24 de outubro de 2024. Horas antes da semifinal entre Corinthians e Racing Club, a torcida argentina realizou um banderazo na Praça Charles Miller, em frente ao Estádio do Pacaembu. Foi um espetáculo de paixão e emoção que deve ter ficado gravado na memória de todos os que participaram.
Milhares de torcedores se reuniram, vindos da Argentina, ou também do próprio Brasil criando uma atmosfera vibrante e festiva.
À medida que a tarde se transformava em noite, a praça se encheu de camisas alvicelestes, bandeiras tremulando e sorrisos no rosto de cada torcedor. A emoção pulsava no ar, enquanto gritos de apoio ecoavam em cada canto. “Muchachos, traigan vino ¡juega la Acade! Que esta banda esta de fiesta, y hoy no podemos perder!!”
Fogos de artifício cortaram o céu, com explosões de luz, enquanto a fumaça alvi celeste se espalhava pela praça, envolvendo os torcedores na maior euforia. A queima de fogos foi acompanhada pelas tradicionais murgas, que dançavam e tocavam, fazendo o ritmo vibrar na alma de cada um.
Faixas enormes com mensagens de apoio e força, se apresentavam como símbolo da determinação inabalável da torcida. E não faltou a tradicional Coca com Fernet, compartilhada entre amigos, brindando à vitória e ao amor pelo clube. Cada gole era uma celebração, uma promessa de que estariam juntos, não importa o que acontecesse dentro de campo. A festa foi pura, sem tretas ou problemas, apenas uma celebração do amor pelo Racing Club.
Um momento em que o futebol transcendeu as quatro linhas, unindo pessoas de todas as idades em um sentimento coletivo de esperança e determinação. Quem compareceu sabe que fizeram uma festa que entra para a história do clube e de sua apaixonada torcida.
Por que ir num role desses? Em tempos modernos, a gente não tem muitos momentos coletivos. E isso é algo importante pra mim. Saber que sozinho não somos quase nada e que estar ao lado de outras pessoas com um mesmo objetivo é importante. Todo mundo tem momentos altos e baixos. Temos problemas em casa, no trampo, na escola ou facul e até mesmo de saúde. E isso faz parte dessa vida, faz parte do jogo. E eu diria que estar num rolê desses me dá força para seguir em frente! Vamos lá!
Quase 6 anos depois de termos visitado Salto pela primeira vez, quando conhecemos a cidade e registramos o Estádios da Associação Saltense, além do que restou do clube social do Guarani Saltense, do Estádio Municipal Amadeu Mosca e do campo do XV de Novembro, voltamos à cidade para completar nossa missão.
A cidade foi fundada por Antônio Vieira Tavares, sobrinho do bandeirante caçador de índios Antônio Raposo Tavares. Em 1698, ele ergueu uma capela em louvor a Nossa Senhora do Monte Serrat, dando origem ao que viria se tornar a cidade de Salto.Em 1936, a capela foi reformada dando origem à Igreja Matriz.
Atualmente existe um Monumento à Nossa Senhora do Monte Serrat, que permite uma linda vista da cidade.
Acreditando na promessa de despoluição do rio Tietê, a cidade tem investido no turismo ecológico, com parques e até mesmo uma linda ponte pênsil.
Essa construção histórica não só foi preservada como atualmente é ocupado pelo Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (CEUNSP).
Nosso objetivo estava próximo, seguindo um pouco a frente contornando a igreja, chegamos num declive: a rua 24 de outubro, que vai até o rio Tietê!
Pra entender o lugar que fomos conhecer, vale olhar essa imagem do Google Maps e ver que se trata realmente de uma ilha em meio ao rio Tietê.
O rio ainda não está limpo, mas já é bem diferente do que os paulistanos estão acostumados.
Do outro lado (de onde ele vem), pode se ver ao fundo o prédio histórico que comentamos do CEUNSP.
E ao passar a ponte, chegamos à Ilha Grande, para enfim conhecer o Estádio Luiz Milanez.
O portão de entrada dá acesso ao estádio já na ilha.
Aqui, a visão logo após o portão:
Ali, os pássaros já começam a habitar o leito do rio, talvez também acreditando em sua futura despoluição.
O Estádio Luiz Milanez é a casa da Associação Atlética Avenida.
A A.A. Avenida foi fundada em 1º de janeiro de 1945, com o nome em homenagem a uma antiga avenida que cruzava toda a cidade, e segundo a placa no campo, esta é a data considerada como a fundação do próprio Estádio Luiz Milanez.
Olha que bacana o jogo de botão que um fã montou pra AA Avenida:
Antes do campo, você encontrará a sede social do Avenida.
Mas, vamos enfim conhecer o campo e suas arquibancadas.
O Estádio já teve arquibancadas de alvenaria, mas segundo o pessoal do Avenida, elas foram levadas em uma inundação causada pela cheia do Tietê, em 1983. Aliás, olhando o rio tranquilo como ele estava hoje (em época de extrema seca), é difícil acreditar no potencial destrutivo que ele possui, mas … vale ver as imagens abaixo…
Essa é de 1983, e existem muitas outras no blog: Históra Salto.
E esse ano, já teve uma inundação que virou notícia:
Mas vamos deixar todo esse aguaçeiro pra lá e dar uma olhada no campo:
Aqui, o gol da esquerda, visto da arquibancada:
Aqui, o gol da direita:
Aqui, a arquibancada em madeira, como tanto se via pelo interior de São Paulo:
Aqui, olhando do fundo para a entreada do estádio e da sede social:
E aqui, a vista pelo outro lado:
Ao fundo do gol da esquerda, mais um pequeno lance de arquibancada, cuidada com todo esmero por aqueles que ainda amam o futebol local e a AA Avenida!
Em 15 de maio de 1955, o time fez história ao se tornar o primeiro da cidade a disputar uma partida no Pacaembu contra o time de Cosmópolis (aliás, que time será esse? A Funilense??), e a equipe abaixo meteu logo uma goleada por 7×2:
Um registro histórico de um estádio que foi a casa da AA Avenida no Campeonato Paulista da série A3 em 1956, e a Série A2 de 1957 a 59.
Achei até o registro da Gazeta Esportiva de um amistoso contra o Corinthians de Santo André, disputado em 29 de abril de 1956:
Em 1956,jogou com a Portofelicense, o Guarani Saltense e a Ferroviária de Itú, ganhando 2 jogos, perdendo outros 2 e empatando 2, classificando para a fase seguinte, onde enfrentou a AA Saltense, o Elvira (Jacareí), o Aparecida, a Portofelicense e o Palmeiras de São João da Boa Vista, onde ganhou 3, empatou 6 e perdeu uma partida.
Em 1957, essa foi a tabela e a classificação da série A2:
Em 1957, ainda participou do Torneio Santos Dummont que tinha divulgação dos jogos na poderosa Gazeta Esportiva:
Aqui, a campanha da série A2, de 1958:
Esse é o time de 1958 (aliás, obrigado ao Valdir Líbero, por me passar essa e outras fotos, que ele pegou do livro História do Esporte Saltense, de autoria do jornalista Valter Lenzi:
E em 1959 houve uma melhoria nos resultados, com destaque para duas goleadas seguidas contra a Mogiana (7×3!!!) e contra o Bandeirantes (5×1).
O time que fez essa campanha de 1959 é esse:
Aqui, outra foto histórica do time também do final dos anos 50:
Voltando ao presente, as arquibancadas atuais não são as originais, porque segundo o pessoal que estava por lá, a enchente de 1983 levou as arquibancadas de alvenaria.
E fica aqui, meu agradecimento mais uma vez ao Lúcio que foi o companheiro de viagem
Um último olhar para o campo, sonhando com um improvável, mas nunca impossível retorno do futebol profissional à Ilha Grande…
As notícias recentes pelo menos mostram que existe uma esperança do retorno do futebol profissional a Salto (veja aqui, a notícia completa).
E nosso rolê nos levou à cidade de Pacaembu.
Nesse momento, já estávamos há mais de 600 km de Santo André. A viagem começa a ficar ainda mais interessante.
Dizem que o nome da cidade veio como homenagem ao estádio. Outros dizem que é uma mistura do animal “Paca” com a fruta “Embu”, ambos presentes na cidade.
Pouco mais de 14 mil pessoas vivem na cidade de Pacaembu.
O objetivo da nossa visita era conhecer e registrar o Estádio Municipal Ari Aparecido dos Santos Rodrigues.
Pra quem quer uma foto do estádio sem a gente na frente, ta aí:
O Estádio Ari Aparecido dos Santos Rodrigues foi a casa do Pacaembu EC nos três anos que ele disputou a terceira divisão em 1966 e 67.
No incrível “Almanaque do Futebol Paulista” (obra de José Jorge Farah Neto e Rodolfo Kussarev Jr.), encontrei esse distintivo como sendo o original do Pacaembu EC :
Nunca viu uma edição do almanaque? Olha uma aqui:
Voltando ao estádio, embora existam duas placas, uma sobre a reforma e outra sobre a construção, não ficou clara a data de fundação do estádio.
Aqui, a placa é de 1980, mas como o time do Pacaembu EC jogou na década de 60, estimo que ele tenha sido inaugurado entre o fim dos anos 50 e início dos 60.
Aqui, uma imagem do time do Pacaembu:
O campo segue muito bem cuidado, e ainda mantém a arquibancada coberta ali ao fundo.
As árvores oferecem um ar bucólico mas ao mesmo tempo garantem uma bela sombra pra quem assiste os jogos ali.
Vamos dar uma olhada no campo:
Aqui a imagem do gol, e as tradicionais casas de madeira, ao fundo:
Esse é o outro gol!
Uma olhada especial na arquibancada coberta:
Os bancos de reserva:
Emocionante! Mais um registro histórico!
Tinha até uma galera batendo uma bola lá:
Hora de nos despedir de mais um templo do futebol do interior!
31 de maio de 2018
A crise do combustível parecia começar a se resolver, e decidimos levar adiante nosso projeto de inverno focado no interior paulista.
Foram 1969 km cruzando o estado de São Paulo até chegar no Mato Grosso do Sul e voltar para nossa querida Santo André.
Foram 27 cidades, 27 estádios que já tiveram algum time disputando competições oficiais, um estádio dedicado ao futebol amador e duas usinas que tiveram entre seus funcionários times de futebol que disputaram competições oficiais.
A partir de hoje, 4 de junho, com a viagem já realizada, começo a descrever o que foi cada uma dessas aventuras.
Conseguimos entrar em todos os estádios visitados, não tivemos nenhum perrengue nem nenhum acidente.
Obrigado a quem acompanhou e ficou conversando com a gente durante esse longo rolê e principalmente obrigado ao Osvaldo Penessor por ter emprestado um carro que aguentasse o tranco dessa viagem.
Até a próxima!
MARI & MAU
Pra quem quiser repetir a brincadeira um dia, segue o nosso itinerário:
Para aqueles que também são fãs, colecionadores ou simplesmente gostam de futebol, no último dia 3 de dezembro aconteceu o 5º encontro de colecionadores de camisas de futebol, num lugar perfeito: em frente ao Museu do Futebol, no Pacaembú.
Eu conheci o encontro por meio de alguns amigos que já frequentaram as edições anteriores e também pela divulgação (e realização) do www.minhascamisas.com.br .
Cheguei já no final do evento, mas deu pra ver que foi um dia muito legal, vou fazer de tudo pra chegar mais cedo na sexta edição!
Muita gente levou camisas pra expor, outros pra trocar e até vender. Teve gente que saiu de lá bem contente com algumas relíquias conseguidas.
Consegui bater um papo com o pessoal que ainda estava por ali e vi um monte de camisas legais!
Domingo, dia sagrado do futebol. 2 de maio de 2010. Eu ainda não acredito… Mas estamos na final do Campeonato Paulista, e com chances de ser campeão…
Acima de tudo, começamos a aventura de domingo felizes! Eu, a Mari, El Pibe e todos os já tradicionais amigos de arquibancada. Nem nos preocupamos ao saber que haveria menos ônibus do que o esperado.
Os poucos, mas lotados ônibus seguiam com famílias, amigos e gente que se uniou nesta vida em nome de uma cidade, representada pelo time do Ramalhão!
O dia se fez de azul como que torcendo pela vitória do time do ABC!
E, rapidamente chegamos ao Pacaembu! Foi maravilhoso ver tanta gente de azul e branco chegando junto ao mesmo tempo no estádio!
E juntos, fomos cantando até o portão 22, a entrada para o show final!
Além dos ônibus, muita gente veio de carro e ficou aguardando pra entrar junto, assim, acredito que conseguimos levar cerca de 2.500 torcedores para o estádio!
Gente que se misturava fazendo uma onda azul inundar o setor visitante do Pacaembu, com corações transbordando de orgulho!
Veja como foi a nossa chegada:
A cada passo, um amigo, um sorriso, um grito de confiança. A cada passo, mais próximos do jogo final…
Mas se o clima entre nós era de pura amizade, a PM nos fez lembrar que infelizmente, o futebol ainda está mais próximo da guerra do que da paz…
E quando menos percebemos, já estávamoo dentro do Pacaembu, prontos pro último jogo do Campeonato!
Colorimos de azul e branco o lado laranja, visitante, e colorimos com sonhos, nossas mentes, enquanto aguardávamos o início da partida!
Lá estavam os apaixonados pelo Ramalhão! Esquerdinha e Maradona mandavam recado relembrando que se o Santos é o peixe, o Santo André é o pescador!
A Torcida Jovem do Santos também fez sua bela festa, com enormes tirantes…
Aliás, fazendo justiça, a torcida do Santos como um todo fez um grande espetáculo!
Mas o Ovídeo e a velha guarda Ramalhina não deixou nosso ânimo se abater! É … Santo André!!!!
O Bill conseguiu quebrar a máquina justo no dia da final, então fica ele registrado aí:
Nossa festa é simples, mas de coração, balões levam pro céu nossos pedidos…
O frio na espinha aumenta, os jogadores estão pra entrar no campo…
O hino nacional foi tocado por uma orquestra. Achei legal a presença da orquestra, mas reitero que o hino ainda me incomoda nos estádios… Infelizmente ele ainda me traz na mente a ditadura de 64…
Jão dá um último olhar para a torcida adversária…
E que torcida…
O jogo nem bem começa e… um ataque congela nossos olhos…
Inacreditável… Menos de um minuto e o Santo André fez 1×0… Com lágrimas nos olhos, sinto que a taça está mais próxima de nossas mãos…
Entretanto… Minutos depois, silêncio nas bancadas Ramalhinas… É o empate santista…
Eu nunca tinha visto um time com tanta gana de vencer… O Santo André praticamente ignorou o gol, foi pra cima, e mandou 2×1!!
Por vários minutos sonhei com tudo o que poderia escrever com a conquista do título. Queria jogar na cara da imprensa toda a mediocridade de cada jornalista que em momento algum nos colocou no páreo como finalista. Mas o futebol é traiçoeiro… E o ataque santista não perdoa nem liga pros sonhos de um andreense rebelde… Santos 2×2 Santo André…
Antes do desânimo ameaçar, duas expulsões: Nunes (Santo André) e Léo (Santos). Algum tempo depois, mais um jogador foi expulso, desta vez Marquinhos (Santos) deixou a torcida com um sorriso no rosto… Principalmente porque aos 40 minutos, o Ramalhão fez 3×2 e o primeiro tempo terminou com um gol de vantagem e nosso time com um jogador a mais. Cenário melhor, impossível!
O 2º tempo começa e o Ramalhão é todo ataque! O time joga bem, e a torcida se emocionou com a iminência do título…
Mas o futebol não se importa com a lógica. O segundo tempo praticamente vôou. Quando percebemos já passava dos 40 minutos do segundo tempo, e mesmo com 2 homens a mais (Roberto Brum fora expulso minutos antes). Mesmo com muito ataque e com “erros” improváveis da arbitragem… O título se fora… Ficou o aplauso do torcedor Ramalhino…
O reconhecimento a um time que soube humildemente chegar onde chegou escondia a dor da perda do título…
Fiquei triste como há muito não ficava. Nem quando fomos rebaixados me permiti sofrer assim… Alheio à nossa dor, time e torcida do Santos comemoraram o 18º título estadual do Santos.
O Santos foi o melhor time durante todo o campeonato, e se a regra fosse a dos pontos corridos, nenhuma reclamação faria sentido. Entretanto, a regra da final ser em dois jogos, deixou a campanha do Santos como mero critério de desempate. Assim sendo o gol incorretamente anulado acabou com todo um campeonato que seria histórico e inesqeucível para um time, uma torcida e uma cidade. A bandeira Maria Elisa torna-se persona non grata eternamente em nossa cidade…
Domingo,25 de abril de 2010. Só quem torce para uma equipe diferente dos 4 times tradicionais de São Paulo podem entender oque eu estava sentindo ao me dirigir para o Pacaembu para enfim vivenciar uma final de Campeonato Paulista, com o meu Santo André…
Vários ônibus foram preparados para levar a “onda azul” até o Pacaembu, palco do primeiro jogo da grande final.
Após sairmos de diferentes locais, todos os ônibus se concentraram ao lado da CRAISA para a tradicional revista policial.
Em pouco tempo, estávamos na Avenida do Estado, em uma fila que parecia não ter fim, o sonho de todo torcedor Ramalhino…
A chegada foi tranquila, houve respeito mútuo (dentro dos limites) a cada cruzamento com torcedores do Santos. Em poucos minutos, a frente do portão de entrada do tobogã foi tomada por torcedores do Santo André…
As torcidas Fúria Andreense, TUDA e Esquadrão levaram as baterias para animar a festa.
Mas nem só de organizadas se fez a presença do torcedor. Centenas de carros foram do ABC até o Pacaembu, acompanhar o time do coração. Não nego que novamente haviam muitos torcedores mistos, mas todos aqueles apaixonados pelo time estavam lá…
Veja como foi a ida ao estádio, no vídeo de “El Pibe” Gui:
Ali ao lado, a galera da Fúria levava o bandeirão pra dentro do Estádio.
Bandeirão que depois de aberto ficaria assim, às lentes de Gabriel Uchida (www.torcida.wordpress.com)
E lá estávamos nós…
Era até engraçado ver tanta gente tirando foto como que pra dizer “Existiu e eu estive lá!!!”
E eu e a Mari não podíamos deixar de registrar esse momento único até então em nossas vidas!
O Esquerdinha (um dos torcedores mais tradicionais do time) fez um trapo especial para o jogo!!
Não tenho dúvida que a emoção de ter participado da final contra o Santos, independente do resultado final, foi maior pro torcedor do Santo André do que um título paulista seria pra qualquer torcedor dos demais “grandes clubes”.
Foi bonito ver o encontro de diferentes gerações de Ramalhinos, os mais velhos recordando a caravana de 1981, quando mais de 10 mil pessoas saíram de Santo André para o Parque Antártica!
E o Pacaembu estava lindo! Dá pra se fazer cartão postal tirando foto de qualquer lugar, mas acho que o tobogã (embora tenha sacrificado a concha acústica do estádio) tem uma visão ímpar!
A torcida do Santos também fez bonito e presenteou o belo esquadrão santista com sua presença em massa!
Ali do nosso lado esquerdo estava muito engraçado.
Os caras começaram a pegar no pé de algum “gordinho andreense” e me fez lembrar o vídeo do gordo do Rosário.
Até o pessoal do rolê psycho colou no jogo (aliás tinha de tudo na torcida domingo…)
O Mike (primo do Gui) conseguiu entrar em campo com os atletas. Fiquei com leve inveja…
E quanto mais lotava, mais bonito o palco ficava.
E lá vem o bandeirão do Santo André…
O tempo não passava, o jogo não começava, o sol queimava a beça e a gente ali… Esperando…
De repente, lá vai o Mike e o time pra campo…
O Santos demorou um pouco mais, aumentando a tensão, já extrema para os torcedores azuis…
Quando veio a campo, foi a vez da Torcida Jovem dar seu show, que bela bandeira, hein?
Bandeirão e várias bandeiras menores:
Como diz o Gui (e o Dead Fish), Somos nós contra todos! E por isso, o time entrou em campo com cara de estar bem unido!
Sabendo que nas arquibancadas, haviam alguns milhares de apaixonados pelo time de sua cidade…
Era tempo de começar o jogo… Por um momento todos se deram conta de quão longe havíamos ido e de quanta coisa o Santo André representava naquele momento.
Cada escanteio, cada ataque do Santo André (e foram muitos no primeiro tempo) mostrava a força do futebol dos chamados T-4 (times Paulistas menos os quatro grandes):
Me sentia como se representássemos um papel que merecia ser feito por torcedores do Inter de Limeira, do Xv de Piraciaba, do VOCEM, do Paulista de Jundiaí, da Ponte Preta, do Rio Branco, e de todos os clubes que marcaram suas presenças na história do Campeonato Paulista.
Naquele momento não éramos apenas andreenses…
Foi então que uma bola parada quase parou nossos corações… Bruno César fez Santo André 1×0.
Foi mais que um grito de gol.
Foi um grito de revolta a todos os jornalistas que durante a semana diziam que o Santo André não teria NENHUMA chance.
Não conseguia deixar de olhar o placar e imaginar o quanto os jornalistas teriam que se explicar. Afinal, o Santos era (e ainda é) o favorito, mas campeão, só após os dois jogos da final!
Fim do primeiro tempo, dá pra reunir a galera e fazer a foto histórica, do dia da final de 2010!
Começa o segundo tempo e… E vc sabe o que. Em poucos minutos o Santos conseguiu virar o jogo, e ainda criar uma vantagem maior (3×1). Nossa torcida olhava e não podia acreditar…
Claro que sentimos o baque. Claro que o teto ruiu sob nossas cabeças. Não tem como não sofrer…
Do outro lado… Só felicidade.
O placar, agora triste, mostrava Santo André 1×3 Santos.
Mas, aos poucos, o Santo André se recuperou em campo, ainda que logo tenhamos perdido o zagueiro Toninho, pelo segundo amarelo e consequentemente o vermelho.
O jogo seguiu truncado, e o Santo André, decidiu lançar-se ao ataque como um louco, o que abria as possibilidades do contra ataque santistas.
E foi com esse brio, que o Santo André conseguiu o que ninguém esperava. Um gol. Os 3×2 para o Santos aumentou a vantagem do time do litoral, mas manteve viva a esperança do povo de Santo André.
Fim de jogo. Hora de voltar pra casa. Felizes e orgulhosos pelo feito. Uma derrota que por incrível que pareça, teve gosto de vitória. Ao sair do Pacaembu, olhei pra traz e vi quanta gente havia ido ao jogo…
Obrigado Santo André! Obrigado Santos! Nos vemos domingo!
Bom, entre uma camisa e outra, vale a pena umas notícias de futebol né?
Ontem, finalmente consegui ir conhecer o Museu do Futebol, feito embaixo das arquibancadas do Pacaembú.
Confesso que me surpreendeu. Não pelo acervo, que achei até um pouco fraco, mas pela estrutura e tecnologia envolvidos.
Quem gosta da história do futebol no Brasil não pode perder, há um acervo de fotos emocionante (tentei fotografar, mas ficou ruim, eu sei, é que mesmo sem usar o flash, o reflexo dos quadros atrapalha, tem que ir e ver ao vivo hehe).
Por enquanto está acontecendo no salão de Exposições temporárias uma mostra de artigos do Pelé chamada “As marcas do rei”, que rendeu belas camisas do jogador que estão expostas pelo Memorial, como as duas abaixo:
A dica é ir de quinta feira, pois o ingresso é gratuito. Além disso, vá com tempo, eu e minha namorada ficamos por lá por mais de 2 horas, e não deu tempo de ver e se divertir com tudo porque o Memorial fecha pontualmente as 18hs. E tem muita coisa pra ver e interagir: fotos, vídeos, jogos interativos, penalty em goleiro virtual, arquivos de som, fichas técnicas… enfim….é um passeio completo.
Dica 2: se for bater o penalty no goleiro virtual, fala pro cara tirar a bola do buraco, ou o chute vai sair uma droga e será chamado de perna-de-pau.
Finalizo com a bela imagem da controversa seleção brasileira de 1934. Ah, e antes que me esqueça, o site do Memorial é www.museudofutebol.org.br/