O Estádio Municipal e o futebol em Campo Limpo Paulista-SP

Novembro de 2024.
Aproveitamos o feriado do dia 15, para seguir a linha do trem “Rio Grande da Serra – Jundiaí” até uma cidade que já participou do futebol profissional e que ainda não tínhamos visitado: Campo Limpo Paulista! (foto do site da Prefeitura)

Falando sobre a formação da cidade, é difícil detalhar quem foram os primeiros a ocupar a região, mas a presença da água (o atual “rio Jundiaí”) deve ter atraído pessoas de tempos em tempos.
Os primeiros europeus que chegaram na região citam os Tupi Guarani e seus parentes (Tupiniquim, M’byá entre outros) como os habitantes do local.

A partir da metade do século XVI, os portugueses passam a realizar expedições para aprisionar indígenas e procurar metais e pedras preciosas Brasil adentro.
Com o tempo, se apossaram das terras estrategicamente localizadas para criarem pontos de paradas para as “bandeiras”.
Campo Limpo Paulista passou por um processo similar. Vale lembrar que a cidade se emancipou de Jundiaí em 1965, então o começo da história das duas cidades é o mesmo, até porque são todas limítrofes.

O fato que potencializou a região foi a Estrada de Ferro São Paulo Railway, construída entre 1862 e 1867, ligando Jundiaí a Santos e primeira estrada de ferro paulista. Por ela, toda a produção de café foi transportado até a década de 1930.
A estação de Campo Limpo foi inaugurada em 1881 para agir como entroncamento da E. F. Bragantina, aqui em foto nos anos 20 do site Estações Ferroviárias.

Outro ponto importante para o desenvolvimento da cidade é que de 1947 até 1951 Campo Limpo Paulista sediou a Hospedaria de Imigrantes ocupando antigos galpões de depósito de café para abrigar refugiados da Polônia, Ucrânia, Lituânia, Hungria, Rússia, Iugoslávia, República Tcheca e apátridas.

Quando falamos do futebol da cidade, é necessário citar 4 times que se aventuraram no profissionalismo :

O primeiro deles é o Corinthians Futebol Clube, fundado em 1974.

O Corinthians FC entra pra história por ser o primeiro time da cidade a disputar uma competição profissional: o Campeonato Paulista da Terceira Divis˜ão de 1976.

Na sequência, a cidade contou com a Associação Atlética Campo Limpo Paulista, fundada em 1980.

Em 1981, a AA Campo Limpo Paulista estreou no futebol profissional, na Terceira Divisão.
Foi um campeonato complexo, com 6 grupos, que disputariam 2 turnos. Os campeões de cada turno (definidos após semifinal e final) se enfrentaram definindo o campeão do grupo e classificando-se para um hexagonal final, de onde o Cruzeiro sagrou-se campeão.
Jogando no grupo Vermelho, a AA Campo Limpo Paulista terminou em 3º e perdendo a semifinal para o Cruzeiro (0x0 e 2×0).

No segundo turno, novamente a AA Campo Limpo Paulista se classifica mas é eliminada na semifinal.

A boa campanha levou a AA Campo Limpo Paulista para a segunda divisão de 1982. foi promovida para a Segunda Divisão, em mais um campeonato complexo, dividido em 2 turnos de duas etapas cada e um quadrangular como fase final.
Na 1ª etapa do primeiro turno, jogando no Grupo Preto, a AA Campo Limpo Paulista termina na 4ª colocação do seu grupo, a série D.

Assim, o time se classifica para a 2ª etapa do 1º turno, onde terminou em 2º lugar, tendo o Bragantino como campeão do grupo.

No 2º turno, termina a 1ª fase na última colocaç˜ao, não se classificando para a 2ª fase do turno.

Infelizmente, entendendo que não teria a estrutura e verba necessária para seguir na disputa, acabou preferindo licenciar-se das competições profissionais.

O terceiro time da cidade foi o Sport Club Campo Limpo Paulista, fundado em 13 de Abril de 2000. O escudo veio do site do Gino!

No mesmo ano de sua fundação ingressou no Campeonato Paulista da Série B2 (o 5º nível do futebol paulista daquele ano), terminando na 8ª colocação do seu grupo.

Uma briga política fez o time mudar de cidade para a vizinha, Caieiras e seu nome para Sport Club Paulista, jogando a série B3 de 2001, chegando até à semifinal, onde perdeu para o Corinthians B.
O time sobe para a Série B2 de 2002, e faz má campanha.
Em 2003, retorna a Campo Limpo Paulista mas faz novamente uma má campanha.
Licenciou-se em 2004 e 2005, retornando em 2006 no Campeonato Paulista da Segunda Divisão (atual Série B) onde terminou a 1ª fase na 5ª colocação.

Em 2007, mais um problema de gestão levou o clube a mandar seus jogos em Salto.
Em 2008, se transferiu para Espírito Santo do Pinhal, mudando novamente o nome para Sport Club Paulista.
Licenciou-se novamente em 2009.
Depois de muitas trocas de sedes, em 2010 mudou-se para cidade de Cotia, mudando de nome, em 2011, para Cotia Futebol Clube, e disputando a Segunda Divisão (Série B) até 2013, jogando a A3 de 2014 e 2015.

O terceiro time da cidade é o Metropolitano Futebol Clube, fundado em Jundiaí, em 10 de janeiro de 2018.

O Metropolitano nasceu em Jundiaí para revelar novos jogadores sendo desde o princípio um clube-empresa.
Em 2021, se muda para Campo Limpo Paulista, e em 2022, passa a disputar as categorias de base do futebol paulista, destaque negativo para o sub 20 de 2024 terminando na lanterna do grupo 9.

Apresentados os times, hora de falar do Estádio Municipal de Campo Limpo Paulista.

O Estádio Municipal leva o nome de Aldévio Barbosa de Lemos um dos envolvidos na emancipação da cidade e faz parte do equipamento esportivo da cidade.

Tem até estacionamento!

E fomos conhecer e registrar a casa do futebol de Campo Limpo Paulista, começando pela sua bilheteria!

Venha conosco conhecer mais um estádio do futebol paulista!

As bandeiras tão admiradas pelo amigo Sérgio Gisoldi!

Foram 3 anos de construção: de 1973 a 1976 e o resultado está aí, veja que linda arquibancada coberta:

As entradas para as arquibancadas estavam fechadas, então não deu pra fazer uma foto lá em cima…

O Estádio pertence à Prefeitura Municipal e tem capacidade para 5.400 torcedores.

Olhando do lado de frente da arquibancada, este é o meio campo:

O gol da direita:

O gol da esquerda:

Dei uma volta na pista de atletismo para ter uma ideia do estádio como um todo.

Banheiros em dia!

Mais uma experiência bem sucedida com o futebol que deveria representar uma importante parte da cultura de um povo que vive ali t˜ão perto da capital e que muitas vezes não consegue gerar símbolos de identificação capazes de torná-los únicos em relação a outras cidades.

Até um recado de um punk está lá na parede!

Hora de ir embora com o sentimento de missão cumprida!

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O futebol em Votorantim-SP

Em 2023, tivemos a oportunidade de passar por Sorocaba e aproveitamos para dar um pulo na cidade vizinha, Votorantim.

Votorantim é uma cidade especial para minha família porque meu avô teve um pequeno sítio ali, até o fim da sua vida, e por isso criamos laços emocionais e de memória com a cidade.
Não a toa fizemos questão de conhecer e acompanhar o Votoraty FC, fundado em 12 de maio de 2005.

Inesperadamente, o Votoraty FC chegou na final da Copa Paulista.
Abaixo algumas imagens daquela tarde inesquecível, mas se você preferir, veja aqui o post que conta como foi aquele jogo.

Depois vi também o jogo pela Copa do Brasil do Votoraty contra o Grêmio (veja aqui como foi aquele jogo).

E olha quem era o treinador do Votoraty naquele ano: Fernando Diniz!

Só pra lembrar… Votorantim teve uma ocupação indígena, como todo o território brasileiro, recebendo a chegada dos primeiros portugueses em meados do século XVII, recriando o choque que houve no litoral brasileiro.

Pascoal Moreira Cabral, um parente do fundador de Sorocaba Baltazar Fernandes, decidiu produzir açúcar, dando origem a um vilarejo, próximo de uma cachoeira chamada Votorantim que acabou dando nome ao local.
Já no final do século XIX, as primeiras indústrias chegam à cidade, e com elas a imigração.

E foi assim que o futebol chegou à cidade.
Em 1º de janeiro de 1900, os operários ingleses da Fábrica de Tecidos Votorantim, entre eles William Snapp, fundador do SPAC – São Paulo Athletic Club criam o Votorantim Athletic Club, tornando-se o time oficial da fábrica.

Enquanto isso, os italianos oficializam, na mesma data, o Sport Club Savoia, que por muitos é considerado o primeiro clube de futebol do Brasil.

Com o crescimento da colônia italiana na região, a torcida do Sport Club Savoia também aumenta. Já o time inglês perde torcida (os ingleses voltaram pra capital com medo do surto de febre amarela na região) e o Votorantim Athletic Club decide se unir ao Sport Club Savoia.

Em 1910, o Sport Club Savoia é convidado a disputar um torneio seletivo para a elite do Campeonato Paulista com o Vila Buarque Futebol Clube e o Clube Atlético Ypiranga, mas o Ypiranga vence e fica com a vaga.

Em 1915, o recém-fundado Palestra Itália da capital faz sua estreia no futebol contra o SC Savoia, no Campo dos Castelões, em Votorantim.

Em 1919, convidou o XV de Piracicaba para uma partida, mas o XV reclamou do tratamento dado

Em 28 de setembro de 1924 o SC Savoia inaugura o “Estádio Municipal Domenico Paolo Metidieri” com dois jogos: na preliminar, o 2º quadro do Savoia fez 4×1 no Germânia e na sequência, o primeiro quadro empatou por 4 a 4 com o Athletico Paulistano (com Arthur Friedenreich no elenco).

Em 1930, a equipe passa a ser conhecida como “Esquadrão de Ferro” por conquistar vários títulos, incluindo a 23ª Região do Campeonato Amador do Interior.
Por conta da guerra contra os países do eixo nazista, em 1942 o Sport Club Savoia é obrigado a mudar de nome adotando Clube Atlético Votorantim.

Esse foi o time de 1946, campeão da 23ª Região do Campeonato do Interior:

Em 1947 a equipex conquista o título da Liga Sorocabana de Futebol e de 1948 a 1952 disputa a Segunda Divisão do Campeonato Paulista de Futebol.

Em 1952, as Indústrias Votorantim retiram o apoio ao clube, e o departamento de futebol profissional é desativado.

Aqui, o time de 1966:

CA Votorantim 1966

Mais recentemente, surgiu o Atlético Votorantinense, usando de brasão a cruz de Savóia, para resgatar esta história.

Já a gente, preferiu reviver essa história visitando o Estádio Municipal Domenico Paolo Metidieri!

Uma arquibancada com mais de um século de história… É mesmo motivo de orgulho para a cidade!

Mas fizemos um role por todo o campo, olha os bancos de reservas…

Aqui, o meio campo:

O gol da esquerda com o terminal de ônibus atrás:

E o gol da direita:

Fazia um tempo que não vinha no Estádio Municipal Domenico Paolo Metidieri, foi bem legal poder reencontrar o lugar!

Hora de ir embora…

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#TBT – 1ª rodada da A2 de 2008

O que dizer de uma partida onde você encontra o Godoi num posto de gasolina antes de chegar no Estádio, ter que entrar pelo meio da torcida local, e ainda ser informado pela polícia que em caso de problemas o portão de acesso ao campo está aberto é a melhor atitude a ser tomada…

Após um empate de 1×1, fomos aconselhados pela polícia a ficar até depois do jogo para não ter problemas… Detalhe, até o carro eles nos obrigaram a colocar em cima da arquibancada kkkk

E o que você diria se enquanto espera, encontrar o treinador de quem você é ídolo, no caso: Ferreira!

Esse foi um rolê de 2008, na estreia da série A2 do Santo André contra o GE Catanduvense.

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O Estádio Benito Agnelo Castellano, a casa do Velo Clube

Pois é, com o acesso do Velo Clube à primeira divisão depois de 46 anos, estamos vivendo uma verdadeira Velomania e já que o tema é inesgotável, vamos dar nossa contribuição registrando um rolê que fizemos para registrar o Estádio Benito Agnelo Castellano!

O Estádio Benito Agnelo Castellano, carinhosamente conhecido como o “Benitão” é a casa do lado rubro verde da cidade de Rio Claro: a Associação Esportiva Velo Clube Rioclarense.

Na parte interna do estádio, antes de se adentrar à arquibancadam existe uma série de fotos e registros sobre o passado do time junto do Bar “Toca Rubro Verde”.

Várias fotos relembrar os esquadrões que marcaram época defendendo a camisa do Velo Clube!

Por falar em imagens, taí a lenda responsável pelo canal @VeloemImagens!

Estivemos no estádio em um dia em que as categorias de base estavam disputando suas competições contra o XV de Piracicaba.

Assim, mesmo contando apenas com os familiares e aqueles que acompanham a base, pudemos viver uma tarde com o estádio vivo!

Vale lembrar como é a organização do estádio: são duas arquibancadas junto às laterais do campo sendo que no passado – e talvez isso volte no futuro- o estádio teve uma tubular atrás do gol. Desse lado em que estamos está a arquibancada coberta.

Do outro lado, uma arquibancada maior e descoberta. Ah, perceba que o campo está reduzido porque estamos falando do sub 9 e sub 11. E ali está o gol da direita:

E aqui, o gol da esquerda:

E aqui o meio campo:

Em 7 de setembro de 2022, o Estádio Benito Agnello Castellano completou 50 anos de inauguração, que se deu em 1972, na partida: Velo Clube 1 x 4 Palmeiras. Há uma placa registrando a data:

E é muito legal poder ver que tanto tempo depois, passando e vencendo tantas crises, o Benitão voltou a ser um local de felicidade!

Benito Agnello Castellano, que dá nome ao estádio, foi um esportista, dirigente, cronista esportivo (correspondente local da Gazeta Esportiva) e torcedor fanático do Velo Clube nascido na cidade em 1927. O J1 Diário publicou uma entrevista com o filho dele (na foto abaixo) no lançamento do seu livro “Benito e Velo” (veja aqui a entrevista).

O estádio nasceu como propriedade do Velo Clube, mas em 2008, a prefeitura de Rio Claro decidiu desapropriá-lo para inviabilizar seu leilão judicial, que ocorreria no mesmo ano como forma de pagamento das dívidas do clube.

O dinheiro será depositado em juízo para a quitação de dívidas trabalhistas e com Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) que o Velo tem com a Prefeitura desde 1988 e apenas em 2015, na última parcela, a prefeitura recebeu o título de posse do imóvel.

Dei uma pesquisada aqui para ler sobre quando estivemos lá em 2011 para acompanhar o acesso do time para a série A2, veja aqui como foi!

Mais recentemente estivemos no Benitão para acompanhar a partida contra o São José, válida pelas quartas de final da série A2 (veja aqui como foi)!

Curiosamente, o público recorde do Estádio é de uma partida contra o São José (vitória do Velo pro 1×0) com um total de 15.782 torcedores, em 1978.

Mais um post em homenagem ao Velo e sua torcida! Desejamos boa sorte na série A1 de 2025!

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O futebol e os estádios em Lavras-MG

Se todo carnaval tem seu fim, por que com corpus christi não o teria?
Bem vindo ao último post sobre o rolê de junho de 2023 em MG.
O feriado começou com um jogão pela série D: Athletic Clube 4×2 Santo André que nos permitiu conhecer e registrar o Estádio Joaquim Portugal:

Graças ao feriado, depois do jogo, pudemos visitar uma série de lugares lindos, e estádios basta clicar para saber mais:
Guarany e do Marianense (ambos de Mariana),
Aymorés FC (Tiradentes),
AC Três Corações / CA Tricordiano (ambos de Três Corações),
Bangu EC (Congonhas),
América RF, Social FC, do Figuerense EC e Minas FC (São João del Rei),
Betis FC, registrado na foto abaixo (Ouro Branco).

Para que nossa viagem de volta não ficasse tão longa, decidimos dormir em Lavras, ainda em Minas Gerais, mas bem perto da conhecida estrada Fernão Dias.
Assim pudemos conhecer um pouco sobre o riquíssimo futebol da cidade, ilustrado neste post pelos 5 principais times de Lavras!

Segundo o mapa “Native Land“, o território ocupado atualmente pela cidade encontrava-se já entre as terras dos Puris (na ilustração abaixo) a nordeste e a dos Guaranis a sudoeste, na época da chegada dos portugueses, os Cataguás (povo não tupi e do qual não se tem nenhuma ilustração sequer) estavam por ali e impuseram muita resistência aos invasores. O bandeirante Lourenço Castanho Taques é apontado como responsável pelo genocídio dos Cataguás.

O local passou a ser chamado de Colina do Pouso do Funil, por conta de uma cachoeira que parecia um funil e por acreditarem que ali existia ouro, logo chegou uma primeira leva de moradores ao arraial, que em 1813 foi elevado à categoria de freguesia.
Chega à condição de vila, em 1831, e à cidade, em 1868, quando se altera seu nome de “Lavras do Funil” para “Lavras”.
Segundo o Censo do IBGE de 2022, 104.761 pessoas vivem na bela e preservada cidade de Lavras!
Recomendo o livro digital História de Lavras do pesquisador, professor e historiador Geovani Németh Torres.

A história do futebol na cidade se origina com o Lavras Sport Club, fundado em 13 de agosto de 1913.

O futebol reflete o novo momento na cidade, onde a energia elétrica substituía os antigos lampiões, surgiam os primeiros telefones e a ferrovia funcionava como a Internet, trazendo as novidades até a estação de Lavras Oeste, aberta em 1895, como parada da Estrada de Ferro Oeste de Minas.
A foto abaixo, de 1930 é do incrível site Estações Ferroviárias

O Lavras Sport Club foi criado pelos alunos do Instituto Presbiteriano Gammon, instituição responsável pela chegada da primeira bola à cidade.

Logo surge um rival: o Hymalaia SC, também formado por alunos do Gammon e o derbi entre eles fazia barulho na cidade!
Na década de 20, o “Moreno Esporte Clube” incluiu os negros no futebol local.
Mas é o Lavras Sport Club que passa a se destacar e disputar amistosos e torneios contra times da região como o Athletic Club de São João del Rei.
O Lavras SC manteve-se todo o tempo como amador, e em 5 de setembro de 1937, funde-se com a Associação Olímpica de Lavras, criada em 20 de julho daquele ano.

A Associação Olímpica herda do Lavras SC, o Estádio Ruy Moraes de Lemos, construído em 1916, com recursos antes destinados ao Tiro de Guerra, mas que com o fim da 1ª Guerra, ganharam melhor uso.

Aqui, uma foto antiga que mostra a identificação do Estádio Ruy Moraes de Lemos.

E lá fomos nós conhecer o campo da Associação Olímpica!

O Estádio tem muita história e foi a casa de alguns amistosos inesquecíveis, como o do dia 8 de maio de 1949, em 1×1 contra a seleção da Colômbia, ou contra o Flamengo em 1958.

Mas a Associação Olímpia de Lavras também usou o Estádio Ruy Moraes de Lemos no futebol profissional, onde estreou em 1968, na 2ª Divisão do Campeonato Mineiro (fonte da tabela: RSSSF Brasil):

Na final da região, acabou desclassificada:

Alguns registros do time sem a data especificada:

Não encontrei outras participações em campeonatos oficiais, mas essa foto registra a inauguração dos refletores do estádio em 1972:

Depois do hiato, em 1984 a Associação Olímpica volta a disputar o Módulo II do Campeonato Mineiro (fonte da tabela: site da RSSSF Brasil),

Em 1985 termina na 6ª colocação:

Em 1986, passa da primeira fase, mas não se classifica para as finais:

Em 1987 vai disputar a repescagem mas, novamente, acaba fora das finais.

Em1988 é rebaixada para a terceira divisão:

Em 1989, joga a terceirona e chega à fase final:

Uma vitória a mais teria levado o time de volta ao módulo II…

Não disputa a competição em 1990, e em 1991, não descobri o motivo, volta ao Módulo II para uma última participação nos campeonatos oficiais da Federação Mineira:

E desde então, até onde pesquisei, a Associação Olímpica de Lavras não disputou mais o profissionalismo, mas segue jogando no lindo Estádio Ruy Moraes de Lemos!

Dê mais uma olhada e sinta o clima do Estádio:

Aqui, uma vista do meio campo:

O gol da direita:

O gol da esquerda:

Enquanto estivemos no estádio, rolava uma pelada entre a galera local:

Atrás do gol da esquerda existe mais um pequeno lance de arquibancada:

Esse lance praticamente se encontra com o lance lateral de onde estou fazendo estas imagens:

Lá do outro lado, o quase centenário distintivo da Associação Olímpica de Lavras!

Lá no Estádio haviam camisas sendo vendidas:

Existe ainda um clube social com piscinas e outros equipamentos ali ao lado do campo.
Agradeço ao pessoal que nos recebeu lá Estádio e torço para que a história da Associação Olímpica de Lavras tenha muito futuro!

Mas, entre o Lavras SC e o surgimento da Associação Olímpica de Lavras, houve um outro time, fundado em 2 de setembro de 1932 e que também ousou alçar vôos no futebol profissional: o Fabril Esporte Clube!

O Fabril Esporte Clube teve origem ligada à Cia Fabril Mineira, fundada por Juventino Dias, que no futuro daria nome ao Estádio do time.

O time nasceu com uma grande vantagem: a Companhia Fabril Mineira construiu o Estádio Coronel Juventino Dias para receber seus jogos!
E lá fomos nós registrar o lugar onde o Fabril EC mandou seus jogos.

Olha aí as bilheterias do Estádio:

Com o fim da Cia Fabril, o Estádio acabou indo para as mãos da Prefeitura, tornando-se o Estádio Municipal de Lavras, servindo não só ao Fabril EC, mas para novos times como o Lavras FC e também ao futebol amador da cidade.

E agora é hora de conhecer a parte interna deste Estádio!

Aos 16 anos, Pelé chegou a jogar pelo Santos FC contra o Fabril Esporte Clube, em 1957, neste estádio:

E hoje ele segue aberto à população e ao futebol amador local!

A capacidade atual do Estádio Municipal Coronel Juventino Dias é de cerca de 5 mil torcedores:

Aqui o meio campo, onde pode-se ver ao fundo, uma linda arquibancada cinza.

Aqui, o gol da direita:

E o gol da esquerda:

E pra nós… só alegria em estar em mais um estádio com tanta história.

Depois de um início marcado por partidas amistosas, o Fabril EC passa a disputar taças e competições regionais, principalmente a partir da década de 1940, quando se cria a Liga Esportiva de Desporto de Lavras (LEDL).

Em 1953, é criada a Liga Esportiva de Lavras (LEL), reunindo às equipes da cidade outros times da região. Esse foi o time daquele ano:

A partir dos anos 60, o time passa a disputar o Campeonato Mineiro Profissional, estreando em 1968, na divisão de acesso, o segundo nível do futebol mineiro.

Olha como ficava cheio o campo em dias de derbi entre o Fabril EC e a Associação Olímpica de Lavras.

Novamente disputou a divisão de acesso em 1969, mas depois passou mais de 10 anos licenciado.

Aqui, o time de 1975 que não disputou o profissionalismo mas manteve o futebol em atividade em competições amadoras:

O Fabril EC volta à ativa em 1981, classificando-se em 2º lugar para a fase final do campeonato:

O time termina em 5º lugar no campeonato.

Na edição de 1982 do Módulo II, o time vai ainda melhor, classificando-se para a fase final, onde terminou em 3º lugar, a um ponto do acesso para a festa da sua apaixonada torcida!

Não descobri o motivo, mas o time não disputa a edição de 1983, voltando em 1984 para uma campanha em 3 fases. Aqui, a primeira:

A segunda fase:

E o quadrangular final:

Com os resultados, o time sagrou-se campeão do Módulo II, o segundo nível do futebol mineiro de 1984:

E assim, o time faz sua estreia na primeira divisão de 1985, terminando em 11º lugar.

Em 1986, um baita campeonato!
Os vencedores dos turnos mais os dois melhores classificados no geral disputariam o Quadrangular Final, mas o Atlético MG venceu os dois turnos e sagrou-se campeão. O Fabril EC terminou na 5ª colocação!

O Fabril EC disputou a primeira divisão até 1991, quando acabou rebaixado. Mas vale destacar a incrível campanha de 1988, quando terminou em 3º lugar, sendo ainda Campeão do interior.

Em 1988 disputou também a série C do Campeonato Brasileiro e logo de cara, caiu no grupo do Campeão: o União São João de Araras, acabando eliminado na 1ª fase:

Olha a partida contra o União:

Depois do rebaixamento, o Fabril EC disputou o Módulo II em 1991 e 92, licenciando-se em 1993.
Em 1994 retorna, mas agora disputa o terceiro nível do futebol mineiro. Novamente abandona as competições retornando em 97, quando faz uma boa campanha e volta ao Módulo II, disputando os campeonatos de 98 até 2001, quando volta para a Terceira Divisão.
Veja a tabela final de 1997, quando sagrou-se vice-campeão:

Disputa seus últimos campeonatos entre 2002 e 2009, quando é registrada sua última participação no terceiro nível do futebol mineiro, terminando em último lugar…

Atualmente, o Estádio Coronel Juventino Dias foi interditado para jogos oficiais, e por isso o time tem batalhado para construir um novo estádio e assim retornar às disputas profissionais:

O quarto time que chamou nossa atenção nesta visita à Lavras foi a Associação Atlética Ferroviária de Lavras, fundada em 1º de maio de 1944.

A ideia era criar um clube capaz de reunir os ferroviários e suas famílias e naturalmente, mais uma vez futebol e trilhos se interligaram:

Sua sede foi inaugurada em 24 de fevereiro de 1957.

Em 2010, as meninas do clube fizeram história ao disputar o Campeonato Mineiro Feminino e por isso fomos lá conhecer e registrar seu Estádio.

Aqui, o meio campo, onde pode se ver dois lances de arquibancada:

O gol da esquerda, com os toboáguas ao fundo:

O gol da direita:

Não lembro de ter visto arquibancadas construídas literalmente em cima dos vestiários como estas:

Há também um pequeno anel de lugares na lateral do campo:

Antes de irmos embora, vale o registro do mais novo clube da cidade, o Lavras Futebol Clube, fundado em 20 de janeiro de 2009.

O time se filiou-se à Federação Mineira de Futebol em seu ano de estreia e disputou a Segunda Divisão do Campeonato Mineiro (3º nível), terminando em 5º lugar, mas nunca mais disputou nenhuma competição oficial.

O Lavras FC manda seus jogos no estádio Ruy Moraes de Lemos, da Associação Olímpica de Lavras e também no Estádio Municipal.

E é torcendo para que a cidade volta ao profissionalismo que nos despedimos desse rolê por Minas Gerais!

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O futebol em Echaporã

No feriado de 15 de novembro de 2022, fizemos um incrível rolê até Bataguassu-MS. Veja os posts já feitos sobre essa viagem:
1) Estádio Municipal Tonico Lobeiro, na cidade de Óleo
2) Estádio Gilberto Moraes Lopes, em Piraju
3) Estádio Municipal Clube Ferroviário em Bernardino de Campos
4) Estádio Municipal Arnaldo Borba de Moraes, em Ipaussu
5) Estádio do Clube Atlético Ourinhense e o Estádio Djalma Baia, em Ourinhos
6) Estádio Romeirão, em Ribeirão do Sul
7) Estádio Manoel Leão Rego e Estádio Miguel Assad Taraia, em Palmital
8) Estádio Francisco Guímaro, “O Pirangueiro“, em Presidente Epitácio
9) Estádio Municipal “João Pereira de Souza”, em Bataguassu (MS)
10) Estádio Municipal José Francisco Abegão (antigo Estádio Antônio J. Andrade), em Presidente Venceslau
11) Estádio Municipal José Spaus da Silva, em Santo Anastácio
12) Estádio Dr Arthur Ramos e Silva Jr, em Presidente Bernardes
13) Estádio do Paulista FC em Álvares Machado
14) Estádio Municipal Amadeu Poleto e o Estádio Capitão Whitaker em Indiana
15) Estádio Coronel João Gomes Martins em Martinópolis
16) Estádio João Boim, em João Ramalho
17) Estádio Municipal Benedicto Dalla Pria, em Quatá

Agora é a hora do último estádio desse rolê, o Estádio Clemente Alberto de Sousa em Echaporã!

Com este relato me despeço não apenas do incrível rolê de 15 de novembro como também do ano de 2022. Que tenhamos novas aventuras boleiras em 2023 e que todos tenhamos muita saúde, trabalho, amor e grana pra poder estar nessa!

Antes de falarmos do futebol, é sempre importante ressaltar uma breve visão sobre o caminho trilhado até chegarmos a Echaporã dos dias de hoje.

Echaporã significa Bela Vista em Tupi Guarani, e este foi o nome da cidade por um bom tempo. A cidade se desenvolveu no mesmo modelo das que visitamos no oeste paulista: primeiro a chegada de alguns bandeirantes, depois a distribuição de terras ainda no papel para uns poucos poderosos e a partir daí uma verdadeira guerra com os habitantes originais indígenas, kaingangues em sua maioria.

No caso de Echaporã, além da expulsão e da matança, houve ainda um processo de catequização em pleno século XX, realizado pelos freis capuccinos, que teriam inclusive tentado ajudar na guerra contra os grupos que chegavam, mas… sem grandes resultados. Aqui, uma foto de 1910 dos indígenas com um padre da ordem dos Capuccinos (Fonte: Livro “As antigas fazendas Alta Sorocabana”):

Em 1922, Santiago Fernandes (que vivia na região ocupada pelos freis capuccinos) iniciou a construção da primeira igreja do local, dedicada a Nossa Senhora Aparecida. A região passa a se reunir no entorno da igreja e o Padre João di Longue batiza o nome do vilarejo como “Bela Vista” (o nome durou até 1944, quando mudou-o para Echaporã).

Em 1° de janeiro de 1939, o distrito passa à município de Bela Vista.

Em 1947, foi construída a igreja matriz da cidade:

E em homenagem à cidade, em 1935 foi fundado o time do Bela Vista Futebol Clube.

Em 1942, estreia no Campeonato do Interior disputando o grupo da 13a região, que teve a Ferroviária de Assis como campeã:

Em 1950, novamente jogou o Campeonato do Interior e ainda aplicou uma das maiores goleadas contra o time do Barra Funda de Assis:

A Gazeta Esportiva de 1957 trouxe uma citação sobre uma partida do time no Campeonato do Interior daquele ano:

Em 1966 faria sua estreia no Campeonato Paulista, mas pouco antes do início, desiste da participação que teria colocado o nome do time e da cidade ainda mais na história!

Esse era o time de 1968:

Aqui, uma foto do time jogando em Assis já nos anos 70:

Aqui, uma foto do atual time de veteranos:

Para viver um pouco dessa história, fomos até o Estádio Municipal Clemente Alberto de Souza:

O estádio fica num quarteirão bem aberto, sem muros em seu entorno, apenas alambrado, aqui o gol da esquerda:

O meio campo:

E o gol do lado direito:

Veja que linda a arquibancada coberta:

A visão por traz do gol:

Muitas árvores em seu entorno:

E uma área para atletismo em seu entorno:

Até uma pequena academia ao céu aberto:

FELIZ 2023!!!

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O futebol em Presidente Bernardes: a AA Bernardense e o Estádio Dr Arthur Ramos e Silva Jr.

No feriado de 15 de novembro de 2022, fizemos um incrível rolê até Bataguassu-MS. Veja os posts já feitos sobre essa viagem:
1) Estádio Municipal Tonico Lobeiro, na cidade de Óleo
2) Estádio Gilberto Moraes Lopes, em Piraju
3) Estádio Municipal Clube Ferroviário em Bernardino de Campos
4) Estádio Municipal Arnaldo Borba de Moraes, em Ipaussu
5) Estádio do Clube Atlético Ourinhense e o Estádio Djalma Baia, em Ourinhos
6) Estádio Romeirão, em Ribeirão do Sul
7) Estádio Manoel Leão Rego e Estádio Miguel Assad Taraia, em Palmital
8) Estádio Francisco Guímaro, “O Pirangueiro“, em Presidente Epitácio
9) Estádio Municipal “João Pereira de Souza”, em Bataguassu (MS)
10) Estádio Municipal José Francisco Abegão (antigo Estádio Antônio J. Andrade,), em Presidente Venceslau
11) Estádio Municipal José Spaus da Silva, em Santo Anastácio

Já no caminho de volta, vamos conhecer um pouco da história do futebol em Presidente Bernardes e do Estádio Dr Arthur Ramos e Silva Jr, a casa da AA Bernardense.

Presidente Bernardes foi o nome dado à antiga povoação de Guarucaia, em homenagem às árvores desta família que existiam por ali, e receberia o apelido de “cidade amizade” décadas depois.

Assim como as demais cidades do oeste paulista, os indígenas residentes na região foram surpreendidos com a chegada dos bandeirantes e acabaram mortos, expulsos ou dominados, expulsando de suas terras de origem e pondo um fim ao sistema de vida que existia até então.

O ato final dessa verdadeira guerra ocorre em 1º de novembro de 1919, com a inauguração da Estação de Trem da cidade. Foto da estação em 2016, do site Estaçoes Ferroviárias:

Junte-se ao cenário a chegada da igreja..

Embora nenhum time da cidade tenha participado de competições profissionais, um deles chegou bem perto disso: a Associação Atlética Bernardense, “O Leão da Alta Sorocabana”, fundada em 1º de maio de 1944.

Muitas das informações para este post eu li no site Osmardeamigos, vale a pena visitá-lo.
Esse é o mascote da AA Bernardense:

A Associação Atlética Bernardense se tornou uma bastante conhecida nos campeonatos de Futebol Amador do Estado de São Paulo, como em 1956, sendo campeã do setor:

Ou em 1957, quando fez várias partidas para se preparar para o Campeonato:

Neste ano, um segundo time de Presidente Bernardes esteve nas disputas: o Ponte Preta EC.

Nas décadas de 60 e 70 disputou muitos amistosos com times que participavam de competições profissionais, de equipes locais como a Prudentina, até potencias do interior como o XV de Piracicaba, da capital como o Juventus e até equipes de outros estados como o Olaria e Operário de Campo Grande. Esse foi o time de 1960:

Em 1974, se tornou vice campeã do amador do estado.

Aqui, o time da Associação Atlética Bernardense de 1977, Campeão Amador Regional:

Aqui, a Associação Atlética Bernardense de 1978.

Aqui, o time de 1980:

Em 2005, a AA Bernardense terminou em 3º lugar no Campeonato Amador Regional.

O primeiro campo da Bernardense era localizado na Vila São Vicente, onde atualmente está localizada a Casa da Lavoura, mas graças a Arthur Ramos e Silva Júnior, que doou um terreno no bairro Village, surgiu o novo estádio, construído através de um mutirão, por isso, o Estádio leva seu nome.

Primeiro, fomos conhecer a entrada da sede social da AA Bernardense:

Na mesma rua, mais acima, está a entrada do Estádio Dr. Arthur Ramos e Silva Jr.

Inicialmente achamos que não seria possível entrar o campo, como se as imagens por cima do muro fossem ser tudo o que iríamos conseguir…

Mas…. o portão estava aberto permitindo o nosso registro:

O gol do lado esquerdo:

O do lado direito:

E o meio campo:

Ao fundo uma estrutura que dá suporte nos dias de jogo:

Ali, um espaço onde seria a entrada tradicional:

E um registro oficial da nossa presença em mais um lindo estádio do interior paulista!

Vale ressaltar que atualmente a cidade possui também o Estádio Municipal Manoel Inácio Cavalcante. Imagem do Google Maps da rua Dr Arthur Falcone:

Sigamos a estrada, feche a porteira depois de passar e vamos em frente!

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O futebol profissional em Presidente Venceslau

No feriado de 15 de novembro de 2022, fizemos um incrível rolê de Santo André até Bataguassu-MS.
Veja os posts já feitos sobre as primeiras cidades dessa viagem:
1) Estádio Municipal Tonico Lobeiro, na cidade de Óleo
2) Estádio Gilberto Moraes Lopes, em Piraju
3) Estádio Municipal Clube Ferroviário em Bernardino de Campos
4) Estádio Municipal Arnaldo Borba de Moraes, em Ipaussu
5) Estádio do Clube Atlético Ourinhense e o Estádio Djalma Baia, em Ourinhos
6) Estádio Romeirão, em Ribeirão do Sul
7) Estádio Manoel Leão Rego e Estádio Miguel Assad Taraia, em Palmital
8) Estádio Francisco Guímaro, “O Pirangueiro“, em Presidente Epitácio
9) Estádio Municipal “João Pereira de Souza”, em Bataguassu (MS)

Vamos mostrar como foi o caminho de volta, começando pelo Estádio Municipal José Francisco Abegão, em Presidente Venceslau.

Presidente Venceslau é uma cidade do interior de São Paulo, distante 600 km da capital e com cerca de 40 mil habitantes.

Foi ocupada por muitos anos (talvez milhares) por indígenas Kaingangues, dizimados, primeiro pelos bandeirantes e depois pela estrada de ferro e a agricultura.

Nunca entendi porque depois de dizimar os indígenas locais as cidades decidem homenageá-los … Por muito tempo chamou-se o povoado de “Coroados” (um outro jeito de chamar o povo kaingangue), em memória ao povo que ali viveu. Também foi chamado de Perobal, por causa das grandes árvores de Peroba que existiam e que foram transformadas em trilhos para a Ferrovia Sorocabana.

Por fim… O nome da cidade acabou sendo homenagem a um dos presidentes do país: Wenceslau Brás, em 1921.

A cidade foi emancipada de Presidente Prudente ainda na década de 1920 e recebeu imigrantes alemães, depois italianos e espanhóis, mais tarde, japoneses, que desenvolveram a lavoura.
A Estrada de Ferro Sorocabana foi fundada em 1872, mas apenas em 1922 chegou ao rio Paraná, passando por Presidente Venceslau.

A cidade tem crescido, mas mantém muitas casas antigas como verdadeiro registro histórico.

E sim… Tá lá a igreja matriz!

Mas, por hora, esqueçam as orações… Nosso objetivo em Presidente Venceslau era registrar o Estádio Municipal José Francisco Abegão, e também relembrar os times que disputaram os Campeonatos Profissionais da Federação Paulista.

Infelizmente o Estádio Municipal José Francisco Abegão não possui mais nenhuma identificação na sua entrada…

Apenas essa inscrição em seu muro lateral.

O Estádio Municipal José Francisco Abegão tem capacidade para 14 mil torcedores.

Hora de dar um rolê e conhecer o campo:

Se atualmente o Estádio Municipal recebe partidas de competições da região, em 1942 ele era chamado de Estádio Antônio J. Andrade e era a casa da Associação Atlética Venceslauense!

A AA Venceslauense nasceu para representar a cidade no reconhecido Campeonato do Interior, que era a competição mais importante para os times do interior. Por ser o time mais antigo, era conhecida como a veterana”.
Aí está o seu grupo em 1942:

Não disputa em 1943, mas retorna em 1944, quando sagra-se campeão da 17ª região (muitos times consideravam isso um título!) e classifica-se para os mata-matas. Pena que logo de cara pega a forte Ferroviária de Assis e perde como visitante por 4×1 e em casa por 2×1:

Em 1945, o FADA (de Santo Anastácio) sagra-se campeão do grupo.

Em 1946, novamente o FADA sagra-se campeão:

Aqui, o grupo de 1947 que teve o Paulista de Álvares Machado como campeão.

A AA Venceslauense segue nas competições do interior, honrando seu manto, como o faz na foto abaixo o atleta “Toco”, Carlos Alberto dos Santos, em 1956!

Até torcida organizada eles tinham!

Em 1957, segundo a Gazeta Esportiva, o Estádio Antônio J. Andrade passou por uma grande reformulação:

Em 1966, a AA Venceslauense faz história e disputa o Campeonato Paulista da 4a divisão, sua única aventura no profissionalismo. 16 partidas inesquecíveis para a torcida local.

A AA Venceslauense volta ao amadorismo e por fim doa o terreno do clube e do então Estádio Antônio Andrade à Prefeitura para ser construído o “Centro Esportivo José Francisco Abegão.
Mas Presidente Venceslau teve outro importante time em sua história: o Esporte Clube Corinthians, fundado em 26 de novembro de 1946.

Claro… O time foi uma homenagem ao seu homônimo da capital, mas mesmo assim fez história, com 9 participações em Campeonatos Estaduais.

Junto à sua sede eles construíram um estádio que também homenageia o Corinthians paulistano: o Parque São Jorge.

O time começou disputando o Campeonato amador do Interior como em 1950:

Em 1957, organizou um torneio quadrangular:

No mesmo ano também houve a construção do. seu estádio:

Em 1965, foi vice campeão do quadrangular da cidade, jogando no Parque São Jorge.

Ainda em 1965, o EC Corinthians estreia na Quarta divisão com uma campanha mediana (5 vitórias, 5 derrotas e 2 empates).

Manteve-se na Quarta Divisão em 1966, quando se licenciou do profissionalismo.

Aqui o time de 77:

Volta ao profissionalismo em 1986, jogando a Terceira Divisão e novamente terminando na sexta colocação.

Na Terceira Divisão de 1987, termina em terceiro lugar do grupo.

E em 1988, joga a Quarta Divisão, classificando-se em terceiro lugar para a segunda fase.

A segunda fase é um triangular de onde apenas um time se classifica e a vaga acaba com o Riolândia.

Em 1989, mais uma vez o Corinthians se classifica para a segunda fase, dessa vez em segundo lugar.

Mais uma vez o time foi mal no triangular da segunda fase:

E eis que chega o momento mágico do time: o ano de 1990! E a primeira fase é mais uma vez ultrapassada, com a seguinte campanha:

1º turno
18 de março: EC Corinthians 0x2 Palmeiras (Franca)
25 de março: São Simão 2×2 EC Corinthians
1º de abril: EC Corinthians 2×1 Ituveravense
8 de abril: Monte Azul 1×4 EC Corinthians
15 de abril: EC Corinthians 0x0 Severínia
22 de abril: Cravinhos 0x2 EC Corinthians
29 de abril: EC Corinthians 1×0 Estrela da Boa Vista
6 de maio: Palmeirinha (Porto Ferreira) 0x1 EC Corinthians
12 de maio: Palmeiras (Franca) 3×1 EC Corinthians
20 de maio: EC Corinthians 1×1 São Simão
27 de maio: Ituveravense 0x1 EC Corinthians
3 de junho: EC Corinthians 1×0 Monte Azul
17 de junho: Severínia 0x0 EC Corinthians
24 de junho: EC Corinthians 2×0 Cravinhos
1 de julho: Estrela da Boa Vista 0x0 EC Corinthians
8 de julho: EC Corinthians 0x0 Palmeirinha (Porto Ferreira)

2º turno:
22 de julho: EC Corinthians 2×0 Nevense
29 de julho: José Bonifácio FC 0x4 EC Corinthians
5 de agosto: EC Corinthians 4×0 São Paulo (Avaré)
12 de agosto: Guariba 1×3 EC Corinthians
19 de agosto: EC Corinthians 1×0 Ranchariense
26 de agosto: Andradina FC 0x1 EC Corinthians
9 de setembro: Nevense 2×0 EC Corinthians
16 de setembro: EC Corinthians 3×0 José Bonifácio EC
23 de setembro: São Paulo (Avaré) 0x2 EC Corinthians
30 de setembro: EC Corinthians 4×0 Guariba
7 de outubro: Ranchariense 2×1 EC Corinthians
14 de outubro: EC Corinthians 2×0 Andradina FC

A segunda fase foi um quadrangular e o EC Corinthians terminou como líder, com a seguinte campanha:

11 de novembro: Palmeirinha (Porto Ferreira) 0x2 EC Corinthians
15 de novembro: EC Corinthians 3×2 Monte Azul
18 de novembro: São Paulo (Avaré) 1×0 EC Corinthians
24 de novembro: EC Corinthians 2×0 São Paulo Avaré)
2 de dezembro: Monte Azul 0x0 EC Corinthians
9 de dezembro: EC Corinthians 2×1 Palmeirinha (Porto Ferreira)

O Campeonato daquele ano não teve final, foram somados os pontos das duas fases e o líder (o EC Corinthians) sagrou-se campeão

Aí está o time campeão!

Com o título, em 1991 voltou para a Terceira Divisão, mas a diferença de nível técnico ficou clara e o time terminou em último lugar.

Por fim, faz sua última participação na Terceira Divisão em 1992, com uma campanha mediana, abandonando o profissionalismo.

Em 1994, até se anima para voltar ao profissional, mas desiste da 4a divisão antes do início do campeonato deixando o Estádio Municipal José Francisco Abegão com suas portas abertas apenas ao futebol amador…

Os bancos de reserva…

E aí, a visão do meio campo:

O gol da direita:

E o gol da esquerda:

E a linda (e receptiva) arquibancada:

A arquibancada coberta:

Sempre bom reforçar quando temos arquibancada atrás do gol.

E o grande charme do dia: a coruja que vive em pleno campo!

Um último registro do campo e….

Calmaaaa! Antes de nos despedirmos de Presidente Venceslau, vale a menção a um terceiro time que embora não tenha chegado ao profissional, mexeu com a cidade nos anos 60: a Sociedade Esportiva Mariana.

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Rolê em Assis para ver o VOCEM em 2016

E não é que mais um ano conseguimos cumprir a tradição de ir até Assis para ver um jogo do VOCEM??
O VOCEM é um time que sempre povoou meu imaginário fosse pelas histórias que meu pai contava, ou pelas tantas férias que passei na casa da vó Luzia, tendo como “vizinho de frente” a Igreja da Vila Operária, onde o Padre Belini fundara a equipe local.
Abaixo uma foto do Padre com meu vô Tonico, meu primo Gustavo (sãopaulino) e eu, armado, de cuecas e sandálias.

Ir pra Assis quase que anualmente significa refazer uma peregrinação que mistura a história da minha família ao futebol local e à ferrovia, aproveitando ainda para conhecer novas cidades ao caminho (dessa vez passamos por Cerquilho, São Manuel, Pirajú).

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Também gosto de fotografar alguns locais para ver como as coisas vão mudando, e mesmo pixações que tenham a ver com meu jeito de pensar e viver, assim, seguem algumas dessas fotos:

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Dói demais ver tantos trilhos, tanta estrutura pronta simplesmente abandonada… A Ferrovia faz parte da história do interior e cruzou muitas vezes com o futebol.

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E o Osvaldo Gimenez Penessor, meu pai, entrou no clima do rolê, passeando com sua camisa da Ferroviária!

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O interior paulista tem uma vida social e cultural riquíssima, que mistura passado e presente.

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Outro detalhe que sobrevive na cidade são as casas de madeira que resistem ao tempo e mantém-se lindas!

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Aqui, a praça na Vila Operária, onde ficava a Paróquia, hoje reformada e bem ajeitadinha:

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Aqui a imagem do padre Aloísio Belini junto da escola de samba da Vila Operária (mesmo local de onde nasceu o VOCEM).

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Tivemos tempo de dar um pulo em Cândido Mota (tomar um sorvete na praça é passeio obrigatório!) e visitar o campo do CAC (Clube Atlético Candidomotense), o Estádio Municipal Benedito Pires!

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No sábado, deu ainda pra acompanhar um pouco do dérbi de Assis, pelo sub 20, final de jogo VOCEM 0x0 Asssissense

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Também fomos dar um alô no campo da Ferroviária!

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E no Clube São Paulo de Assis, completando o ciclo dos times que disputaram as competições oficiais da Federação representando Assis.

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Enfim, o fim de semana passou corrido, e quando me dei por conta, já era domingo de manhã, hora do jogo, e lá fomos nós, de volta à Vila Operária, para o Estádio Municipal Antônio Viana da Silva, o “Tonicão”.

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O jogo era a última rodada da segunda fase da série B, de onde se definiriam os 8 times a disputar as quartas de final.
O VOCEM enfrentaria a AD Guarulhos do amigo Rapha!

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Essa é a fachada do Tonicão. Acanhada né? Merecia um letreiro com nome da cancha…

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Chegamos cedo, e pudemos acompanhar a entrada da torcida local, animada, mas ainda em pequeno número perto do potencial que a cidade tem.

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O Estádio tem duas arquibancadas, onde cabem 5 mil pessoas em cada. O público do jogo foi de 2 mil torcedores.

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Como tudo isso aconteceu há quase um ano, o fim da história eu já posso resumir pra vocês… Nem o VOCEM nem o AD Guarulhos (dos nossos amigos Francisco e Cabelo) subiram pra A3…

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Se há alguns anos atrás, nosso companheiro nessa aventura foi o tio Zé (já falecido), dessa vez foi o Tilim (filho do Tio Zé) que nos fez companhia!

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Destaque pra tradicional pipoca de estádio, sempre presente!

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A torcida local compareceu, não em tantas pessoas como eu esperava, pra um jogo decisivo, mas… Lá estavam os apaixonados pelo futebol!

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O time local venceu a partida por 4×1, eliminando qualquer esperança pro Guarulhos.

VOCEM - Assis

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Rolê Independência & Bola! Estádio em Miguelópolis (Parte 16 de 21)

Hoje vamos mostrar um pouco do Estádio da cidade de Miguelópolis.
Antes de passarmos aqui, já registramos os estádios de Pirassununga, Descalvado, Santa Rita do Passa Quatro, Tambaú, Santa Rosa de Viterbo, Santa Cruz das Palmeiras, Vargem Grande do Sul, São José do Rio Pardo, Cajuru, Batatais, Orlândia, São Joaquim da Barra, IgarapavaUberaba e Guaíra.

Miguelópolis
Miguelópolis

As cerca de 20 mil pessoas que vivem em Miguelópolis tem na agricultura e nos serviços decorrentes sua principal riqueza.

Miguelópolis
Miguelópolis

Ainda dá pra encontrar o pessoal tranquilo, curtindo o feriado sentado na calçada, sem a agitação que estamos acostumados aqui no ABC.

Miguelópolis

Mas, quando falamos de futebol, a agitação é a mesma!

E por isso, vamos mostrar um pouco do Estádio Waldemar de Freitas.

Estádio Waldemar de Freitas - Miguelópolis

Acreditávamos que o estádio fora a casa do Miguelópolis FC na sua única participação em competições oficiais da Federação Paulista, em 1964, pela quarta divisão, conforme descrita pelo Livro “125 anos de História – A enciclopédia do futebol paulista“.

Distintivo Miguelópolis

O mesmo livro cita o time como Associação Esportiva Miguelópolis.

Associação Esportvia Miguelópolis

O time havia participado de edições do Campeonato Amador do Interior, como mostra a Gazeta Esportiva de 1958:

Aqui o grupo do time em 1964:

Voltemos assim para o Estádio Waldemar de Freitas!

Estádio Waldemar de Freitas - Miguelópolis
Estádio Waldemar de Freitas - Miguelópolis

O Estádio estava fechado e o dia acabando…

Estádio Waldemar de Freitas - Miguelópolis

Já estava me conformando em só registrar a parte externa do estádio.

Estádio Waldemar de Freitas - Miguelópolis
Estádio Waldemar de Freitas - Miguelópolis

Ao menos dava pra ver uma placa celebrativa.
Mas ela só me deixou em dúvida.
A placa não diz se é sobre a inauguração, mas sua data é de 1982…
O que me leva a perguntar se existiu um outro estádio na época do profissionalismo, ou se a placa é apenas de alguma reforma…

Conversei com um ex jogador que fez parte do time que jogou a terceira divisão, chamado Fábio Ribeiro (tio do amigo Paulo) e ele confirmou que não foi neste estádio que o Miguelópolis mandou suas partidas.
E mais, ele garante que o time que jogou era mesmo o Miguelópolis FC e não a AE Miguelópolis.

Estávamos quase indo embora quando cruzamos com o amigo Valdomiro Pinheiro que mora literalmente colado ao estádio, e adivinhe onde o quintal da casa dele termina…

Estádio Waldemar de Freitas - Miguelópolis

Assim, após cruzar a casa do Valdomiro…

E assim, tendo o sol como companheiro, adentramos ao Estádio Waldemar de Freitas.

Estádio Waldemar de Freitas - Miguelópolis

O belo gramado mesmo no gol é para poucos…

Estádio Waldemar de Freitas - Miguelópolis

Ao fundo a arquibancada coberta.

Estádio Waldemar de Freitas - Miguelópolis
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O alambrado cerca o campo todo!

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Estádio Waldemar de Freitas - AE Miguelópolis - Miguelópolis

As árvores atrás do gol completam o charme local!

Estádio Waldemar de Freitas - AE Miguelópolis - Miguelópolis

Não existem arquibancadas nas laterais, além da coberta.

Estádio Waldemar de Freitas - AE Miguelópolis - Miguelópolis
Estádio Waldemar de Freitas - AE Miguelópolis - Miguelópolis

E assim, mais um capítulo da nossa aventura chega ao fim, graças ao amigo Valdomiro.

Estádio Waldemar de Freitas - Miguelópolis

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