
CD do Tango 14 – Futebol e Rock Argentino
Essa é pra quem curte futebol e punk rock!
Já falamos do Tango 14 antes (leia aqui).
Agora é hora de você escutar um dos disco deles:
Essa é pra quem curte futebol e punk rock!
Já falamos do Tango 14 antes (leia aqui).
Agora é hora de você escutar um dos disco deles:
“O tempo te ensina a valorizar mais a amizade, porque isso não se vende e tampouco se pode comprar”.
Foi com letras como essa que o TANGO 14, banda de “rock de rua” de Buenos Aires, decidiu cruzar a América do Sul em uma kombi e vir até o ABC, pra mostrar seu som e curtir um pouco do clima da Copa do Mundo. Esse é a música que contém a citação acima: Conhecemos o pessoal do TANGO 14 há alguns anos, em uma de nossas passagens pela Argentina, se não me engano, em 2009:A mistura de viagem e turnê foi feita de maneira totalmente independente, sem patrocínio nenhum, só contando com a força da amizade entre pessoas que preferiram desprezar os preconceitos entre brasileiros e argentinos tão incentivado pela mídia e por um bando de idiotas.
Aqui no ABC, quem recebeu o pessoal e ofereceu a própria sede para que eles ficassem hospedados foi a rapaziada da Torcida Fúria Andreense:
O pessoal da Fúria Andreense foi muito responsa e conseguiu lugar para todos dormirem e ainda dividiram experiências, cervejas, histórias, comilança…
As aventuras desses 9 argentinos pelas estradas do Brasil foram muitas. Pra se ter uma ideia, eles saíram de Buenos Aires em 2 veículos, porém, chegando em Porto Alegre, um deles teve um problema com o motor e teve que ficar no conserto, a solução foi alugar uma kombi e fazer o percurso RS-SP nela. Ali no fundo dá pra ver a famosa kombi heehehe:
Com isso, eles acabaram chegando um dia depois do esperado e tendo que cancelar o primeiro show deles, que seria na Zona Norte de SP, numa sexta feira.
Enquanto isso, seguíamos “monitorando” a viagem via celular, Internet, Whatsapp e as vezes passávamos algumas horas sem contato, imaginando onde eles haviam se perdido hehehe.
Enfim, no sábado, depois de alguma espera, finalmente o TANGO 14 fez sua estreia em terras brasileiras…
Guillerme foi à loucura….
Eles puderam tocar quase todas as músicas de seu primeiro disco para um público que misturava punks, rockeiros e torcedores, como já de costume em seus shows!
Já era madrugada quando deixamos o pessoal na sede da Fúria Andreense, onde o pessoal da torcida ainda os aguardava para conversar…
No dia seguinte, foi a vez de tocarem em São Paulo, no Centro de Cultura Marginal e mais uma vez, show e clima inesquecíveis!
Pudemos participar de um momento incrível unindo TANGO 14 e 88Não! tocando um som do 2 minutos:
O role foi muito bacana por lá e novamente misturou punx e torcedores…
O show foi fantástico, inesquecível para quem curte a banda.
Muitos lembram dos caras moleques, tipo na foto abaixo…
Mas esses são os atuais “garotos”:
O show foi fantástico, inesquecível para quem curte a banda!
Mas… assim como no futebol, a violência esteve presente e acabou levando a vida de uma pessoa, além de ferir gravemente outra num incidente ideológico.
É difícil conseguir guardar tantos sentimentos distintos que vem ao coração ensses momento.
Sem dúvida a alegria do show, ao menos pra mim, foi bastante contaminada pela tristeza da violência exagerada.
Enfim, a centésima camisa.
E para comemorar, tinha que ser uma especial, que fizesse a diferença na minha vida e me motivasse a continuar o trabalho com o blog.
Assim, apresento a camisa do Garotos Podres, time do qual faço parte e ajudei a formar em1995.
Pra mim, o time representa a essência do futebol que sempre sonhei: união, atitude, amizade, família, ética…
Tantos valores que aprendemos ou reforçamos em campo e que acabamos levando para a vida.
O Garotos Podres (óbvia referência à banda punk/Oi! do grande ABC) nasceu em julho de 1995, na cidade de Itanhaém.
Diferente da maior parte dos times, nascemos da dor da derrota e não da alegria das vitórias, numa tarde chuvosa, após levarmos um 3×0 de um time de “boleiros” numa partida de futebol de salão.
Nascia ali, no futebol de salão o “Garotos Podres”, com Léo, Rodrigo, Caio Tâmbara, Bruno Milani e eu.
Naquele ano disputamos nosso primeiro campeonato, ainda com uniformes emprestados.
Jogamos contra a AABB Santo André e após um primeiro tempo incrível (2×2) perdemos o jogo por 10×2 e aprendemos o quanto valia um banco de reservas.
No ano seguinte, nosso primeiro jogo de uniformes oficiais valeu um convite à diretoria do Satélite E.C. para um amistoso de estreia.
Aproveitamos o amistoso para estreiar também dois novos atletas, Gustavo e meu irmão Murilo. Murilo mostraria a essência do time em menos de 10 segundos, após a saída do time adversário ele apresentaria como cartão de visita um “pé alto” na altura do peito do atleta e presidente do clube “Carelli”. A partir de então, faríamos uma série de jogos não oficiais e participaríamos anualmente dos Campeonatos Maio Soçaite e Primavera Salão, organizados pelo Satétile.
Engraçado que havia um jogador chamado Flávio que disputava a maioria dos jogos mas nunca os campeonatos.
Com esse elenco conquistamos nosso primeiro troféu (de terceiro lugar) no campeonato de futebol de salão do Satélite Esporte Clube, de 1997:
Olha aí o troféu:
Em 1998, sofremos a primeira baixa, nosso goleiro Léo deixaria o time. Em seu lugar, eu e Bruno iríamos revezar no gol. No sacrifício, Bruno marcaria época quebrando o braço durante um jogo. Chegariam também dois atletas o jovem e promissor Edu (irmão do Rodrigo) e o Marcel (meu irmão) para ajudar a compor a nossa defesa. Surgia também um novo jogo de uniformes com uma tonalidade de verde mais clara, em homenagem à seleção da África do Sul.
Este uniforme foi rapidamente abandonado pois sua gola enforcava os atletas com problemas de peso. O uniforme seguinte também foi problemático e polêmico. Devido à sua cor (todo preto com uma faixa verde na lateral) chegava a quase 50 graus nos jogos em dias de sol, como na foto abaixo, em 2000:
No fim do ano, chegariam Júnior “Português” e Caio Pompeu, primeira contratação vinda de um outro time, o “Oposição Futebol Clube“. Mesmo sendo um time entre amigos, gostávamos de dar um ar de seriedade nas decisões e praticamente paramos o clube ao anunciar a contratação oficial de Júnior, que lembra alguns detalhes dessa época:
“Eu ja fazia parte da “turma”dos temidos e respeitados Garotos Podres, andava para cima e para baixo com o pessoal e já disputava as peladas não oficiais, porém oficialmente eu ainda não fazia parte do time e isso era extremamente frustrante. Foi no Carnaval de 2000, que fui oficialmente anunciado e lembro que encarei um ritual de passagem com direito à inúmeras pancadas. Era o jeito do time dizer bem vindo”.
Abaixo, o time que disputou o cmapeonato de Soçaite, em 2003.
Após a fratura do braço de Bruno Milani, assumi a posição de guarda metas e disputei o campeonato de 2004 no gol.
No segundo semestre, muitas novidades. Cláudio “Pitbull”, um atacante com fome de gol e o goleiro Douglão “a muralha negra”, renovaram o time, que perdera atletas para os estudos, namoradas e trabalhos. Como já era tradicional, a mudança pedia um novo jogo de uniformes. Criamos então a camisa branca (chega de calor) com a faixa transversal verde, uma das mais bonitas da história do time.
Foi com ela que disputamos os campeonatos de 2005.
Mas, a verdade é que a nossa realidade ia da glória aos desastres.
Isso porque nossa garra sempre nos orgulhava em campo, mas muitas vezes não era suficiente para impedir de sofrermos goleadas.
E foi para acabar com isso que contratamos John, nosso primeiro e único técnico, que é o foco de todos na foto abaixo, com exceção de Bruno Milani, eterno rebelde que seguia a olhar para o outro lado.
Esse foi o auge técnico do time, com direitos a treinos mensais. A consequência foi uma deliciosa vitórias sobre nosso eterno rival, o Califórnia F.C. por 4×0.
Esse time ficaria em 4º lugar em um campeonato bastante disputado!
Ah, além do trabalho em campo ou quadra, buscamos inovar também nas arquibancadas e fomos um dos primeiros times a paralisar o campeonato por vandalismo. As “Podretes” que sempre apoiaram o time desta vez encheram a quadra de fumaça verde. Um outro ponto forte da torcida é o bandeirão confeccionado pela “Nona” do Bruno e que esteve presente em vários jogos e atualmente se encontra perdido…
Mas sempre nos portamos com o respeito exigido pelo esporte e mais que isso, como uma família, composta por pessoas diferentes uma das outras, mas unidas por um mesmo ideal. Na foto abaixo, dá para ver como uníamos a agilidade de Bruno Milani com a força física de Murilão (o primeiro agachado à esquerda).
No final de 2005, um de nossos mais antigo atletas, Gustavo (o primeiro à esquerda, na foto abaixo) mudou-se para a Austrália para estudar inglês.
Para diminuir a perda, agregamos o já bastante amigo Igor assim como os gêmeos Paulo e João e os irmãos “fumetinhas” (Danilo, Felipe e Douglas). Foi aí que começamos a disputar a liga do Batalha.
Animados com tantos compromissos, desenvolvemos um uniforme homenageando o nosso jogo de camisas original (essa camisa é a que está no início do post).
Entretanto, as coisas acabaram se esfriando em 2007 e o time quase não teve jogadores suficiente para a disputa dos campeonatos.
2008 e 2009 trouxeram a maior crise ao nosso time. Não jogamos nenhum campeonato oficial.
Ainda assim, nos reencontramos fora das quadras e campos para celebrar o que de melhor o futebol nos trouxe, a amizade!
E para quem achava que a história do time acabaria por aí, veio o desafio, reerguer o time em 2010 e novamente disputar alguns torneios.
Assim, encaramos o Campeonato de soçaite, em Maio (leia mais sobre isso aqui).
O hino do time explicita o sentimento de cada atleta:
“Garotos Podres, um ideal
como esse time não há igual
Garotos Podres, avante, avante!
Raça do gol ao centroavante
Sim somos Podres, é o que somos e não vamos nos mudar
Vencer não é fácil, mas os Podres sempre irão acreditar
Avante, avante… Nossos heróis
Jamais desistam, façam por nós
Levando ao jogo, sua energia
Garotos Podres, minha alegria
Ouço a torcida, sempre a cantar
“A raça podre muito irá nos orgulhar”
Agora cante, você também
E seja Podre pro seu próprio bem.
Podres, gol!
Agora resta saber o que o futuro nos aguarda…