Deixei passar um tempo desde o dia que vi este anúncio para poder escrever esse post e ouvir os comentários sem a influência do jogo ou mesmo do placar, independente de quem vencesse. Antes de mais nada, deixo expresso que acho a ESPN um canal corajoso, inovador, dedicado e muito interessante. Já vi vários documentários que eles fizeram sobre "lugares não comum" no futebol, e sem dúvida são um dos principais fomentadores não só do futeobl mas dos esportes em geral. Até mesmo por isso, não posso deixar de dizer que foi no mínimo um erro o anúncio que convidava os telespectadores a assistir o jogo pelo canal pago. Numa época de tanto ódio e ignorância vivendo próximos, a associação do esporte com a guerra me soa rude, desnecessária, triste e perigosa. Particularmente me incomoda muito mais porque eu e a Mari temos ido sempre que possível para Argentina e consideramos alguns amigos de Buenos Aires como parte da nossa família. Soma-se isso à admiração que sempre tive pelo estilo portenho de se jogar e pelas bandas de punk rock de lá que sou fã (Doble Fuerza, Ataque 77, Muerte Lenta, Argies, entre outras), e o resultado é uma relação de admiração, respeito e de "rompimento de fronteiras", onde não existe lugar para essa necessidade de separar, dividir e comparar num sentido competitivo as duas culturas. Em terras portenhas nunca tivemos qualquer problema relacionado à Xenofobia ("ódio/medo de estrangeiro"). E olha que normalmente fazemos um rolê que até passa pelo lado turístico, mas que é muito mais presente no lado "cotidiano" de Buenos Aires, o que quer dizer ônibus, caminhadas de quadras e mais quadras, Estádios, cinemas, Shows, bairros longínquos, etc. Sendo assim, sinto me a vontade para dizer que a ESPN perdeu a oportunidade de mostrar algo muito mais criativo e construtivo do que foi apresentado. Um cogumelo de fumaça, índice de uma bomba. De um embate entre exércitos inimigos, de guerra. De ódio. De morte. Me pergunto se existe como mensurar o resultado de um anúncio como esse, mesmo sabendo que é impossível saber quantas pessoas decidiram assistir ao jogo pela ESPN graças ao anúncio. Vou tentar enviar este post aos responsáveis pelo anúncio da ESPN para ouvir a opinião deles. Porque pra mim, tinha tanta coisa legal melhor que poderia ser usada ao invés da "bomba". Temos tanta coisa em comum, do amor ao futebol, passando pela música, aos problemas sociais… Desculpem, mas para mim, esse papo de que brasileiros e argentinos se odeiam é papo de jornalista que não percorre as ruas a pé. Que vive na redação até bem tarde. Ou, no caso, de publicitários que preferem utilizar o "caminho padrão", a solução que fica numa caixinha, ali na prateleira, pronta para ser usada quando possível, ao invés de pensar em algo inovador. Essas são as pessoas que por tanto tempo alimentaram e enviesaram corações e mentes dos brasileiros. E é por isso que agradeço ao poder da internet, onde, ao menos para você que lê esse post até aqui, minha voz e opinião tem o mesmo peso do que produzem jornalistas e publicitários "padrão". Tenho visto que muitas pessoas começaram a despertar desse transe, e por incrível que pareça, principalmente nas periferias do Brasil. Lá, é cada vez mais comum se encontrar pessoas usando camisas da Seleção Argentina, do Boca, River, Racing e outros times. Não sou o dono da verdade e nem peço uma aproximação forçada entre brasileiros e argentinos, mas termino esse post perguntando se faz mesmo sentido para nós, cidadãos comuns, manter essa "rivalidade ignorante", sem questionar jamais. Por favor, comente, diga se sou só eu que acho errado esse movimento da mídia para criarmos (ou mantermos) tal rivalidade. Pra fechar, algumas frases do som "Disturbios" do Doble Fuerza, banda punk de Bs AS: "…Violencia en las canchas, violencia en la ciudad… …Ellos no lo comprenden, pero lo van a comprender La juventud separada es mas facil de vencer…" E um pouco do Ataque 77 mostrando que existe sim admiração entre as culturas: [youtube=http://www.youtube.com/watch?v=cShNlh7lg1I]]]>
Tag: futebol
O Estádio Silvano Ribeiro Diróz e o futebol em Mongaguá (SP)

Setembro de 2009.
Com o sol nos animando, seguimos para o litoral sul buscando um pouco de descanso e um rolê tranquilo. Domingo (6 de setembro) o Santo André jogaria em casa contra o Atlético MG, ou seja, nossa viagem tinha data de volta já acertada.
Sábado, tivemos um dia perfeito, com sol, praia, caminhada e corrida, trilhas, comida gostosa na beira do Rio Itanhaém, mas… Faltava algo… Já que estávamos ali, por quê não visitar um estádio ainda desconhecido?
E lá fomos nós, para Mongaguá conhecer o Estádio Silvano Ribeiro Diroz.

Quem já foi para o litoral sul de São Paulo (Mongaguá, Itanhaém ou Peruíbe), com certeza já passou em frente ele, afinal o Estádio fica na beira da estrada Padre Manoel da Nóbrega.

Eu achei que o Estádio estivesse abandonado há alguns anos, mas para minha surpresa uma partida estava sendo disputada.

O time mandante era o tradicional o “Mongaguá Praia Clube“, fundado em 26 de março de 1946, na época com o nome de “Praia Grande FC” (até 1959, quando foi emancipado, Mongaguá, pertencia à Praia Grande), como mostra o Jornal de Santos, de 1969:

Somente em 1991, o time adotou o nome de Mongaguá Praia Clube.


O time é conhecido como “Praia” e já conquistou o campeonato municipal da 1ª Divisão por 10 vezes, além de ter levantado o título da Série Padre José de Anchieta (Litoral) do Campeonato Amador do Interior por 3 vezes (65/66/67), ainda com o nome de Praia Grande.
Aqui, matéria do Jornal A Tribuna de 1965, falando da final daquele ano contra o São Paulo de Itanhaém:

E aqui, o time campeão daquele ano:

Por uma outra matéria, fica registrado que a torcida do time comparecia!

Matéria falando da final (que pelo visto teve encrenca hehehe):



O Jornal de Santos de 1968 cita uma homenagem aos campeões de 1967:

Ok, o campo tem seus buracos, falta grama aqui e acolá, mas lembre que se trata de um Estádio para o futebol amador, de uma cidade litorânea, que sequer possui um time profissional, ou seja… Excelente!

Eu e a Mari, como sempre, não resistimos a eternizar nossa passagem por mais um templo perdido do futebol nesse Brasil tão grande e tiramos uma foto nossa em frente à cancha…

A Mari me chamou a atenção para a faixa colocada na frente do estádio convocando os jovens para participar do time.
Depois, já em casa, comentei com meu pai sobre como falta a essa região do litoral um clube disputando a série B do Paulista.

Ao fundo do campo, o belo morro que esconde índios, rios e muitas lendas que correm por Mongaguá e pelo litoral.
O Estádio Silvano Ribeiro Diroz fica no bairro Pedreira, e tem capacidade para 3.300 torcedores e possui sistema de iluminação.

E já começando a dar o ar da graça a Neblina, anunciando o frio e a chuva que chegaria à região, no dia seguinte.

E seguindo os passos dos amigos fotógrafos, agora eu comecei a buscar ângulos diferentes de arquibancadas…E deu nisso:

Ah, o prazer de estar em um estádio pela primeira vez e ainda poder acompanhar ao fundo uma partida da equipe local… Não tem comparação, é quase que uma coleção de imagens e momentos que ficam em minha mente e que tento reproduzir e compartilhar com vocês aqui no blog.

Um último olhar no estádio, no campo, no jogo… E até uma próxima vez!

Aqui, o time de 2022 (da fanpage do Jornal Bola na Rede) que conquistou a 1ªdivisão do amador da cidade:

Voltei para Itanhaém, e depois para Santo André, onde acompanhei a derrota do Ramalhão para o Galo. Boa sorte ao Mongaguá Praia Clube, espero ver o time no profissionalismo um dia.
APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!
Eric Castel
Eu tenho uma característica que as vezes se torna um problema.
Quando gosto de algum livro ou personagem, fico louco se não conseguir ter acesso à coleção completa do mesmo. Foi o que aconteceu c0m Eric Castel.

Semanas atrás, mostrei aqui no blog dois quadrinhos que trouxe da Espanha. Um deles, era o primeiro volume do personagem Eric Castel, chamado “Eric Castel ey los Juniors”, de Raymond Reding e Françoise Hugues.
Eric Castel é um personagem fictício, criado na década de 80, e que jogou pelo Barcelona, Inter de Milão e pelo Paris Saint Germain (tudo na ficção, não se esequeça).
Assim que cheguei no Brasil procurei nos sebos e pela internet novas histórias de Castel.
Encontrei o terceiro volume “Tarjeta roja!”, que traz a história de um jogo na Alemanha onde Eric Castel é injustamente expulso.

Eric é aquele jogador que todo torcedor sonha para seu time.
Esforçado, dedicado, boa gente, não mercenário, enfim… Tudo o que a gente espera como torcedor de um atleta.
Mas para achar os demais livros de Eric Castel estou passando por um pesadelo.
Desde que voltei, busco os demais livros dele (acho que no total são uns 16) e … nada.
Pra piorar, eles só foram editados na França, Itália, Espanha e Catalunha.
Se você tiver algum e quiser me vender, escreva para mim!
Abraços!
London Calling…
Chovia e fazia frio. Era o típico cenário que eu imaginava de Londres. Saímos do aeroporto e fomos buscar um taxi que nos levasse ao nosso hotel.
O Rodrigo escolheu um táxi bem louco, preto, enorme, a parte interior mas parecia uma pista de dança, era muito diferente de qualquer outro táxi que já tinha visto. Estávamos achando tudo muito engraçado.

Ficamos contentes até mostrar o endereço ao motorista, que riu da nossa cara, e nos perguntou o que iríamos fazer naquele fim de mundo. Disse ainda que era melhor cancelar e pegar um hotel no centro, porque era muito caro ir até lá. Olha a cara do figura, que falava como se estivesse cantando um som do Cockney Rejects:

Bateu o desespero, e mesmo achando o valor uma fortuna, estávamos muito cansados de tanto andar por Amsterdam, ou seja… Decidimos encarar a grana e após mais de 90 minutos chegamos ao nosso hotel. A primeira vista, ele era estranho, ficava num bairro suburbano e sem nada perto, e a chuva continuava.

Nao queria estar na pele do atendente do hotel. Nem bem entramos e começamos a descarregar uma verdadeira metralhadora de reclamações, como se ele tivesse culpa do aeroporto ser longe, do taxi ser caro, oude trabalhar no hotel mais afastado, feio e desanimador de todo o Reino Unido.
Mas, para minha surpresa, o atendente, um Paquistanes calmo como ele só, foi pouco a pouco nos contagiando com sua tranquilidade, enquanto nos cativava com pequenos grandes favores.
Quando percebi, já tinhamos mapas, descobrimos que pegar um taxi preto é quase um pa$$eio turistíco, sabíamos como chegar no metro, já havíamos encomendado hamburgueres Vegetarianos para a janta, e principalmente… Sabíamos que havia no bairro o estádio de um time das divisões de acesso do futebol inglês chamado Leyton Orient F.C..
Isso sem contar que… Po, eu estava com a Mariana em Londres, Inglaterra, terra onde surgiu o futebol e o punk… Era só comer, dormir e esperar o dia seguinte. E assim o fizemos.

Confesso que acordei procurando aquele entusiasmo que havia embalado meu sono, e que parecia ter ido embora ao ver que nosso quarto mais parecia um quarto de hospital (ele era todo adaptado à necessidades especiais, inclusive).
Após o café da manhã, caminhamos umas 8 quadras até o estádio do Leyton Orient. As casas pelo bairro eram todas muito parecidas:

Confesso que ainda não entendi se ali é o estádio ou se é somente o campo de treino do time. É pequeno, com uma entrada de uns 4 metros de largura.

Uma pequena arquibancada dá o tom “bairrista” do estádio.

Para maiores informações sobre o time, o site deles é www.leytonorient.com

Dali, fomos enfim conhecer a realidade de Londres, e logo de saída, no caminho do ponto de ônibus, a Mari já se animou ao encontrar uma das tradicionais cabines telefônicas.

Depois fomos conhecer os pontos turísticos da cidade. A começar pelo famoso ônibus de dois andares. Aliás, como eu disse no começo da história, pra gente ir pra qualquer lugar , precisávamos pegar um desses até a estação do metrô.

É bom saber que vegetarianos em Londres tem ‘muitas opções, principalmente, os deliciosos Veggie Burger, que são tão comuns quanto os cachorros quentes aqui no Brasil.

Londres lembra muito São Paulo. Tem trânsito, bastante gente pelas ruas, várias lojas… Mas consegue acrescentar a isso tudo uma arquitetura bem legal e uma série de coisas interessantes pra se ver quando se passa pela rua, como por exemplo, o Museu de Sherlock Holmes:

No metro, um painel informava sobre a “Wembley Cup”, torneio relâmpago que reunia o Barcelona, o Celtic, o Tottenham e o Al Ahly. Depois, vendo um pouco de tv, não só em Londres mas nas demais cidades que passamos, vi que a maior parte das equipes participa de torneios desse tipo durante a “janlea” do calendário. Foi por isso que conseguimos ver o time do Ajax na rua, enquanto estávamos em Amsterdam.

O Big Ben é o lugar onde mais vi turistas em toda minha vida. Chega a ser engraçado tantas línguas diferentes e tantas fotos ao mesmo tempo.

Do outro lado do rio Tâmisa, encontramos a famosa roda gigante (gigante mesmo) um monte de museus, e o…. Fright Club, uma desas atrações de terror que nem no Playcenter, cheia de sustos e que deve ser percorrida a pé. Claro que não teve como não ir….

Bom, mas chega de turismo, porque isso é um blog sobre futebol, como diria o Muricy. Assim, no outro dia, pegamos o metro para o outro lado e fomos até o estádio do West Ham.

Se comparado ao estádio do Ajax, o Upton Park, estádio do West Ham, embora seja bastante grande, tem mais a cara dos estádios brasileiros.
Afoito, cheguei até a administração do Estádio perguntando como era feita a visita ao campo. A resposta veio com uma mistura de frieza, prazer e desinteresse: “Não há visitas.”
Fiquei tão chateado que nem tentei argumentar. Restava a loja do clube, para ao menos levar uma lembrança do time que ficou marcado especialmente para mim, pelo filme Hooligans.
Lá, acabamos conhecendo um boxeador italiano, que é casado e estava comprando uns presentes também.
Após as compras, e já mais animado, decidi uma última tentativa explicando ao vendedor que eu era brasileiro e etc… O resultado taí:
Acho que foi o melhor momento de toda a viagem. Eu adorei o estádio. A mistura entre o tal exigido “profissionalismo” ou “modernidade” com o lado romântico do futebol parecia me perfeito no Boleyn Ground (antigo nome do Upton Park).

É engraçado que fiquei tão emocionado estando lá que esqueci de me atentar a alguns detalhes como por exemplo o que divide a arquibancada do campo. Sempre quis saber e agora não lembro se reparei…

Foi uma vitória da nossa parte e confesso que pensei até em enviar essas fotos e o vídeo para a atendente da administração só pra mostrar que dava sim pra dar um jeitinho.


Ah, ainda nas ruas de Londres, pude encontrar várias barraquinhas vendendo camisas de times, mas é impressionante como só tem as mesmas que encontramos aqui… Barça, Real Madrid, Chelsea, Manchester…

Bom, estava encerrada nossa missão em Londres. As 5 da manhã de um dia nublado deixamos a cidade e tomamos caminho rumo a Paris.
APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!
]]>Resenhando quadrinhos…
É um quadrinho de humor, mas sem muito conteúdo relevante, na minha opinião. É aquela linha pastelão, mas sequer usam nomes dos times de verdade. Gosto muito do traço do Francisco Ibáñez, mas acho que a linguagem dele é mais televisão que quadrinhos.
Pra quem ficou curioso, acesse o site deles: www.mortadeloyfilemon.com .
Confesso que não me animei muito. Mesmo sabendo que era um besteirol, esperava algo mais ácido e politizado. Tanto que demorei pra pegar o segundo livro que comprei, com medo de não gostar também e já me sentir meio derrotado em minhas primeiras compras em terras européias.
Ledo engano. Eric Castel, o personagem boleiro que já existe há muito tempo, principalmente na Espanha é um verdadeiro clássico do Futebol em quadrinhos.
O livro conta parte da história do próprio Eric Castel (não sei quem é a inspiração real pra ele), quando ele retorna ao Barcelona e tem que se firmar com jogador titular.
Além das dificuldades usuais, Eric tem que lidar com um Iuguslávo companheiro de time que não se dá muito bem com ele.
Pra buscar tranquilidade, Eric se refugia num bairro afastado de Barcelona, onde conhece “Los Juniores” um time de bairro que faz o atleta relembrar seu passado das ruas. Muito legal…
O quadrinho de Raymond Reding (falecido em 1999 e criador de outros heróis do futebol como ‘Vincent Larcher’, além do clássico Tintin) e Françoise Hugues é mais sério, mais quadradão e lembra um pouco os quadrinhos da marvel da década de 80.
Pra acabar, um bom vídeo mostrando outras ligações entre o futebol e os quadrinhos e universo comics:
Um pouco sobre Madrid e Amsterdam
Como eu havia dito no último post, fiquei enclausurado no aeroporto em Madrid por algum tempo, enquanto aguardávamos o vôo para Amsterdam, e comprei 2 quadrinhos sobre futebol lá. O aeroporto delá é tão grande que tem até Metrô pra te levar de uma plataforma a outra.
O futebol na Espanha não fala em outra coisa… As contratações do Real Madrid eram capas da maioria dos jornais.
Já aqui em Amsterdam, não se fala muito em futbeol. Mas fui no estádio do Ajax e conheci um monte de moleques fanáticos pelo time.
Ah, e ainda no avião, vindo pra cá, conheci um pibe de 14 anos que joga no sub 15 do Málaga, o pai dele veio falar comigo sobre o Corinthians ter sido expulso do torneio que disputaram aqui por treta… Tá vendo, a gente acha que essas coisas não são percebidas né….
Desculpe a pressa, depois escrevo mais… O estádio do Ajax é legal, mas moderninho demais hehehe
Abraços
MAU! in Europe!]]>
44- Camisa do Brasil de Pelotas

A Camisa de futebol número 44 é do Grêmio Esportivo Brasil de Pelotas, e a comprei na mesma loja que peguei a do SC Ulbra, pela bagatela de R$29,90, ótimo preço por se tratar de material oficial.
Como o cara da loja é gente boa e ainda acompanha os jogos do Ramalhão, vai aqui o fone dele, já que não tem site: (011) 4432-3063, sempre tem coisas boas a preços especiais por lá, fale com o Rubão!

Falando do Brasil de Pelotas, o time foi fundado em 7 de Setembro de 1911, ou seja no momento em que escrevo este post (2009) faltam apenas 2 anos para a grande festa do centenário.
Assim como outros clubes que já retratamos aqui no blog, o Brasil de Pelotas nasceu de uma divergência dentro de outro time, no caso, o Sport Club Cruzeiro do Sul, formado por funcionários da Cervejaria Haertel.
Diz a lenda que tudo foi por causa de um desentendimento de um pequeno grupo que estava colocando uma cerca no campo, enquanto outro permanecia em campo, jogando e negando-se a ajudá-los. Putos Chateados com isso, o grupo que estava trabalhando decidiu montar um novo time.
Como a fundação do novo time se deu no dia da independência, as cores da camiseta seriam verde e amarela. Isso gerou o primeiro motivo de rivalidade com o E.C.Pelotas, que tinha seu uniforme azul e amarelo, muito parecido com o deles.

Pra evitar maiores problemas, o pessoal do Brasil decidiu adotar o vermelho e preto, alusão às cores do Clube Diamantinos. O Brasil de Pelotas é também chamado de Xavantes, graças a um jogo, de 1946, contra o Esporte Clube Pelotas. O E.C. Pelotas seria campeão em caso de vitória.
O primeiro tempo ia acabando e o placar indicava 3 x 1, em favor do E. C. Pelotas. Pra piorar, o Brasil teve o zagueiro “Chico Fuleiro” expulso. Indignados, os jogadores do Brasil interromperam o jogo, o técnico chegou a ameaçar tirar o time de campo. Mas, a própria torcida ficou nas arquibancadas, fazendo com que a partida recomeçasse. Após tanta confusão, o jogo voltou a correr e o segundo tempo viu um Brasil com tamanha gana de justiça que conseguiu virar o placar para 5 x 3, transformando se na mais famosa vitória do time. Ao fim do jogo, a torcida rubro-negra invadiu o gramado, atropelando o alambrado que ficava ao lado das arquibancadas. O fato foi chamado de a INVASÃO DOS XAVANTES (esse era o ítulo de um filme em cartaz na época, em Pelotas). A partir daí, a torcida adotou a figura do índio xavante, como símbolo do time.

O material sobre o time na internet é muito vasto. Destaque para o site do time: www.brasildepelotas.com , o blog: http://blogxavante.com e o site http://colecionadorxavante.brahmsoftware.com.
O time manda seus jogos no Estádio Bento Freitas, fundado em maio de 1943, e onde cabem hoje 18 mil Xavantes.



Um ato curioso ocorrido no estádio foi a ameaça do Ministério Público de interdição do Bento Freitas porque a direção do time teria aprovado a venda de bebidas alcoólicas no interior do estádio, nos jogos da Série C, ato proibido por lei. Em se falando de títulos, vale lembrar que o time conquistou o Campeonato Gaúcho de 1919, e foi Vice em 1953, 1954, 1955 e 1983. Além disso, venceram o Campeonato Gaúcho da 2ª Divisão em 1961 e 2004.

Em 1985, o time fez história com a Máquina Xavante, time que chegou às semi-finais do brasileiro da série A. Existe inclusive um site contando a história do time: http://www.maquinaxavante.com.br.

O ponto mais triste da história do clube, aconteceu no início de 2009, com o acidente do ônibus da delegação, ocorrido há cerca de 300 km de Porto Alegre (no km 150 da BR-392), e que provocou a morte de um dos maiores ídolos do time, o atacante uruguaio Claudio Milar, do zagueiro Régis Gouveia, e do preparador de goleiros Giovani Guimarães, além de ferir outras 20 pessoas. A equipe retornava de um jogo-treino na cidade de Vale do Sol, onde havia vencido o Santa Cruz do Sul por 2 a 1.
A diretoria do clube até cogitou não disputar o Campeonato Gaúcho de Futebol de 2009, mas assim como na história que deu origem ao apelido “Xavante”, a equipe não desistiu e seguiu em frente. Abalado psicologicamente e com um time sem conjunto, conseguiu apenas uma vitória no campeonato e foi rebaixado para a Série B 2009.
Já escrevemos sobre o livro que narra o acidente (veja aqui o post sobre o livro).

O uruguaio Cláudio Milar era ídolo da torcida, com mais de cem gols marcados com a camiseta do Brasil.
O atacante costumava comemorar os gols homenageando o símbolo do clube, atirando uma flecha para as arquibancadas.

Atualmente o G.E.Brasil possui várias torcidas organizadas como por exemplo Máfia Xavante, Garra Xavante, TOB, Comando Rubro-Negro , TODEX, Camisa 12, Paz Xavante, Mancha Rubro-Negra, Torcida Independente Rubro-Negra, Torcida Organizada Feminina, Índio Xavante, Torcida Raça Xavante, Gaviões da Baixada. Ainda em 2009, o time segue disputando a série C do nacional.
Termino o post com uma breve matéria sobre a torcida Xavante, e deixo os meus sentimentos para que o clube consiga superar a dor do acidente de 2009 e em 2010, possa voltar à primeira divisão do Gaúcho, acredito que terá muita gente torcendo por isso, e eu serei uma dessas pessoas! Força Xavante!!!
APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!
Seleção Brasileira
“Para quem (assim como eu) critica a seleção brasileira” compara as seleções recentes (anos 80 até hoje) às do passado (anos 2010).
Hoje, minutos após assistir à semi-final da Copa das Confederações 2009, sinto me na obrigação de escrever um novo post e além de renovar a minha crítica.
Seria superficial criticar apenas o técnico Dunga.
Até porque aquele Dunga jogador raçudo, que não só incentivava, como cobrava o time inteiro, foi abduzido por alienígenas.
Com aquele Dunga, essas estrelinhas não teriam vez.

Esse Dunga que colocaram no lugar tem cara de “obediente”.
Ainda que mostre sinais de pensamento próprio quando lida com a mídia.
Ele, sem reclamar, segue comandando um time apático, ruim tecnicamente, sem força de conjunto, sem brio, sem raça, formado por atletas que parecem não ter nada a perder ou a ganhar com o jogo.
Um time que perdeu a identificação com aquele torcedor que gosta de futebol. Hoje, quem consegue torcer para a seleção é aquele tipo de torcedor que não está acostumado a torcer pra um clube.
Ele xinga quando perde e aplaude quando ganha.

Será que um dia alguém vai confessar o que acontece de verdade?
As convulsões do Ronaldo, a estranha eliminação da última Copa, a apatia irritante num jogo como o de hoje, enfim…
Nada disso faze sentido nem lógica pra mim…
Como aquele Robinho do Santos pode ter se transformado num jogador tão normal, tão chato, que só olha pra ele mesmo?

Como deixamos um “playboy” metido a galã, alimentado com farinha láctea e que na primeira dificuldade se esconde e deixa de ser a referência do time?

Aliás, a torcida do São Paulo o “escurraçou” do clube por isso.
Muitos jornalistas dizem: “A torcida do São Paulo foi burra, fez o time perder dinheiro.” Mas ninguém aguenta um cara assim no clube que torce.
Aliás, é por isso que ninguém fica mais tão irritado com o Brasil, no fundo, ninguém mais torce nem se identifica com o tipo de futebol que essa seleção joga há tempos (exceto no período Felipão, o último cara de verdade que pisou no solo da CBF).

O pior é não ter uma resposta. Olhando pelo lado mercantilista, eu vejo uma marca ser queimada. Do lado romântico, eu vejo o fim dos tempos.
O que mais pode acontecer?
Acreditem, o brasileiro está deixando de gostar de futebol e isso é irreversível.
As gerações atuais já dedicam muitíssimo mais tempo a games, orkut, msn e à música da última moda, do que ao futebol.
Não se trata de ganhar, não se trata de jogar bonito…
Se trata de envolver quem assiste, quem acompanha, quem faz parte…
As más fases de times como o Palmeiras e Corinthians fizeram aumentar o envolvimento torcida/clube mesmo com os times na 2a divisão. Por que? Porque havia o algo mais.
O jogo de hoje só segurou o torcedor até o fim porque ainda valia vaga na final.

O gol foi triste. Foi decepcionante. Na sala, eu e meu pai ficamos como se fosse um gol contra nosso time. “Agora o Dunga é gênio”…
Não é possível que a mídia, a CBF, o Dunga e os jogadores não percebam que estão matando o espetáculo. O suspense acabou, a emoção se foi… O final foi previsível, o Brasil ganhou, o jogo foi chato, sem graça, mal jogado…
Mas… Antes que eu seja chamado de extremo pessimista, ou que digam que é fácil criticar e não sugerir uma solução, quero dizer que pra mim, existe uma saída. Meio maluca, mas existe.
É transformar a seleção brasileira no maior clube do mundo.
Um clube que não disputa só Copa do Mundo e etc, mas um time que vai ficar constantemente em tour pelo mundo desafiando os melhores clubes e seleções em suas casas.
Um time que vai jogar contra o campeão brasileiro da série A, B, C e D, porque além de bom, esse time precisa entender o inferno que é disputar uma competição dessas, conhecer esses estádios que não abrigarão jogos da Copa do Mundo, mas abrigam os corações dos torcedores dos clubes menores.
Um time que vai gerar renda de verdade, que não vaio precisar se vender para outras marcas.
Um time que vai ter tempo de treinar, e que vai trazer de volta o amor ao futebol, porque será um time feito para ganhar e jogar bem.
É mais ou menos como a história de Rocky VI, o campeão só será realmente valorizado quando mostrar energia, quando mostrar que tem coração.
Por hora, essa seleção me dá é nojo…
Futebol Punk/Oi!
APOIE A BANDA DA SUA ÁREA!
]]>39- Camisa da Ferroviária de Assis
A 39ª camisa da coleção é uma das que considero especiais. Acho até que pessoalmente, é a de maior valor histórico das que eu tenho.
Pertence à já extinta Associação Ferroviária de Assis:

E a considero histórica, primeiro porque, embora seja o uniforme número 2 (o número 1 é vermelho com os destaques em branco) é uma camisa oficial e foi usada em partidas oficiais na década de 70, pelo time da cidade de Assis, onde meu pai passou boa parte da infância.
Além disso, como parte da família trabalhava na Estrada de Ferro Sorocabana, meu tio “Zé”, na época conhecido como Alemão, jogou na equipe. Olha ele aí numa “clássica” 3×4:

Olha ele aí agachado (o 3º da direita pra esquerda):

A Associação Atlética Ferroviária de Assis (AAFA) foi fundada em 1927, sendo mais uma linda história de amor entre o futebol e a ferrovia. Miguel Belarmino de Mendonça foi o primeiro presidente do clube.

Até o início dos anos 40, o time se manteve na disputa de amistosos e de torneios regionais, sempre jogando com a casa cheia!



Mas em 1942, fez sua estreia no Campeonato do Interior, sendo campeã da 13a região e chegando até a 2a eliminatória (equivalente às quartas de final).


Em 1943, a Vermelhinha novamente foi campeã da 13a região e chegou à 3a eliminatória (também equivalente às quartas de final), sendo eliminada pelo Noroeste, que seria campeão:

Chegou 1944 e a AA Ferroviária se consolidou como força da região sendo campeã pelo terceiro ano consecutivo da sua região e avança até a fase inter regional do campeonato, sendo eliminada pela Ferroviária de Botucatu:


Adivinha o que houve em 1945? Mais uma vez a AA Ferroviária vence o seu grupo! Mas mais uma vez um time de Botucatu elimina a vermelhinha…


Chegamos a 1946 e como já esperado a AA Ferroviária sagrou-se campeã do seu grupo, classificando-se para a próxima fase, que também foi um grupo e mais uma vez, sendo vencido pela Botucatuense.

Aliás, vasculhando pelas redes sociais da cidade de Assis, achei uma foto muito bonita do time, de 1946:

Em 1947, disputou novamente o Campeonato do Interior, novamente chegando até a fase regional e sendo eliminado pela Botucatuense.

Por conta do endereço de seu estádio e da cor da sua camisa, o time era apelidado de “a vermelinha da Rua Brasil“.
O nome oficial do estádio é Dr. Adhemar de Barros e sua construção foi gradativa: primeiro o campo, depois as arquibancadas, os vestiários e por fim a iluminação. (Veja maiores detalhes do estádio no post sobre minha visita recente à Assis).
Aqui, o estádio nos anos 50:

Por fim, o acolhedor e ao mesmo tempo intimidador Estádio Dr. Adhemar de Barros estava pronto, como podemos ver nessa foto do site www.umdoistres.com.br, de Assis:

Foi nele que o time mandou seus jogos e até hoje, ele segue ali na Rua Brasil, não muito diferente do que era na época.
Esta é a charmosa arquibancada, parcialmente coberta que fez parte da infância e da juventude de quem amava futebol nos anos 50 e 60…
Sua capacidade era de pouco mais de mil torcedores que ali estiveram para apoiar times como esse:

Aqui, o gol do lado da Rua Brasil:
E o “gol dos fundos”:
Deu até pra gente bater uma bola…
Lembrando que essas traves já foram defendidas por ninguém menos que o goleiro Jefferson, que chegou a atuar pela seleção brasileira, mas ficou famoso jogando pelo Botafogo do RJ.
Também conhecida como a “Veterana“, o time da Ferroviária marcou época e entrou pra história ao disputar a série A2 de 1949 até 1952, quando foi rebaixada pela lei que exigia que as cidades tivessem um mínimo de 50.000 habitantes.




Essa foi sua campanha em 1949, quando não passou da primeira fase, a “Série Preta”:


Aqui, a campanha de 1950, e mais uma vez, não passou da primeira fase, a “2a Série”:


Aqui, a campanha de 1951:


E esta a de 1952:


Disputou a série A3 de 1953 até 1957, com destaque para o empate conquistado em 1957 contra o Tricolor Paulista que visitou Assis sem grandes pretensões, mas não conseguiu vencer a vermelhinha!



Retornou à segunda divisão em 1958 e 1959. Em 1958 fez uma campanha bem ruim, terminando em último do Grupo Verde:



Em 1959 mais uma campanha ruim…:



Voltou a jogar a A3, a partir de 1960, aqui, uma foto do time dessa época:




Mesmo em alta, o time via-se atolado em dívidas, o que obrigou o presidente da época, Joãozinho Maldonado a tentar vender “Mingo” o maior de seus craques à Portuguesa.
Pra piorar, a Lusa achou que o valor era alto demais e não comprou o jogador que preferiu ficar trabalhando na Estrada de Ferro.

Infelizmente, em 1967, o clube perde uma partida decisiva em Marília e licencia-se, iniciando-se uma crise, que foi agravada ainda mais com a ascensão de outro time da cidade, o VOCEM (veja a camisa dele aqui).
Foto do amigo Luciano Mendes, que lembrou que nesse ano a equipe disputou com Palmital, Bauru AC, Dracena, Garça, Piraju, Veracruzense, Guarani de Adamantina e São Bento de Marília:

E assim como a Estrada de Ferro começava a perder a atenção para as grandes autopistas, em 1976 a Ferroviária disputa seu último campeonato profissional, em detrimento do futebol moderno e caro.

Mesmo fim de muitos times importantes do interior fizeram e ainda estão fazendo hoje em dia. Uma prova viva do desinteresse cada vez maior do brasileiro pelo futebol. Mas aí vão mais algumas fotos do passado para quem sabe calentar os corações que podem ter se congelado:


Time de 1975:


