Sábado, 22 de março de 2025. Escolhemos como palco da última rodada da primeira fase da série A4 o Estádio Municipal Anacleto Campanella.
Já faz algum tempo que eu não ia para o Anacleto, e foi legal rever alguns itens que atualmente estão no setor dos visitantes.
São recordações de um tempo que todo torcedor do Azulão tem saudades…
E tem também material da mais antiga torcida caetanista: a Bengala Azul.
Foi bacana ver que o pessoal de Bebedouro acreditou no time e veio até o ABC para apoiar o Lobo!
Fiquei ali olhando estes detalhes e quando vi, os times já estavam vindo ao campo. O espetáculo está próximo de começar!
Público pequeno para um São Caetano já classificado e que luta pelo retorno às divisões mais altas do Campeonato Paulista…
O time da AA Internacional fez questão de agradecer à presença da sua torcida, afinal, não é fácil acompanhar o time em uma viagem como esta:
Destaque para a Torcida Organizada Sangue do Lobo que se fez presente para apoiar a Inter!
Olha aí as faixas dos caras:
Lá no fundo, o ônibus da AA Internacional!
Sente o clima do Anacleto Campanella depois da reforma:
Mais uma partida acompanhando o futebol paulista! E que vença o melhor!
Pra um jogo da 4ª divisão, até que tinha bastante gente no lado visitante, principalmente se considerarmos a distância…
A conta para o time de Bebedouro se classificar é simples: vencer o São Caetano e torcer para no mínimo um empate do Colorado Caieiras contra o Osasco Audaxou por uma derrota do Joseense frente ao Barretos.
Com a bola rolando, o time visitante atacava explorando o lado esquerdo do campo e quem se destacava era o Kiko, que ia pra cima da zaga caetanense mesmo que nem sempre levasse a melhor.
Pra torcida visitante era um olho no jogo e outro no celular acompanhando os demais resultados.
Quem achava que o São Caetano iria amolecer por já estar classificado, se enganou, o time entrou ligado e pensando em manter a segunda colocação que ocupava no início da rodada.
Pena que a torcida do São Caetano ainda não abraçou o time nesse difícil momento, na 4ª divisão. O público da partida não chegou a 700 torcedores e apenas o setor coberto estava mais movimentado.
Aos 14 minutos, em um cruzamento meio despretensioso, Fábio Azevedo apareceu sozinho para cabecear e marcar o gol do São Caetano:
Festa na arquibancada local do Anacleto!
O jogo melhorou com o gol e a Inter se jogou com ainda mais empenho em busca do empate!
A maioria das jogadas saiam pelo lado direito do ataque da Inter e principalmente com bolas paradas.
Bom para a torcida visitante que pode acompanhá-las de perto!
Mas a missão ia se tornando cada vez mais difícil já que o Joseense seguia empatando e o Colorado Caieiras ia vencendo sua partida.
O intervalo veio e foi hora de bater um papo com o pessoal de Bebedouro, afinal é pra isso que serve o futebol!
Olha que legal essa família que compareceu à partida, com suas 3 gerações!
Os bancos de reservas estão lá do outro lado e agora não sofrem mais pressão da arquibancada.
O segundo tempo começa e a ideia é dar tudo em campo para buscar a virada e assim classificar a Inter para os mata-matas. Sangue, suor e lágrimas!
O plano começa a dar certo quando Gênesis empata para a Inter:
Mesmo sendo difícil, a torcida volta a acreditar na classificação!
Voltam as contas, os olhares na tabela e pra ajudar, mas o Colorado faz 2×0…
Aos 23 minutos, escanteio para a Inter e Vinicius Pequeno vai para cobrança… E marca um gol olímpico!
O melhor momento da tarde da torcida da Inter foi esse.
O time vencia e lá em Osasco o Audax diminuiu para 2×1, ou seja… Um gol do Audax colocaria a Inter na próxima fase!
E a Inter seguiu apertando…
Mas, como o futebol não tem coração, e segue uma lógica bastante ilógica, o São Caetano empatou!
Para a alegria dos que assistiam em sua singela arquibancada!
E para a bronca e a tristeza da torcida visitante…
E por pouco a Inter não sai com os 3 pontos, metendo uma bola no travessão já na parte final do jogo…
Fim de jogo e a torcida do São Caetano manda aquele “E-li-minado!!!” para o time e torcida da Inter…. Faz parte…
Domingo, 9 de março de 2025 Dia de viver a 4ª rodada da Liga de Santo André de Futebol amador, em uma Arena ainda não visitada por nós: a Arena Vila América. Seja bem vindo a mais um campo de futebol amador de Santo André!
A Torcida organizada do Santa Cristina FC é a Loucos do Santa!
O SantaCristina vem bem no campeonato com 2 vitórias e 1 derrota apenas, e pela empolgação, sua torcida deve ter parte nessas conquistas!
Fomos ouvir da atual diretoria como está a visão deles para este ano no campeonato.
O time adversário é o União São Jorge, que também contou com o apoio de sua torcida em mais um embate, mas pra gente chegar até lá e registrar o pessoal da Uniloucos, vamos seguir no rolê pela Arena Jardim América que além de ser casa do Vasco da Gama FC, de 1953…
Também sedia a AA Portuguesa de Santo André, time de 1954.
Então, venha para mais um rolê conhecendo a realidade do futebol amador de Santo André!
Como o jogo começava as 9hs, o bar ainda estava vazio no momento inicial da partida, mas durante o dia a rodada dupla da LIGASA (o outro jogo foi Vila Sá 1×1 Vila Suiça) gerou um grande movimento!
E aí está o pessoal da Uni Loucos, colorindo este lado da Vila América de Azul e Vermelho.
Além das faixas, a bateria e a pirotecnia também ajudou a criar o clima do jogo no lado do Uni˜ão!
O jogo começou bem interessante, com trocas de passes certeiros facilitando a criação das jogadas mais perigosas. Faltava apenas o detalhe final para o gol.
Ah, como tradicionalmente já fazemos nos demais estádios que visitamos, segue o registro do meio campo onde ficou o pessoal da Uni Loucos:
Do gol da direita, onde se concentrou a torcida Loucos do Santa:
E do gol da esquerda:
O primeiro tempo chegou ao fim com o placar marcando 0x0.
Aproveitei para buscar depoimentos entre os presentes tentando ajudar a explicar o que é esse tal futebol de várzea…
O segundo tempo começou e todos torciam para que tivéssemos grandes emoções na partida.
E aos 9 minutos do segundo tempo, um lance parecia que iria mudar a realidade da partida: a expulsão de “Nego do pão” (inicialmente punido com apenas o cartão amarelo como a TVila mostrou):
Com a gravidade do “cotovelado”, o amarelo se converteu em vermelho…
E aí, o pessoal da Uniloucos se animou, afinal, com um jogador a mais, o gol seria questão de tempo!
Mas o futebol é ingrato e não permite erros. Como o União não aproveitou o homem a mais e fez seu gol, aos 25 do segundo tempo, Maradona foi lá e fez um golaço!
A festa agora é na torcida do Santa Cristina:
O calor estava demais, mas a entrega em campo prosseguia…
O pessoal da Torcida Uniloucos não desanimou com o gol e seguiu no apoio:
E em troca de tanto apoio, já após os 40 minutos, o União São Jorge chegou ao empate!
Alívio para a torcida do União…
Fim de jogo: 1×1. Um resultado interessante para os dois times, que seguem vivos no campeonato! Nos vemos nas próximas rodadas!
Domingo, 23 de fevereiro de 2025. É manhã no Jardim Irene, mas a população local acordou cedo, afinal é dia de jogo importante para o time do bairro. Seja bem vindo à 3ª rodada da Liga Santoandreense de futebol, com o embate:
O Jardim Irene fica distante 20 minutos do centro da cidade, confira no mapa para você ter uma mínima noção de sua localização, perceba que fica bastante próximo da Arena Aclimação.
Olha que legal esse “bolsão” formado pelo campo, a Escola Municipal de Ensino Infantil, o CESA, Creche e Unidade de Saúde Jardim Irene que tem melhorado bastante a qualidade de vida da região.
Aliás, a própria Arena Jardim Irene também é parte disso, e seu entorno ainda está em obras. A área ao redor do córrego era ocupada por famílias, que temporariamente estão sendo assistidas por aluguel social até a finalização das novas unidades habitacionais e assim, abriu-se uma avenida melhorando o acesso ao bairro e ao campo. Então, venha conhecer a casa da SE Jardim Irene na várzea de Santo André!
A Sociedade Esportiva Jardim Irene foi fundada em 16 de abril de 1987 e tem sua sede do outro lado da margem da obra supracitada.
Eu tenho grande orgulho em registrar os campos da várzea andreense, onde as pessoas ainda se permitem sonhar, sejam no campo, ou na bancada.
A cidade cresceu demais nas últimas décadas e o futebol amador está acompanhando esse crescimento com campos de melhor qualidade a cada dia e a Arena Irene deixa isso muito claro, a começar pelo bar do time que além de está super bem cuidado é gerido por pessoas que vivem e amam o Jardim Irene, e isso faz toda a diferença!
Mas o que torna a experiência mais mágica é realmente um jogo entre a SE Jardim Irene, apoiada pela sua torcida contra um adversário de importância como o Guaraciaba. Se liga na entrada do time do Jardim Irene em campo:
O adversário de hoje, é um time super tradicional e vitorioso: o EC Guaraciaba, fundado em 24 de março de 1956 e que possui entre suas conquistas 6 títulos da Divisão Especial de Santo André, 2 da Copa Uniligas e 5 da Copa Amizade. E se futebol se joga com a cabeça, os caras mostraram a importância de se entender e ficaram mais de 15 minutos conversando dentro de campo, antes da partida.
A tradicional foto do time posado precisa contar com a torcida apoiando ao fundo:
Aliás, a torcida organizada do ECGuaraciaba é a Fúria Vermelha e ela coloriu todos os espaços possíveis com suas faixas, camisas e bandeiras!
E usou a força da sua bateria para tentar tirar do Jd Irene o fator de jogar em casa como diferencial.
Vem dar um role com as torcidas já empolgadas pra ver como é bonita a festa na várzea e, como sempre reforço, como dá pra ter duas torcidas diferentes presentes na bancada, sabendo se respeitar.
Já do lado dos donos da casa, a torcida organizada do Jd Irene é a Força Jovem e eles ficaram mais ao lado esquerdo (pra quem olha do campo).
E se liga no som dos caras:
Os tirantes deram um clima ainda mais legal ao campo do Jd Irene!
Abraço ao amigo Dianidson, torcedor do Ramalhão que também estava presente:
Falando em Santo André, olha o nosso ex-lateral Pará, defendendo as cores do Guaraciaba!
E é hora da bola rolar!
O jogo começou bastante parelho com o time da casa tendo algumas boas chances para abrir o placar.
O goleiro Borges, do EC Guaraciaba, mostrou estar em excelente momento e evitou pelo menos 2 gols claros para o time local.
E como o futebol não perdoa… Aos 21 minutos, em um contra ataque, o Guaraciaba abriu o placar com o atacante Preguiça. Veja o lance filmado e narrado pelos amigos do Tvila:
O gol deixou a torcida visitante ainda mais animada!
Agora, o Jardim Irene precisa se jogar ainda mais ao ataque, e sua torcida sabe disso, apoiando ainda mais as investidas do time.
Lance de falta para o time local, será que agora o empate vem?
O jogo fica mais pegado, com várias discussões entre os times e com a arbitragem, mas tudo dentro do respeito…
Que tal acompanhar o jogo do ponto de vista do goleiro do Irene?
Os primeiros 45 minutos passam voando… É festa na Fúria Vermelha!
Aproveitamos o intervalo primeiro tempo chega ao fim e fomos trocar uma ideia com o público local sobre o que é a várzea e qual sua importância na vida do pessoal do Irene…
A várzea vai além do amor ao futebol. O amor ao time da sua área, no fundo é o amor ao lugar onde vivemos, ao que realmente somos… É só olhar a expressão de cada um enquanto a partida rola…
Fomos bater um papo com o Alexandre, diretor do Jardim Irene sobre as expectativas em relação ao time este ano:
Marcelo, diretor do Guaraciaba também deu sua visão sobre o time esse ano:
O segundo tempo começa!
Vamos dar um rolê pra ver como está o clima desse início de segundo tempo:
Torcida do Guaraciaba de olho no lance…
É escanteio para colocar a torcida local na expectativa…
A torcida do Jardim Irene não quer aceitar essa derrota…
E bota o seu apoio em campo!
Mesmo perdendo, o amor se materializa em faixas, bateria, fumaça e muita voz…
Mas o Guaraciaba não se deixa intimidar e Felipinho, aos 26 do segundo tempo faz o segundo gol.
O que mais a torcida visitante podia esperar de uma manhã de futebol como essa?
Um terceiro gol, talvez? Pois ele veio, com Diego, aos 31, selando o placar final: 3×0 para o Guaraciaba. Acompanhe com a Tvila:
Agora é só esperar…
É fim de jogo mas não fim da festa para a torcida local.
Até a próxima rodada, e lembre de se comportar quando estiver pelo Irene…
Domingo, 16 de fevereiro de 2025. Nesta 2ª rodada da Divisão Especial da Liga de Futebol de Santo André, escolhemos registrar a partida na Arena IV Centenário, acompanhando o time local contra o União São Jorge FC.
Outro que merece menção especial é o Sérgio Baresi, zagueiro que marcou muito aqui no Santo André no time de 1997.
Os dois times vieram fazer suas fotos oficiais em frente suas torcidas, comecemos com o União:
E olha a torcida do União fazendo a festa para o apoio do time:
A sua torcida é a Uni Loucos!
Embora presentes como visitantes, a Uni Loucos fez uma festa muito legal com sua bateria e com muita pirotecnia!
O presidente Oswaldo estava tão concentrado na partida que passou a palavra pro Renato, da diretoria, falar um pouco sobre as expectativas do União para 2025:
Do lado local, aí está a foto oficial do time do EC IV Centenário, fundado em 1954:
A torcida do time local é a Explosão!
E o grande destaque vai para a sua bateria e para a criatividade das suas letras:
A torcida sabia da importância do apoio, já que o IV Centenário perdeu a primeira partida…
O IV Centenário é o time do amigo de arquibancada André Biazon, mesmo ele me deixou sozinho na partida de hoje, um grande abraço pra ele e para sua família! Ele reforçou “prepare-se para conhecer a Explosão”.
Muitas faixas e bandeiras pintaram o campo com as cores do IV Cenetnário!
Fomos ouvir a palavra do Marquinhos, presidente do EC IV Centenário:
Muito bacana ver a várzea se gerindo, sem precisar de polícia pra separar torcida…
E sente o clima do começo do jogo:
Em campo, os dois times começaram com uma marcação bastante forte, sem darem chances para os ataques criarem oportunidades claras de gol.
O jogo era quase tão quente quanto a temperatura da manhã… Por sorte, as árvores ao redor da arquibancada ajudaram a dar uma amenizada para as duas torcidas…
É bem legal poder vivenciar a realidade das torcidas da várzea da nossa cidade, pena que o futebol profissional não consegue fazer essa transição e trazer pelo menos parte desses torcedores para o Ramalhão…
O primeiro tempo termina 0x0. É a vitória dos goleiros sobre os atacantes…
Durante o intervalo deu pra tomar uma água, relaxar um pouco e conversar com o amigo “Sóbrio”, também torcedor do Santo André que estava por lá. Faltou a foto… Após a conversa, o segundo tempo começa ainda sob forte marcação.
O time da casa sabe que é sua missão aproveitar o fator casa e a torcida aumenta a cantoria…
Mas é o União que, aos 12 minutos, em uma falta do tipo “meio escanteio” batida por Cauan, consegue chegar ao seu gol, confira com a transmissão da Tvila:
É festa na Uni Loucos!
O time e a torcida local sentem o gol…
O nervosismo toma conta do campo e da arquibancada.
O União FC não tem piedade da dor alheia e um chute que buscava o gol acaba batendo na mão do zagueiro do IV Centenário e é penalty…
Agora, a festa da Torcida Uni Loucos já é uma certeza!
Fim de jogo! E é um momento triste para o time e para a torcida local…
O lado visitante, celebra sua primeira vitória:
Fica o nosso agradecimento pela recepção entre as duas torcidas, e até a próxima rodada dessa incrível Divisão Especial da Liga de futebol de Santo André! Ah, confira tudo sobre a competição no site da LIGASA!
A 223ª camisa de futebol do nosso site vem do Rio de Janeiro e foi presente de um grande amigo, também torcedor do Ramalhão: Sérgio Luiz Gisoldi, um dos maiores vexilologistas que já conheci.
Como já ficou claro na foto, a camisa pertence à tradicionalíssima equipe do Bangu Atlético Clube!
A história do Bangu Atlético Clube está diretamente ligada à industrialização do Rio de Janeiro já que o time nasceu dentro da Fábrica Bangu, a “Companhia Progresso Industrial do Brasil”, fundada em 6 de fevereiro de 1889.
O bairro de Bangu surgiu por volta de 1673, com a partir de uma fazenda que produzia café, algodão e cana, utilizando mão de obra escravizada para obter lucro. Colecionei algumas matérias de jornais do século XIX que mostra alguns que se rebelaram contra esta injustiça:
Dizem que os escravizados fugiam para o morro entre Bangu e Nova Iguaçu e habitaram a região próxima à nascente do Rio Pecador e como mostra desse processo histórico existe até hoje, no bairro, uma comunidade Quilombola chamada Guandu-Mirim, também conhecida como Quilombola dos Pecadores. Antes da fazenda, possivelmente, a área era ocupada pelo povo tamoio (os “avós”) da grande nação tupinambá os responsáveis pela Confederação dos Tamoios, um movimento de resistência aliados com os franceses contra os colonizadores portugueses, entre 1554 e 1567. Recomendo o livro “Duas viagens ao Brasil” de Hans Staden para conhecer melhor a realidade desses povos.
Voltando à antiga Fábrica Bangu, além de produzir tecidos, os operários também criaram muita cultura e esporte. Em 1904, é fundado o Bangu Athletic Club, do qual falaremos mais hoje, mas ali ainda nasceu, em 1905, o Esperança Football Club, também pelas mãos dos operários do Bairro.
O BanguAC começou jogando em uma área dentro da Fábrica, mas para participar de seu primeiro campeonato carioca, foi necessário construir um novo campo. E olha como ficava próximo da fábrica, a “Cancha encantada da Rua Ferrer“:
Pra quem gosta da ligação da história com o futebol, e nesse caso tem muuuuita coisa a se dizer, recomendo o livro do amigo Gustavo Santos da Silva, hincha do Bangu e historiador:
Em 2005, a fábrica foi vendida e em 2007 inaugurou-se em seu lugar o Bangu Shopping, e no lugar do campo, hoje está o estacionamento…
Alguns itens, além da arquitetura preservada ajudam a manter a memória da fábrica…
O jogo de estreia de seu estádio ocorreu em 13 de maio de 1906, com vitória por 2×0 em amistoso com o Riachuelo. Na semana seguinte, o Bangu estreou no Campeonato Carioca contra o Football and Athletic.
Em 1907, a proibição de “pessoas de cor”(SIC) na Liga Metropolitana de Football, fez o Bangu abandonar o campeonato. Ao retornar, o Bangu sagrou-se Campeão Carioca da Segunda Divisão em 1911, com vários atletas negros e operários da fábrica compondo o elenco.
Em 1914, conquista o segundo título estadual da segunda divisão e em 1933, a LCF (Liga Carioca de Football) organizou seu primeiro campeonato tendo o Bangu como campeão desta competição!
Mas a atual Federação Carioca reconhece o Botafogo como campeão daquele ano já que o time venceu o campeonato da Associação Metropolitana de Esportes Atléticos (AMEA). Vale lembrar que a Viação Excelsior conquistou a Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT) daquele ano.
Seu primeiro campo foi usado até 1943, sobrevivendo até a um incêndio em suas arquibancadas (em 1936) mas em 1944 o time foi proibido de jogar ali pois a Fábrica iria vender a área. Construiu-se então um novo campo: o Estádio Proletário Guilherme da Silveira Filho, também conhecido como o Estádio de Moça Bonita.
Sua inauguração acabou se atrasando para 1947, o que obrigou o time a disputar todo o campeonato de 1946 como visitante. Veja nas fotos do site Subúrbio, como está atualmente este lindo estádio:
Com o estádio imponente, a paixão dada fábrica acabou se multiplicando pelo bairro nos anos 50.
Um dos craques do time desta época era Zizinho:
Mas outros craques como Ademir da Guia já vestiram a camisa do Bangu.
Em 1959, foi vice-campeão carioca.
A boa fase levou o Bangu a um vôo ainda mais alto: em 1960, venceu a primeira edição da International Soccer League, disputado em Nova York.
Muitos consideram este, um título de campeonato mundial, se liga na campanha: 4/7/1960 – Bangu 4×0 Sampdoria 10/7/1960 – Bangu 3×2 Rapid Wien 16/7/1960 – Bangu 5 x 1 Sporting 20/7/1960 – Bangu 0x0 IFK Norrköping 31/7/1960 – Bangu 2×0 Estrela Vermelha de Belgrado
Em jogo único, em 6 de agosto de 1960, o Bangu venceu por 2×0 os escoceses do Kilmarnock na final do torneio.
Em 1966, vêm um segundo título, esse reconhecido pela atual Federação carioca.
O Bangu fez 3×0 (gols de Ocimar, Aladim e Paulo Borges) quando Almir Pernambuquinho perdeu a linha e transformou um bate boca em briga.
O presidente do Bangu entre 1963 e 1969 foi Eusébio de Andrade. Sua saída calhou com uma década marcada por campanhas fracas e como resposta a esta má fase, abrem-se as portas para seu filho, ninguém menos que Castor Gonçalves de Andrade e Silva, ou apenas, Castor de Andrade que se torna presidente (e financiador) do time.
O polêmico Castor de Andrade (ligado ao jogo do bicho, tráfico de armas e drogas) trouxe resultados rápidos para o Bangu e em 1985, o Brasil parou para assistir a final do Brasileiro, a Taça de Ouro, contra o Coritiba. Se você era muito novo na época ou simplesmente não se lembra, veja como foi:
Saudades de ver o Maracanã antigo e entupindo de torcedores, né? Com o vice campeonato o Bangu conquistou o direito de disputar a Libertadores da América de 1986, mas fez uma campanha muito fraca…
Em 1987, mais um ano de conquistas: primeiro, o título da Taça Rio daquele ano, com Mauro Galvão, Paulinho Criciúma, Marinho e companhia.
Na sequência, a competi瘘ão nacional dividida em dois módulos, onde os finalistas decidiam o título. A “Copa União” teve o Bangu como 3º colocado do módulo amarelo onde o Sport foi o campeão. Como o Flamengo não quis disputar a final contra o time pernambucano, o Sport sagrou-se campeão brasileiro daquele ano.
A partir daí, o Bangu entrou em uma fase de certo ostracismo nas décadas de 90 e 2000, caindo para a segunda divisão estadual em 2004, justo no seu centenário… Para comemorar, só o título da segunda divisão carioca de 2008.
Em 2010, vem o vice campeonato da Copa Rio. Em 2019, termina no 3º lugar do Campeonato Carioca. Pra terminar, vale acompanhar a incrível matéria do Canto das Torcidas:
23 de julho de 2023. É dia de tudo ou nada para o EC Santo André. Estando na zona de classificação, um ponto à frente do 5º colocado (o Vitória FC do Espírito Santo) bastava vencer o jogo em casa para passar ao mata mata.
Assim, mesmo com muitas críticas ao time atual, parte da torcida, encabeçada pela Fúria Andreense decidiu fazer uma recepção para o time, o que levou algumas dezenas de torcedores ao estádio 3 horas antes da partida.
Isso significa que muitos nem almoçaram pra estar aí embaixo de um sol escaldante em pleno inverno para demonstrar seu apoio a um time que infelizmente não deslanchou.
Rojões, fumaças, bandeiras… É o amor por um time, por uma cidade materializado em cores e sons…
Não faltou carinho nem dedicação por aqueles que realmente amam o time e sabem da importância da classificação para uma fase decisiva! Aliás, a torcida acompanhou o time em TODAS as partidas, dentro ou fora de casa…
Até porque todo mundo ali vivia uma certa ilusão criada em cada mente, em cada coração, onde sairíamos dali para o mata-mata, provavelmente nos obrigando a viajar até o Distrito Federal para acompanhar a sequência do campeonato…
O time demorou pra chegar… Já era mais de 13h30 quando finalmente o ônibus apontou para a festa da torcida local:
Mesmo com o time já dentro do estádio, ainda demorou pra torcida desistir de gritar reforçando aquilo que nunca faltou: apoio incondicional.
Torcer não é lógico. Muitos reclamaram do time. Do treinador. Da diretoria. Muitos reclamaram dos péssimos resultados mesmo quando viajamos centenas de kms para acompanhar o time… Mas estávamos todos ali para apoiar, para nos permitir sonhar…
Times em campo, é hora da decisão para o EC Santo André!!!
O jogo começou com forte pressão do time local frente o Democrata, que soube sofrer e se segurar…
A faixa ainda mostrava o sentimento da torcida local: EU ACREDITO!
O primeiro contra ataque já causou susto na torcida local: gol dos visitantes anulado pela arbitragem….
A tensão domina a bancada ramalhina…
Vale ressaltar a fibra que manteve o pessoal da Fúria Andreense, desde as 12hs gritando sem parar….
A Esquadrão, embora não tenha comparecido à recepção do time, também apoiou durante o jogo.
Olha aí a dupla: Valter & Gó!
Aos 28 do segundo tempo: festa na bancada local. Guilherme Liberato faz 1×0 pro Ramalhão. Mas aos 37, em uma jogada azarada, Matheus Néris levou o segundo amarelo e acabou expulso. Pra piorar… Na sequência da falta, o Democrata empata e decreta a eliminação do Santo André…
Fim de jogo… As bancadas e corações estão vazios…
Fecham-se as portas e termina o campeonato brasileiro para o Ramalhão… Não há palavras pra explicar o sentimento dos cerca de mil torcedores que acompanharam atônitos o fim da partida. É muito difícil explicar a dor pra quem não vive o dia a dia de um time como o Santo André… Ficam os bons sentimentos ao lado dos amigos de bancada, misturados ao amargor da eliminação…