24 de outubro de 2024. Horas antes da semifinal entre Corinthians e Racing Club, a torcida argentina realizou um banderazo na Praça Charles Miller, em frente ao Estádio do Pacaembu. Foi um espetáculo de paixão e emoção que deve ter ficado gravado na memória de todos os que participaram.
Milhares de torcedores se reuniram, vindos da Argentina, ou também do próprio Brasil criando uma atmosfera vibrante e festiva.
À medida que a tarde se transformava em noite, a praça se encheu de camisas alvicelestes, bandeiras tremulando e sorrisos no rosto de cada torcedor. A emoção pulsava no ar, enquanto gritos de apoio ecoavam em cada canto. “Muchachos, traigan vino ¡juega la Acade! Que esta banda esta de fiesta, y hoy no podemos perder!!”
Fogos de artifício cortaram o céu, com explosões de luz, enquanto a fumaça alvi celeste se espalhava pela praça, envolvendo os torcedores na maior euforia. A queima de fogos foi acompanhada pelas tradicionais murgas, que dançavam e tocavam, fazendo o ritmo vibrar na alma de cada um.
Faixas enormes com mensagens de apoio e força, se apresentavam como símbolo da determinação inabalável da torcida. E não faltou a tradicional Coca com Fernet, compartilhada entre amigos, brindando à vitória e ao amor pelo clube. Cada gole era uma celebração, uma promessa de que estariam juntos, não importa o que acontecesse dentro de campo. A festa foi pura, sem tretas ou problemas, apenas uma celebração do amor pelo Racing Club.
Um momento em que o futebol transcendeu as quatro linhas, unindo pessoas de todas as idades em um sentimento coletivo de esperança e determinação. Quem compareceu sabe que fizeram uma festa que entra para a história do clube e de sua apaixonada torcida.
Por que ir num role desses? Em tempos modernos, a gente não tem muitos momentos coletivos. E isso é algo importante pra mim. Saber que sozinho não somos quase nada e que estar ao lado de outras pessoas com um mesmo objetivo é importante. Todo mundo tem momentos altos e baixos. Temos problemas em casa, no trampo, na escola ou facul e até mesmo de saúde. E isso faz parte dessa vida, faz parte do jogo. E eu diria que estar num rolê desses me dá força para seguir em frente! Vamos lá!
A 222ª camisa de futebol do site segue no Oriente Médio, nos Emirados Árabes e fez parte do kit de camisas que o Caio, a quem agradeço demais, me deu
O clube representado por esta camisa é o Shabab Al-Ahli Dubai FC, um clube de Dubai, que surge em 2017, através de uma fusão entre 3 times: Al Shabab, Al Ahli, e Dubai CSC.
Esta fusão foi parte de uma iniciativa do governo de Dubai para fortalecer o futebol na região e criar clubes mais competitivos tanto a nível nacional quanto internacional. Assim, somou-se a força do Al Ahli Club, fundado em 1970, com vários títulos da liga e da copa nacional, com a tradição do Al Shabab Club, fundado em 1958, e com uma importante base de torcedores com o Dubai CSC, fundado em 1997.
Dessa forma, o time acabou por reunir 7 títulos da liga, nas temporadas 1974-75, 76-77, 79-80, 2005-06, 08-09, 2013-14 e 15-16, com os times que deram origem à fusão. Além disso, já com a nova identidade, sagrou-se campeão na temporada 2022-23:
Esse é o time atualmente:
Assim, temos agora 3 torcidas juntas nas arquibancadas do EstádioRashid, que tem capacidade de cerca de 12.000 torcedores.
Desde a fusão, o Shabab Al-Ahli tem sido uma presença constante nas competições nacionais e asiáticas, com destaque para a UAE Pro League (Liga Profissional dos Emirados). E por isso, sua torcida agradece!
Domingo, 21 de abril de 2024. Dia de decisão! Para o EC São Bernardo, o jogo seria em casa, mas problemas com a prefeitura acabaram fazendo com que a torcida e o time tivessem que se dirigir a Santo André para a partida.
Ao menos os custos com os ingressos foram subsidiados pela diretoria do Cachorrão.
Antes da bola rolar, um último abraço…
Os jogadores do Esporte Clube São Bernardo fizeram questão de saudar sua torcida, aliás, time e torcida tem uma proximidade pouco comum de se ver…
E se é decisão, tem fogos de artifício nos céus… E tem torcida visitante presente!
E começaaaaa a partida!!!
A torcida do EC São Bernardo apoiou desde o início…
Olha que bacana essas bandeiras:
A Esquadrão Alvinegro é uma jovem torcida que vem crescendo e mantendo o apoio contínuo ao time independente dos resultados…
E olha aí a futura geração já nas arquibancadas!
Também vale ressaltar que cada vez mais as mulheres tem ocupado as arquibancadas, tornando o ambiente das torcida minimamente mais plural do que costumava ser num passado recente.
Sinta o clima do estádio nessa ensolarada manhã de outono…
Como deu pra ver nos vídeos acima, a presença da torcida prudentina foi surpreendente, com destaque para o pessoal da Fúria Prudentina que coloriu a bancada visitante!
Faixas, tirantes e muita vibração em azul, vermelho e branco, no setor visitante!!
O oeste paulista vinha sem um time capaz de reunir um bom número de torcedores, será que o Grêmio Prudente vai conseguir fazer isso?
E o time do São Bernardo entrou bem acordado pressionando bastante, afinal, era ele quem precisava construir o resultado.
E a pressão deu resultado: o Cachorrão saiu na frente aos 20′ do 1º tempo, quando Gustavo Santana aproveitou um cruzamento para a área e de cabeça fez: EC São Bernardo 1×0 Grêmio Prudente.
Festa na torcida alvinegra do ABC:
Vale ressaltar que além da sua Torcida Organizada, também houve a presença do torcedor comum, famílias e amigos que acompanham o time e estavam na expectativa, ainda maior com o gol de Gustavo Santana, do acesso à série A2!
Sinta a atmosfera da arquibancada:
Mas do outro lado, a vibração não parou, mesmo com o primeiro tempo terminando com o placar adverso para os visitantes.
O 2º tempo começou com os dois times mais fechados. Eu teria apostado que ambos iriam segurar o placar para que a decisão fosse nos penaltys.
Os incansáveis torcedores do Cachorrão levaram várias formas de apoio… bandeiras, sacos plásticos, diferentes coreografias na bancada…
Do outro lado, havia uma certa preocupação, pois um gol tiraria do Grêmio Prudente qualquer chance de acesso…
Mas aos poucos, em campo o Grêmio Prudente foi exercendo um domínio maior e trazendo risco à meta do goleiro Henrique Fernandes.
O povão do São Bernardo percebeu esse avanço e a preocupação agora estava na bancada local…
E, o temor dos torcedores do Cachorrão acabou se tornando realidade aos 10′ do segundo tempo quando Wallace marcou o gol de empate para a festa da torcida visitante!
É sempre difícil participar desses momentos, principalmente quando sabemos o envolvimento de cada torcedor com o destino do seu time, mas ficamos ali junto da torcida local até o final do jogo.
Mas, ao mesmo tempo o fim do jogo trouxe um presente aos torcedores que vieram de tão longe para acompanhar o seu time…
O Grêmio Prudente alcança o acesso para a série A2… É algo a ser mesmo muito comemorado!
Do outro lado, time e torcida do EC São Bernardo sofreram juntos… E souberam aceitar o difícil momento do clube. Foi muito bonito de ver e com certeza, algo raro em um mundo que cada vez mais cobra e exige resultados imediatos e não aceita derrotas.
E ficam aí, as imagens da festa visitante…
E como diria o tradicional “Galinha”: To indo embora, hein…
Quarta feira, 16 de agosto de 2023 São Paulo é a cidade que não para, mas consegui dar uma parada no meio do trabalho para chegar até o Estádio Nicolau Alayon e acompanhar um incrível embate entre um time da capital e um digno representante do interior!
O Estádio Nicolau Alayon, também conhecido como Estádio da rua Comendador Souza, recebe partidas do Nacional desde 1938. Já parou pra pensar que talvez nem seu avô tinha nascido quando o Naça fez ali sua primeira partida?
O Estádio homenageia Nicolau Alayon, um uruguaio que foi dirigente do time, na sua origem.
O Nacional é um dos primeiros times de São Paulo e do Brasil, já que Charles Miller foi funcionário da São Paulo Railway (SPR) e acabou trazendo a cultura do futebol para os ferroviários que fundaram o São Paulo Railway Athletic Club em 16 de fevereiro de 1919, assumindo um caráter de clube operário.
Em 1946, chega ao fim a concessão da SPR e com a nacionalização da estrada de ferro, o clube precisa modificar sua denominação e inaugura o “novo nome” contra o Flamengo, jogando o primeiro tempo como “São Paulo Railway AC” e o segundo como Nacional Atlético Clube, em um Pacaembu lotado. O Flamengo venceu por 5×3. Leia no site O curioso do futebol, uma matéria legal sobre esse jogo (a foto abaixo é de lá):
O Estádio Nicolau Alayon foi inaugurado em 15 de maio de 1938 em partida contra o Corinthians (que venceu por 2×1).
Atualmente, o Estádio segue sendo a casa do Nacional e tem até uma loja oficial!
Ainda que atrasado uns 20 minutos, finalmente comprei meu ingresso e me encaminhei para assistir ao jogo.
Eu não tive muita vivência no Nicolau Alayon como tive em outros estádio próximos, mas já estive em pelo menos umas 15 partidas por aí e posso dizer que o Estádio gera em mim uma série de recordações e mesmo imaginações sobre o futebol no século passado…
Até por isso, faço questão de registrar a presença nesse embate incrível entre interior e capital!
Nem bem cheguei e saiu o gol do XV de Jaú…
Até achei que fosse o primeiro gol da partida, mas tratava-se do gol de empate dos visitantes.
Mesmo sendo uma quarta feira, a torcida visitante se fez presente!
Bem como a torcida local!
Sinta aí o clima do Estádio:
Olha aí o pessoal da Almanac, a torcida organizada do Nacional!
As bandeiras do pessoal da Almanac dão uma cara bem legal a essa arquibancada atrás do gol, com direito a lembrar da FEPASA e eu que venho de família ferroviária sempre fico muito contente de ver esse encontro entre a ferrovia e o futebol!
Empolgado pela sua torcida, o Nacional teve boas chances de se colocar a frente novamente:
Pra quem curte assistir jogos que tem grande proximidade com os atletas, o Estádio Nicolau Alayon é um daqueles que te colocam praticamente dentro do campo!
Mas o time local tentava sair vencendo o jogo e até o goleirão ligava o contra ataque!
Mas ouvindo as ordens do Mr. Campagnolo, o XV de Jaú também se lançava ao ataque e teve grande oportunidade em uma falta que foi batida na barreira:
Agora é uma falta para o Nacional que faz a torcida roer as unhas!
Sempre que possível gosto de manter o registro atualizado dos estádios que visitamos, então segue aí a vista do meio campo:
Do gol esquerdo:
E do gol direito:
A vizinhança anda diferente… Olha quantos prédios cercam o estádio fazendo com que os olhos das gulosas incorporadoras sigam crescendo o lugar onde o Nacional está…
E de tanto insistir, saiu o segundo gol do Nacional!! Na hora só deu tempo de tentar uma foto, que saiu essa coisa tremida aí kkkk
Festa na bancada local!
O moço do placar é rápido: 2×1 pro time da casa!
A torcida local ficou mais tranquila?
Mais ou menos…. Pra quem carrega o amor ao time no peito ou a bandeira em mãos, estar vencendo por 1 gol sempre significa andar por um caminho estreito onde qualquer desequilíbrio pode acabar com o dia!
Então vale sim reclamar com o juiz e xingar o banco de reservas!
Intervalo de jogo e hora de conhecer o bar local, que tem uma fogazza incrível!
Mas o tempo voa e quando vejo a partida recomeçou. Serão mais 45 minutos (fora os acréscimos) para a torcida do Nacional poder celebrar 3 importantíssimos pontos.
Do outro lado, para a torcida do XV, 45 minutos se passariam em incrível velocidade caso o empate não seja rapidamente alcançado.
Alguns torcedores do XV até mudaram de lugar pra ver se a sorte também mudava…
Enfim, nervos a flor da pele já que agora toda partida é uma decisão em busca do acesso!
Na parte coberta do estádio, onde o sol não incomoda tanto, o risco do empate deixava todo mundo apreensivo…
Assim como o bom goleiro Romário tornava mais difícil a missão de ampliar o resultado pra 3×1 e matar o jogo.
No outro jogo do grupo, o União São João fazia 1×0 no Joseense, em São José, deixando a missão da classificação para a última rodada…
A segunda divisão do paulista é assim… Emoção até o fim!
Falta para o Nacional, será agora o gol que fecha o placar?
E teve contra ataque para os ferroviários…. Mas nada do 3º gol…
E teve escanteio para o Nacional também:
Mas, mesmo a tarde aprazível chegou em seu momento final e o árbitro apitou o fim da partida!
O treinador do XV foi a loucura, mas mesmo perdendo, o time visitante mostrou força e tem boas chances de se classificar!
A imagem reflete a sensação de superação dos atletas do Nacional, que com certeza chegaram mais longe do que muitos acreditavam, ao mesmo tempo em que demonstra certa incredulidade do atleta do XV que estava confiante em um resultado melhor. Mas este é o campo da rua Comendador Souza e aqui, mandam os ferroviários do Nacional!
Hora de ir embora pelo bairro pacato que abriga o time tão tradicional…
23 de julho de 2023. É dia de tudo ou nada para o EC Santo André. Estando na zona de classificação, um ponto à frente do 5º colocado (o Vitória FC do Espírito Santo) bastava vencer o jogo em casa para passar ao mata mata.
Assim, mesmo com muitas críticas ao time atual, parte da torcida, encabeçada pela Fúria Andreense decidiu fazer uma recepção para o time, o que levou algumas dezenas de torcedores ao estádio 3 horas antes da partida.
Isso significa que muitos nem almoçaram pra estar aí embaixo de um sol escaldante em pleno inverno para demonstrar seu apoio a um time que infelizmente não deslanchou.
Rojões, fumaças, bandeiras… É o amor por um time, por uma cidade materializado em cores e sons…
Não faltou carinho nem dedicação por aqueles que realmente amam o time e sabem da importância da classificação para uma fase decisiva! Aliás, a torcida acompanhou o time em TODAS as partidas, dentro ou fora de casa…
Até porque todo mundo ali vivia uma certa ilusão criada em cada mente, em cada coração, onde sairíamos dali para o mata-mata, provavelmente nos obrigando a viajar até o Distrito Federal para acompanhar a sequência do campeonato…
O time demorou pra chegar… Já era mais de 13h30 quando finalmente o ônibus apontou para a festa da torcida local:
Mesmo com o time já dentro do estádio, ainda demorou pra torcida desistir de gritar reforçando aquilo que nunca faltou: apoio incondicional.
Torcer não é lógico. Muitos reclamaram do time. Do treinador. Da diretoria. Muitos reclamaram dos péssimos resultados mesmo quando viajamos centenas de kms para acompanhar o time… Mas estávamos todos ali para apoiar, para nos permitir sonhar…
Times em campo, é hora da decisão para o EC Santo André!!!
O jogo começou com forte pressão do time local frente o Democrata, que soube sofrer e se segurar…
A faixa ainda mostrava o sentimento da torcida local: EU ACREDITO!
O primeiro contra ataque já causou susto na torcida local: gol dos visitantes anulado pela arbitragem….
A tensão domina a bancada ramalhina…
Vale ressaltar a fibra que manteve o pessoal da Fúria Andreense, desde as 12hs gritando sem parar….
A Esquadrão, embora não tenha comparecido à recepção do time, também apoiou durante o jogo.
Olha aí a dupla: Valter & Gó!
Aos 28 do segundo tempo: festa na bancada local. Guilherme Liberato faz 1×0 pro Ramalhão. Mas aos 37, em uma jogada azarada, Matheus Néris levou o segundo amarelo e acabou expulso. Pra piorar… Na sequência da falta, o Democrata empata e decreta a eliminação do Santo André…
Fim de jogo… As bancadas e corações estão vazios…
Fecham-se as portas e termina o campeonato brasileiro para o Ramalhão… Não há palavras pra explicar o sentimento dos cerca de mil torcedores que acompanharam atônitos o fim da partida. É muito difícil explicar a dor pra quem não vive o dia a dia de um time como o Santo André… Ficam os bons sentimentos ao lado dos amigos de bancada, misturados ao amargor da eliminação…
Domingo, 2 de julho de 2023. Manhã de sol convidativo a sair de casa e se dirigir ao Estádio Municipal Pedro Benedetti, a casa do futebol profissional em Mauá, onde o time local enfrenta os visitantes de Assis!
Hora de pegar o ingresso. Na Bezinha esses são os preços em 2023:
E está quase tudo pronto… Ingressos na mão…
Bandeiras hasteadas…
Jogadores perfilados para o hino…
Ainda dá tempo para a foto dos times. Em campo, como visitante, o VOCEM, time que tem uma forte ligação com o blog por ter nascido literalmente em frente à casa dos meus avós e ter por várias vezes contado com meu pai, e meus tios no time.
E se envolve o VOCEM, o seo Osvaldo, meu pai, está presente pra apoiar o time que já defendeu como jogador e torcedor!
Do outro lado, o time local: Mauá Futebol Clube fundado em 23 de outubro de 2017 e que estreou na Segunda Divisão do Campeonato Paulista em 2018. Aliás estivemos presente em um jogo deles contra a AA Itararé, pra conhecer de perto o novo time do ABC (veja aqui como foi).
O Estádio Pedro Benedetti está em sua melhor fase dos últimos anos, e tem recebido os jogos dos dois times da cidade: o Mauá FC e o Grêmio Mauaense, lembrando que ambos se classificaram para esta segunda fase da Bezinha.
E começa o jogo!
O Mauá FC tentando se colocar como os donos da casa, propondo as jogadas e tentando dominar a bola no chão.
Como não tinha muita gente, dava pra ouvir os próprios jogadores gritando um com os outros para coordenar as melhores jogadas.
E se não teve muita quantidade, em qualidade o público estava nota 10! Aí está o Daniel, amigo que vive, pesquisa, registra e respira o futebol de Mauá (amador e profissional)! Já falamos dele aqui no blog quando contamos a história do futebol de Mauá (veja aqui como foi!).
Além do Daniel, estiveram ali ao nosso lado outras figuras do futebol, a começar pelo Tegi, presidente do Mauá FC, o seo Clóvis -nascido em Assis e que agora vive em Mauá-, além do Airton, um soteropolitano colecionador de camisas que estava ali conhecendo o Estádio, e o Fernando, do Grêmio Mauaense! Uma verdadeira seleção!
Pra quem não está acostumado, pode não fazer muito sentido acompanhar os jogos da 4ª divisão do Paulista, mas ao lado dessa galera saiu tanta história e tantas risadas que deixaram o jogo muito mais legal de assistir. E futebol é isso, pra mim, é mais que um jogo, é uma cultura mesmo que se constrói na arquibancada, principalmente.
Pra quem se acostumou um jogo de correria e chutão, Mauá FC e VOCEM fizeram um jogo diferente, bem jogado, com tentativas de ambos os lados de se chegar tocando até a meta adversária.
O Mauá FC abriu o placar em um escanteio que encontrou o atacante Gustavo sozinho na pequena área.
Festa na arquibancada local!!!
O jogo ficou ainda mais pegado com o time visitante arriscando chutes de fora da área e o Mauá FC buscando matar a partida no contra ataque…
Quando tudo parecia resolvido, o time de Assis empatou o jogo em uma batida de fora da área, para a alegria do Seo Osvaldo. O gol pode ter iniciado em uma jogada irregular, já que ficamos com a impressão que o jogador havia usado a mão para dominar a bola, antes de bater de primeira e marcar um golaço!
E nem mesmo a última chance já nos derradeiros segundos de jogo trouxe o gol da vitória para o Mauá FC…
Para o time de Mauá fica o apoio e carinho da sua torcida! E a nossa torcida para que, quem sabe, os dois se classifiquem e possam ao menos se manter no 4º nível do futebol paulista a partir de 2024.
Sábado, 24 de junho de 2023. 10ª rodada da série D do Campeonato Brasileiro. Em campo, duelo de paulistas e cariocas:
Assim, como a torcida do Santo André foi bem recebida na Ilha do Governador, os cariocas também o foram no ABC paulista.
Em campo, o EC Santo André enfrenta o líder do grupo e sabe que não terá uma missão fácil!
A torcida do Ramalhão mais uma vez diminuta… Menos de 1.000 torcedores se fazem presente, mas ao menos, quem veio, veio para apoiar!
A começar por nós!
Méritos aos amigos cariocas que enfrentaram a Dutra para acompanhar seu time do coração:
Começa o jogo e a Esquadrão dá início ao apoio!
Destaque também para o pessoal da Ramalhonautas, grupo dedicado à pesquisa e memória do EC Santo André!
Pra quem perguntou da TUDA, no post passado (já que por descuido meu, não teve foto dos caras) ta aí eles no jogo de sábado:
A Fúria mais uma vez, sempre, presente:
Abraços ao Gó e à Simone!
Viramos o primeiro tempo segurando o 0x0, com alternâncias entre bons e maus momentos. A Portuguesa teve menos domínio, mas quando chegou, foi mais perigosa! No segundo tempo, até criamos as condições para definir o jogo, mas não conseguimos concluir em gol, terminando o jogo em um honesto 0x0..
O Ramalhão foi a campo com: Belliato; Will Viana, Miguel Baggio, Huilherme Mattis e Vermudt; Ruan, Rafael Chorão (Felipe Pará) e Guilherme Borges; Alexiel (Flávio Torres), Vitinho (Gabriel Ferreira) e Rodrigo Carioca (Xandy). O técnico foi Leandro Niehues, já que Matheus estava cumprindo suspensão. Assista a entrevista pós jogo dele:
No próximo sábado, o Ramalhão aposta suas fichas contra o Resende lá, no Estádio do Trabalhador, no Rio de Janeiro.
Façamos uma breve pausa nos posts relacionados ao rolê que fizemos pelas cidades históricas de Minas (ainda que, na minha opinião, todas as cidades sejam históricas e que a história do território que hoje chamamos Brasil não tenha se iniciado em 1500) ….
Mas ainda falando de Minas Gerais, vamos dividir as fotos e vídeos da partida de sábado de 17 de junhode 2023, quando o EC Santo André perdeu por 1×0 para o Athletic Club de São João del Rei, em partida válida pelo returno da série D de 2023.
Seja bem vindo às arquibancadas do Estádio Bruno José Daniel, onde tentamos construir um ambiente de amizade e respeito!
O Carlão até fecha os olhos de emoção ao lembrar as emoções que já viveu nas arquibancadas e também no campo…
Olha ele aqui de olhos bem abertos enquanto dava entrevista com a camisa do, então, Santo André FC!
Se você quer curtir a partida apoiando 90 minutos, então cole com o bonde da Fúria Andreense!
E se a pegada das barras argentinas é o que te encanta, então pule com a Esquadrão Andreense!
Cansado do capitalismo e das injustiças sociais? Quer assistir a partida discutindo os problemas da atual conjuntura econômica? Então cola com esses “já não tão jovens” desajustados!
Recebemos informações de que estão sendo monitorados…
Empunhe ou amarre a sua bandeira e vamos ao jogo!
Aí estão os dois times em postura pré partida!
E como o Santo André foi a campo?
O jogo terminou 1×0 para os visitantes, mas esqueça o placar e siga com a gente!
Nesses mais de 15 anos do As Mil Camisas, poucas missões para registrar estádios falharam. Infelizmente a cidade de Caçapava foi um destes casos, mas mesmo assim, hoje vamos recordar um pouco da linda (e antiga) história do futebol por lá.
Esta é mais uma cidade que nasceu dos conflitos entre os povos originários e bandeirantes que buscavam novas terras, pedras e minerais preciosos além de escravizar os indígenas. Alguns destes sanguinários bandeirantes seguiram o curso do Rio Paraíba do Sul, enfrentando o povo Puris, pertencente ao tronco linguístico macro-jê, aqui, registrados no século XIX por Van de Velden:
E aqui, por Johann Moritz Rugendas, no século XIX:
Os Puris acabaram abandonando suas terras em direção da Serra da Mantiqueira, mais ou menos como o Iron Maiden canta em “Run to the Hills“, em referência à história americana:
Aos poucos, os invasores passaram a ocupar o vale do rio Paraíba originando o que seriam as cidades do leste do estado, como São José dos Campos, Jacareí, Taubaté e a querida Caçapava, cujo nome deriva do termo tupi guarani caá-sapab (algo como “mato vazio”, devido à clareira que existia no local).
Inicialmente pertencente à Taubaté, o povoado de “Cassapaba” foi crescendo ao redor da capela construída em 1706 que daria origem à Igreja de Nossa Senhora D’Ajuda.
A partir do século XIX, questões políticas levaram a população a viver na fazenda de João Dias da Cruz Guimarães, onde existia uma capela de São João Batista. Ali, iniciou-se o núcleo que se tornou a atual cidade de Caçapava. O velho povoado tornou-se o bairro do “Caçapava Velha“.
A base da economia era a produção cafeeira realizada pelos escravizados, com fazendas importantes em Caçapava, que também produzia cana-de-açúcar, fumo e gêneros alimentícios. Até hoje, o comércio local movimenta a economia, esse é o Mercado Municipal:
Em 1° de outubro de 1876 é inaugurada a estação ferroviária.
A ferrovia ajudou a trazer a industrialização para a cidade que passou a contar com empresas do ramo têxtil, depois chegaram a Mafersa (material ferroviário) e a Providro (que também teve um time profissional como veremos na parte final deste post). Olha quantas indústrias existem atualmente só ali às margens da Dutra:
Assim, chegamos à Caçapava de hoje em dia que vê o desenvolvimento chegar com força total e fez no futebol mais uma vítima desse crescimento… Estivemos na cidade pouco tempo depois da demolição do estádio da AA Caçapavensena região central.
A Associação Atlética Caçapavense foi fundada em 9 de dezembro de 1913 e tinha sede na rua Capitão João Ramos (atual agência do Banco do Brasil) mudando-se em 1941 para a Avenida Cel. Manoel Inocêncio, onde estava o Estádio Capitão José Ludgero de Siqueira até 2013 quando foi vendida e completamente demolida…
Estivemos lá alguns meses depois da demolição e já havia um estacionamento construído na esquina do terreno, onde antes ficavam as bilheterias…
Fiquei tão decepcionado que não encontrei as fotos que fiz do local… Por sorte o Google Maps ainda mantém como imagens um cenário bem parecido com o que visitamos.
O local é bem no centro da cidade e imagino que realmente não fazia mais sentido um campo, há décadas dedicado apenas ao futebol amador, ocupar um espaço tão importante…
Dá pra comparar com uma imagem mais antiga:
Após vários anos disputando amistosos e torneios amadores, em 1918, a AA Caçapavense estreia no Campeonato do Interior (organizado pela APEA), na Zona Central do Brasil. Em 1920, se classifica para a fase final, mas perde para o Corinthians de Jundiaí. Em 1921 venceu o Elvira e empatou com o Taubaté, em partida que teve invasão de campo pela torcida de Caçapava. Esse era o time de 1921:
A área do Estádio Capitão José Ludgero de Siqueira foi adquirida em 1915 e em junho de 1922 enfim foi inaugurado com uma incrível partida entre a AA Caçapavense e o Clube de Regatas Flamengo!
O Flamengo leva para casa a Taça Elias, ofertada por comerciantes da cidade, vencendo o Caçapevense por 5×0.
A partir de 1922, a Zona Central do Brasil passa a ser bastante disputada, com times de diversas cidades da região.
Esse é o time de 1925:
Em 1928,, a AA Caçapavense sagra-se campeã da sua região, mas acabou sendo desclassificada na fase final. A AA Caçapavense disputa o Campeonato do Interior até 1930, apenas deixando de participar das edições de 1924 e 29. Imagina se você dissesse pra essa galera que esse lugar ia virar um estacionamento, algumas décadas depois…
Talvez tenha faltado passar esse amor pelo futebol para seus filhos, filhas, netos e netas…
Claro… O mundo hoje é outro, mas fico me perguntando como deve ter sido mágico vivenciar as aventuras da AA Caçapavense na primeira metade do século XX…
E como era linda a arquibancada coberta do Estádio Capitão José Ludgero de Siqueira:
Olha que uniforme lindo!
A AA Caçapavense volta às disputas locais até 1946, quando disputa novamente o Campeonato Paulista do Interior, agora organizada pela Federação Paulista e embora campeã da sua zona, o time foi eliminado na fase regional.
Após esta disputa única, o time mais uma vez se ausenta das competições oficiais e volta a jogar torneios amadores e regionais.
Aqui o time de 1958:
O time de 1961:
A AA Caçapavense ressurge na década de 60 para aventurar-se no profissionalismo disputando a Terceira Divisão da Federação Paulista de 1964, e o time terminou na 6a colocação da 1a série.
Em 1965, terminou a 5a colocação:
Em 1966, o time sagra-se campeão do seu grupo…
Mas acaba abandonando a 2a etapa da competição e desistindo do profissionalismo.
Atualmente, a AA Caçapavense, centenária desde 2013 possui uma nova sede no Jardim Maria Cândida, voltada aos associados.
Antes de finalizar o post, vale falar um pouco mais da empresa Providro citada anteriormente.
A empresa tinha tamanha importância na cidade e envolvimento com seus funcionários que acabou dando origem a um time de futebol em 17 de agosto de 1964: o Clube Providro. Segundo o site Futebol Nacional existiram dois distintivos:
Em 1966, o Clube Providro se aventurou no futebol da Quarta Divisão.
Só achei uma foto no Facebook dizendo ser do time, mas já nos anos 70:
9 de fevereiro, o Paulistão 2023 não para! E mesmo em um horário difícil (18hs) lá vamos nós acompanhar mais um jogo do Ramalhão, que foi assim a campo:
Um fim de tarde quente de verão… Água pra refrescar o campo e os poucos (cerca de 970) torcedores que compareceram ao jogo. Mal sabiam o quanto sua cabeça ia esquentar até o fim do jogo.
Os times entram em campo para mais um “derbi regional do ABC”.
Sem dúvida, 2023 ficará marcado pelas bandeiras de mastro que voltaram a desfilar em nosso estádio!
A torcida do Água Santa (que sempre nos recebe bem lá em Diadema) também compareceu!
E lá vamos nós para mais uma experiência!
O Santo André teve um primeiro tempo “morno”, ainda que algumas chances tivessem animado a torcida local.
Mas Bruno Mezenga, aos 16 minutos fez 1×0 pro Água Santa.
Volta o segundo tempo e o Santo André prometia correr atrás do placar…
Mas novamente Bruno Mezenga ampliou a vantagem dos visitantes: Água Santa 2×0 para a tristeza da torcida ramalhina…
O Santo André fez uma série de substituições e até chegou perto do seu gol…
Mas o placar acabou 2×0 e deixou desolada a torcida Ramalhina… Aos amigos e demais torcedores fica a nossa solidariedade… Nos vemos em Limeira, no domingo!