FanPage Acervo Lemense e o amigo Rafael Murer dividem em imagens e relatos o que acontece com o Estádio Hilário Harder.
Similar ao que houve no passado em Santo André (quando parte da arquibancada do Estádio Bruno José Daniel foi demolida), o Estádio Hilário Harder foi ao chão, no caso pra dar lugar à nova prefeitura.
No caso do ABC, o fato acabou virando música do Visitantes
Rafael Murer relembrou a frase que diz “Deus dá o desafio, conforme o torcedor” e disse o seguinte:
“Foi no começo do ano, é muito difícil pensar sobre isso, é complicado, porque é história que vai pra traz… Mexe muito comigo.O Hilário Harder é um estádio que já tinha o sofrimento em seu DNA, no passado um vendaval reitrou parte do telhado dele e depois disso ele nunca voltou a ser o mesmo.Na época, o estádio ficava no meio do nada, ainda nas ruas de terra…”
O Estádio foi a casa do EC Lemense até o fim da década de 70. Foi ali que a torcida local viu e apoiou a conquista do quarto nível do Campeonato Paulista de 1978 (na época chamado de “Segunda divisão).
Olha a campanha do time naquele ano:
1ª Fase
19/03/1978: Itapira AC 1×0 EC Lemense
25/03/1978: EC Lemense 1×1 Jabaquara
02/04/1978: Barra Bonita 1×1 EC Lemense
09/04/1978: EC Lemense 2×0 Palmeirense
16/04/1978: Guaçuano 0x1 EC Lemense
23/04/1978: EC Lemense 2×0 União de Tambaú
30/04/1978: EC Lemense 2×0 Sete de Setembro
07/05/1978: Capivariano 1×0 EC Lemense
14/05/1978: EC Lemense 4×0 Laranjalense
21/05/1978: EC Lemense 1×1 AC Itapira
28/05/1978: Jabaquara 3×3 EC Lemense
04/06/1978: EC Lemense 2×1 Barra Bonita
10/06/1978: Palmeirense 0x1 EC Lemense
18/06/1978: EC Lemense 1×0 Guaçuano
25/06/1978: União de Tambaú 1×0 EC Lemense
02/07/1978: Sete de Setembro 0x2 EC Lemense
09/07/1978: EC Lemense 1×2 Capivariano
16/07/1978: Laranjalense 0x3 EC Lemense
2ª Fase
30/07/1978: Palmeirense 0x2 EC Lemense
06/08/1978: EC Lemense 4×2 Guaçuano
13/08/1978: Capivariano 0x1 EC Lemense
20/08/1978: EC Lemense 0x1 Itapira AC
03/09/1978: EC Lemense 1×1 Palmeirense
07/09/1978: Guaçuano 0x1 EC Lemense
10/09/1978: EC Lemense 3×1 Capivariano
17/09/1978: Itapira AC 2×0 EC Lemense
3ª Fase
24/09/1978: EC Lemense 0x1 Barra Bonita
01/10/1978: Itapira AC 1×1 EC Lemense
08/10/1978: EC Lemense 3×1 Jabaquara
22/10/1978: Palmeirense 0x1 EC Lemense
08/11/1978: Barra Bonita 0x1 EC Lemense
05/11/1978: EC Lemense 2×1 Itapira AC
16/11/1978: Jabaquara 1×0 EC Lemense
26/11/1978: EC Lemense 1×0 Palmeirense
Final
09/05/1979: EC Lemense 3×1 SE Ilha Solteira
13/05/1979: SE Ilha Solteira 2×1 EC Lemense
16/05/1979: SE Ilha Solteira 1×2 EC Lemense (disputado em Bauru)
Mas, uma das consequências da campanha vitoriosa foi a construção de um novo estádio, o majestoso “Brunão”, que seria palco do bicampeonato em 1980, e essa passa a ser a nova casa do Lemense. Estivemos lá em 2012, vendo o Santo André na Copinha, confira aqui como foi!
A história física se vai, a memória viverá em nossos corações.
Pra matar a saudades, que tal essas fotos do blog Templos do futebol:
E pra ter ideia de como está a situação, veja esse vídeo do Jornal Atual!, de Leme:
[video width="400" height="224" mp4="https://www.asmilcamisas.com.br/wp-content/uploads/2020/10/Estádio-Leme.mp4"][/video]
Eles estão vencendo?
A 127ª camisa foi fruto de uma nova amizade gerada pelo futebol.
Na Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2012, o Santo André teve como sede a cidade de Leme e ali jogou suas partidas até a eliminação na segunda fase.
Eu consegui ir a 2 jogos do Santo André e acabei ficando amigo do torcedor local José Vergínio, que segue acreditando na cultura local e apoiando o time do Lemense!
Assim, a camisa desta semana é do Clube Atlético Lemense, presente do amigo Zé Vergínio.
O atual E.C. Lemense foi fundado em 4 de outubro de 2005 e em 2012 disputa a Série B do Campeonato Paulista, a Quarta Divisão do Campeonato Paulista.
O primeiro time defendendo as cores e nome da cidade foi o Leme F.C. .
Há controvérsias sobre a data de fundação do time, alguns dizem que é de 1915, outros que é 1905… A foto abaixo de 1922:
O amigo e historiador do futebol local, Daniel Cunha, enviou a foto abaixo, da década de 30:
Mas a história do futebol profissional em Leme, inicia-se em 1966, com o Esporte Clube Bancário. Após seu primeiro ano no profissionalismo, o time decide não seguir nos campeonatos oficiais.
Assim, o Esporte Clube Lemense, fundado em 1958, decide ocupar o lugar vago pelo E.C. Bancário e disputar as competições da Federação Paulista.
Em 1978, o Lemense conquista o título da Quarta Divisão e o acesso para a série A3.
Dois anos depois, em 1980, sagrou-se campeão da A3, chegando à A2.
De 1981 até 1993, participou da divisão de acesso à elite, quando a Federação Paulista realizou uma série de mudanças nas divisões, levando o time de volta à Quarta Divisão.
A queda não fez nada bem para o time e em 2004, o Esporte Clube Lemense passou por uma crise e acabou licenciando-se das competições organizadas pela Federação Paulista de Futebol, deixando a cidade sem um time para torcer.
É nesse momento que surge o “novo” Lemense, que ocupa o lugar vago, mantendo as mesmas cores e identidade com a torcida local.
Por falar em torcida, a organizada do time chama-se “Os Persistentes”.
Nesses jogos que acompanhei do Santo André, em Leme, eles estavam por lá!
Em 2006, quase conseguiu voltar à série A3, terminando em 7º Lugar, destaque nesse ano para o Vice-Campeonato da segunda divisão do sub-20.
Em 2007, ficou em quinto lugar, uma posição atrás dos 4 que subiram para a A3.
Em 2008 eles fizeram um vídeo institucional contando um pouco sobre a história do time:
O acesso viria em 2009, com uma grande festa para a torcida local!
Infelizmente, em 2011, o time acabou rebaixado de volta à terrível série B do paulista.
Vamos ver se conseguimos acompanhar algum jogo deles, em Leme esse ano.
Sexta feira de muito sol pelo interior de São Paulo e após uma estrada sem nenhum trânsito, chegamos rapidamente à cidade de Leme.
Nosso objetivo: o Estádio Municipal Bruno Lazzarini!
É o primeiro jogo do ano e tinha que ser do nosso clube do coração, o Santo André, frente a outra potência futebol brasileiro, o Internacional-RS.
Se a torcida do Santo André não é das maiores, sem dúvida tem se tornado uma das mais presentes. Para nossa surpresa até que tinha bastante que saiu de Santo André para acompanhar o time.
O pessoal da Fúria Andreense mais uma vez homenageou o jovem Lucas Moraes que faleceu no final do ano, em Itanhaém.
A torcida do Internacional também apareceu por lá! Aliás, tanto Ramalhinos quanto torcedores do Inter foram muito bem recebidos pela torcida local.
Torcida local que ficou bastante triste ao ver no jogo de abertura mais uma derrota do Lemense, que acabou eliminando o time da fase seguinte.
A eliminação precoce castiga o trabalho muito bem feito pela Prefeitura e por toda cidade que se envolveu e que tem se acostumado à realidade da Copinha. Até informativo eles distribuíram.
Falando um pouco do jogo, o Inter veio com tudo pra cima do Santo André, no primeiro tempo. Tudo o que o Ramalhinho pode fazer foi se defender e contar com a boa atuação do seu goleiro. O calor estava muito forte, desgastando os atletas e a torcida…
Durante o intervalo, aproveitei para conversar com alguns torcedores locais, infelizmente como estava tendo uma série de sorteios, anunciados pelo sistema de som, o áudio da entrevista que fiz ficou ruim, mas fica aí a imagem do amigo José, torcedor do Lemense, em apoio à idéia “Apoie o time da sua cidade”.
O estádio recebeu um bom público!
O jogo recomeçou e para a surpresa da imprensa (que insiste em “desconhecer” o Santo André) o Ramalhão fez 1×0.
Festa em azul e branco, nas arquibancadas do Brunão (por coincidência, o Estádio do Lemense chama-se Bruno Lazzarini).
Mas, o segundo tempo estava recheado de emoção. Pouco após o gol, o Santo André teve um jogador expulso. E pouco após a expulsão começou a chover. Mas choveu muito. E o time do Inter veio com a mesma força em busca do empate.
Mas, o Ramalhinho lavou a alma do time e da torcida. A chuva ajudou a limpar qualquer resquício de 2011 e assim, fomos pra rede mais uma vez.
Santo André 2×0 Internacional.
E fim de papo. E fim de chuva. Restou aos poucos encharcados assistir ao apito final.
E a comemoração foi como a que todo torcedor sonha… Com raiva, felicidade, respeito ao adversário, mas sobretudo dedicação… De ambas as partes, do time à torcida.
Confesso que não gritava assim há algum tempo. Esses meninos nos fizeram reencontrar o orgulho perdido em 2011. Taí a prova:
Só restava voltar para casa. Com a alma (e o corpo) devidamente lavada!