105- Camisa do São Caetano

A 105ª camisa do nosso blog é uma prova de que não deixamos a rivalidade falar mais alto que nossa relação com o futebol. Mesmo sendo torcedores do Santo André, falaremos hoje sobre nossa camisa da Associação Desportiva São Caetano, da cidade homônima, da região do Grande ABC.

A cidade de São Caetano sempre teve bons times, como o São Caetano Esporte Clube (cujo campo fica às margens do Tamanduateí, na Av. do Estado), e o Saad, que rivalizou com os grandes clubes de SP por muitos anos. Mas existia a necessidade de um time que fosse tido como da cidade. Assim, conforme canta o seu hino, o time foi fundado em 4 de dezembro de 1989 por um grupo de apaixonados pelo futebol, entre eles a família Tortorello, lembrando que Luiz Tortorello era o prefeito da cidade. O time se filiou à Federação utilizando o nome da Sociedade Esportiva Recreativa União Jabaquara. Somente depois de filiado, o nome do time mudou para Associação Desportiva São Caetano.

A “pré história” do São Caetano

O primeiro jogo do time foi em 1990, pela então quarta divisão, contra o Comercial de Registro (1 x 1).

O atacante Taloni foi o autor do primeiro gol oficial da história do time. Neste ano o clube teve uma passagem folclórica. No jogo contra o Vila das Palmeiras, em Guarulhos, marcado para as 15hs, o ônibus do time quebrou e faltando pouco mais de meia hora pro jogo, o jeito foi apelar e parar táxis e torcedores do São Caetano para levar o time até o estádio. Os reservas só conseguiram entrar em campo depois de iniciado o jogo. Ainda assim, o time conseguiu sair com um emapte em 0x0. O técnico dessa época era José Gazeto, o Zelão.

As primeiras conquistas e os craques

Em 1991, em seu segundo ano de disputa, a A.D. São Caetano conquistou o Campeonato Paulista da Terceira Divisão de 1991, subindo para a Série A-2, com o time: Serginho, Cacá, Daniel Bebedouro, Luiz Pereira e Wladimir. Tião Rocha, Livio e Paulinho Kobaiashi. Osmir, Agnaldo e Serginho Chulapa. Para quem não lembra desta camisa, o Frisco (torcedor das antigas do time) me mandou essa foto: O time permaneceu na A2 até 1994, quando enfim voltou para a série A3.

O recomeço

Apenas em 1998, o time conseguiu conquistar novo acesso à série A2, ao ser campeão, batendo o Taubaté, na final. Lembro me que nas arquibancadas do Bruno José Daniel (Estádio do Santo André), o resultado foi comemorado por vários torcedores andreenses. Naquele ano, o time também ainda teria grata surpresa ao disputar a Série C do Campeonato Brasileiro e conquistar o vice campeonato, subindo para a série B, junto do Avaí. Em 1999, o time fez uma boa primeira fase pegando o Santa Cruz como adversário no mata mata. Naquele ano, existia a possibilidade de até 3 partidas para definição do classificado, e assim foi o caso desse confronto. Após a vitória por 1×0 do Santa Cruz, em Pernambuco, foram mais duas partidas em São Caetano. É louco lembar, mas eu fui nesse dois jogos. No primeiro, um jogo incrível, com vitória do time do ABC (vale apena rever como era o Estádio antigamente):

 

No segundo jogo, eu não consegui entrar por falta de ingressos, e o São Caetano acabou eliminado.

O pequeno gigante!

Em 2000, finalmente o clube consegue o acesso à série A1 do Campeonato Paulista, após vencer o Etti Jundiaí, na final. Devido às mudanças ocorridas no futebol brasileiro, no ano 2000, tivemos a polêmica Copa João Havelange, que permitiu um enfrentamento entre times das três divisões nacionais, no mata-mata final.

Após se classificar na primeira fase, o São Caetano enfrentou no mata-mata, o Fluminense.

O primeiro jogo acabou num fantástico empate 3×3, no Palestra Itália.

No jogo de volta, jogando frente a 70 mil torcedores rivais, o time venceu com um golaço de Adhemar, um dos maiores ídolos do clube até hoje.

Na sequência, o São Caetano ainda iria derrubar Palmeiras e Grêmio, chegando à final contra o Vasco. No primeiro jogo, um 1X1, em São Paulo. O segundo ficaria marcado por uma tragédia, causada pelo excesso de público que fez ruir parte das arquibancadas do estádio do Vasco, provocando a interrupção da partida. Assim, um jogo decisivo foi realizado no Maracanã, com vitória de 3 x 1 para o Vasco. Mesmo assim, o São Caetano saiu como o “campeão moral”e ganhou o direito de disputar a Primeira Divisão do Brasileiro e a Libertadores de 2001. No Brasileirão de 2001 mais uma vez chegou à final, desta vez contra o Atlético-PR.

Já na Libertadores, passou da primeira fase, mas acabou desclassificado pelo Palmeiras. De volta à competição, no ano seguinte, chegou à final contra o Olímpia, do Paraguai,  mas após vencer por 1×0, em pleno Defensores Del Chaco, viu o título ir embora após perder por 2×1 no tempo normal e 4 x 2, nos penaltys.

Em 2003, voltou a ficar entre os 4 primeiros do Brasileirão classificando-se mais uma vez para a Libertadores, e desta vez parou no Boca Juniors, em uma disputado por penaltys, em La Bombonera, após 2 empates.

Lágrimas de amor e de dor

2004 trouxe um título importante ao time. Tendo Muricy Ramalho como técnico, o São Caetano foi campeão paulista. Mas a felicidade da conquista seria duramente abalada pelo fato mais triste da história do São Caetano. Em outubro de 2004, num jogo contra o São Paulo, pelo Brasileirão, o zagueiro Serginho faleceu em campo, vítima de uma parada cardíaca. Um momento que abalou jogadores e torcedores de todos os clubes do Brasil.

Fase difícil

Em 2005, o time passaria desapercebido pelo Paulistão, Copa do Brasil e no Brasileirão escapou do rebaixamento na última rodada. Entretanto , em 2006 não teve jeito e o São Caetano que encantara o público brasileiro caia para a Série B. Em 2007, a chegada de Dorival Junior deu ânimo ao time que chegou a final do Campeonato Paulista, perdendo o título para o Santos, entratanto, na série B, o time ficaria apenas em décimo lugar. De lá pra cá, o clube vem tentando se reerguer e voltar a ser o time que surpreendeu a todos. Interessante ver a lista de grandes treinadores que passaram pelo time: Oswaldo Alvarez (Vadão), Pintado, Paulo Comelli, Dorival Júnior, Hélio dos Anjos, Emerson Leão, Muricy Ramalho, Nelsinho Baptista, Tite e Jair Picerni. Além disso, o time conseguiu formar uma geração que marcou a memória de muitos torcedores, formada por jogadores como Claudecir, Japinha, Silvio Luis, Adhemar, Serginho, Dininho, Adãozinho, Esquerdinha, Magrão, entre outros. Algumas boas histórias podem ser lidas na seção “Artigos”, do site www.jaymetortorello.com.br . O mascote do time é o pássaro Azulão: O time manda seus jogos no Estádio Anacleto Campanella:

O site oficial do time é www.adsaocaetano.com.br , mas existem alguns bons blogs sobre a equipe:   http://paixaocaetanista.blogspot.com/ , http://saocaetanototal.blogspot.com/ e http://comando-azul-1995.blogspot.com/, este da torcida organizada Comando Azul:

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Camisa 80- XV de Caraguatatuba

A 80ª Camisa da coleção vem da praia. E de uma praia paulista, Caraguatatuba, destino comum a quem mora no interior ou mesmo na capital do estado.

O time dono da camisa é o Esporte Clube XV de Novembro de Caraguatatuba, que infelizmente está licenciado do Campeonato Paulista (ao menos quando escrevo este post, em 2010).

O detalhe é o número da camisa… “16”, relembrando o meu irmão Murilo, que jogava com esse número.

Consegui a camisa no próprio Estádio e parecia ser uma das últimas!

O XV de Caraguatatuba foi fundado em 18 de fevereiro de 1934, pelo espanhol Prudêncio Baeta, para disputar jogos do futebol amador, na cidade.

De 1940 a 1947 as atividades do XV ficam suspensas devido à II Guerra Mundial.

Em 1947,  começa a segunda fase do XV.

O clube é reformado, ganha uma nova sede social, no local onde atualmente está a Galeria Santa Cruz.

O uniforme passa a ter as cores verde e branco, em homenagem ao Palmeiras.

Em 1953, o E.C. XV de Novembro passa a funcionar no bairro do Tatu, onde está até hoje.

O primeiro campo do time localizava-se onde é hoje o Banco do Brasil, no centro, em seguida mudaram para o local onde fica o Polo Cultural Adaly Coelho Passos, na Praça Cândido Motta.

Em 1967 ocorre a “catástrofe” em Caraguatatuba.

A cidade foi destruída por uma forte chuva que causou avalanche de pedras, árvores e lama dos morros Cruzeiro. Jaraguá, Jaraguazinho, próximos a cidade, sepultando vários habitantes.

O belo cenário da região se transformou em um grande cemitério. Falou-se em 500 mortos, oficialmente, mas as pessoas dizem que foram muitos mais…

Muitos corpos jamais foram encontrados, principalmente aqueles  que foram arratados para o mar e impelidos pelas ondas para pontos bem distantes.

O Rio Santo Antônio, que corta a cidade alargou-se de 40 para 200 metros.

O campo do XV foi totalmente destruído…

Somente vinte anos depois, em 1987, o então presidente do clube, Irineu Mendes de Souza, reestruturou e profissionalizou o XV, levando o a disputar a quarta divisão do Paulista.

Aqui, o time de 1991, com o goleiro Negaça:

XV de Caraguatatuba 1991

A partir daí, começou a disputar as divisões de acesso até que em 1993, devido a uma crise financeira, o clube deixou de disputar o Estadual.

Em 1994, o clube voltou a disputar o Campeonato Paulista da Série B-2 (na época a sexta divisão) e conquistou o acesso para a série B-1B.

No ano seguinte, mais um acesso, desta vez à série B1-A, vencendo o Palmeiras, de São João da Boa Vista, por 1 a 0.

Em 1996, o time surpreendeu ao perder a vaga para a Série A-3 nos minutos finais do jogo contra o Garça.

No ano seguinte, o XV de Caraguatatuba realizou uma grande campanha e chegou ao quadrangular final. Conquistou o vice-campeonato, subindo assim para a série A3 (terceira divisão).

Porém, o clube não conseguiu ampliar a capacidade de seu estádio para 10 mil lugares (como exige a Federação Paulista) e teve que voltar a disputar a Série B1-A.

Em 2005, o time ainda estava na sérieB1-A, e disputava os jogos com o elenco abaixo (retirado de um post do pessoal dos Jogos Perdidos):

Em 2006, a diretoria do XV mais uma vez licenciou o clube devido às dificuldades financeiras, fato que infelizmente persiste até os dias atuais.

Entretanto, a diretoria vem trabalhando em prol do clube, a começar pelas categorias menores, conforme conversamos na nossa visita ao Estádio, também conhecido como “Toca do Leão“.

Mesmo com tantas conquistas vimos poucos troféus, a explicação é que a sede do clube foi furtada 4 vezes, perdendo se troféus e arquivos .

Infelizmente, o time, assim como muitos outros times do interior paulista passa por uma situação bastante difícil e só conseguirá reabrir as portas para o profissionalismo com alguma parceria.

A população também promete se unir em prol do time, ao menos é o que comentam na comunidade do clube: www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=1241460

Uma pena, que o estádio dificilmente será usado profissionalmente outra vez…

A esperança pode estar também nas categorias menores… Quem sabe um desses garotos não pode ser um futuro craque.?

A parte interna do campo apresenta um bom gramado, e uma arquibancada um pouco esquecida…

Mas sem dúvida, num visual único, incrustado no morro.

E se tem estádio perdido, registremos nossa presença!

E a presença da molecada que prometeu defender a camisa do XV!

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Sem você, não há cultura local…

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66- Camisa do Joinville EC

A Camisa 66 é mais uma representante do estado de Santa Catarina (alias, pra quem não deu atenção quando escrevemos sobre o time do Imbituba, eles chegaram na primeira divisão Catarinense…). E na verdade não se trata de apenas uma, são duas, as minhas camisas do Joinville Esporte Clube. A segunda foi presente do grande amigo Rodrigo Ratier, atleta do tradicionalíssimo Garotos Podres e editor da Nova Escola!

O Joinville Esporte Clube foi fundado em 1976, a partir da fusão do departamento de futebol das equipes de América e Caxias, ambas da bela cidade de Joinville.

O Joinville tornou-se um dos maiores clubes de Santa Catarina, tendo conquistado 12 títulos estaduais, sendo o primeiro deles, logo no ano de estréia do clube, com o time abaixo:

Se no ano seguinte, o time não chegou ao título, os 8 anos seguintes tornariam-se memoráveis para a torcida do JEC, graças ao octacampeonato conquistado entre 1978 e 1985. O time de 1978 você conhece agora:

O de 79, também tem foto de campeão:

O de 1980 é em preto e branco, mas vale pelo registro histórico:

O de 81 também:

Fico devendo os esquadrões de 82 e 83, mas o de 84 segue abaixo:

Sobre o título de 1985, encontrei um vídeo no youtube, se liga:

Depois do octagonal ainda viriam os títulos de 1987 e o bi-campeonato 2000 e 2001.

Além disso, o JEC disputou a série A por diversas vezes, com destaque para o ano de 1985 quando ficou na oitava posição.

O maior ídolo da torcida Jequeana de todos os tempos foi o atacante Nardela, que jogou de 1980 a 1994, se constituindo no maior artilheiro do clube com 130 gols.

Assim como a gente fez pro Santo André (ouça no www.myspace.com/foradejogo), o Joinville também ganhou uma versão Rock para seu hino, para ouví-la, clique aqui O mascote do time é o “Jack Coelho“:

Possui um belo estádio, a “Arena Joinville“:

O site oficial é www.jec.com.br mas sugiro uma visita ao blog www.soujec.com.br feito por torcedores e por isso, mais “emocionante”.

E já que você está aqui na net, dê uma visitada no blog www.mcnishph.blogspot.com só sobre o futebol catarinense. Pra terminar, uma visão do que é comemorar um resultado com a torcida do JEC!

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65- Camisa do Volta Redonda F.C.

A 65a camisa da coleção vem do Rio de Janeiro, e mesmo sendo da “terra do calor”, é uma camisa de mangas compridas, muito bonita e pertence ao Volta Redonda Futebol Clube. Acabei de ver a apresentação da camisa para 2010 e as faixas voltaram a ser verticais, o que eu acho uma pena. O time defende as cores, as pessoas e o nome da cidade de Volta Redonda e é também chamado de Voltaço, devido a atuação econômica da cidade, a siderurgia.

As origens da cidade de Volta Redonda são do ínicio do século XVIII, por volta de 1727, quando jesuítas residiram na região e formaram a Fazenda Santa Cruz, que servia de descanso para quem fazia a rota Rio de Janeiro/ São Paulo. O curioso nome da cidade foi dado por garimpeiros que achavam diferente a curva do Rio Paraíba do Sul.

O site oficial do time é  www.voltaco.com.br . Nos anos 70, a ditadura militar considerava Volta Redonda como Área de Segurança Nacional, devido ao potencial revolucionário que ofereciam os milhares de operários da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional). Potencial que virou realidade em 1988, quando os operários da CSN realizaram uma das maiores greves da história do Brasil.

Os cerca de 8 mil operários enfrentaram a polícia e o exército. O resultado? 3 mortos e vários feridos após uma ação de invasão do exército. Mesmo assim, a greve não teve fim e ainda contou com o apoio de 12 mil pessoas da comunidade, que de mãos dadas foram mostrar seu repúdio à ação militar.

A greve só foi terminar após novas negociações e a obtenção de parte dos direitos desejados. Anos mais tarde a CSN seria privatizada e cerca de 70% de seus funcionários demitidos. Aos “fuzilados da CSN” fica o registro eterno feito pela banda “Garotos Podres” (só a música é deles, o clip foi feito por algum fã):

 

E foi em torno da paixão esportiva dos operários da CSN que o futebol se desenvolveu na cidade. Vale lembrar que de 1960 a 1975 existiam dois estados distintos: Guanabara e Rio de Janeiro, por isso só em 1979, as duas federações se unificaram e tornou-se necessário escolher um dos clubes da cidade para representar Volta Redonda no estadual. E assim, em 09 de fevereiro de 1976, o até então “Clube de Regatas Flamengo de Volta Redonda”, agora “Volta Redonda Futebol Clube” com as cores preto, branco e amarelo e o distintivo inspirado no município se tornou o clube profissional da cidade.

Enfim, a cidade teria o seu representante no Campeonato Carioca. Alguns times da época:

Abaixo, o time de 1976:

Mais uma equipe que jogou os anos 70:

A primeira partida do Volta Redonda no estadual foi uma vitória 3 a 2 contra o Botafogo, no Estádio Raulino de Oliveira (devidamente reformado pelos operários da CSN e agora comportando 25 mil torcedores). O Volta Redonda participou de três brasileirões (Série A), em 1976, 1977 e 1978. Em 1987, o Voltaço conquista a segunda divisão carioca de 1987, veja as fotos:

O título da segu7ndona carioca seria conquistado novamente em 1990. Foi campeão da Copa Rio em 1994, 1995, 1999 e 2007 (aliás é o maior ganhador dessa competição. Não conhecia a Copa Rio? Veja mais em http://pt.wikipedia.org/wiki/Copa_Rio). Em 1995, foi Vice Campeão Brasileiro da Série C, quando perdeu o título para o XV de Piracicaba. Em 2004, conquista novamente a segunda divisão do Campeonato Carioca. Já em 2005, chega ao vice-campeonato estadual, tendo conquistado a Taça Guanabara (perdeu o título para o Fluminense).

O mascote do Volta Redonda é a Jaguatirica:

Ouça o hino do clube:

Manda seus jogos no Estádio Estádio Raulino de Oliveira:

Faça um tour virtual pelo estádio, clicando aqui. Possui uma torcida presente, ainda bastante familiar e que tem muito carinho pelo time, mas sofre com a questão dos torcedores mixtos, devido à proximidade com a capital.

E possui várias organizadas, como  a TOV (Torcida Organizada Voltaço), Império Jovem e a rapaziada da Super Jovem do Voltaço, que encerra esse post:

Apóie o time da sua cidade!

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60- Camisa do All Boys

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A 60a camisa do blog pertence a um time que eu gosto muito, e que só conheci nos anos 90. Trata-se do Club Atletico All Boys, da Argentina.

E tenho logo duas camisas deles. Uma é essa aí em cima, que me foi dada de presente por “Mr George”, um baixista da cena punk argentina, que esteve aqui pelo Brasil tocando com o “Muerte Lenta“, nos anos 90. Foi ele quem me apresentou o time (ele era um hincha fanático). Alguns anos depois, tive a oportunidade de ir até Buenos Aires (minha primeira visita à capital) e por coincidência fiquei  no bairro de Floresta. Aí… o All Boys acabou virando o time que eu mais gosto na Argentina. A outra camisa (abaixo), eu comprei nas proximidades do estádio, no dia em que eu, Mari, Gui, Jão e tia Janice fomos assistir ao jogo All Boys x Comunicaciones.

Não só não é oficial, como é apenas uma regata de 15 pesos, para se ir a La Cancha! Com o apelido do time nas costas. “Los Albos”!

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Falando da história do time, o Club Atlético All Boys ou “Los Albos” foi fundado em 15 de março de 1913, e é sediado no bairro Floresta, na cidade de Buenos Aires. Suas cores são branco e preto.

Esse vídeo conta um pouco sobre a história do clube:

O nome do time foi dado devido à juventude dos fundadores, e seguiu a curiosa tradição de dar nomes em inglês para os times portenhos.
Vicente Cincotta, ex atleta de equipes como Ferrocarril Oeste, Boca Juniors e Argentino de Quilmes foi o primeiro presidente e sócio número 1 do clube.
Ainda em 1913, disputou seu primeiro torneio, na terceira divisão da “Federación Argentina de Football”, e em 1922, chegou à Primeira Divisão.
O que representa a chegada do profissionalismo ao futebol argentino é o surgimento da AFA (Asociación del Fútbol Argentino) que aconteceu em 1931, mas o All Boys seguiu no amadorismo até 1937.
O time teve seu período dourado na década de 70, quando em 1972, chegou à Primeira A, onde permaneceu até 1980. Abaixo, o time de 72:

Na temporada 1992-1993 mais um êxito, o acesso a Série B Nacional.

Na temporada 1999-2000, quase voltou a Primeira A.  Desde então vinha fazendo temporadas apenas regulares caindo para a Segunda B, até que em 2007-2008 conquistou mais uma vez o acesso à Primeira B.  Relembre essas conquistas:

O acesso conquistados na temporada 2007/08 é o mais recente e foi bastante comemorado, já que o clube vinha de um longo período sem conquistas.

A torcida foi a loucura e parou o bairro Floresta, onde fica o Estádio Islas Malvinas, estádio de 1963, com capacidade para 19 mil torcedores.
Abaixo, eu, a Mari, o Gui e o Jão, em frente ao estádio.

allboys

A dica é chegar mais cedo, comprar o ingresso e enquanto espera a hora do jogo, comer uma pizza ali nas redondezas do estádio. Naquele jogo, que fomos assistir, foi inaugurada uma nova seção da arquibancada. Ali, no canto inferior direito tem um pedacinho do cabelo da Mari e da minha cabeça.

jogo do all boys

Não me pergunte como, mas conseguimos perder a maior parte das fotos que fizemos daquele jogo… Foi sem dúvida uma experiência única, já que ficamos bem no meio da barra, e participamos das 2 avalanches dos gols.

O estádio estava bem cheio aquele dia. E posso dizer que lembrou muito os jogos do Santo André, de antigamente, quando levávamos 7, 8, até 10 mil pessoas em jogos da segunda divisão. Vale lembrar que o All Boys também estava na segunda divisão, nesse momento. 

Pra quem nunca foi, entender, no meio da arquibancada estava a barra do time, e o mais curioso é que na lateral da arquibancada ficam as famílias, 2, 3 gerações de torcedores do time do bairro.

O site oficial do time é o www.caallboys.com.ar/ , mas está em manutenção, assim fica a dica do site feito pela torcida:  www.albocapo.com.ar/

Pra quem for para Buenos Aires, eu recomendo uma passadinha pelo Barrio de Floresta e ao menos uma visita ao Estádio Islas Malvinas, onde fomos muito bem recebidos.

Para terminar, uma olhadinha na arquibancada pelos olhos do torcedor Albo:

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33- Camisa do Clube Atlético Taquaritinga

Camisa do Taquaritinga

Essa camisa foi presente do atacante Paulinho McLaren, quando o entrevistei no fim de 2008. Não lembra? Reveja aqui. O Clube Atlético Taquaritinga, o “CAT” é o time que defende as cores da cidade paulista de Taquaritinga, no interior de São Paulo. Atualmente (2009), disputa a série A2 do Paulista (veja a classificação do campeonato aqui). O nome Taquaritinga tem origem no tupi-guarani e significa “taquara branca e delgada”, tipo de vegetação comum na região da cidade. O CAT foi fundado em 1942, inicialmente com as cores da bandeira italiana, logo alteradas devido à II Guerra Mundial, saiu o branco e entrou o preto, representando o luto pela afronta. Aliás, alguém lembra de outro time com a mesma combinação de cores? Diz-se que no mundo do futebol é única.

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Desde o fim da década de 50 disputou a Segunda Divisão de Profissionais, mas no final dos anos 60 se licenciou, só retornando, na Terceira Divisão em 1974. Em 1981 conquistou o acesso à Segunda Divisão, e no ano seguinte (1982) conquistou o título estadual, da segundona, o que levou o time à elite do futebol paulista.

Entretanto, a cidade não possuía um Estádio que atendesse aos padrões exigidos para aquela competição. Foi aí que mais uma vez o futebol deixou de ser esporte pra se transformar em história. Inconformada com o pergio de não disputar o campeonato, a população se mobilizou e em três meses, através de um histórico mutirão, ergueu para a Prefeitura o Estádio Adail Nunes da Silva, o Taquarão (estivemos por lá, clique aqui e veja como foi). Prometo um post só sobre esse evento, porque sem dúvida isso serve de exemplo pra todos os times de hoje, em especial ao meu Santo André. Veja o documentário sobre a construção:

O jogo amistoso de inauguração foi contra outro time inspirado na Itália, o Cruzeiro, que ganhou de 5×2, num estádio lotado

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Estreando na Primeira Divisão de Profissionais, em 1983, o CAT foi bem, não se classificando por muito pouco para a próxima fase, destaque para a vitória sobre o Corinthians de Sócrates e cia.

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Na temporada seguinte o time não se segurou e voltou à divisão de acesso do futebol paulista, onde ficou de 1985 até 1992, quando conquistou o título da Divisão Intermediária, mas acabou rebaixado para a A2 em seguida. Daí pra frente, o Taquaritinga nunca mais voltou à série A1, chegando a cair pra A3 Seu mascote (assim como o de outros 200 times) é o leão.

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Lembro-me que o CAT foi adversário do Santo André por várias vezes, e procurando na minha coleção de canhotos de ingresso, achei essa preciosidade:

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E um detalhe muito interessante é que em 1957, o time conquistou a Taça dos Invictos, ao ficar 20 jogos sem perder. Não encontrei um site oficial do clube ou da torcida (se não me engano, existia a “Jovem Garra do Leão”), mas achei este blog com várias notícias do time: http://cattaquaritinga.blog.terra.com.br/

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31- Camisa do Náutico – PE

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O Clube Náutico Capibaribe é mais um dos tradicionais times fundados no início do século passado, mais precisamente, em 1901, em Recife, sendo o mais antigo time do Pernambuco. Tem suas cores tradicionais vermelho e branco, mas na verdade nasceu como azul e branco, como o meu Ramalhão (que por sua vez nasceu amarelo e verde…) Na falta de uma eu tenho duas camisas do Náutico. Uma época eu fiquei meio empolgado por causa do Kuki, aquele jogador que fazia gols demais…

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É considerado o clube das colônias alemã e espanhola no Recife. Seu primeiro distintivo mostrava que o nome não era por acaso, os esportes náuticos eram uma força dentro do clube.

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Com o futebol ganhando mais força, o distintivo teve uma nova versão (a atual):

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É um dos times que domina o campeonato pernambucano, junto do Sport e do Santa Cruz. Seu mascote é o Timbú!

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Aqui, uma imagem do início do time: Seu Estádio é o Eládio de Barros Carvalho, mais conhecido como Estádio dos Aflitos, por localizar-se no bairro de mesmo nome (o Bairro leva esse nome por causa da Igreja N. Sra dos Aflitos). A capacidade é de 20 mil torcedores.

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Estivemos no Estádio dos Aflitos em 2022 para conhecê-lo (veja aqui como foi o post):

Aqui, o time de 1989: Possui a rivalidade histórica com o Sport Club do Recife, com quem faz o Clássico dos Clássicos, terceiro clássico mais antigo do Brasil e com o Santa Cruz , com quem faz o Clássico das Emoções. O site oficial do time é www.nautico-pe.com.br . A torcida é realmente barulhenta e empolgante. Existem vários sites feito por eles, como o www.timbunet.com.br/ e o da organizada www.fanautico.com.br/ , entre outros. Aliás, é impossível falar da torcida sem lembrar do grito de guerra deles. Como o Santo André já jogou várias vezes contra o Náutico, posso dizer que me familiarizei e sempre achei louco o grito: “N…. Á…. U…. T…. I… C….O….”

Além disso, vale citar a influência das Barras, não organizadas, que nasceram nos Aflitos com a Alma Alvirrubra, também conhecida por “Curva Sul”. Eles não cobram mensalidade, não tem diretoria, uniforme ou produtos oficiais. Assim sendo, qualquer torcedor é livre para confeccionar osa trapos. Confira a rapaziada:

Em 2006, o Náutico voltou à primeira divisão, tentando assim apagar a triste memória do ano anterior, quando protagnizou uma dos jogos mais fantásticos dos últimos anos, que chegou a virar filme. Falamos da “Batalha dos Aflitos”. Confira o que foi:

Mas o que eu mais me recordo é do artilheiro Bizú, que marcou minha infância! O Náutico segue na série A, com a força de sua torcida e a garra de seus jogadores! Boa sorte!

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25- Camisa do Colo Colo

Camisa Colo Colo

Mantendo acesa a chama da união e admiração pelos times da América do Sul, é hora de mostrar 2 camisas do Colo Colo.
Ambas foram presentes, a branca, minha mãe trouxe nos anos 90 e a preta, veio pelo meu irmão, Murilo.
Aproveito para mandar um abraço pros meus amigos de lá do Chile, Pedrácula e o Pepe, quem sabe um dia estaremos por aí pra assistir algum jogo juntos.
Bom, falando do time, o Club Social y Deportivo Colo-Colo, ou “Los Albos” é da cidade de Santiago e é um dos considerados grandes clubes do Chile e da própria América do Sul.

Foi fundado em 19 de Abril de 1925, por David Arellano, além de fundador e liderança, também jogador e capitão do time.
Essa camisa do Colo Colo que ele veste é simplesmente fantástica, não?

arellano

Sua camisa traz as cores branco, simbolizando a pureza e o preto,  representando a seriedade. Seu nome é uma homenagem ao cacique Colo-Colo, herói indígena da tribo Mapuche que lutou contra os espanhóis no século XVI e que foi conhecido por sua grande inteligência.
Até por isso seu mascote (que aparece no distintivo) é um índio e alguns chamam o time de “El Cacique”.

colocolo

O primeiro título conquistado veio em 1926, de forma invicta, ainda durante o período do futebol não profissional no Chile, que iria iniciar apenas na década de 30. “Los Albos” foi o primeiro clube chileno a excursionar pela Europa, em 1927. Neste mesmo ano, uma tragédia acaba marcando a história do clube, a morte do ídolo David Arellano, devido a uma pancada que recebera em um jogo. Desde então, a camisa do Colo Colo tem uma tarja preta acima de seu escudo em sinal de luto. Seu primeiro título profissional veio em 1937, novamente de maneira invicta, com a equipe abaixo:

colocolo1937

Em 1947 disputou o Campeonato Sulamericano (a pré história da Libertadores), que teve como campeão o Vasco da Gama.

Em 1973, a equipe alcança seu auge (até então).
Chegou à final da libertadores estabelecendo médias de 40 mil torcedores em seus jogos.
Era a primeira vez que uma equipe chilena chegava à final de um torneio internacional.
Pra tristeza dos hinchas chilenos, o Independiente (Argentina) sairia campeon.

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Realizou o sonho de ter um grande estádio próprio em 1989, quando foi inaugurado o Monumental David Arellano.

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Em 89/90/91 conquistaram o tricampeonato nacional, e pra coroar ainda mais a boa fase, em 91, após deixar pra traz equipes como o Nacional (Uruguay), Boca Juniors e Olímpia do Paraguai, o Colo-Colo sagrou-se campeão da Libertadores de América.

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Relembre como foi a final:

Depois, acabou perdendo o Mundial para o Estrela Vermelha (adorava esse time!) da Iugoslávia.
Em 1993 ainda conquistariam a Recopa sobre o Cruzeiro. O site oficial do time é: www.colocolo.cl , e se quiser ouvir o hino, clique aqui.
Abraços e até a próxima camisa!!

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Sa

23- Camisa do Paulista de Jundiaí

23ª camisa da coleção foi fruto de sorte.
De tanto ir e vir de Cosmópolis (onde mora a família da Mari), decidimos um dia desses entrar em Jundiaí e arriscar achar uma camisa pirata do Paulista.

Descobri que não existem camisas piratas do time. Entretanto descobri uma fantástica promoção na loja Passarela (que patrocina o time) e a Mariana comprou pra mim a oficial por R$ 29,90, como presente. Falar sobre o Paulista de Jundiaí é engraçado pra mim porque devido ao grande número de importantes encontros com o meu Santo André eu carrego certa mágoa deles. Entretanto, como tenho bons amigos na cidade (Daniel, Lesmão e família, por exemplo) nunca peguei birra do time. Bom, esse é mais um time que surgiu graças à estrada de ferro.

Foi fundado em 1909 (ou seja, estamos no ano do centenário do time, assim como do Coritiba -ps- escrevo este post em 2009), por funcionários da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. O clube substituiu o Jundiahy Foot Ball Club, que existiu entre 1903 a 1908. O site oficial do time é www.paulistafutebol.com.br Seu mascote é o galo da Japi.

Seu estádio é o Jayme Cintra, inaugurado em 1957, e com uma capacidade de 14.771 torcedores. Aliás, como é difícil chegar lá… Eu sempre erro… Mas chego!

Após disputar por muitos anos a segunda divisão estadual, obteve o acesso para 1a divisão, em 1968, de maneira invicta, e lá ficou por dez anos, sendo rebaixado em 1978, e retornando apenas em 84 ao golear humilhantemente o VOCEM por 7×1 (mais um motivo que eu teria pra não suportar o Paulista).
Em 86, adivinha? Rebaixamento de novo. Pra piorar, anos mais tarde, conseguiram ser rebaixados para a A3.
Mas é aí que começa a grande mudança. Ainda na primeira metade dos anos 90, acontece a parceria com a Lousano, que fez o time (pasmem) mudar o nome para Lousano Paulista. Consequências?

Em 1995 o time subiu da Série A-3 para a A-2 (eu assisti um jogo deles esse ano, em Paraguaçú Paulista, contra o Paraguaçuense), e em 1997, o Galo conquista o inédito título da Copa São Paulo de Futebol Júnior.
Em 1998, foi desfeita a parceria com a Lousano, mas o clube acerta uma nova parceria, dessa vez com a Parmalat.
Pasmem pela segunda vez, porque novamente eles….. mudaram de nome!!!
Surgia o Etti Jundiaí, que formou grandes esquadras para disputar a A2.

Lembro me de 2000 quando fomos até Jundiaí ver a semifinal entre Santo André e Etti. Perdemos por 1×0, mas tinha certeza que reverteríamos no ABC. E revertemos. Ao menos até boa parte do 2º tempo quando num daqueles lances inexplicáveis do futebol levamos o gol do empate e da desclassificação. Mas só no ano seguinte o Etti conseguiu o acesso à A1, e também o acesso à série B do nacional.

Em 2002, termina a era dos investimentos e o Paulista volta a tocar a sua vida sem parceiros, com o nome do clube voltando a ser Paulista após um plebiscito realizado na cidade.
Em 2004, o clube perdeu a final do Campeonato Paulista para o São Caetano, e em 2005, chegou ao auge da sua fama em nível nacional, ao conquistar a Copa do Brasil. Relembra como foi:

Em 2006, o Galo disputou a Libertadores, e mesmo não passando da 1ªfase, fez história ao vencer o River Plate em Jundiaí, pelo placar de 2 a 1:

O maior rival do Paulista nunca deixou de ser a Ponte Preta; as duas equipes do interior travam sempre uma batalha dentro e fora de campo.
Possui várias torcidas organizadas, como a Raça Tricolor e a Gamor Força Jovem. Existe um site (aparentemente feito por torcedores) com ótimas informações: www.meupaulista.com.br

Viva alguns momentos na pele do torcedor:

Por fim, para quem quer mais história, encontrei um Livro sobre o Paulista, chamado Jundiahy Foot Ball Club ou Paulista F. C. , por Cláudio Lucato (2002):

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Salv