Rodando por estas estradas, no caminho para Presidente Prudente, tivemos a oportunidade de visitar mais uma cidade que tem no futebol parte de sua cultura,
Falamos da cidade de Maracaí!
Maracaí esta localizada na chamada “região da Sorocabana”, distante mais de 470 km da capital do estado. Sua fundação se deu no início do século XX, com Joaquim Gonçalves de Oliveira e Melchior de Camargo estabelecidos na região desde 1903. Segundo o site da Prefeitura, Maracaí era o nome pelo qual o povo carijó chamavam o trecho em que o rio Capivara conflui com o do Cervo. Interessante porque pensava que esta região era habitada pelo povo kaingang…
Fomos até Maracaí para conhecer o Estádio Municipal José Maria de Souza, e relembrar um pouco da história do futebol na cidade, principalmente graças a dois times que disputaram o Campeonato do Interior de São Paulo, provavelmente neste campo.
Aparentemente, houve uma reforma no pórtico de entrada dando uma nova cara ao Estádio.
Dê uma primeira olhada no Estádio e veja como está bem cuidado para quem sabe pelo menos ter um time no Campeonato Amador do Estado:
Fico me perguntando se a singela arquibancada coberta ainda tem vivido dias de glória como outrora…
Veja uma imagem antiga desta mesma arquibancada, datada provavelmente dos anos 70, retirada da fanpage Memórias de Maracaí:
Além da arquibancada coberta, também existem dois lances de arquibancadas descobertas no outro lado:
Pelo que conversamos, Maracaí segue com grande tradição no futebol amador e esse gol segue sendo o objetivo de muitos times da cidade e da região…
O tradicional registro do meio campo:
O gol do lado direito (para quem olha da arquibancada descoberta):
E o gol do lado esquerdo:
Mais um estádio bacana e com potencial para vôos mais altos no futebol…
Antes de ir embora, registramos a homenagem a Marcos Antonio de Lima, o “Índio”, um dos meu ídolos no Santo André no fim dos anos 90 e que é nascido na cidade de Maracaí e ganhou notoriedade ao ser campeão mundial pelo Internacional de Porto Alegre, como recorda a placa:
Se você não lembra dele, aí está uma recordação:
Os dois times que fizeram a cidade se oficializar na história das competições oficiais da Federação Paulista foram o Maracaí FC, primeiro time da cidade a disputar o Campeonato do Interior em 1942. A fanpage Memórias de Maracaí traz algumas fotos do Maracaí FC:
O outro time é a Associação Atlética Maracaiense, que disputou as edições de 1950…
A de 1958, jogando o setor 33…
E ainda foi vice campeã do seu setor em 1964, com o time abaixo:
Essa semana, mais uma vez em parceria com o pessoal do Correio de Atibaia, batemos um papo com o presidente e o vice do CA Bandeirante, para falar do Campeonato Amador e da equipe que pelo terceiro ano consecutivo saiu com o título. Clique no link p assistir!
Novembro de 2024. Aproveitamos o feriado do dia 15, para seguir a linha do trem “Rio Grande da Serra – Jundiaí” até uma cidade que já participou do futebol profissional e que ainda não tínhamos visitado: Campo Limpo Paulista! (foto do site da Prefeitura)
Falando sobre a formação da cidade, é difícil detalhar quem foram os primeiros a ocupar a região, mas a presença da água (o atual “rio Jundiaí”) deve ter atraído pessoas de tempos em tempos. Os primeiros europeus que chegaram na região citam os Tupi Guarani e seus parentes (Tupiniquim, M’byá entre outros) como os habitantes do local.
A partir da metade do século XVI, os portugueses passam a realizar expedições para aprisionar indígenas e procurar metais e pedras preciosas Brasil adentro. Com o tempo, se apossaram das terras estrategicamente localizadas para criarem pontos de paradas para as “bandeiras”. Campo Limpo Paulista passou por um processo similar. Vale lembrar que a cidade se emancipou de Jundiaí em 1965, então o começo da história das duas cidades é o mesmo, até porque são todas limítrofes.
O fato que potencializou a região foi a Estrada de Ferro São Paulo Railway, construída entre 1862 e 1867, ligando Jundiaí a Santos e primeira estrada de ferro paulista. Por ela, toda a produção de café foi transportado até a década de 1930. A estação de Campo Limpo foi inaugurada em 1881 para agir como entroncamento da E. F. Bragantina, aqui em foto nos anos 20 do site Estações Ferroviárias.
Outro ponto importante para o desenvolvimento da cidade é que de 1947 até 1951Campo Limpo Paulista sediou a Hospedaria de Imigrantes ocupando antigos galpões de depósito de café para abrigar refugiados da Polônia, Ucrânia, Lituânia, Hungria, Rússia, Iugoslávia, República Tcheca e apátridas.
Quando falamos do futebol da cidade, é necessário citar 4 times que se aventuraram no profissionalismo :
O primeiro deles é o Corinthians Futebol Clube, fundado em 1974.
O CorinthiansFC entra pra história por ser o primeiro time da cidade a disputar uma competição profissional: o Campeonato Paulista da Terceira Divis˜ão de 1976.
Na sequência, a cidade contou com a Associação Atlética Campo Limpo Paulista, fundada em 1980.
Em 1981, a AA Campo Limpo Paulista estreou no futebol profissional, na Terceira Divisão. Foi um campeonato complexo, com 6 grupos, que disputariam 2 turnos. Os campeões de cada turno (definidos após semifinal e final) se enfrentaram definindo o campeão do grupo e classificando-se para um hexagonal final, de onde o Cruzeiro sagrou-se campeão. Jogando no grupo Vermelho, a AA Campo Limpo Paulista terminou em 3º e perdendo a semifinal para o Cruzeiro (0x0 e 2×0).
No segundo turno, novamente a AA Campo Limpo Paulista se classifica mas é eliminada na semifinal.
A boa campanha levou a AA Campo Limpo Paulista para a segunda divisão de 1982. foi promovida para a Segunda Divisão, em mais um campeonato complexo, dividido em 2 turnos de duas etapas cada e um quadrangular como fase final. Na 1ª etapa do primeiro turno, jogando no Grupo Preto, a AA Campo Limpo Paulista termina na 4ª colocação do seu grupo, a série D.
Assim, o time se classifica para a 2ª etapa do 1º turno, onde terminou em 2º lugar, tendo o Bragantino como campeão do grupo.
No 2º turno, termina a 1ª fase na última colocaç˜ao, não se classificando para a 2ª fase do turno.
Infelizmente, entendendo que não teria a estrutura e verba necessária para seguir na disputa, acabou preferindo licenciar-se das competições profissionais.
O terceiro time da cidade foi o Sport Club Campo Limpo Paulista, fundado em 13 de Abril de 2000. O escudo veio do site do Gino!
No mesmo ano de sua fundação ingressou no Campeonato Paulista da Série B2 (o 5º nível do futebol paulista daquele ano), terminando na 8ª colocação do seu grupo.
Uma briga política fez o time mudar de cidade para a vizinha, Caieiras e seu nome para Sport Club Paulista, jogando a série B3 de 2001, chegando até à semifinal, onde perdeu para o Corinthians B. O time sobe para a Série B2 de 2002, e faz má campanha. Em 2003, retorna a Campo Limpo Paulista mas faz novamente uma má campanha. Licenciou-se em 2004 e 2005, retornando em 2006 no Campeonato Paulista da Segunda Divisão (atual Série B) onde terminou a 1ª fase na 5ª colocação.
Em 2007, mais um problema de gestão levou o clube a mandar seus jogos em Salto. Em 2008, se transferiu para Espírito Santo do Pinhal, mudando novamente o nome para Sport Club Paulista. Licenciou-se novamente em 2009. Depois de muitas trocas de sedes, em 2010 mudou-se para cidade de Cotia, mudando de nome, em 2011, para Cotia Futebol Clube, e disputando a Segunda Divisão (Série B) até 2013, jogando a A3 de 2014 e 2015.
O terceiro time da cidade é o Metropolitano Futebol Clube, fundado em Jundiaí, em 10 de janeiro de 2018.
O Metropolitano nasceu em Jundiaí para revelar novos jogadores sendo desde o princípio um clube-empresa. Em 2021, se muda para Campo Limpo Paulista, e em 2022, passa a disputar as categorias de base do futebol paulista, destaque negativo para o sub 20 de 2024 terminando na lanterna do grupo 9.
Apresentados os times, hora de falar do Estádio Municipal de Campo Limpo Paulista.
O Estádio Municipal leva o nome de Aldévio Barbosa de Lemos um dos envolvidos na emancipação da cidade e faz parte do equipamento esportivo da cidade.
Tem até estacionamento!
E fomos conhecer e registrar a casa do futebol de Campo Limpo Paulista, começando pela sua bilheteria!
Venha conosco conhecer mais um estádio do futebol paulista!
As bandeiras tão admiradas pelo amigo Sérgio Gisoldi!
Foram 3 anos de construção: de 1973 a 1976 e o resultado está aí, veja que linda arquibancada coberta:
As entradas para as arquibancadas estavam fechadas, então não deu pra fazer uma foto lá em cima…
O Estádio pertence à Prefeitura Municipal e tem capacidade para 5.400 torcedores.
Olhando do lado de frente da arquibancada, este é o meio campo:
O gol da direita:
O gol da esquerda:
Dei uma volta na pista de atletismo para ter uma ideia do estádio como um todo.
Banheiros em dia!
Mais uma experiência bem sucedida com o futebol que deveria representar uma importante parte da cultura de um povo que vive ali t˜ão perto da capital e que muitas vezes não consegue gerar símbolos de identificação capazes de torná-los únicos em relação a outras cidades.
Até um recado de um punk está lá na parede!
Hora de ir embora com o sentimento de missão cumprida!
As cerca de 20 mil pessoas que vivem em Miguelópolis tem na agricultura e nos serviços decorrentes sua principal riqueza.
Ainda dá pra encontrar o pessoal tranquilo, curtindo o feriado sentado na calçada, sem a agitação que estamos acostumados aqui no ABC.
Mas, quando falamos de futebol, a agitação é a mesma!
E por isso, vamos mostrar um pouco do Estádio Waldemar de Freitas.
Acreditávamos que o estádio fora a casa do Miguelópolis FC na sua única participação em competições oficiais da Federação Paulista, em 1964, pela quarta divisão, conforme descrita pelo Livro “125 anos de História – A enciclopédia do futebol paulista“.
O mesmo livro cita o time como Associação Esportiva Miguelópolis.
O time havia participado de edições do Campeonato Amador do Interior, como mostra a Gazeta Esportiva de 1958:
Aqui o grupo do time em 1964:
Voltemos assim para o Estádio Waldemar de Freitas!
O Estádio estava fechado e o dia acabando…
Já estava me conformando em só registrar a parte externa do estádio.
Ao menos dava pra ver uma placa celebrativa. Mas ela só me deixou em dúvida. A placa não diz se é sobre a inauguração, mas sua data é de 1982… O que me leva a perguntar se existiu um outro estádio na época do profissionalismo, ou se a placa é apenas de alguma reforma…
Conversei com um ex jogador que fez parte do time que jogou a terceira divisão, chamado Fábio Ribeiro (tio do amigo Paulo) e ele confirmou que não foi neste estádio que o Miguelópolis mandou suas partidas. E mais, ele garante que o time que jogou era mesmo o Miguelópolis FC e não a AE Miguelópolis.
Estávamos quase indo embora quando cruzamos com o amigo Valdomiro Pinheiro que mora literalmente colado ao estádio, e adivinhe onde o quintal da casa dele termina…
Assim, após cruzar a casa do Valdomiro…
E assim, tendo o sol como companheiro, adentramos ao Estádio Waldemar de Freitas.
O belo gramado mesmo no gol é para poucos…
Ao fundo a arquibancada coberta.
O alambrado cerca o campo todo!
As árvores atrás do gol completam o charme local!
Não existem arquibancadas nas laterais, além da coberta.
E assim, mais um capítulo da nossa aventura chega ao fim, graças ao amigo Valdomiro.
Em 2017, sua população foi estimada em 4.190 habitantes.
Ainda dá pra jogar bola na rua, sem se preocupar com o trânsito.
Nosso objetivo era conhecer o Estádio Municipal Manoel dos Santos Esgalha, o “Castelão“, e logo de cara, olha a boa notícia, ele recebeu (em 2015) uma reforma no valor de R$ 510 mil reais.
A má notícia é que ele não possui sequer uma placa de identificação… 🙁
Não há nem o tradicional pórtico de entrada tão característico dos estádios do interior…
O estádio foi a casa da Associação Atlética Monte Castelo nas duas disputas da quarta divisão do Campeonato Paulista (em 1964 e 1965).
O time foi fundado em 1º de março de 1963 e mesmo representando uma cidade há mais de 600 km da capital e com menos de 5 mil habitantes, conseguiu disputar duas edições do Campeonato Paulista.
O campo está bem conservado, tem até um sistema de iluminação e uma arquibancada coberta.
Vamos dar uma olhada?
Aqui, o gol da torre do Estádio Municipal Manoel dos Santos Esgalha, o “Castelão“:
O gol do outro lado:
O meio campo, e a arquibancada coberta:
O Castelão possui ainda seu banco de reservas:
E mesmo com nossa visita, o jogo seguia quente em campo!
É um estádio muito bonito!
Os vestiários à beira do campo:
Mais um estádio de um time com pouquíssimas informações… Não encontramos nenhuma foto do time sequer… Se você tiver alguma colaboração, entre em contato!
Münster, cidade no estado federal de Renânia do Norte-Vestfália, considerada um centro cultural da região. Além das várias Faculdades presentes no local, pudemos ver que há coelhos por todos os jardins (e acredite, é impossível pegá-los):
Münster é também uma cidade vítima da 2a guerra, foi praticamente reconstruída, mas como era impossível refazê-la totalmente como era antes, foram levantadas fachadas idênticas aos prédios da época, como pode se ver abaixo: Além da arquitetura riquíssima, o lugar é cheio de histórias.
Ah, e Münster é uma das últimas cidades da Europa a ter um guardião de torre: o trabalho dele é vigiar a cidade à noite. Dizem que na época dos conflitos religiosos, três inimigos foram presosna torre da igreja da foto abaixo, e deixados ali para morrer as vistas da população.
Outro detalhe é que o lugar consegue misturar cultura milenar com várias lojas modernas, oferecendo as últimas tendências de moda e tecnologia.
A Universidade de Münster é a quarta maior e uma das mais antigas da Alemanha, e dá à cidade uma cara jovem já que boa parte da população consiste de estudantes.
Possui também fantásticos cafés e soreveterias…
Só pra ter uma idéia, o prédio abaixo tem quase 200 anos…
Mas vamos ao que esse blog se propõe a mostrar. Futebol! O time da cidade é o SC Preussen Münster1906, um dos membros fundadores da Bundesliga, mas que hoje disputa as divisões regionais intermediárias. O distintivo traz um pássaro negro com a letra “P” em seu peito:
O time usa uniformes verdes, conforme pode se ver na foto do time que disputou o equivalente a 4a divisão da Alemanha:
Fomos até o estádio do time, e infelizmente não consegui adentrar pra ver o gramado e parte de dentro, mas eu e a Mari tiramos algumas fotos em frente a sede do clube:
Nas bilheterias:
E algumas do lado de fora (por cima do muro…):
O estádio em dia de jogo:
Do lado de fora, deu pra encontrar alguns adesivos da torcida local. Aliás, deu pra ver que os “Ultras” também estão presentes em Münster.
E pra quem sabe, taí…
Assim terminam os posts sobre essa viagem para Europa, que me custou muita grana e me endividou por alguns meses, mas que valeu cada centavo não só pelo lado boleiro, mas pela diversão, cultura e tudo que vivi por lá!