12 de Fevereiro de 2021, em outros tempos estaríamos nos preparando para algum role aproveitando o carnaval, mas, o Coronavírus nos tirou grana e segurança pra fazer isso…
Acabamos indo passar o fim de semana em Cosmópolis e pra não passar em branco, demos uma parada em Franco da Rocha pra entender um pouco da história do futebol profissional da cidade!
Franco da Rocha também está na situada “Região Metropolitana de São Paulo” que tem sido nosso foco nesses tempos de Corona… Aliás, espero visitar as cidades vizinhas, nos próximos meses.
A história da região começa em 1627, com a doação das terras conhecidas como “Campos do Juquey” pelo rei de Portugal a Amador Bueno da Ribeira para a produção agrícola, tornando-a nos séculos seguintes uma parada para os bandeirantes a caminho de Minas Gerais, como ilustra a pintura de Benedito Calixto abaixo:
O final do século XIX trouxe ao lugarejo a Estrada de Ferro São Paulo Railway, em fevereiro de 1888, nascia a Estação do Juquery (foto do site Estações Ferroviarias), que seria importantíssima para a primeira atividade industrial da região: a extração de pedras.
Porém, ainda no século XIX um fato mudaria a história da região para sempre: a instalação do polêmico Hospital Psiquiátrico do Juquery (nome da região até então). Já falamos disso no post sobre Mairiporã, lembra?
Em 1896, o Doutor Francisco Franco da Rocha foi designado pelo Governo para administrar o Hospital. Daí viria o nome da cidade.
O século XX viu a ocupação crescer em torno desses primeiros elementos. Foram construídas a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, bem como escolas e outras melhorias na urbanização que ajudaram a vila a ser elevada a distrito de Mairiporã, em 1934, adotando como nome Franco da Rocha, homenageando o Doutor recém falecido.
Em 1944, Franco da Rocha tornou-se uma cidade autônoma, separando-se da então “Juquery” (que viria a se tornar Mairiporã), com seus desafios, como a constante luta contra as inundações…
E as belezas do Parque do Juquery…
E assim chegamos à cidade aos dias de hoje!
Mesmo antes de ganhar sua autonomia como município, a cidade viu no futebol, um exemplo do amor a Franco da Rocha, e assim começaram a surgir os times na cidade.
O primeiro deles, quando a região ainda tinha uma ligação muito forte com o nome “Juquery”, surgiu a Associação Atlética Juquery (distintivo toscamente fotografado do incrível livro “Os esquecidos”).
O time foi o primeiro da cidade a disputar o Campeonato Amador do Interior em 1943, na 26a região, que teve o Corinthians FC (de Santo André) como campeão do grupo.
Em 1944, novamente na 26a região, que teve o São Caetano EC como campeão do grupo:
No campeonato de 1945,aparece um novo time representando a cidade no Campeonato Amador: a AA Franco da Rocha.
Poucos anos antes, em 24 de julho de 1942, nascia outro time na cidade: o Clube Atlético Expedicionários.
E em 1946 foi sua vez de estreiar no Campeonato Amador do Interior, ocupando o lugar deixado pela Associação Atlética Juqueri, dessa vez jogando na 3a zona da 4a região, que teve o São João FC (Jundiaí) como campeão.
Em 1947, apenas o CA Expedicionários representou a cidade no Campeonato Amador, no Setor 6 da Zona 2.
Em 1948, surge outro time a representar a cidade: o Esporte Clube Flamengo, carinhosamente chamado de Flamenguinho, que nasceu de um pessoal que costumava se juntar pra jogar futebol sob o nome de Vilas Unidas, que unia moradores da Vila Ramos e do bairro Pouso Alegre.
Um dos diretores, o Sr. Gino Morelato conseguiu a área para um novo campo em regime de comodato, junto ao Hospital Juquery. Os próprios pacientes do hospital ajudaram a limpar a área que ficaria conhecido como “Peladão”.
É nesse momento que o “Vilas Unidas” se divide em dois grupos. O pessoal da Vila Ramos, liderado pelo Sr.Gino Morelato, em 12 de Junho de 1948, adotou o novo campo e fundou o Esporte Clube Flamengo (distintivo mais uma vez veio do excelente site Escudos Gino):
O outro grupo, liderado pelo Sr. Antonio Faria, decidiu fundar um clube no outro bairro e assim, em 3 de janeiro de 1953, surgiu o Esporte Club Corinthians de Pouso Alegre.
Os três times começaram disputando partidas amistosas, mas logo passaram a representar a cidade no Campeonato Amador do Interior. É muito difícil conseguir todas as edições dessa competição, mas encontrei duas edições interessantes, a de 1956:
E a de 1958:
O pessoal do Jogos Perdidos chegou a acompanhar uma partida amistosa entre o Flamenguinho e o CA Expedicionários, clique aqui e veja como foi!
Por hora, babe em duas fotos que eles fizeram:
Em 1960 foi campeão do setor 13 do Campeonato Amador do Estado (foto daFanpage do EC Flamengo):
Embora tenha demorado um pouco mais pra passar a jogar as competições oficiais, o EC Flamengo foi o que chegou mais longe, mas teve que lutar não só contra os adversários em campo como também com as chuvas, já que seu campo fica às margens do rio Juqueri:
Com tamanha valentia, não é a toa que seu mascote é o Popeye!
Se você quer saber mais do passado do time, olha cada foto linda disponível naFanpage do EC Flamengo:
Em 1959, o EC Flamengo sagrou-se campeão municipal invicto:
Aqui, o goleiro do EC Flamengo em pleno campo!
Mais algumas formações do time nos anos 50 e 60:
E estas imagens de lances do jogo, simplesmente maravilhosas…
A cerca de madeira separa a torcida do campo:
E até a imprensa já tinha sua área, que aparentemente é no mesmo lugar do bar atual.
O time chegou a fazer um amistoso com o Jabaquara, de Santos vecendo por 2×0, como mostra o Jornal “A Tribuna”, em 1966:
Aliás, ainda em 1966, o Flamenguinho participou do Campeonato Paulista da Terceira Divisão (o quarto nível do futebol paulista daquele ano) graças ao apoio do presidente Nilson Morelato, que chegou a bancar do próprio bolso a profissionalização do time.
Olha o que teve de time nessa edição:
O time jogou também a Terceira Divisão de 67 e depois dessa disputa abandonou o futebol profissional.
Em 1971, o Flamenguinho ainda montou um time feminino sendo pioneiro na região.
Depois, passou longos anos paralisado reformando a área do campo, aterrando-a alguns metros para evitar que futuras enchentes acabassem com o patrimônio do clube.
E assim, lá fomos nós conhecer o seu Estádio, a “Praça de Esportes Gino Morelato“.
Olha que entrada mais charmosa!
Mais um estádio cheio de história, que faço questão de registrar!
Logo na entrada a sede da secretaria do time. Eles até tem uma outra sede social, mas que está alugada no momento.
O gramado está em ótimas condições e é só olhar a foto pra entender o motivo… Muita dedicação das pessoas envolvidas no clube atualmente.
Vamos dar uma olhada na parte interna do estádio e admirar um pouco mais a casa do EC Flamengo de Franco da Rocha!
Atualmente não há nenhuma estrutura de arquibancadas, afinal, como dissemos antes, o espaço foi todo reformado e o campo era a primeira prioridade, e ficou show!
Mas na lateral do campo, existe uma estrutura de bar e vestiários bem bacana e um lugar de onde se pode acompanhar os jogos.
O bar segue funcionando até pra gerar algum suporte financeiro pro time (Se vc mora em Franco da Rocha, vale a pena prestigiar!).
O distintivo do Flamenguinho está lá, estampado as paredes da estrutura do clube.
Ao lado dessa estrutura, fica o rio Juqueri.
Voltando nossas atenções ao campo, esse é o gol do lado esquerdo:
Aqui, o meio campo:
E aqui, o gol do lado direito:
E olha que lindo os bancos de reservas e a área para o mesário:
E se o que vale é gol… Taí o gol, de pertinho!
Deixa até eu me eternizar aqui na frente de um gol que já foi defendido (e atacado) no Campeonato Paulista da Terceira Divisão!
O “momento ecologia” fica por conta do Quero Quero deitado em pleno campo.
Hora de ir embora do Estádio, conhecido como “Praça de Esportes Gino Morelato“, onde tanta coisa aconteceu, e literalmente tanta água já passou…
Vale reforçar que o time segue na ativa, aqui uma das formações atuais do time:
E caso alguém queira uma réplica da camisa, o site Só Futebol tem uma em sua loja virtual:
Assim, agradecemos aos que acompanham o blog, principalmente aos poucos que devem ter conseguido ler até o fim, já que o post ficou bem longo… Mas era necessário jogar um mínimo de luz na história de uma cidade que tem muito amor ao futebol!
Sempre gostei de viajar… Tenho ligações e memórias carinhosas com muitas cidades, mas existem 4 que tem um lugar especial no meu coração: Santo André, Itanhaém, Buenos Aires e … Cosmópolis, a cidade da Mari e onde sempre estamos presentes pra curtir a família, a natureza ou mesmo pra servir de parada pros rolês do interior afora!
E embora tenha registrado a UE Funilense e seu estádio várias vezes (aqui tem mais um post sobre eles) faltava um time da cidade para ser registrado, que embora também tenha perdido seu estádio para o crescimento urbano, segue firme e forte, já tendo passado do seu centenário.
Trata-se do time que nesse 15 de Novembro, completa nada menos do que 115 anos, falamos do Cosmopolitano FC, fundado em 1915!!
Na época de sua fundação, Cosmópolis era apenas um distrito de Campinas.
O nome da cidade significa “cidade universo“, e é uma relação direta à história da ocupação de suas terras por uma infinidade de imigrantes de diferentes nacionalidades.
Vale lembrar esse momento da história, quando o fim da escravização fez com que os cafeicultores paulistas perdessem sua principal mão de obra e razão de tamanha lucratividade com o café.
Uma vez aterrorizados com a ideia de não ter mão de obra, os “barões do café” passaram a bancar a vinda de imigrantes europeus para trabalhar na lavoura (num segundo momento o próprio Governo passou a realizar tal ação).
Só depois de chegar aqui, o imigrante entendia as “letrinhas miúdas do contrato” e descobria que ele deveria pagar pelos custos de sua viagem, e também pela habitação, comida e etc… Não a toa, muitos acabaram desistindo ou tentando desistir, já que legalmente estavam presos a um contrato em que a cada mês trabalhado suas dívidas com os donos da terra só aumentavam.
Foi assim que cidade viu surgir suas colônias de imigrantes, sendo a primeira delas a Colônia Núcleo Campos Sales (formada por suíços). Até escolas foram criadas para atender às colonias, como a tradicional Escola Alemã, que atualmente mantém uma série de festividades relacionadas à cultura alemã. Fotos do Portal Cosmopolense:
Com o Brasil investindo em sua industrialização, em 1898 foi fundada a Usina Ester, o que de certa maneira dividiu a cidade entre a turma da Usina, a vila e as famílias que viviam da agricultura. Leia aqui o post que mostramos algumas imagens da Usina.
Em 1906, surge o distrito de Cosmópolis e em 30 de novembro de 1944 eleva-se à condição de Município.
A “terceira onda” de desenvolvimento da cidade veio na década de 50, com os trilhos da Estrada de ferro da Funilense, braço da Sorocabana, que cruzava a Região Metropolitana de Campinas (Cosmópolis, Paulínia, Artur Nogueira, Engenheiro Coelho e Conchal).
Eu costumo comparar a estrada de ferro à Internet porque representava a porta de entrada de muita informação para a cidade. Consequentemente é nessa época que a cidade mais se desenvolve.
Foi este o cenário que colaborou para formação e fortalecimento do Cosmopolitano FC, que praticamente acompanha todo o desenvolvimento da cidade.
A principal fonte de informações para este post foi o livro “A história dos 100 anos do Cosmopolitano FC“, escrito por Walber Kowalesky e Antono Rodolfo Rizzo (interessados em adquirir o livro, contatar o próprio clube).
O livro apresenta uma série de fotos históricas que permitem registrar a história do clube, com times de várias épocas, esse foi o que jogou em 1917:
Inicialmente, o Cosmopolitano FC mandava seus jogos em um campo ao lado da Igreja Matriz, mas em 15 de novembro de 1919 conseguiram inaugurar sua “Praça de esportes“, com direito a uma arquibancada de 20 metros e 6 degraus, em uma partida onde empataram em 1×1 com a AA Ponte Preta.
Pra se ter ideia da importância do campo do Cosmopolitano, basta pensar que na época, nem Guarani ou Ponte Preta possuiam estádio. Veja que incrível registro de um amistoso em 1920:
Até detalhes do uniforme dos anos 20, podem ser observados:
E assim, as primeiras décadas foram marcadas por partidas disputadas com adversários da região, como em novembro de 1920, na celebração de 5 anos do clube, quando o Cosmopolitano FC ganhou a Taça Carvalho & Fonseca, vencendo por 4×1 o Clube Concórdia, de Campinas.
A partir de 1921, filia-se à Liga Funilense de Futebol e já em 1922, sagrou-se campeão da Liga. Além disso, houve um torneio comemorativo ao centenário da Independência do Brasil, onde venceu o União Coqueiros FC por 4×0.
Em 1923, mais uma conquista da Liga disputada contra times como o Usina Esther FC, Guaiquicano FC, Paulinense FC, entre outros. Ainda nesse ano, levou a taça “Câmara Municipal de Campinas” ao vencer o Voluntários da Pátria FC, por 2×0 em 9 de setembro de 1923.
Em 1926, seguem as partidas e campeonatos regionais e esse foi o time que representou o Cosmopolitano FC.
Até o fim dos anos 20, o esquadrão cosmopolitano foi batendo adversários como o Capão Fresco FC (Betel), João Aranha FC, Quilombo FC (ambas de Cosmópolis), EC Tujuguaba (Conchal), União Internacional FC (Arthur Nogueira), Brasil FC (Campinas), Salto Grande FC e o CA Comercial (Limeira).
Aqui o registro do embate contra o Conchal FC, valendo a “Taça Apito” em 1927:
A década de 30 se inicia com o time se cadastrando na Liga Campineira de Esportes Athléticos. Aqui o time de 1931 que iria enfrentar o São Paulo Railway AC, conforme conta o jornal “A Gazeta“:
Infelizmente a Revolução Constitucionalista de 32 paralisou todas as competições esportivas do estado e a Liga Campineira não teve final naquele ano, mas encontrei no jornal “A Gazeta” uma nota sobre a 3a rodada, onde o Cosmopolitano FC é chamado de Cosmópolis:
O Cosmopolitano FC foi campeão da sua série e chegou à final do campeonato, perdendo por 3×1 para o Corinthians, que se tornou bicampeão campineiro.
Em 15 de Novembro de 1933, foi disputada uma partida em homenagem ao aniversário do Cosmopolitano FC e mais uma taça garantida com a vitória por 1×0 contra o time da Tecelagem Libanesa de São Paulo. O Correio de São Paulo até divugou o jogo:
O Cosmopolitano FC foi ainda campeão da Liga Campineira de 1933, após vencer o Pátria FC, no Estádio do Guarani, por 2×0. Segue uma nota da vitória da primeira rodada:
E a matéria do jornal “A Gazeta”, de 22 de janeiro de 1934 (disponibilizada pelo amigo Celso Franco, pesquisador do futebol campineiro) que mostra a vitória final:
Em 1936, o ano seria macado por mais um amistoso contra uma equipe paulistana: Clube Atlético Lapa. Distintivo disponibilizado pelo site História do Futebol:
Os anos 40 mantiveram a sequência de amistosos e desafios com destaque para o jogo contra o CR Floresta (de Artur Nogueira) em março de 1946, vitória do time de Cosmópolis por 3×2.
Em 47, uniram-se os rivais citadinos Cosmopolitano FC e Adm Usina Ester para formarem uma seleção e enfrentar no Estádio Thelmo de Almeida o Guarani FC de Campinas: vitória do Bugre por 3×2.
Em 48, uma série de bons resultados registrados:
Em 49, constam duas partidas jogadas como visitante: Itaicy FC 1×1 Cosmopolitano FC e EC Prada (Limeira) 0x1 Cosmopolitano FC.
Aqui, o time de 1952:
Aqui, o time de 1953:
Em 1954, um amistoso com um misto do Guarani FC.
Em 1955, um grande acontecimento, graças aos esforços de Adão Martelli Filho e Francisco de Mário, o Cosmopolitano FC foi convidado para disputar um amistoso contra a AA Avenida (de Salto), no Estádio do Pacaembú. A partida seria a preliminar de Palmeiras x Vasco (pelo Rio São Paulo daquele ano). Público presente: quase 40 mil pessoas! Infelizmente a tarde não estava para o time do Cosmopolitano FC que foi batido por impiedosos 7×3.
Em 1956, o time disputou o Setor 12 do Campeonato Amador do Interior ao lado da AA Internacional (Limeira), do CA Usina Santa Bárbara e da AE Internacional (Santa Bárbara), CA Usina Iracema (Iracemápolis) e EC Paulista (Santa Bárbara D’Oeste) como mostra a Gazeta Esportiva:
O time de 1957 tem uma característica muito especial: o quarto jogador postado em pé, da esquerda pra direita é o “João Bocão“, também conhecido como o vô da Mari infelizmente, já falecido:
Em 1957, o time disputou o Campeonato Amador do Interior, ao lado de outros 3 times na série B do setor 13:
Ainda naquele ano, disputou o Torneio João Mendonça Falcão, ao lado da UA Barbarense, AA Ararense, AA Internacional (Limeira), SER União São João e EC Lemense, Canto do Rio FC (Americana), como mostram diversas notas da Gazeta Esportiva da época de outubro de 1957, até a final em janeiro de 1958:
A Gazeta Esportiva divulgava o que seria o jogo final:
E infelizmente… o resutado 9×3 para os grenás da AA Ararense…:
Em 1958, o Cosmopolitano FC disputou o setor 21 da zona 14 do Campeonato Amador do Interior, ao lado de potencias como o XV de Piracicaba, e o União Agrícola Barbarense, como registrou a Gazeta Esportiva:
Aqui os jogos, alguns resultados e a classificação do grupo:
Em 15 de Novembro, em comemoração ao aniversário do clube, venceu o EC Mogiana por 3×1, como apresentou a matéria da Gazeta Esportiva da época:
Aqui, o 2o quadro de 1958:
Este, o primeiro quadro:
Em 59, disputou o amador do estado.
Em 1961, seu estádio ganha a denominação “Estádio Thelmo de Almeida” em homenagem a um dos sócios fundadores do clube que fez história jogando, apitando ou ajudando na organização do time.
Este foi o time de 1961, que empatou com o juvenil da AA Ponte Preta por 1×1.:
Em 62, mais jogos importantes disputando o amador do estado (não encontrei maiores detalhes sobre sua participação neste campeonato).
Aqui, um flagrante da diretoria do clube em 1962 (até Antonio Pinto, um dos fundadores do clube ali sentadinho):
Olha que maravilha a arquibancada coberta do Estádio Thelmo de Almeida, lotadinha em uma partida contra o Botafogo local!
1963: mais uma boa sequência, com direito a participação no Campeonato Amador da Federação (não encontrei maiores detalhes sobre sua participação neste campeonato):
O time de 1963:
Em 1964, mais uma vez o time disputa o Campeonato Amador do Estado, pelo Setor 21 e monta um grande time, que em março bate o Barão Geraldo por 6×2. Temos ainda uma ficha técnica disponibilizada pelo incrível site História do Futebol com o registro de incrível goleada:
Aqui, o time de 1964:
Aqui uma imagem da fachada do estádio em 1965, que recebeu o time de aspirantes do Guarani para uma peleja, também do site “Relíquias do futebol” (eles deram uma bela tratada na imagem do livro e a foto ficou linda!):
E aqui, uma foto do derbi no campo da Usina Ester:
Em 1966, sagrou-se campeão do setor 13, zona 22, numa sequência invicta de 25 jogos.
No time, ainda tem o “Tio Tito”(tio avô da Mari):
Veja a faixa feita na época para comemorar o título e já aparecendo seu mascote!
Embora o time fosse conhecido como o “Galo da Funilense“, logo, ganhou um mascote oficial, o papagaio da vila:
Em 1967, mais uma vez disputou o amador da Federação Paulista, mas antes venceu um amistoso contra o Real São Paulo de Campinas por 3×1. Pelo amador, o jogo contra a Usina Ester (futura Funilense) empatava em 0x0 quando um penalty foi marcado para o Cosmopolitano FC e o time da usina abandonou o campo, cabendo ao juiz dar a vitória ao time da vila.
Na última partida do amador, jogando em Serra Negra, venceu a Portuguesa local por 3×2.
O livro oferece duas fotos do time de 1967:
Em 1968, novamente uniram-se os times do Cosmopolitano FC e da Usina Ester para enfrentar o Guarani de Campinas, com vitória para os bugrinos por 3×2.
Há apenas o registro da vitória por 1×0 num amistoso contra o CA Silvicultura do Horto Florestal de São Paulo. Distintivo disponível no site História do Futebol:
Aqui, o registro do time de 1969:
Os anos 70 parecem ter afastado o time das disputas do Campeonato Amador da Federação Paulista. Há o registro de um amistoso em 74: Cosmopolitano FC 1×0 São José (Campinas).
Já em 79: Cosmopolitano FC 1×0 EC Alvorada (Campinas) e celebrando o aniversário do clube um amistoso contra a Inter de Limeira.
Quase não há registros do futebol nos anos 80. Em 1990, o time que se sagrou campeão municipal também disputou uma com o União São João, vencendo por 3×2.
Em 96, foi campeão da Liga Cosmopolense e o torneio municipal “30 de novembro”, revivendo o derbi com o time da usina agora representados pela UE Funilense.
Em 1997, conquista o Campeonato Paulista de Futebol Amador promovido pela Federação Paulista, desta vez realizando a final contra o time do SR Cantareira. Primeira partida vencida por 2×0 no Estádio Thelmo de Almeida e o segundo um empate por 1×1 no Estádio Mansueto Pierrot, em São Vicente. Foram 10 vitórias, 3 empates e uma derrota!
Em 2001, definida a venda do estádio. Eram os últimos momentos de um dos estádios mais antigos do estado…
Foi realizada uma partida de despedida entre os ex atletas do Cosmopolitano FC e uma seleção de craques do passado, que venceram por 3×1.
Em 2002, acertada a compra do terreno onde seria construído o novo estádio.
Em 2003 foi inaugurado em partida cont
ra o time B do Corinthians, que terminou com a vitória cosmopolense por 3×2.
E aqui está o Estádio Thelmo de Almeida, atualmente:
A placa celebrativa ainda homenageia mais um que tem estado bastante com a gente nessas andanças em busca de estádios: o Lúcio Carone (tio da Mari) que era o 2º secretário na época!
Vamos dar uma olhada no Estádio atualmente:
O Estádio possui uma estrutura bem maior que o original e fica na entrada da cidade.
Um grande lance de arquibancadas com 8 degraus, na lateral da entrada:
Além da arquibancada lateral, ainda existe um lance de arqubancadas atrás do gol!
Atrás do outro gol, os vestiários. E ali na lateral se pode ver os bancos de reserva e para os mesários / árbitros.
O Estádio além de bem cuidado e grandioso, possui toda a sinalização do clube, com seu nome no banco de reservas.
Olhando da arquibancada, esse é o gol da esquerda:
Aqui, o meio campo:
E aqui, o gol da direita:
A entrada do estádio possui ainda uma área verde que dá um charme especial ao Estádio.
Em 2007 e 2008, o sub 15 e o sub 17 disputam o Campeonato Paulista sa categoria.
O clube segue sua vida equilibrando as atenções entre o social e os esportes.
E pra terminar, o seu hino:
E olha que legal esse anúncio da Usina Esther pra terminar o post:
Setembro de 2009. Com o sol nos animando, seguimos para o litoral sul buscando um pouco de descanso e um rolê tranquilo. Domingo (6 de setembro) o Santo André jogaria em casa contra o Atlético MG, ou seja, nossa viagem tinha data de volta já acertada. Sábado, tivemos um dia perfeito, com sol, praia, caminhada e corrida, trilhas, comida gostosa na beira do Rio Itanhaém, mas… Faltava algo… Já que estávamos ali, por quê não visitar um estádio ainda desconhecido? E lá fomos nós, para Mongaguá conhecer o Estádio Silvano Ribeiro Diroz.
Quem já foi para o litoral sul de São Paulo (Mongaguá, Itanhaém ou Peruíbe), com certeza já passou em frente ele, afinal o Estádio fica na beira da estrada Padre Manoel da Nóbrega.
Eu achei que o Estádio estivesse abandonado há alguns anos, mas para minha surpresa uma partida estava sendo disputada.
O time mandante era o tradicional o “Mongaguá Praia Clube“, fundado em 26 de março de 1946, na época com o nome de “Praia Grande FC” (até 1959, quando foi emancipado, Mongaguá, pertencia à Praia Grande), como mostra o Jornal de Santos, de 1969:
Somente em 1991, o time adotou o nome de Mongaguá Praia Clube.
O time é conhecido como “Praia” e já conquistou o campeonato municipal da 1ª Divisão por 10 vezes, além de ter levantado o título da Série Padre José de Anchieta (Litoral) do Campeonato Amador do Interior por 3 vezes (65/66/67), ainda com o nome de Praia Grande. Aqui, matéria do Jornal A Tribuna de 1965, falando da final daquele ano contra o São Paulo de Itanhaém:
E aqui, o time campeão daquele ano:
Por uma outra matéria, fica registrado que a torcida do time comparecia!
Matéria falando da final (que pelo visto teve encrenca hehehe):
O Jornal de Santos de 1968 cita uma homenagem aos campeões de 1967:
Ok, o campo tem seus buracos, falta grama aqui e acolá, mas lembre que se trata de um Estádio para o futebol amador, de uma cidade litorânea, que sequer possui um time profissional, ou seja… Excelente!
Eu e a Mari, como sempre, não resistimos a eternizar nossa passagem por mais um templo perdido do futebol nesse Brasil tão grande e tiramos uma foto nossa em frente à cancha…
A Mari me chamou a atenção para a faixa colocada na frente do estádio convocando os jovens para participar do time. Depois, já em casa, comentei com meu pai sobre como falta a essa região do litoral um clube disputando a série B do Paulista.
Ao fundo do campo, o belo morro que esconde índios, rios e muitas lendas que correm por Mongaguá e pelo litoral. O Estádio Silvano Ribeiro Diroz fica no bairro Pedreira, e tem capacidade para 3.300 torcedores e possui sistema de iluminação.
E já começando a dar o ar da graça a Neblina, anunciando o frio e a chuva que chegaria à região, no dia seguinte.
E seguindo os passos dos amigos fotógrafos, agora eu comecei a buscar ângulos diferentes de arquibancadas…E deu nisso:
Ah, o prazer de estar em um estádio pela primeira vez e ainda poder acompanhar ao fundo uma partida da equipe local… Não tem comparação, é quase que uma coleção de imagens e momentos que ficam em minha mente e que tento reproduzir e compartilhar com vocês aqui no blog.
Um último olhar no estádio, no campo, no jogo… E até uma próxima vez!
Aqui, o time de 2022 (da fanpage do Jornal Bola na Rede) que conquistou a 1ªdivisão do amador da cidade:
Voltei para Itanhaém, e depois para Santo André, onde acompanhei a derrota do Ramalhão para o Galo. Boa sorte ao Mongaguá Praia Clube, espero ver o time no profissionalismo um dia.