Final da Copa Paulista: Audax x Noroeste, em pleno Estádio Nicolau Alayon.
E lá estávamos nós, depois de tanto tempo sem assistir a uma partida, pelo trauma do rebaixamento do Santo André para a série D.
E quem diria, as arquibancadas do Estádio do Nacional estavam repletas. Do lado coberto, a torcida do Audax.
Do lado oposto, a torcida do Noroeste promoveu uma verdadeira invasão à capital!
Foi bacana ver tantos torcedores do Noroeste em plena São Paulo…
Mais do que uma invasão, o que se viu nas bancadas do Nicolau Alayon foi a presença de diversas torcidas de outros times que tem amizade com o pessoal de Baurú, como a Fúria Andreense, do Santo André, a Malucos do Tigre, do Rio Branco, a Sangue Azul, do São Bento, entre outras.
Em campo, jogo difícil, o Audax precisava reverter a derrota que sofreu em Bauru e veio com tudo pra cima do Norusca!
A torcida do Noroeste chegou a ficar preocupada, mas apoiou o tempo todo!
O primeiro tempo virou em 0x0, deixando o título com o time de Bauru, par a alegria da torcida visitante.
E a alegria virou emoção e fez chegar aos campos a energia de quem mantém a fé no time da cidade…
E quando isso acontece, não tem jeito. O Estádio estava contaminado. E logo o Noroeste fez 1×0. Nem a nossa máquina aguentou, a bateria só deu conta de filmar poucos segundos da festa do time e da torcida do interior…
E dá lhe bandeirão!!!
Como sempre expressamos, mais do que assistir a um jogo, mais do que se divertir ao lado de gente amiga e companheira, como o José Roberto Pavanello, da torcida Sangue Rubro (que nos recebeu em nossa visita à Bauru), acompanhar ao vivo uma partida como esta é ter a certeza de que se está vivenciando a história do futebol.
Ah, a Mari fez questão de reforçar a presença feminina na torcida do Noroeste. Parabéns! Lugar de mulher é nos estádios (e onde quiserem…)!
O tempo foi passando e o título da Copa Paulista chegando mais perto, e com ele a vaga na Copa do Brasil 2013. E dá lhe comemoração e festa no lado vermelho das arquibancadas!
Por alguns instantes, a torcida do Noroeste pode esquecer os fantasmas que ameaçaram o time esse ano, especulando sobre a falta de apoio para a sequência do time no futebol.
O grito de campeão veio carregado de sentimentos de comemoração, de orgulho, mas também de revolta contra uma época que valoriza cada vez menos a tradição e o futebol dos times que representam as cidades do interior.
Vencer o Audax e todo o poderio que o time da capital representa (que seja feita justiça, graças à boa gestão, bastante profissional) representa que ainda existe esperança romântica no futebol atual.
Agradeço aos deuses do futebol por me permitirem acompanhar de perto mais uma tarde mágica, de gente simples vindo até São Paulo e voltando feliz ao interior.
Ta aí o motivo da nossa luta. Cadê a tal reforma, prometida pela Prefeitura de Santo André?
Ficou no papel? Não. Eles simplesmente fizeram a parte mais fácil (demoliram a marquise coberta) e deixaram pra acabar depois das eleições.
Pra piorar, criaram um embrólio burocrático que não permite a nós torcedores Ramalhinos acompanharmos nosso time do coração de dentro do estádio.
Para pressionar a Prefeitura a cumprir o prometido, alguns torcedores chamaram o pessoal do CQC para acompanhar o nosso martírio, e não é que eles foram lá acompanhar Santo André 0x3 Brasiliense (bando de pés frios).
Diferente do que os defensores do atual prefeito pensam, esse movimento não foi para favorecer um ou outro partido nas eleições, mas para conseguir uma solução para um problema que nos afeta há mais de um ano.
Mas em Santo André nada é fácil.
Além de levar uma sacolada em campo para o Brasiliense, fora do estádio, tivemos companhia durante boa parte da partida. Sabe como é, para sua proteção…
Engraçado que para o pessoal do CQC ninguém foi falar nada, mas era só eles sairem de perto…
Não houve nenhum tipo de enfrentamento, mas eu questiono a postura “pronta pra guerra” que a Polícia tem tido conosco..
No meio da bagunça achei um adesivo do Lixomania, grande banda mostrando que sempre tem algo de punk no meio das rebeliões!
Com o jogo morno (e perdido) em campo, a galera se concentrou em ajudar o pessoal do CQC entender o que estava acontecendo.
O resultado final taí pra quem quiser ver. Eu gostei, só falta saber se a prefeitura vai mesmo conseguir entregar…
E que fique de resposta aqueles que estão sepultando nossa alegria, nossa cultura. O povo de Santo André está unido!
Fizemos até um clipe sobre essa situação, veja aí:
Data histórica para a pequena, mas ainda apaixonada torcida do Santo André.
Foi uma noite de festa no Museu Municipal de Santo André (veja mais sobre o museu aqui), na inauguração da Exposição “Tuas Cores nos encantam”.
Para animar a festa, tivemos a presença da Banda Lira, de Santo André (veja aqui, mais sobre a banda) e da bateria da torcida Fúria Andreense.
A exposição reuniu camisas do Santo André de 1968 até os dias de hoje e foi organizada exclusivamente por torcedores do Ramalhão.
Para ser 100% “Ramalhina” a festa teve como “mestre de cerimônia” o torcedor e profissional da rádio (atualmente na Rádio Estadão ESPN) e Internet Vladimir Bianchini, que conduziu a festa devidamente caracterizado com a camisa do Santo André.
Aliás, não foi só ele que estava com uma camisa histórica do time. Vários torcedores lembraram um pouco da história e deixaram a exposição ainda mais completa!
A exposição mostrou como torcedores de um time podem fazer a diferença em se tratando de resgatar e fortalecer a memória do seu time. Sugiro que quem esteja lendo esse post, pense seriamente sobre a possibilidade de fazer um evento parecido em sua cidade.
Não é tão difícil quanto parece, e o mais legal é que na hora se reencontram amigos e torcedores que há tempos não se viam e que graças ao futebol podem se reencontrar. Fora as camisas exclusivas que aparecem também…
Essa aqui é a réplica da época que o time nem usava o brasão da cidade como distintivo.
Teve até quem lembrasse das camisas que levavam o patrocínio da COOP, parceira do time por tantos anos…
Além de torcedores, também estiveram presentes alguns ex-jogadores como Fernandinho e o Cite, um dos jogadores do primeiro time do Ramalhão, que me deu a honra de sair na foto abaixo.
Além dele, Anísio, grande ídolo e que mantém um enorme carinho pelo time e pela cidade.
Outro pessoal que compareceu e ajudou a organizar o encontro foi o pessoal da Ramalhonautas, aqui, na foto com o eterno ídolo Arnaldinho.
E deu tempo para encontrar os amigos que não temos encontrado nos jogos de Araras.
Pra quem ainda não foi, dá tempo de conferir a exposição, até o fim de Agosto no Museu de Santo André, de segunda a sexta, das 8h30 às 16h30 e aos sábados, das 9h às 14h30.
Museu de Santo André Dr. Octaviano Armando Gaiarsa
Rua Senador Fláquer, 470 – Centro – Santo André
(11) 4438-9111 (administração) e (11) 4436-3457 (biblioteca)
E-mail: museu@santoandre.sp.gov.br
Estacionamento para visitantes: Rua Dona Gertrudes de Lima, 499 – Centro
Entrada gratuita
Pra terminar, o momento mais emocionante da noite…
Sábado, 14 de julho de 2012, dia de acompanhar o meu time do coração, na série C. Ainda jogando em Araras, o Santo André iria enfrentar o Vila Nova-GO.
Em campo, dois times que já viveram fases melhores, agora se encontram pela terceira divisão nacional.
O único lado bom desses jogos acontecerem em Araras é que acabamos ficando mais íntimos do Estádio Hermínio Ometto e achando algumas coisas únicas como esse “vale água” que deve ser usado no estádio desde a época que o Roberto Carlos jogava no União.
O pipoqueiro também traz em seu carrinho um adesivo de amor ao time local.
Pra quem achava que o Santo André iria jogar para ninguém, tão longe de casa, a Torcida Fúria Andreense deu a resposta e levou uma galera. Aliás, segundo o presidente da torcida, Renato Ramos, se tivessem mais ônibus iria ainda mais gente, assim, se algum empresário quiser apoiar… Taí a chance!
A rapaziada da TUDA e da Esquadrão Andreense também esteve presente!
E a torcida do Vila Nova, a “Sangue Colorado” também apareceu por lá!
E em campo ainda tivemos a presença de um ilustre ex-jogador do Ramalhão. O goleiro Júlio César agora defende a meta do time goiano.
Se em campo o jogo andava morno, a Fúria literalmente botou fogo nas arquibancadas…
E quando os fogos pareciam acabar, veio o “Blue Hell Andreense”. Parabéns ao pessoal!
Isso, fora as faixas que estiveram colorindo de azul o estádio normalmente alvi verde.
Falando do jogo em si, embora o início do jogo tenha dado uma ideia de que o Santo André dominaria o adversário, o jogo como um todo foi muito amarrado, sem grandes chances.
As bolas paradas ainda levaram alguma emoção, mas confesso que o 0x0 foi mesmo um placar justo.
Falando sobre culinária de estádio, fica a dica para o tio da paçoca: Leve mais paçocas!!!
Como torcedor, fica a esperança que o técnico do Santo André tenha maior sorte no próximo jogo, contra o Madureira, no Rio de Janeiro.
APOIE O TIME DA SUA CIDADE
(Mesmo que ele mande os jogos em uma cidade 250km longe…)
Bragantino! Como sei que o amigo Anderson coleciona fotos de ônibus de times, fizemos algumas!
Ir a um jogo do Santo André continua sendo um programa que não faz sentido à maioria das pessoas. Difícil é explicar isso para 400 e poucos malucos que se encontram todo jogo, independente do resultado ou da fase.
E justiça seja feita, há malucos dos dois lados. Também teve o pessoal que veio de Sorocaba para assistir ao Atlético bater o Santo André por 2×1.
Embora o mando de jogo fosse nosso, jogamos mais uma vez no Estádio Anacleto Campanela. Rivalidade a parte, São Bernardo e São Caetano emprestaram seus estádios nos últimos 3 jogos.
Em campo, típico jogo de A2. Muita marcação. Jogo forte, pegado.
Acima do campo, muita água. Chuva pra lavar a alma de quem ainda crê no futebol. O Santo André perdeu em campo. Aliás, não tem como negar que há tempos os resultados tem sido negativos.
Mas como explicar o sentimento dos que ainda seguem acerditando? Batucando, gritando, pulando, se emocionando por um time que dificilmente trará alegrias tão grandes em campo?
Como explicar os amigos que cada vez mais se aglutinam em torno de algo como o time do Santo André? Talvez, aos poucos e para poucos a ideia de que o futebol realmente é a expressão cultural (uma das) de um povo comece a fazer sentido. Espero!
Pra quem gosta de confundir rival com inimigo, fica a minha foto com o amigo da Bengala Azul, torcedor do São Caetano.
“É nóis”. Sinto que algo de novo pode acontecer nos estádios, nas ruas, nas cidades. Só depende da gente.
Só pra constar aos meus amigos amantes do rock e do futebol, na semana passada conseguimos fazer aquilo que sempre sonhamos.
Levamos o rock para as arquibacadas!
A sede a Fúria Andreense recebeu a turnê da banda argentina Muerte Lenta. Tocaram ainda 88Não! (do ABC) e Visitantes (que é a banda formada por mim, a Mari e o Gui.
Pra quem quer ver como está o nosso som:
Esse ao centro é o Tano, vocal do Muerte Lenta e fã do Ramalhão desde sua primeira estadia no Brasil, em 1999:
Mas além do show, também teve jogo. Em casa, pero no mucho.
Como o Estádio Bruno José Daniel segue com problemas, o jogo rolou no Anacleto Campanela.
Some esse problema ao fato de estarmos na série A2 e o resultado é … público pequeno…
Assm, somamos aos trapos e faixas do Santo André, a do Muerte Lenta!
O jogo era entre Santo André e Palmeiras B, duas equipes que tendem a ocupar as posições dianteiras da A2.
E lá estávamos nós!
A Fúria Andreense teve “problemas de relacionamento” com a polícia local e não pode entrar com suas faixas, nem camisas.
Em campo, um jogo pegado. Primeiro tempo virou 0x0.
No segundo tempo, além de terem que entrar sem seus uniformes, a Fúria foi praticamente expulsa do Estádio pela polícia militar.
O segundo tempo foi marcado pela melhor atuação do Sato André, que abriu um 2×1, garantindo mais três pontos!
Sexta feira de muito sol pelo interior de São Paulo e após uma estrada sem nenhum trânsito, chegamos rapidamente à cidade de Leme.
Nosso objetivo: o Estádio Municipal Bruno Lazzarini!
É o primeiro jogo do ano e tinha que ser do nosso clube do coração, o Santo André, frente a outra potência futebol brasileiro, o Internacional-RS.
Se a torcida do Santo André não é das maiores, sem dúvida tem se tornado uma das mais presentes. Para nossa surpresa até que tinha bastante que saiu de Santo André para acompanhar o time.
O pessoal da Fúria Andreense mais uma vez homenageou o jovem Lucas Moraes que faleceu no final do ano, em Itanhaém.
A torcida do Internacional também apareceu por lá! Aliás, tanto Ramalhinos quanto torcedores do Inter foram muito bem recebidos pela torcida local.
Torcida local que ficou bastante triste ao ver no jogo de abertura mais uma derrota do Lemense, que acabou eliminando o time da fase seguinte.
A eliminação precoce castiga o trabalho muito bem feito pela Prefeitura e por toda cidade que se envolveu e que tem se acostumado à realidade da Copinha. Até informativo eles distribuíram.
Falando um pouco do jogo, o Inter veio com tudo pra cima do Santo André, no primeiro tempo. Tudo o que o Ramalhinho pode fazer foi se defender e contar com a boa atuação do seu goleiro. O calor estava muito forte, desgastando os atletas e a torcida…
Durante o intervalo, aproveitei para conversar com alguns torcedores locais, infelizmente como estava tendo uma série de sorteios, anunciados pelo sistema de som, o áudio da entrevista que fiz ficou ruim, mas fica aí a imagem do amigo José, torcedor do Lemense, em apoio à idéia “Apoie o time da sua cidade”.
O estádio recebeu um bom público!
O jogo recomeçou e para a surpresa da imprensa (que insiste em “desconhecer” o Santo André) o Ramalhão fez 1×0.
Festa em azul e branco, nas arquibancadas do Brunão (por coincidência, o Estádio do Lemense chama-se Bruno Lazzarini).
Mas, o segundo tempo estava recheado de emoção. Pouco após o gol, o Santo André teve um jogador expulso. E pouco após a expulsão começou a chover. Mas choveu muito. E o time do Inter veio com a mesma força em busca do empate.
Mas, o Ramalhinho lavou a alma do time e da torcida. A chuva ajudou a limpar qualquer resquício de 2011 e assim, fomos pra rede mais uma vez.
Santo André 2×0 Internacional.
E fim de papo. E fim de chuva. Restou aos poucos encharcados assistir ao apito final.
E a comemoração foi como a que todo torcedor sonha… Com raiva, felicidade, respeito ao adversário, mas sobretudo dedicação… De ambas as partes, do time à torcida.
Confesso que não gritava assim há algum tempo. Esses meninos nos fizeram reencontrar o orgulho perdido em 2011. Taí a prova:
Só restava voltar para casa. Com a alma (e o corpo) devidamente lavada!
Sempre ouvi dizer que tudo na vida passa, tudo muda.
O antigo vem ao chão e dá caminho ao novo.
Esse é o processo e eu sei que já devia ter me acostumado, mas não é a verdade.
Ainda me desespero e me assusto com a velocidade da mudança e principalmente com o esquecimento do passado.
A demolição da marquise do Estádio Municipal Bruno José Daniel não é mais ou menos importante no processo de distanciamento e até mesmo “desligamento” entre a população de Santo André e o time que leva o nome da cidade.
Só é emblemática, marcante pela proporção, ao menos por mim, nunca antes vista.
Nunca havia visto tantos metros quadrados de recordações, lembranças e sentimentos, dispostos, jogados mesmo, assim a minha frente.
Como que “vomitado” por uma população que já não se identifica com o time.
Deixando pra traz uma história tão linda, mas que já não faz o menor sentido para uma geração traduzida pelo consumo do novo, do bom, do melhor que o dinheiro possa comprar.
Em pleno desmanche, não houve manifestações contrárias, nem a favor.
Tudo ocorreu e ainda ocorre ali e agora.
Não houve quem fosse chorar a perda do companheiro Bruno.
Pra mim, a marquise do estádio teve três fases marcantes para minha vida. A primeira, por ter representado o início do meu amor ao Ramalhão, no meio da década de 80, ao lado do meu pai e meus irmãos. Nessa fase, as “numeradas” foram o local da continuidade do processo de educação e formação que meus pais iniciaram em casa.
Confesso que, depois dessa fase, na adolescência, migrei para a arquibancada, onde estava a TUDA e seus bandeirões. Na minha cabeça, assistir o jogo nas numeradas era coisa de elite que não queria pular e gritar e aquele pedaço de concreto suspenso ficou como a marca da burguesia andreense para mim.
Nenhum daqueles senhores bem vestidos estavam ali para ver o trator destruir o teto que os abrigou por tantos jogos.
Enfim, veio a segunda fase das numeradas na minha vida, mais uma vez graças à minha família.
Meu avô, por coincidência também chamado Bruno, já com certa idade, voltou a se interessar pelo futebol e passou a nos acompanhar nos jogos, então, para um melhor conforto, passei a frequentar as numeradas todo jogo que o vô ia.
Vô Bruno se foi um pouco antes da marquise, em julho do ano passado (2010), sem se despedir do nosso estádio.
A despedida sempre tem cara de frio.
Essa tarde em que visitei o Estádio, ainda agonizante, a temperatura parecia abaixo dos 10 graus.
Incrível como não consegui reconhecer os espaços onde eu era tão acostumado a estar, meses antes…
Algumas cenas eram inimagináveis. Esse olhar, das torres de luz, por cima do concreto e das cadeiras, por exemplo…
Se ao menos tivesse a certeza de que uma nova e melhor era está a caminho, minha dor seria menor, mas não paro de pensar que dificilmente teremos cadeiras cobertas novamente.
Torcedor andreense, demais torcedores também apaixonados pelos times de suas cidades, não caiam na tentação do glamour das grandes equipes, mantenham-se firmes às suas escolhas ao seu amor…
Aqui, Guillerme despede-se em cima do concreto…
Olho para traz antes de ir embora, não sei se voltarei a ver essa parte da minha vida disposta assim ao chão…
Peguei algumas pedras para montar kits de despedida. Assim que estiverem prontos, eu posto aqui.
Domingo,25 de abril de 2010. Só quem torce para uma equipe diferente dos 4 times tradicionais de São Paulo podem entender oque eu estava sentindo ao me dirigir para o Pacaembu para enfim vivenciar uma final de Campeonato Paulista, com o meu Santo André…
Vários ônibus foram preparados para levar a “onda azul” até o Pacaembu, palco do primeiro jogo da grande final.
Após sairmos de diferentes locais, todos os ônibus se concentraram ao lado da CRAISA para a tradicional revista policial.
Em pouco tempo, estávamos na Avenida do Estado, em uma fila que parecia não ter fim, o sonho de todo torcedor Ramalhino…
A chegada foi tranquila, houve respeito mútuo (dentro dos limites) a cada cruzamento com torcedores do Santos. Em poucos minutos, a frente do portão de entrada do tobogã foi tomada por torcedores do Santo André…
As torcidas Fúria Andreense, TUDA e Esquadrão levaram as baterias para animar a festa.
Mas nem só de organizadas se fez a presença do torcedor. Centenas de carros foram do ABC até o Pacaembu, acompanhar o time do coração. Não nego que novamente haviam muitos torcedores mistos, mas todos aqueles apaixonados pelo time estavam lá…
Veja como foi a ida ao estádio, no vídeo de “El Pibe” Gui:
Ali ao lado, a galera da Fúria levava o bandeirão pra dentro do Estádio.
Bandeirão que depois de aberto ficaria assim, às lentes de Gabriel Uchida (www.torcida.wordpress.com)
E lá estávamos nós…
Era até engraçado ver tanta gente tirando foto como que pra dizer “Existiu e eu estive lá!!!”
E eu e a Mari não podíamos deixar de registrar esse momento único até então em nossas vidas!
O Esquerdinha (um dos torcedores mais tradicionais do time) fez um trapo especial para o jogo!!
Não tenho dúvida que a emoção de ter participado da final contra o Santos, independente do resultado final, foi maior pro torcedor do Santo André do que um título paulista seria pra qualquer torcedor dos demais “grandes clubes”.
Foi bonito ver o encontro de diferentes gerações de Ramalhinos, os mais velhos recordando a caravana de 1981, quando mais de 10 mil pessoas saíram de Santo André para o Parque Antártica!
E o Pacaembu estava lindo! Dá pra se fazer cartão postal tirando foto de qualquer lugar, mas acho que o tobogã (embora tenha sacrificado a concha acústica do estádio) tem uma visão ímpar!
A torcida do Santos também fez bonito e presenteou o belo esquadrão santista com sua presença em massa!
Ali do nosso lado esquerdo estava muito engraçado.
Os caras começaram a pegar no pé de algum “gordinho andreense” e me fez lembrar o vídeo do gordo do Rosário.
Até o pessoal do rolê psycho colou no jogo (aliás tinha de tudo na torcida domingo…)
O Mike (primo do Gui) conseguiu entrar em campo com os atletas. Fiquei com leve inveja…
E quanto mais lotava, mais bonito o palco ficava.
E lá vem o bandeirão do Santo André…
O tempo não passava, o jogo não começava, o sol queimava a beça e a gente ali… Esperando…
De repente, lá vai o Mike e o time pra campo…
O Santos demorou um pouco mais, aumentando a tensão, já extrema para os torcedores azuis…
Quando veio a campo, foi a vez da Torcida Jovem dar seu show, que bela bandeira, hein?
Bandeirão e várias bandeiras menores:
Como diz o Gui (e o Dead Fish), Somos nós contra todos! E por isso, o time entrou em campo com cara de estar bem unido!
Sabendo que nas arquibancadas, haviam alguns milhares de apaixonados pelo time de sua cidade…
Era tempo de começar o jogo… Por um momento todos se deram conta de quão longe havíamos ido e de quanta coisa o Santo André representava naquele momento.
Cada escanteio, cada ataque do Santo André (e foram muitos no primeiro tempo) mostrava a força do futebol dos chamados T-4 (times Paulistas menos os quatro grandes):
Me sentia como se representássemos um papel que merecia ser feito por torcedores do Inter de Limeira, do Xv de Piraciaba, do VOCEM, do Paulista de Jundiaí, da Ponte Preta, do Rio Branco, e de todos os clubes que marcaram suas presenças na história do Campeonato Paulista.
Naquele momento não éramos apenas andreenses…
Foi então que uma bola parada quase parou nossos corações… Bruno César fez Santo André 1×0.
Foi mais que um grito de gol.
Foi um grito de revolta a todos os jornalistas que durante a semana diziam que o Santo André não teria NENHUMA chance.
Não conseguia deixar de olhar o placar e imaginar o quanto os jornalistas teriam que se explicar. Afinal, o Santos era (e ainda é) o favorito, mas campeão, só após os dois jogos da final!
Fim do primeiro tempo, dá pra reunir a galera e fazer a foto histórica, do dia da final de 2010!
Começa o segundo tempo e… E vc sabe o que. Em poucos minutos o Santos conseguiu virar o jogo, e ainda criar uma vantagem maior (3×1). Nossa torcida olhava e não podia acreditar…
Claro que sentimos o baque. Claro que o teto ruiu sob nossas cabeças. Não tem como não sofrer…
Do outro lado… Só felicidade.
O placar, agora triste, mostrava Santo André 1×3 Santos.
Mas, aos poucos, o Santo André se recuperou em campo, ainda que logo tenhamos perdido o zagueiro Toninho, pelo segundo amarelo e consequentemente o vermelho.
O jogo seguiu truncado, e o Santo André, decidiu lançar-se ao ataque como um louco, o que abria as possibilidades do contra ataque santistas.
E foi com esse brio, que o Santo André conseguiu o que ninguém esperava. Um gol. Os 3×2 para o Santos aumentou a vantagem do time do litoral, mas manteve viva a esperança do povo de Santo André.
Fim de jogo. Hora de voltar pra casa. Felizes e orgulhosos pelo feito. Uma derrota que por incrível que pareça, teve gosto de vitória. Ao sair do Pacaembu, olhei pra traz e vi quanta gente havia ido ao jogo…
Obrigado Santo André! Obrigado Santos! Nos vemos domingo!
Pois é, eu evito ao máximo falar do meu time nesse blog (prefiro postar sobre o Ramalhão no blog da Globo), mas… acho que agora não tem jeito né?
O Santo André conseguiu desafiar os grandes e representa o orgulho dos clubes esquecidos pela mídia, numa final que todos insistem já ter o resultado definido. Estivemos no jogo da semifinal para cobrir essa bela festa! “El Pibe” Gui, eu, a Mari e o Gabriel (esse pedaço de óculos no canto direito)!
O Grêmio Prudentino foi recebido com várias críticas ao modelo de Gestão adotado pela diretoria…
Mas, seus torcedores não se importam com isso, e viajaram quase 9 horas até Santo André para apoiar o forte time de Toninho Cecílio.
Com ingressos trocados por 1kg de alimento, ficou fácil encher o Estádio.
Acho legal a Prefeitura e a atual gestão mostrarem boa vontade para lotar nossas arquibancadas, mas só isso não é suficiente para formar torcedores de verdade!
Foi triste ver vários torcedores dos times grandes em nossas bancadas, num momento de festa… Mas, claro que ao mesmo tempo foi bonito ver o Estádio cheio. Quem sabe esse amor não se torna permanente…
A torcida do Ramalhão deu um belo show.
Destaque para a abordagem da Esquadrão Andreense assumindo-se oficialmente contrários ao Futebol Moderno.
Fazia tempo que não via tanta gente na arquibancada…
Em campo, o Santo André levou um chocolate… Perdemos por 2×1, num jogo em que tudo deu errado…
De nada adiantava se pendurar na arquibancada e gritar pedindo raça…
E a torcida não apoiou na mesma quantidade que compareceu…
Foi um jogo terrível de se assistir… Mas, necessário… Acho que até para os jogadores foi importante se classificar assim…
El Pibe Gui, quase desmaiou de tanta pressão durante o jogo…
Mas… ao final do jogo… Ficou a festa do torcedor Ramalhino….
A fumaça dos fogos dava a impressão de estarmos num jogo no leste europeu…
O ingresso da semifinal, bem que podia ser mais legal né? Mais bonito, mais colecionável…
Por fim, achei interessante, embora um pouco ofensiva a proposta de alguns torcedores que não aguentam mais (assim como eu) ver os jogadores serem induzidos a comemorar seus gols com a Rede Globo, ao invés de irem vibrar com a torcida…
E fica registrada a imagem, num final de domingo, onde 3 andreenses deixaram mais do que gritos e cantos ao seu time…. Deixaram o amor de seus corações ao time que pela primeira vez chega a uma final…