Seguimos nossa aventura pelas estradas! Depois de passar por Pirassununga, Descalvado, Santa Rita do Passa Quatro, Tambaú, Santa Rosa de Viterbo,Santa Cruz das Palmeiras,Vargem Grande do Sul, São José do Rio Pardo, Cajuru, Batatais,Orlândia, São Joaquim da Barra,Igarapava, Uberaba, Guaíra, Miguelópolis e Ituverava agora chegamos à Franca!
Conhecer a cidade e o futebol local é um desejo antigo meu.
Toda a tradição do futebol da Francana aguçou ainda mais esse desejo, por isso decidimos passar a noite na cidade (até porque se vc está acompanhando toda a saga desse rolê, vai lembrar que chegamos à Ituverava já anoitecendo).
A cidade respira esporte. É muito legal ver os lambe-lambes convidando para os jogos da “feiticeira”.
E não só o futebol, o basquete local também é muito respeitado e incentivado, e tem um timaço!
Foi por causa de um jogo do Franca Basquetebol contra a equipe do Bauru (que se hospedou no mesmo hotel que a gente, lembrando uma outra viagem) que a partida entre Francana e Comercial, pela fase final de grupos, acabou sendo adiado para segunda feira… Ou seja, perdemos a partida
Mas, ainda existia o nosso desejo de conhecer o Estádio Municipal Doutor José Lancha Filho, casa da Associação Atlética Francana.
A Associação Atlética Francana foi fundada em 12 de outubro de 1912.
O primeiro Estádio da Francanca foi o campo da Bela Vista (também chamado de Nhô Chico), que teve suas arquibancadas inauguradas em 1947 (num amistoso contra o São Paulo) e utilizado nas disputas até 1969, quando foi construído o atual Estádio Municipal Dr. José Lancha Filho.
Essa é a entrada do “Nhô Chico“:
Aqui algumas fotos mostrando um pouco do campo no presente…
E no passado:
A partir de 1948, a AA Francana passou a disputar as competições profissionais da Federação.
A Francana foi Vice-campeã da série A2 em 1969 e 2002 e Vice campeão Série A3 de 1996.
Em 1977, obteve o acesso para o Campeonato Paulista ao sagrar-se campeã da Divisão Intermediária (a A2 da época).
Em 1982, foi rebaixada com o time abaixo:
Disputou o Campeonato Brasileiro de 1979, sendo eliminado na primeira fase.
Em 1997, chegou ao quadrangular final do Campeonato Brasileiro da Série C, terminando na 3ª colocação e perdendo o acesso à Série B do ano seguinte na última rodada.
Em 2015, a “Veterana” foi rebaixada para a Segunda Divisão de 2016, após terminar a Série A3 na lanterna.
Fomos até o Estádio Municipal Dr. José Lancha Filho, onde a Francana tem mandado seus jogos.
O estádio é mais conhecido por Lanchão. E marca aí mais uma bilheteria pra nossa conta!
O estádio fica bem localizado e é de fácil acesso.
O Estádio foi inaugurado em 1969.
Já teve capacidade para mais de 15 mil torcedores, mas atualmente não passa de pouco mais de 10 mil pessoas.
Essa é a entrada principal, para a torcida local.
Andando ao redor do estádio, temos a….
Entrada dos Visitantes! Do jeito que o diabo gosta hehehehe.
Uma pena que não conseguimos entrar, mas tudo bem, fica para uma próxima vez para podermos acompanhar a Francana! Ao menos, ta aí um pouco do entorno do estádio:
Pra quem ficou na vontade de saber mais, seguem algumas imagens do Facebook Oficial da Francana, mostrando o estádio lotado, nesses últimos jogos da série B de 2018:
É mesmo uma torcida apaixonada! Mas, dizemos um “até logo” esperando retornar em breve.
Enquanto isso, vamos conhecer o outro time da cidade que já disputou o profissional, o Palmeiras Futebol Clube!
O Palmeiras F.C. foi fundado em 25 de dezembro de 1917 e também representou a cidade de Franca no profissionalismo, em 16 participações.
Nasceu como Palestra Itália de Franca Futebol Clube logo transformou-se no “Palmeirinhas” (assim como os demais times que homenageavam a Itália, Alemanha e outros representantes do nazi fascismo na segunda guerra mundial), porém, desde 2010, voltou a se chamar oficialmente por Palestra Itália de Franca Futebol Clube.
Disputou o Campeonato Paulista da Segunda Divisão em 47, 48, 49 e 1953, além da Terceira de 83 a 87 e de 91 a 1993, a Quarta de 1988 a 1990 e por fim, a Quinta Divisão em 1994.
Manda seus jogos no Estádio da Rua Santos Pereira, com capacidade para cerca de 1.000 torcedores.
A entrada é simplesmente linda! Parece que o mundo parou nos anos 20…
É sempre muito bom poder estar presente em um templo do futebol como este!
E pra não perder o trocadilho, em frente ao estádio do Palmeiras, existem… “palmeiras” plantadas…
Pudemos encontrar algumas fotos no site do Jogos Perdidos, como essa do time de 81:
Ou as do time de 84:
E que tal essa do time de 87:
Enfim, com tantas participações nas competições oficiais, e com tantos anos de vida, o Palmeiras FC é mesmo uma potência na região, e o mais importante: segue vivo, jogando as competições amadoras.
Vamos dar uma olhada no campo?
E nós aqui… pisando na grama do Palestra Itália de Franca!
Ao fundo a arquibancada coberta.
Linda, não?
O gol da esquerda (pra quem olha da arquibancada coberta):
O placar, ainda manual:
E se tem Palmeiras a frente do estádio, quem passa o dia sobrevoando o campo são os perequitos e maritacas.
Olha eles aí pousados em uma árvore, ao lado do campo:
Aqui, o gol da direita (olhando da arquibancada coberta):
Todo o estádio está repleto de detalhes, que as grandes arenas preferem ignorar…
Aqui dá pra se ter uma ideia melhor da arquibancada coberta:
Olha a placa oficializando a fundação do Palmeiras FC:
Aqui o meio campo:
Um último olhar, antes de seguir nossa viagem!
Não sem antes dizer um tchau pro pessoal que tava ali disputando uma partida de bocha!
A 148a camisa de futebol foi presente do amigo Renato Ramos, da Fúria Andreense.
O time defende as cores da cidade de Franca, com mais de 300 mil habitantes e conhecida como a capital nacional dos calçados masculinos!
O time dono da camisa é a Associação Atlética Francana.
A história do time começa há 100 anos atrás (sim, escrevo este post no ano do centenário), em 1912, quando o clube foi fundado com a ideia de incentivar o esporte entre professores, comerciantes e demais trabalhadores da cidade. Por isso o time é conhecido como “a Veterana”.
Durante muito tempo, mandou seus jogos no Estádio da Bela Vista, construído em 1922, em um terreno doado pelo Coronel Francisco de Andrade Junqueira, por isso, o Estádio também é chamado de “Nhô Chico”.
Ali, a Francana mandou seus jogos até 1969, quando a Prefeitura construiu o Estádio Municipal José Lancha Filho, com capacidade para 15.100 pessoas.
Veja aqui como foi nossa visita ao estádio em 2018.
Após anos disputando contra equipes da cidade, chegava a vez de sonhos maiores.
O time filiou-se a Apea (Associação Paulista de Esportes Atléticos) e passou a disputar o Campeonato da Mogiana e em 1921, chegou à final perdendo o título para o Comercial, de Ribeirão Preto.
Em 1923, sagrou-se campeã da Alta Mogiana, derrotando o Botafogo de Ribeirão Preto, mas perdeu a disputa de Campeão do Interior contra o Rio Branco.
Em 1925, novamente foi campeã, dessa vez invicta. Porém, mais um vez perdeu o título do interior, dessa vez contra o Velo Clube, de Rio Claro.
A partir de 1948, passou a disputar o Campeonato da Divisão de Acesso, agora pela Federação Paulista de Futebol. Em seu primeiro ano, acabou em terceiro lugar.
O Campeonato de 1949 era dividido em quatro séries, de onde se classificavam apenas os campeões. O time abaixo, ficou em segundo na série Branca (Mogiana), atrás do Batatais:
O time seguiu na disputa da divisão de acesso. Aqui, uma foto de 1950:
Em 1958, o campeonato foi dividido em 4 módulos e a Francana terminou como líder do seu grupo (o Amarelo), sendo desclassificado na fase seguinte, contra o Corinthians de Presidente Prudente, o Rio Preto, entre outros times.
Aliás, lembrei que tenho um ítem de colecionador aqui, referente a este ano:
Em 1964, foi novamente campeã do seu módulo (o “João Mendonça Falcão”) e fez ótimos campeonatos em 1968, 1969 e 1976, mas sem conquistar o sonhado acesso.
Aqui, o time de 1967:
Contam que em 1969, jogando a final contra a Ponte Preta, o time chegou a comemorar o título após vencer por 3×1, mas somente dias depois souberam que perderam a vaga para a primeira divisão, no saldo de gols (por um gol…). Esse era o time daquele ano:
Então chegou 1977, com um time que tinha como maior estrela um craque chamado Assis, e trazia ainda no gol, uma figura que permanece até hoje no mundo do futebol: Geninho.
Com esse time, a Francana derrotou o Araçatuba, por 2 x 0, na final, conquistando enfim o direito de disputar a primeira divisão estadual.
Enfim, 1978 viu a Francana na elite do futebol paulista. E a torcida não fez por menos, tornando o clube campeão de renda no interior. Na classificação, o time também foi bem e ficou entre os oito melhores.
Neste período, destacam-se vitórias históricas contra o São Paulo (2 a 0), em pleno Pacaembu, em 19 de outubro de 1978, conquistadas pelo time abaixo:
No ano seguinte, bateu o Corinthians por 1 x0, em pleno Pacaembú, frente a mais de 40 mil torcedores.
Em 1982, venceu o Santos, na Vila Belmiro, mas não conseguiu impedir o rebaixamento…
Só voltou a disputar o profissional, em 1984, novamente na divisão de acesso.
Em 1989, o time quase voltou. sendo novamente líder do seu grupo, na primeira fase.
No começo dos anos 90, o time acabou rebaixado para a série A3, e por lá ficou até 1996, quando conseguiu o acesso à A2.
Em 1997, chegou ao quadrangular final do Campeonato Brasileiro da Série C, perdendo o acesso à Série B na última rodada.
Em 2002, o acesso à primeira divisão estava em suas mãos, quando na final da Série A-2 contra o Marília vencendo em Franca por 2 x 0, mas sendo batido por 3×0, em Marília.
Em 2005, acabou novamente rebaixado para a Série A-3, onde está até atualmente, 2012.
Sempre com campanhas regulares, mas não suficientes para garantir o acesso à série A2. Como foi o caso do time de 2011:
Para saber mais sobre o time, acesse: www.aafrancana.com.br
Ah, um detalhe que não pode ser esquecido é a mascote do time, que foi criada com base em um grande rival, o Catanduvense. Como o “apelido” da cidade de Catanduva é “A cidade feitiço”, após uma vitória do Francana, surgiu a Feiticeira Verde:
O hino do time:
Que tal acompanhar um pouco da realidade do estádio, com a torcida Dragões da Veterana: