Rolê pelo velho continente 2014 – parte 2 (Berlin)

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Na segunda parte dedicada ao nosso role (na primeira falamos sobre alguns estádios de Barcelona, veja aqui como foi), agora foi a vez de reencontrarmos Berlin (já passamos por lá antes, veja aqui como foi).
Berlin é uma cidade que remete aos livros de história, não tem jeito.
Tanta coisa se passou com este país, que as vezes fica difícil acreditar, por isso visitar a cidade é rever tudo aquilo que aprendemos na teoria.

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O muro de Berlin, ou melhor, o que sobrou dele, ajuda a manter vivo um período em que a guerra fria chegou ao seu extremo.

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Outro lugar incrível pra se entender um pouco da história é o Museu da Alemanha Oriental, que permite aos visitantes interagir com a cultura do lado oriental do país durante a guerra fria (de lata de feijão e roupas que eram utilizadas pelas pessoas até a possibilidade de dirigir um simulador pelas ruas, naquela época).
O site deles é www.ddr-museum.de/en.

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Também não dá pra esquecer do que aconteceu na segunda guerra. Existem muitos museus e lugares como o Memorial aos judeus assassinados (dá pra ver que tava frio, né?):

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Pra quem gosta de pechinchas, a Mari descolou um “Mercado de Pulgas” (Flohmarkt) que acontece aos domingos no Mauerpark com um monte de atrações bacanas. Aproveitei pra comprar uns cds usados do Die Toten Hosen por um ótimo preço. Aqui dá pra ver um pouco mais sobre o Flohmarkt: www.mauerparkmarkt.de.

Flohmarkt

Falando em cd´s e música, Berlin tem ainda uma forte cena punk, muitos deles ainda podem ser vistos pelas ruas da cidade, ou nos shows que acontecem frequentemente.

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Mas infelizmente os Squats (prédios abandonados que são ocupados pelos punks e transformados em centros culturais e moradia) começaram a ser derrubados ou desativados pela polícia e pelo governo, esse fica no bairro Mitte e fechou no ano passado.

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Berlin conta ainda com um incrível Museu dos Ramones! O lugar é pequeno, mas é muito bacana e guarda vários ítens relacionados à banda e tem um café a preços honestos. Quer saber mais, acesse: www.ramonesmuseum.com/

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Mas para se entender um pouco da história do punk em Berlin, é necessário visitar o distrito de Kreuzberg.

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É ali que está a Core Tex, uma loja e gravadora punk que fica em um ex-squat.
Criada em 1988, a Core Tex ainda organiza uma série de shows, incluindo o festival anual “myFest”. Maiores informações, acesse: www.coretexrecords.com

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Outro lugar (quase em frente da Core Tex) é o SO36 , um lugar onde rolam os shows mais bacanas, tipo um CBGB alemão. Maiores informações em www.so36.de

E a rua Oranienstrasse (onde ficam a Core Tex e o SO36) mostra porque é mesmo parada obrigatória para quem curte cultura alternativa. Olha essa loja especializada em material do St Pauli:

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Outra coisa que nos marcou, foi que pela primeira vez, estivemos em um Campo de Concentração, e embora seja ruim a simples sensação de estar lá, valeu pela reflexão e aprendizado.

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Trata-se de Sachsenhausen, local onde funcionou o primeiro campo de concentração nazista (de 1936 até 1945) para confinar ou liquidar em massa opositores políticos, judeus, ciganos, homossexuais, Testemunhas de Jeová, e, posteriormente, milhares de prisioneiros de guerra.

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Sim, o clima é pesado. É angustiante saber que ali morreram e foram torturados milhares de pessoas de diferentes países.

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Então por que adentrar num lugar desses? Primeiro para não esquecer e consequentemente não deixar se repetir. Segundo, porque faz parte da história do mundo e não somente da Alemanha.

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Sachsenhausen fica na cidade de Oranienburg, em Brandemburgo. O lugar fica a poucos quilometros de Berlin, dá pra ir de trem. É uma visita que eu recomendo para quem for para Berlin.

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Tem cara de cenário de filme de terror, não tem?

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Hora de ir embora…

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Mas, no caminho de volta conversando com um morador local, descobrimos que a cidade sedia um time que eu não conhecia, o Oranienburguer FC.

distintivo do Oranienburger FC

O time manda seus jogos ali pertinho no Estádio que tem um nome bastante propício para o local: Arena da tolerância.

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Oranienburger FC 1

O time surgiu em 1901 como Oranienburger Football Club Orange e passou por diversas mudanças de nome e de administração. A principal delas, em 2003, fez surgir o Oranienburger FC Eintracht 1901 que é o atual nome do time que conquistou na temporada 2012/13 o acesso para a liga Brandenburgo.

Oranienburger FC

Dê uma olhada em algumas fotos do site oficial (www.oranienburger-fc.de).

Antes que você se pergunte “Conseguiu alguma nova camisa pra coleção?” tenho que ressaltar que as camisas de times de futebol são muito caras, e por isso comprei apenas alguns cachecóis de recordação, como esse do BFC Dynamo (Berlin Clube de Futebol Dynamo), time fundado em 1966 e que conquistou dez títulos nacionais consecutivos entre 1979 e 1988 na Alemanha Oriental.

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Outro time local é o Hertha Berlin, que possui várias lojas espalhadas pela cidade.

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Enfim… esse foi um pouco do nosso role misturando cultura, punk e futebol por Berlin…

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De Berlin fomos para Varsóvia, e aí já é tempo de uma nova história…

APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!

Futebol em Berlim

Continuando nossa saga pela Alemanha, decidimos juntar nossos últimos Euros e comprar uma passagem, de trem para Berlim. O trem bala fez a viagem em cerca de 3 horas, e é mais gostoso que viajar de avião.

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Como não estava nos planos estar em Berlim, não tinhamos nem idéia de por onde começar, por isso, achamos uma boa fazer um tour com aqueles “ônibus de turistas”, e valeu a pena.

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Conhecemos os principais pontos turísticos da cidade, em pouco mais de 3 horas, e isso porque descemos em alguns lugares pra andar um pouco.

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Pelo discurso do nosso “guia eletrônico” (aquela gravação que você ouve pelos fones, enquanto percorre a cidade), deu pra perceber que Berlim tem a história bem dividida entre antes e depois da 2a guerra mundial.

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Só pra compartilhar algumas das fotos, abaixo, o Bundestag, o parlamento da Alemanha.
Aqui eu e a Mari no busão, pagando total de turista. Ponto a ponto fomos escutando (em espanhol) um pouco sobre a cidade de Berlim, um lugar por onde a história se esparrama a cada esquina.

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Esse é um dos monumentos mais famosos de Berlim, a Coluna da Vitória (Siegessaule). A estátua acima dele representa a Deusa da Vitória.

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Assim como nas demais cidades que visitamos pela Europa, o cuidado com a manutenção das edificações com arquitetura histórica, se fazem presentes em Berlim, mesmo após tantas guerras. Em compensação, eles decidiram manter a igreja Kaiser-Wilhelm-Gedächtniskirche parcialmente destruída para que não se esqueçam os horrores da Segunda Guerra.

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Depois de tanta coisa turística fomos atrás de algumas coisas mais específicas. Passamos em uma loja de Cds afinal não podíamos voltar pra casa sem trazer no mínimo um Cd punk alemão.
Assim comrpei um CD do Die Toten Hosen que ainda não tinha.

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Depois fomos ao museu Madame Toussaud ver as cerca de 50 estátuas e cera. Foi lá que alguém literalmente “arrancou” a cabeça de Hitler (da estátua).
Abaixo, as peças ligadas ao futebol, começando pelo craque Uwe Seller:

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O goleirão Oliver Kan, também está por lá, e assustou a Mari:

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E como a Mari é uma profissional da moda, nada demais ela dar uns toques pro Klinsmann, pra melhorar o visual da camisa dele né?

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O astro Franz Beckenbauer também estava por lá:

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Pra fechar, os irmãos gêmeos holandeses Frank e Ronald de Boer:

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Ainda falando sobre futebol, vale lembrar que Berlim sedia muitos times como por exemplo: ASK Vorwärts Berlin, Blau-Weiss Berlin, Hertha Berlin, Viktoria 89, Rapide Berlin, SV Nord Wedding, Tasmania 1900, Alemannia Wacker, BFC Dynamo, entre outros. Por fim, visitei algumas lojas de material esportivo, mas já não tinha grana pra comprar nada pra mim. Só consegui trazer uma camisa da seleção de handball pro meu irmão Murilo e uma de futebol pro meu pai. Vimos ainda uma loja do Hertha Berlim:

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Passamos próximos do estádio Olímpico, mas não deu pra descer porque já estava perto da hora de pensarmos em voltar. Lembre-se que ainda tinhamos que pegar um trem rápido de 3 horas…

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Estádio Berlim

Ah, claro, vimos o que sobrou do muro de Berlim, reconheço que foi emocionante:

Assim, mais cansados do que nunca, mas completamente satisfeitos por termos conhecido mais uma cidade,  voltamos para Nordkirchen já no final da noite.