33- Camisa do Clube Atlético Taquaritinga

Camisa do Taquaritinga

Essa camisa foi presente do atacante Paulinho McLaren, quando o entrevistei no fim de 2008. Não lembra? Reveja aqui. O Clube Atlético Taquaritinga, o “CAT” é o time que defende as cores da cidade paulista de Taquaritinga, no interior de São Paulo. Atualmente (2009), disputa a série A2 do Paulista (veja a classificação do campeonato aqui). O nome Taquaritinga tem origem no tupi-guarani e significa “taquara branca e delgada”, tipo de vegetação comum na região da cidade. O CAT foi fundado em 1942, inicialmente com as cores da bandeira italiana, logo alteradas devido à II Guerra Mundial, saiu o branco e entrou o preto, representando o luto pela afronta. Aliás, alguém lembra de outro time com a mesma combinação de cores? Diz-se que no mundo do futebol é única.

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Desde o fim da década de 50 disputou a Segunda Divisão de Profissionais, mas no final dos anos 60 se licenciou, só retornando, na Terceira Divisão em 1974. Em 1981 conquistou o acesso à Segunda Divisão, e no ano seguinte (1982) conquistou o título estadual, da segundona, o que levou o time à elite do futebol paulista.

Entretanto, a cidade não possuía um Estádio que atendesse aos padrões exigidos para aquela competição. Foi aí que mais uma vez o futebol deixou de ser esporte pra se transformar em história. Inconformada com o pergio de não disputar o campeonato, a população se mobilizou e em três meses, através de um histórico mutirão, ergueu para a Prefeitura o Estádio Adail Nunes da Silva, o Taquarão (estivemos por lá, clique aqui e veja como foi). Prometo um post só sobre esse evento, porque sem dúvida isso serve de exemplo pra todos os times de hoje, em especial ao meu Santo André. Veja o documentário sobre a construção:

O jogo amistoso de inauguração foi contra outro time inspirado na Itália, o Cruzeiro, que ganhou de 5×2, num estádio lotado

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Estreando na Primeira Divisão de Profissionais, em 1983, o CAT foi bem, não se classificando por muito pouco para a próxima fase, destaque para a vitória sobre o Corinthians de Sócrates e cia.

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Na temporada seguinte o time não se segurou e voltou à divisão de acesso do futebol paulista, onde ficou de 1985 até 1992, quando conquistou o título da Divisão Intermediária, mas acabou rebaixado para a A2 em seguida. Daí pra frente, o Taquaritinga nunca mais voltou à série A1, chegando a cair pra A3 Seu mascote (assim como o de outros 200 times) é o leão.

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Lembro-me que o CAT foi adversário do Santo André por várias vezes, e procurando na minha coleção de canhotos de ingresso, achei essa preciosidade:

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E um detalhe muito interessante é que em 1957, o time conquistou a Taça dos Invictos, ao ficar 20 jogos sem perder. Não encontrei um site oficial do clube ou da torcida (se não me engano, existia a “Jovem Garra do Leão”), mas achei este blog com várias notícias do time: http://cattaquaritinga.blog.terra.com.br/

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31- Camisa do Náutico – PE

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O Clube Náutico Capibaribe é mais um dos tradicionais times fundados no início do século passado, mais precisamente, em 1901, em Recife, sendo o mais antigo time do Pernambuco. Tem suas cores tradicionais vermelho e branco, mas na verdade nasceu como azul e branco, como o meu Ramalhão (que por sua vez nasceu amarelo e verde…) Na falta de uma eu tenho duas camisas do Náutico. Uma época eu fiquei meio empolgado por causa do Kuki, aquele jogador que fazia gols demais…

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É considerado o clube das colônias alemã e espanhola no Recife. Seu primeiro distintivo mostrava que o nome não era por acaso, os esportes náuticos eram uma força dentro do clube.

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Com o futebol ganhando mais força, o distintivo teve uma nova versão (a atual):

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É um dos times que domina o campeonato pernambucano, junto do Sport e do Santa Cruz. Seu mascote é o Timbú!

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Aqui, uma imagem do início do time: Seu Estádio é o Eládio de Barros Carvalho, mais conhecido como Estádio dos Aflitos, por localizar-se no bairro de mesmo nome (o Bairro leva esse nome por causa da Igreja N. Sra dos Aflitos). A capacidade é de 20 mil torcedores.

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Estivemos no Estádio dos Aflitos em 2022 para conhecê-lo (veja aqui como foi o post):

Aqui, o time de 1989: Possui a rivalidade histórica com o Sport Club do Recife, com quem faz o Clássico dos Clássicos, terceiro clássico mais antigo do Brasil e com o Santa Cruz , com quem faz o Clássico das Emoções. O site oficial do time é www.nautico-pe.com.br . A torcida é realmente barulhenta e empolgante. Existem vários sites feito por eles, como o www.timbunet.com.br/ e o da organizada www.fanautico.com.br/ , entre outros. Aliás, é impossível falar da torcida sem lembrar do grito de guerra deles. Como o Santo André já jogou várias vezes contra o Náutico, posso dizer que me familiarizei e sempre achei louco o grito: “N…. Á…. U…. T…. I… C….O….”

Além disso, vale citar a influência das Barras, não organizadas, que nasceram nos Aflitos com a Alma Alvirrubra, também conhecida por “Curva Sul”. Eles não cobram mensalidade, não tem diretoria, uniforme ou produtos oficiais. Assim sendo, qualquer torcedor é livre para confeccionar osa trapos. Confira a rapaziada:

Em 2006, o Náutico voltou à primeira divisão, tentando assim apagar a triste memória do ano anterior, quando protagnizou uma dos jogos mais fantásticos dos últimos anos, que chegou a virar filme. Falamos da “Batalha dos Aflitos”. Confira o que foi:

Mas o que eu mais me recordo é do artilheiro Bizú, que marcou minha infância! O Náutico segue na série A, com a força de sua torcida e a garra de seus jogadores! Boa sorte!

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Rolê por Buenos Aires parte 2

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Bom, encerrando minha história boleira por Buenos Aires no carnaval, acho que vale a pena contar sobre como é o mercado argentino de material esportivo e produtos relacionados aos clubes.
Aqui no Brasil, quando penso em comprar uma camisa, me sinto refém de dois tipos de comércio: lojas como a “Roxos e Doentes”  que vendem uma grande gama de camisas, shorts e demais materiais esportivos, mas tudo a um preço sempre salgado,  e o mercado informal, que vende as camisas piratas de baixa qualidade, mas a preços acessíveis.
Em Buenos Aires é comum encontrar camisetas “cópias” que conseguem aliar qualidade e preço (ou seja, não são tão caras quanto as oficiais, nem tão vagabundas quanto às piratas convencionais).
Além disso, vale lembrar que a gama de produtos vendidos relativos aos times é enorme, e muito bem distribuída (ainda que boa parte não seja licenciamento da marca, mas sim mera exploração).
Canecas, cachecóis, camisetas, bandeiras, canetas, bottons, adesivos, blusas, bolas, meias… Tem de tudo e de TODOS os times.
Dessa última viagem voltei com um shorts do Tigres, presente do amigo Tano, vocalista da banda Muerte Lenta. O Tigres é um time que nem é tão conhecido aqui no Brasil, mas que tem produtos facilmente encontrados.

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Voltei com mais cds do que camisas desta vez.
Só trouxe 2, uma do Estuidiantes e outra do Quilmes, que depois eu posto aqui.
A cultura do futebol é mais presente que nas ruas do Brasil.
Das lojas da periferia, ou do Bairro Once (a 25 de março de lá) até as arborizadas e ricas ruas da Recoleta, onde os boleiros mais abonados pagam caro numa pizza no bar Loucos por futebol.
Abaixo, a Mari se diverte vendo os preços e comemorando que eu é quem iria pagar a conta. (O cardápio é bem legal)

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Valeu também dar uma outra olhada no estádio do Al Magro, que fica na periferia (ou seja, fora da Grande Buenos Aires).
Fiquei sabendo um pouco mais sobre o San Telmo, time do bairro homônimo, onde fiquei hospedado num hotelzinho por menos de R$40 o casal.
Depois conto mais sobre o time.
Enfim, se vc curte futebol, não tem o que pensar. Tem que conhecer a Argentina….

O mito das figurinhas

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Claro, foi isso! As figurinhas! Eram minha principal fonte de informação, muito mais que o jornal, que ainda soava adulto demais, e a Placar que eu não tinha tanto acesso. Luís Carlos Tófolli, Cláudio André Mergen e Raimundo Nonato Tavares da Silva eram nomes fáceis pra qualquer criança de 10, 11 anos. Nossos pais os conheciam apenas superficialmente por Gaúcho, Taffarel e Bobô, mas nós, os moleques do bairro sabíamos tudo. O número da camiseta, a posição, onde nasceu, onde jogou, número da figurinha, ao lado de quem ficava no campo, no álbum, enfim… Eram tempos mágicos. Por que mágicos? Porque quase dava pra usar as figurinhas do ano anterior no álbum da época, tamanha era a manutenção dos atletas em seus clubes. Lembro do goleiro Ademir Maria (só falta eu ter lembrado errado), que era o goleiro reserva do Inter… Ele ficou anos ali… na segunda página do Inter. Jogou pouquíssimas partidas, mas era figurinha comum nos álbuns. E as figurinhas especiais? Os distintivos? Os mascotes? Os técnicos? As figurinhas carimbadas…. Eram tempos mais divertidos. Mais simples, menos arrogantes, menos bussines. Hoje, os poucos álbuns que são lançados trazem informações que logo se alteram graças a jogadores que trocam de time ali, no meio do ano), sem contar os vários times que não participam (principalmente Atlético PR e Corinthians) por não conseguirem chegar a uma conclusão sobre os direitos de imagem. Forçando um pouco a memória, acho que o primeiro álbum ligado ao futebol foi o do campeonato paulista de 85, com figurinhas mais quadradas, um pouco diferente das que se tornaram tradicionais anos depois. Tentei encontrar estes álbuns para comprar, mas…. nunca tive a oportunidade, um amigo me disse que mesmo se eu achar ainda vou pensar duas vezes porque além de tudo não são nada baratos. A troca, o “bater bafo”, o “cata-deixa-não-se-queixa”, o “cachorro-louco”, os bolsos estufados dos  “bolos”… Existia todo um universo paralelo pra quem as colecionava. Mas, como disse Paulo Machado de Carvalho numa entrevista que a TV Cultura reprisou esses dias… ” Certas coisas que aconteceram, nunca mais serão vistas. Nunca mais veremos um Pelé, um Maradona, nunca mais veremos um Golias (comediante), um Adoniran.” Nunca mais veremos essa cultura inocente e heróica das figurinhas. Salvar]]>

23- Camisa do Paulista de Jundiaí

23ª camisa da coleção foi fruto de sorte.
De tanto ir e vir de Cosmópolis (onde mora a família da Mari), decidimos um dia desses entrar em Jundiaí e arriscar achar uma camisa pirata do Paulista.

Descobri que não existem camisas piratas do time. Entretanto descobri uma fantástica promoção na loja Passarela (que patrocina o time) e a Mariana comprou pra mim a oficial por R$ 29,90, como presente. Falar sobre o Paulista de Jundiaí é engraçado pra mim porque devido ao grande número de importantes encontros com o meu Santo André eu carrego certa mágoa deles. Entretanto, como tenho bons amigos na cidade (Daniel, Lesmão e família, por exemplo) nunca peguei birra do time. Bom, esse é mais um time que surgiu graças à estrada de ferro.

Foi fundado em 1909 (ou seja, estamos no ano do centenário do time, assim como do Coritiba -ps- escrevo este post em 2009), por funcionários da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. O clube substituiu o Jundiahy Foot Ball Club, que existiu entre 1903 a 1908. O site oficial do time é www.paulistafutebol.com.br Seu mascote é o galo da Japi.

Seu estádio é o Jayme Cintra, inaugurado em 1957, e com uma capacidade de 14.771 torcedores. Aliás, como é difícil chegar lá… Eu sempre erro… Mas chego!

Após disputar por muitos anos a segunda divisão estadual, obteve o acesso para 1a divisão, em 1968, de maneira invicta, e lá ficou por dez anos, sendo rebaixado em 1978, e retornando apenas em 84 ao golear humilhantemente o VOCEM por 7×1 (mais um motivo que eu teria pra não suportar o Paulista).
Em 86, adivinha? Rebaixamento de novo. Pra piorar, anos mais tarde, conseguiram ser rebaixados para a A3.
Mas é aí que começa a grande mudança. Ainda na primeira metade dos anos 90, acontece a parceria com a Lousano, que fez o time (pasmem) mudar o nome para Lousano Paulista. Consequências?

Em 1995 o time subiu da Série A-3 para a A-2 (eu assisti um jogo deles esse ano, em Paraguaçú Paulista, contra o Paraguaçuense), e em 1997, o Galo conquista o inédito título da Copa São Paulo de Futebol Júnior.
Em 1998, foi desfeita a parceria com a Lousano, mas o clube acerta uma nova parceria, dessa vez com a Parmalat.
Pasmem pela segunda vez, porque novamente eles….. mudaram de nome!!!
Surgia o Etti Jundiaí, que formou grandes esquadras para disputar a A2.

Lembro me de 2000 quando fomos até Jundiaí ver a semifinal entre Santo André e Etti. Perdemos por 1×0, mas tinha certeza que reverteríamos no ABC. E revertemos. Ao menos até boa parte do 2º tempo quando num daqueles lances inexplicáveis do futebol levamos o gol do empate e da desclassificação. Mas só no ano seguinte o Etti conseguiu o acesso à A1, e também o acesso à série B do nacional.

Em 2002, termina a era dos investimentos e o Paulista volta a tocar a sua vida sem parceiros, com o nome do clube voltando a ser Paulista após um plebiscito realizado na cidade.
Em 2004, o clube perdeu a final do Campeonato Paulista para o São Caetano, e em 2005, chegou ao auge da sua fama em nível nacional, ao conquistar a Copa do Brasil. Relembra como foi:

Em 2006, o Galo disputou a Libertadores, e mesmo não passando da 1ªfase, fez história ao vencer o River Plate em Jundiaí, pelo placar de 2 a 1:

O maior rival do Paulista nunca deixou de ser a Ponte Preta; as duas equipes do interior travam sempre uma batalha dentro e fora de campo.
Possui várias torcidas organizadas, como a Raça Tricolor e a Gamor Força Jovem. Existe um site (aparentemente feito por torcedores) com ótimas informações: www.meupaulista.com.br

Viva alguns momentos na pele do torcedor:

Por fim, para quem quer mais história, encontrei um Livro sobre o Paulista, chamado Jundiahy Foot Ball Club ou Paulista F. C. , por Cláudio Lucato (2002):

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Futebol e o genocídio na faixa de Gaza

Enquanto o sangue de centenas de inocentes segue a ser derramado, o mundo ocidental começa a se manifestar.

O mesmo futebol que por vezes se levantou contra o massacre dos nazistas impostos aos judeus e outros grupos, pede aos judeus que não façam o mesmo aos palestinos.

A primeira grande manifestação dentro do futebol “comercial” foi a do atacante Kanouté, do Sevilla, que após marcar um gol contra o La Coruna mostrou uma camisa em apoio à causa palestina.

Foi multado em 3mil euros, numa punição imposta pela Federação Espanhola de Futebol que proíbe que os jogadores exibam mensagens políticas ou religiosas.

Kanouté nasceu na França, mas é descendente de malineses. Jogou pela categoria de base da França, mas preferiu defender as cores de Mali na seleção principal. Nos clubes, começou no Lyon e teve passagens por West Ham e Tottenham e atualmente joga pelo Sevilla.

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No Brasil a equipe de várzea Autonomos, está buscando um time de jovens palestinos residentes no Brasil para a realização de uma partida amistosa como forma de apoio e crítica ao genocídio. 

O blog do Autonomos é: http://autonomosfc.blogspot.com/

E por meio deste blog, expresso minha opinião: Chega de covardia e guerras que dizem defender o mundo do terrorismo mas que se mostram usando os mesmos métodos cruéis que atingem civis, sem distinguir crianças dos “terroristas profissionais”.

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Boleiros do Cerrado – índios xavantes e o futebol

http://punkcanibal.zip.net e estudioso dos Xavantes, foi até lá e escreve o relato abaixo: Foi lançado no dia 12 de dezembro de 2008, em São Paulo (livraria Martins Fontes), o livro “Boleiros do Cerrado – índios xavantes e o futebol“, de Fernando de Luiz Brito Vianna, o Fedola.

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Um lançamento direto para o gol, fazendo sucesso não só entre os antropólogos como também para uma arquibancada de estudiosos da bola que vem crescendo no Brasil. Fedola – que para mim é uma espécie de “irmão mais velho” (indub’rada, em língua xavante) na pesquisa de campo do povo Xavante – estava muito à vontade dando autógrafos para a torcida de amigos, boleiros profissionais, etnógrafos e família. Entrar no mundo xavante através do futebol é o maior trunfo de seu trabalho, ainda mais porque os Xavante não escondem de si mesmos o fundamento lúdico de sua humanidade, como poderia dizer um antigo estudioso do jogo – Johan Huizinga. Para os Xavante, não existe tanta diferença entre ritual, brincadeira e jogo – a palavra é uma só, dató. Algumas de suas instituições mais importantes envolvem a disputa jogada, como a relação entre os grupos de idade. Eles levam muito a sério suas brincadeiras e também sabem jogar duro, como pude sentir na pele ou, mais precisamente, no corpo. Não só no esporte como na dança, na caça, na vida… praticam um verdadeiro jogo de corpo. E encará-los através do futebol também facilita o jogo para os leitores brasileiros, para quem essa arte importada pela nossa tão celebrada antropofagia se tornou um símbolo nacional. Um símbolo mitológico da brasilidade, tão fundamental para nossa idéia de “nação” quanto os “nossos índios” o são. Talvez por isso mesmo este livro atraia tanta atenção, sendo um verdadeiro “jogo absorvente”. Guilherme Falleiros http://punkcanibal.zip.net P.S.: Assim como o Mau, os Xavante adoram receber camisetas de presente. Sua camiseta do Juventude de Primavera do Leste, que eu trouxe diretamente do serrado xavante, está a espera do jogador que irá vesti-la! Salvar]]>

Arquibancadas bem usadas.

Eu sei que no Brasil a polícia age com maior rigor e força do que nos estádios do resto do mundo.

Mas será mesmo que a gente nunca vai usar os estádios como forma de manifestar nossos desejos e sonhos de liberdade?

Olha que bonita faixa em solidariedade e continuação do movimento que está acontecendo na Grécia.

FRANCE SOCCER CHAMPIONS LEAGUE

A história da bola no Brasil

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Muita gente acha que o Brasil é o país do futebol, mas cada vez mais percebo que o brasileiro não gosta de futebol, ele gosta é do time dele, e apenas quando está ganhando, caso contrário, ao invés de ver o jogo ele prefere buscar outra forma de se divertir.

O próprio presidente do Corinthians foi flagrado almoçando outro dia enquanto o timão fazia seu jogo da volta à série A (veja essa história no blog do Juca, no dia 10/11, clique aqui para ler).

Além disso, repare quão pequena é cultura nacional gerada em torno do esporte. Quando esse post foi escrito, em 2008, ainda eram poucos os livros, filmes e estudos abordando a tal “paixão nacional”. 

Agora, em 2020, direto do futuro, eu posso dizer que esse cenário mudou um pouco. Tentando colaborar nesse sentido, esse post nasce com a ideia de se contar um pouco sobre a história da bola de futebol aqui no Brasil.

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A história que se é contada e repetida pela imprensa paulista é que as primeiras bolas teriam sido trazidas ao Brasil por Charles Miller e Hans Nobiling em 1894.

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Charles trabalhava na São Paulo Railway Company (que depois viria a ser a Estrada de Ferro Jundiaí – Santos, que atualmente liga a capital ao ABC).

Baseado nisso, alguns historiadores citam o Campo do Serrano, de Paranapiacaba como um dos primeiros do país. Porém, também dizem que em 1872, os padres do Colégio São Luís, em Itu, no interior de São Paulo, já organizavam partidas entre seus alunos.

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Já no Recife, Guilherme de Aquino Fonseca, pernambucano que viveu por muitos anos na Inglaterra, teria sido o responsável pela primeira bola da região.

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No Rio de Janeiro se fala em Oscar Cox como o responsável por trazer a pelota em 1897 (ano que chegou ao país). Mas ainda em 1878, teria ocorrido uma partida no Rio, em frente à residência da princesa Isabel, entre marinheiros britânicos que ao final do jogo levaram a bola embora.

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Fala-se também em Thomas Donohoe, um inglês contratado pela fábrica Bangu que teria trazido uma bola por volta de 1891.

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E foi no Rio de Janeiro, mais precisamente em Petrópolis, no começo do século 20, que surgiu o primeiro fabricante de bola de couro cru do Brasil, obra do sacerdote Manuel Gonzales, do Colégio Vicente de Paula. No sul, as primeiras bolas de futebol apareceram na cidade portuária de Rio Grande e cidades próximas da fronteira com o Uruguai. Existem relatos de jogos nas cidades de Uruguaiana e Santana do Livramento antes de 1900. Podemos citar o alemão Johannes Christian Moritz Minnemann e Cândido Dias da Silva como pioneiros.

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As bolas daquela época eram bem diferentes das nossas atuais.

Tinham uma abertura por onde entrava uma câmera inflável de borracha, e pra fechar tal abertura era usado um cadarço que ficava amarrado para o lado de fora, dando chance dos jogadores se machucarem nas cabeçadas, por isso era tão comum se utilizar aquelas touquinhas. Abaixo duas fotos de bolas da época:

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Nos anos 40, as bolas passaram a ter costura interna, sem a abertura e o cordão. Mas seu couro encharcava nos dias de chuva, tornando-as extremamente pesadas, lembrando as bolas de capotão que a molecada usava na década de 80.

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Em 1962, estreou a pelota com 18 gomos, mais leves e estáveis.

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Na copa de 70 foi usada uma bola com 32 gomos, totalmente de couro e costurada a mão.

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Em 78 surgiu o grande ícone, a bola “Tango” produzida pela Adidas para a Copa do mundo, e que foi base pras todas as bolas desenvolvidas até 2002.

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A partir dos anos 90, muito se inventou na área da tecnologia, para melhorar a performance dos chutes, e velocidade da bola, assim como os modelos utilizados. A Copa de 2002 usou a Fevernova:

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 Na Copa de 2006, foi a vez da Teamgeist:

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Para constar, a bola oficial de futebol, como determina a regra, deve ter uma circunferência superior a 68cm e inferior a 70cm. Seu peso, no início da partida, deverá ser de 450g no máximo e de 410g no mínimo.

A pressão deverá ser igual a 0,6 -1,1 atmosferas (600 – 1.100 g/cm²) ao nível do mar. Isso na teoria, porque na prática, pra quem ama futebol, a bola é o de menos, valem latinhas amassadas, limões, bola de plástico e o que mais se quiser usar pra atender aos chamados e a vontade dos deuses do futebol. Sal

13- Camisa da Seleção Argentina

Camisa da Argentina

Camisa da Argentina

A camisa 13 é bastante representativa. Nas últimas décadas, a seleção Argentina substituiu o Uruguai como ícone de uma enorme rivalidade com o futebol brasileiro.

Muito disso foi causado pela mídia burra e manipuladora que insiste em transformar grandes jogos em grandes brigas.

Mas acredito que cada vez mais isso está diminuindo, e a prova maior disso é o número de camisas da seleção e dos clubes argentinos que se pode ver nas ruas das cidades brasileiras.

As três camisas acima são da Argentina, porém a de número 10 é uma camisa comemorativa ao título mundial de 1986 (aliás, ela foi presente do grande amigo Guga, talentoso redator, brilhante profissional de Marketing, além de basqueteiro falido e baterista esperançoso).

[caption id="attachment_257" align="aligncenter" width="407"]Campeões de 1986 Campeões de 1986[/caption]

Eu confesso me identificar muito com o jeito do jogador argentino, que valoriza mais a identificação e dedicação do que a “firula” e a humilhação. Mas não sou inocente de não perceber que a seleção argentina também passa por um momento delicado e já conta até com uns jogadores que as vezes dão uma de “estrelinha”.

Como superar isso? Que tal chamar a maior lenda do futebol para dirigir a seleção? Para alguns parece piada, pra mim, parece mágica, é ótimo poder vê-lo dentro de campo em pleno século XXI.

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Bom, só pra constar, na minha última ida à Buenos Aires e influenciado pelo meu curto mas esforçado tempo de treino de rugby, comprei a camisa do PUMAS (a eleção Argentina de Rugby), segue-a:

E pra terminar, como sou um profissional da publicidade acho que consigo através de uma pequena sequência de comerciais mostrar um pouco da diferença entre nossa cultura. Se para muitos soa estranho fazer propaganda de cerveja sem apelar pro clichê machista da mulher em biquíni, veja como se cria uma marca de cerveja!

Essa última, da Coca  Cola todos achavam ter sido feita pro Brasil…

SOMOS LATINOS!!!

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