em 1933, o estádio foi reinaugurado e substituiu definitivamente o Estádio da Ponte Grande como local de jogos do Corinthians na cidade de São Paulo.
Vamos enfim conhecer o campo?
Assim, seja bem vindo ao Estádio Alfredo Schüri, ou ao Estádio do Parque São Jorge ou se você preferir ao Estádio da Fazendinha.
Aqui, o gol do lado esquerdo (onde está o clube):

Aqui, o meio campo:

E aqui, o gol da direita:

Como existia uma pequena fazenda no local, o Estádio acabou conhecido como “Fazendinha” que se mantém até hoje em dia.

O nome oficial, Alfredo Schürig, homenageia o ex presidente do Corinthians entre 1930 e 1933, que ajudou no pagamento das prestações do terreno e forneceu ferros, pregos e parafusos de sua própria fabricação para que as novas arquibancadas fossem construídas.

Uma característica do estádio é a proximidade da torcida com o campo, mas infelizmente nos dias de hoje não se pode assistir jogos ali, apenas sentadinho ali na arquibancada.

A medida em que o futebol foi se desenvolvendo, os jogos mais importantes do Corinthians passaram a ser disputados no Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu.
Mas o estádio nunca foi inutilizado e mantém toda essa história ali, viva!

O Estádio recebeu várias reformas, saindo de uma arquibancada que era literalmente no morro onde a torcida ficava encostada, depois recebeu as arquibancadas de madeira, até chegar nas de cimento. Mas parte da torcida protestou contra essa modernização, argumentando que o Corinthians estava perdendo sua essência. O que diriam hoje da Arena Neoquímica?

O recorde de público do Parque São Jorge é de 32.419 pessoas, numa partida contra a Ferroviária de Araraquara em 1959.

Além desta partida contra a Ferroviária, em 1962, um jogo contra o Santos teria levado aproximadamente 33 mil pessoas (incluindo imprensa e dirigentes) ao estádio, sendo assim o maior público, que vaiou Pelé, responsável pelo gol da vitória de 2×1 do time visitante.

Houve um momento em que se sonhou com um projeto de modernização do Estádio, nos anos 80, durante o período da Democracia Corinthiana, com o presidente Waldemir Pires. Os setores de arquibancadas seriam cobertos e ampliados, com capacidade estimada em 40 mil lugares.

Mas infelizmente, o sonho não saiu do papel e em 3 de agosto de 2002, a Fazendinha recebeu o último jogo oficial, o amistoso: Corinthians 1×0 Brasiliense.
Em 22 de julho de 2018, a Fazendinha completou 90 anos e o Estádio ganhou uma revitalização. Agora as arquibancadas estão pintadas de preto!

No jogo de hoje, pelo Campeonato Paulista sub 20, o Timão foi vencido pela Portuguesa por 2×1…


Mas poder acompanhar uma partida, ainda que das categorias de base, em um estádio com tanta história, já é uma vitória, independente de qual time você torce.

