E não é que mais um ano conseguimos cumprir a tradição de ir até Assis para ver um jogo do VOCEM?? O VOCEM é um time que sempre povoou meu imaginário fosse pelas histórias que meu pai contava, ou pelas tantas férias que passei na casa da vó Luzia, tendo como “vizinho de frente” a Igreja da Vila Operária, onde o Padre Belini fundara a equipe local. Abaixo uma foto do Padre com meu vô Tonico, meu primo Gustavo (sãopaulino) e eu, armado, de cuecas e sandálias.
Ir pra Assis quase que anualmente significa refazer uma peregrinação que mistura a história da minha família ao futebol local e à ferrovia, aproveitando ainda para conhecer novas cidades ao caminho (dessa vez passamos por Cerquilho, São Manuel, Pirajú).
Também gosto de fotografar alguns locais para ver como as coisas vão mudando, e mesmo pixações que tenham a ver com meu jeito de pensar e viver, assim, seguem algumas dessas fotos:
Dói demais ver tantos trilhos, tanta estrutura pronta simplesmente abandonada… A Ferrovia faz parte da história do interior e cruzou muitas vezes com o futebol.
E o Osvaldo Gimenez Penessor, meu pai, entrou no clima do rolê, passeando com sua camisa da Ferroviária!
O interior paulista tem uma vida social e cultural riquíssima, que mistura passado e presente.
Outro detalhe que sobrevive na cidade são as casas de madeira que resistem ao tempo e mantém-se lindas!
Aqui, a praça na Vila Operária, onde ficava a Paróquia, hoje reformada e bem ajeitadinha:
Aqui a imagem do padre Aloísio Belini junto da escola de samba da Vila Operária (mesmo local de onde nasceu o VOCEM).
Tivemos tempo de dar um pulo em Cândido Mota (tomar um sorvete na praça é passeio obrigatório!) e visitar o campo do CAC (Clube Atlético Candidomotense), o Estádio Municipal Benedito Pires!
No sábado, deu ainda pra acompanhar um pouco do dérbi de Assis, pelo sub 20, final de jogo VOCEM 0x0 Asssissense…
Também fomos dar um alô no campo da Ferroviária!
E no Clube São Paulo de Assis, completando o ciclo dos times que disputaram as competições oficiais da Federação representando Assis.
Enfim, o fim de semana passou corrido, e quando me dei por conta, já era domingo de manhã, hora do jogo, e lá fomos nós, de volta à Vila Operária, para o Estádio Municipal Antônio Viana da Silva, o “Tonicão”.
O jogo era a última rodada da segunda fase da série B, de onde se definiriam os 8 times a disputar as quartas de final. O VOCEM enfrentaria a AD Guarulhos do amigo Rapha!
Essa é a fachada do Tonicão. Acanhada né? Merecia um letreiro com nome da cancha…
Chegamos cedo, e pudemos acompanhar a entrada da torcida local, animada, mas ainda em pequeno número perto do potencial que a cidade tem.
O Estádio tem duas arquibancadas, onde cabem 5 mil pessoas em cada. O público do jogo foi de 2 mil torcedores.
Como tudo isso aconteceu há quase um ano, o fim da história eu já posso resumir pra vocês… Nem o VOCEM nem o AD Guarulhos (dos nossos amigos Francisco e Cabelo) subiram pra A3…
Se há alguns anos atrás, nosso companheiro nessa aventura foi o tio Zé (já falecido), dessa vez foi o Tilim (filho do Tio Zé) que nos fez companhia!
Destaque pra tradicional pipoca de estádio, sempre presente!
A torcida local compareceu, não em tantas pessoas como eu esperava, pra um jogo decisivo, mas… Lá estavam os apaixonados pelo futebol!
O time local venceu a partida por 4×1, eliminando qualquer esperança pro Guarulhos.
Pra entender a história dos estádios é preciso lembrar como surgiu o futebol profissional na cidade.
O primeiro time a representar Araraquara nas competições profissionais da Federação Paulista de Futebol foi o Paulista FC.
O Paulista Futebol Clube foi fundado por Carlos Bersanetti em 3 de dezembro de 1930, no bairro de São José e chegou a participar de 5 edições da Série A2 entre os anos de 1948 e 1954.
O Galo (como era carinhosamente chamado pela torcida local) fez sua primeira partida em 28 de dezembro de 1930, em um empate de 2×2 contra o Ruy Barbosa de São Carlos no Estádio Municipal de Araraquara.
Aqui, o time de 1950 que enfrentou o Palmeiras em um amistoso (vitória de 5×3 para o time da capital):
Porém, outro time surgiu na cidade: o São Paulo de Araraquara!
O time foi fundando em 4 de fevereiro de 1937 e sagrou-se campeão do amador do interior de 1948, vencendo na decisão o Radium de Mococa por 3×0.
Com a conquista, passou a disputar a segunda divisão do paulista em 1949, permanecendo até 1951.
Porém, em 9 de janeiro de 1952 os dois clubes se fundem dando origem à Associação Desportiva Araraquara, a lendária ADA!
O fundador da ADA foi Pereira Lima, também responsável pelo nascimento da Ferroviária, anos antes.
A ideia era ter um time mais aberto, já que a Ferroviária estaria ligada apenas à EFA (Estrad de Ferro Araraquara).
Esse era o time da ADA, em 1954:
Como era de se esperar, logo surgiu uma grande rivalidade entre as duas equipes locais, principalmente na série A2, nos anos 50.
Em 1955, a ADA foi a vice-campeã da sua regional e seguiu para disputar o torneio dos campeões, porém, quem acabou se classificando para a primeira divisão foi a Ferroviária.
O time se licenciou em 1966 e parecia ter se transformado apenas num mito, quando em 2016, a ideia da “Liga de Futebol Paulista” (uma organização profissional paralela à Federação Paulista) trouxe de volta a vida o time da ADA.
Inicialmente, todos esses times mandavam seus jogos no Estádio Municipal Tenente Siqueira Campos, inaugurado em 1912, e que, atualmente pertence ao Clube Araraquarense.
Veja como era o estádio na época:
Em 2006, com objetivo de saldar as dívidas da Ferroviária, o governo do prefeito Edinho Silva fez uma negociação com o Clube Araraquarense, que já tinha interesse no Estádio Municipal e vendeu o estádio.
Desde 1994, o Estádio levava o nome de “Estádio Municipal Cândido de Barros“.
Segundo a Prefeitura, o espaço foi vendido por R$ 3 milhões e anexado ao patrimônio do clube e, com esse dinheiro, o Executivo municipalizou o Estádio “Doutor Adhemar de Barros”, a Fonte Luminosa, que então era do time grená, que vivia uma crise financeira.
Parte da arquibancada segue lá!
O campo ganhou gramado artificial e receber muitas partidas do pessoal associado do clube.
No dia em que estivemos lá, estava sendo disputado um festival com várias equipes.
O lado de fora sofreu poucas alterações. Apenas ganharam alambrados pra evitar a tradicional bola na rua…
O maior charme, ainda que pouco explorado é mesmo o portão de entrada original…
A parte triste da visita foi constatar que parte de suas arquibancadas originais foram demolidas em 2013. Encontrei essa foto da época da demolição:
Mas pelo menos, o estádio ainda segue lá… Localizado no centro da cidade, na Rua Adélia Izique (rua 9), ao lado do Cemitério Municipal…
E se tá do lado do cemitério, que tal um gole no bar “Pé na cova”???
Antes de irmos embora, ainda demos uma passada em frente ao atual Estádio Municipal, no Jardim Botânico, mas confesso que não me animei de entrar…
Depois me arrependi, vendo algumas fotos de quando a Ferroviária mandou seus jogos por lá:
Mas ainda faltava rever o principal estádio da cidade da atualidade, onde a Ferroviária manda seus jogos.
O Estádio Doutor Adhemar de Barros ou também denominado Estádio da Fonte Luminosa ou Arena da Fonte foi inaugurado em 1951, num amistoso contra o Vasco da Gama.
Depois de uma série de reformas e melhorias, o estádio ganhou status de Arena e possui capacidade para 20 mil torcedores.
Além disso, existe um museu dedicado ao futebol da cidade, que fica lá no próprio estádio.
É um dos mais modernos e bem equipados estádios do interior paulista e receberá mais uma vez a série A1 do Paulista em 2018.
Atualização em 2019: Estivemos na Fonte Luminosa para acompanhar Ferroviária x Santo André pela Copa Paulista e pudemos fazer algumas fotos:
Tivemos a companhia do Gabriel, nesse role!
E agora sim, as imagens da parte interna do Estádio, ainda que com baixíssimo público…
Vamos dar uma olhada no campo!
Olha aí o banco de reservas ocupado pelo Ramalhão, o visitante do dia!
A tradicional torcida AFEGANISTÃO, se fez presente também.
Por fim, ainda tínhamos uma última missão: registrar o Estádio onde o EC DER, o time do Departamento de Estradas de Rolagem mandou suas partidas nas oportunidades em que disputou as competições oficiais da Federação Paulista.
Na verdade, não tínhamos ideia de onde o EC DER mandava seus jogos então decidimos arriscar uma visita à sede do DER, na cidade.
E qual não foi a surpresa ao perguntar para o segurança se existia um campo de futebol lá dentro e ele dizer que sim. Que bastava entrar e acessar uma trilha…
E lá fomos nós, crentes que tínhamos descoberto um estádio esquecido…
Mas… Aprendemos que provavelmente o EC DER mandou seus jogos também no Estádio Municipal…
Já era tarde, hora de curtir o visual da cidade, tomar um sorvete de creme suiço! E nos preparar para a sequência final da viagem, com duas últimas paradas em Américo Brasiliense e Ribeirão Bonito!
No fim de semana de 16 de agosto, estivemos em Assis para ver o VOCEM e o Assisense na Bezinha (vejam aqui como foi). Mas além dos jogos, também aproveitamos a oportunidade para dar uma volta pela cidade e rever alguns estádios que já marcaram presença no www.asmilcamisas.com.br.
Um deles é o Estádio Dr. Adhemar de Barros, onde a Associação Atlética Ferroviária de Assis (AAFA) fundada por funcionários da antiga Estrada de Ferro Sorocabana em 1927, mandava seus jogos.
O Estádio segue seus dias entre o abandono do poder público e o uso pelos que ainda amam o futebol. Infelizmente é quase nula a chance de um retorno do time da Ferroviária ao profissionalismo…
Mas a emoção e a história seguem no mesmo lugar. Nos gols, na arquibancada que aos poucos perde sua cobertura e sua pintura…
Falando da Ferroviária, também conhecida como a “Veterana”, o time atuou de 1949 até 1952, até ser rebaixada graças à criação de uma lei que exigia que as cidades tivessem um mínimo de 50.000 habitantes. Retornou à Segunda Divisão (atual A2) em 1958 e permaneceu até o ano seguinte.
A partir de 1960, disputou a terceira divisão, até 1976, quando encerrou suas atividades.
Seu estádio na Rua Brasil, por isso o apelido de “Vermelhinha da Rua Brasil” tem capacidade para pouco mais de 1.000 pessoas. E ele foi nascendo aos poucos; primeiro o campo, depois as arquibancadas, os vestiários, e por fim a iluminação. Foi nele que o time mandou seus jogos na sua fase profissional.
Os gols seguem lá… A espera dos chutes…
E a Mari até arriscou alguns…
E eu, com meu eterno espírito de goleiro, o defendi!
Para aqueles que gostam de colecionar camisas de futebol, a do VOCEM estava a venda (não sei até quando fica) no Supermercado amigão, por R$ 69,00.
Ah, antes de sairmos de Assis ainda demos uma passada no Estádio Aristeu de Carvalho, a casa do DERAC local:
Pra quem teve preguiça de acessar o post sobre o jogo que fomos ver entreVOCEM e Pirassununguense, seguem algumas fotos do “Tonicão“:
Antes de irmos pra Assis, demos uma parada em um posto de gasolina em Santa Cruz do Rio Pardo. Olha que legal o visual do posto (sim é um posto, não é uma estação de trem).
E se estamos pelo oeste paulista, a cultura do trem tem que estar viva a todo momento…. Eles resgataram uma bela locomotiva que percorreu no passado os trilhos entre SP e interior.
Tinha até uma foto da Santacruzense, em frente ao trem, na década de 40…
E enfim, voltando para Santo André, passamos por Salto Grande!
A cidade está às margens do rio Paranapanema e rola até um visual praiano, muito bacana!
Mas não fomos até lá para nadar, mas para conhecer o Estádio Municipal dos Expedicionários.
É aqui que o Clube Náutico Salto Grande mandava seus jogos.
Atualmente, no muro do estádio, eles tem um novo distintivo:
O time foi fundado em 1964, e fez sua estreia no profissionalismo no Campeonato Paulista da Terceira Divisão de 1986. Até hoje o “CN” de Clube Náutico está em seus portões.
O campo segue bem cuidado, ainda que meio desnivelado, a grama está verdinha…
Foi nesse estádio que foram vencidos times como o Piraju, Palmital e Chavantense… Nessas arquibancadas, hoje vazias, já houve festa da torcida local…
Sei que não é fácil manter um time de futebol, mas ainda sonho em ver um time em cada cidade deste país… Defendendo as cores e a cultura local, tendo seu estádio como ponto chave, e até turístico…
De volta a Assis! Cidade onde meu pai viveu e onde parte da minha família ainda vive.
Assis tem crescido bastante mas ainda mantém boa parte de áreas verdes, como o tradicional Parque “Buracão”.
Algumas avenidas da cidade estão repletas de mangueiras, pena que nessa época do ano, ainda não tem fruta nos pés…
Já estivemos em Assis para escrever sobre futebol por duas vezes. A primeira e mais marcante delas em 2011, quando viajamos mais de 500 km para ver um jogo do Assisense e o time visitante (o Ilha Solteira) deu W.O. (clique aqui e veja como foi).
Dessa vez, a visita ao Estádio Municipal Antonio Viana da Silva, o “Tonicão” foi mais rápida, só pra rever o local, que aliás estava fechado…
Meu pai também esteve nesse rolê e foi nosso guia, relembrando histórias do VOCEM, da Ferroviária, do São Paulo e demais times da cidade.
Bom, mas hoje não tem jeito de fotografar o Estádio. Ou tem?
Ah, pelo buraco deu pra ver que os mais de 10.000 lugares do estádio, construído no início dos anos 90, onde o Clube Atlético Assisense manda seus jogos.
Mais uma bilheteria pra nossa coleção!
A fachada do Estádio está bem arrumadinha, mas perdeu o distintivo do Assisense, que antes ilustrava o muro.
Falando no time do Assisense, que segue disputando a série B do Paulista, a cidade parece estar apoiando um pouco mais do que nos últimos anos (em 2012 o time nem participou da competição). Até dá pra comprar ingressos e camisas do time, nas lojas do centro.
Voltando ao estádio, uma outra olhada pelo buraco pra ver lá ao fundo um pouco mais da área verde do Parque do Buracão.
O Estádio fica ali na Vila Operária, na mesma avenida do Parque, num lugar bem tranquilo.
Quer ver um jogo por lá? Coloque aí no GPS o endereço:
Só toma cuidado com o gato louco.. Olha a cara dele, mano…
Fomos dar uma caminhada pela Vila operária, o local do VOCEM, e onde minha família viveu até a vó Luzia falecer, e olha quem nós encontramos… o Padre Aloísio Belini, patrono do VOCEM e agora símbolo da Escola de Samba Unidos da Vila Operária.
Ah, achei uma foto minha ao lado do Padre Aloísio, do meu avô Tonico e do meu primo (camisa do São Paulo) Marquinhos.
Essa é a Igreja da Paróquia da Vila Operária.
Outra coisa que marca a Vila Operária são os trilhos que limitam o bairro. Nessa altura, o mais engraçado é que o trem quando passava por ali, a caminho de São Paulo, ao invés de seguir no sentido da capital, ele ia no sentido contrário, até Cândido Mota. Só lá, ele fazia a volta e começava a dirigir-se para São Paulo.
Ao redor dos trilhos a história da cidade foi se construindo. De galpões (de onde saiam os grão produzidos na terra vermelha) a bairros, como a Vila Operária.
Ainda está de pé o local da estação de Assis.
Ainda está ali na parede o nome da parada. “Assis”.
Hoje, a cidade cresceu, vivem ali mais de 100 mi pessoas.
O centro da cidade está repleto de lojas tradicionais e muito movimento.
Mas, essa viagem para Assis tinha uma outra meta especial, que era visitar o terceiro estádio da cidade, o único que ainda não havíamos fotografado: o Estádio Marcelino de Souza, onde o Clube São Paulo de Assis e o próprio VOCEM mandavam seus jogos. E lá fomos nós!
O estádio fica junto do clube, e conseguimos entrar para fazer algumas fotos!
Mas antes de entrar, o jeito foi filmar de cima do muro mesmo…
Bela arquibancada para um estádio que atualmente só recebe partidas do futebol amador, hein?
O gramado também está muito bem cuidado!
É aqui que o time do São Paulo de Assis, fundado em 1952, mandava seus jogos.
O time chegou a disputar 4 competições oficiais da Federação Paulista.
Olha aqui o time de 1962:
Aqui, outra época:
O campo fica pertinho da linha do trem!
Enfim… esse foi mais um rolê por Assis. Espero voltar ano que vem para acompanhar mais um jogo do Assisense.