Entrevista com Marcello Matrone

Ok… Esqueça tudo que você já viu sobre comemorações estranhas e prepare-se pra entrar no incrível mundo de Marcello Matrone. Um cara que soube equalizar raça, atitude e dedicação com diversão na medida certa!

Pela internet conseguimos bater um papo com o jogador e entender um pouco do que passa na cabeça desse jogador que revolucionou a arte de comemorar gols no leste europeu.

1- Começamos perguntando um pouco sobre o seu histórico, quando e onde começou sua carreira e por quais clubes passou até chegar no HIK da Finlandia? Ola Mauricio, eu vim novo aqui para a Europa, sou de Rio Verde-GO, onde comecei a jogar e depois já me transferi para um clube na Belgica (o GBA Antwerpen), depois fui para a Alemanha onde joguei 4 anos (Tus koblenz)…
Depois passei uma temporada no futebol de Marrocos (Husa Agadir) até que cheguei na Finlandia, onde estou no momento.

Aqui ja joguei na Primeira e Segunda Divisão (Honka e Hamennlinna) e agora estou no Hik (www.fchik.fi), há 2 temporadas e meia. Foi aqui onde começamos com a ideia das comemorações. Vim para o Hik em 2010, o clube estava passando por uma situacao dificil, quando me contraram estavam em ultimo lugar na tabela terminanos em 3º , fiz 25 gols em 11 jogos, uma marca historica aqui na Finlandia. Depois renovaram meu contrato por mais 2 anos e em 2011 foram 22 gols e mais 24 em 2012 ( a temporada aqui ja acabou ).

2- A maior parte dos jogadores limita sua criatividade aos campos de futebol, e você desafia o “lugar comum” e leva a criatividade para o momento da comemoração, como foi que isso começou? Eu sempre comemorei meus gols de uma forma meio engracada, como estava fazendo muitos gols aqui ja estava cansado de sambar, então decidimos fazer algo mais engraçado e foi onde surgiu a “Lady Gaga Goal Celebration” que foi um sucesso no mundo todo.

3- Embora tenha esse lado “divertido”, como fica o lado da dedicação ao time? Os torcedores do seu time o veem como um jogador esforçado, ou simplesmente como um ícone da brincadeira? Para quem nao me conhece, tem que estar no estádio para ver o jogo… Não gosto de perder, e fazer gols não é tão fácil assim, tem que treinar bastante e se dedicar muito, não treino para fazer comemoracoes e sim para fazer gols pois sem gols não tem vitórias e nem comemorações. Para mim, o mais importante é a vitória do time. Se der para fazer comemoração, fazemos, se não,  fica para depois.. Nunca fiz uma comemoração quando meu time esta perdendo. Me dedico bastante durante os treinamentos, não tem brincadeiras, levo tudo a sério pois nos treinos é onde acumulo forças para o jogo. E graças a Deus os gols tem aparecido juntamente com as vitórias.

4- Fale um pouco sobre o futebol finlandes. Como é o nível técnico atualmente? Quem é o grande craque finlandes na atualidade? O futebol aqui não é muito facil, tem que estar bem fisicamente e ter força, tecnicamente está melhorando, mas pela forca física se parece um pouco com o futebol Inglês. Atualmente o melhor jogador Finlandês é o Teemu Pukki que joga no FC Schalke 04. 5- Sobre as torcidas locais, existe muita violência no futebol daí? Ainda existem manifestações racistas? As torcidas aqui sao da Paz, não gostam de violência, a Finlândia é um pais muito tranquilo, eles preferem beber uma cerveja do que ficar brigando nas arquibancadas.

6- E como é para uma pessoa carismática como vc viver num país frio, como aí? Essa parte é realmente onde sinto mais saudades do Brasil. O frio aqui é muito intenso, são 6 meses de frio, 3 mais “frescos” e 3 quentes. O bom é que as casas são bem aquecidas, então o frio fica só do lado de fora mesmo. Do carrro para o treino e do carro para casa, hehehe. E é bom também ficar nos braços da namorada para esquentar um pouquinho 🙂

7- Pra terminar, além de agradecer, gostaria de passar nossa sugestao de próxima comemoração. Fizemos uma enquete entre os amigos aqui de Santo André-SP e a gostaríamos de sugerir a comemoração a la “ROCKY BALBOA” A temporada aqui acabou pois ja esta chegando o inverno, seria bom se pintasse um clube aí no Brasil para sair um pouco deste frio aqui, e claro continuar fazendo mais gols e novas comemoraçõe… Quem sabe vou fazer o “ROCKY BALBOA” aí no Brasil…

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Santo André 1×1 Oeste – série C 2012

Araras, 29 de julho de 2012.

Mesmo não sendo ligado à religião, pela manhã fui até a igreja matriz de Santo André para ver a cara do santo que dá nome à minha cidade e ao time que torço. Lembra um pouco o próprio (e misterioso e polêmico) João Ramalho, que fundou a cidade, não?

Mais uma vez (e pelo que dizem, a última) fizemos de Araras a nossa casa. Assim, lá fomos nós ao Estádio Herminio Ometo para assistir Santo André x Oeste.

E lá foram também os heróis seguidores do Ramalhão, que fizeram questão de mostrar o descontentamento de todos com o atual prefeito Aidan, que parece ter esquecido do nosso Estádio.

E se é pra falar de faixas, aí está a nossa, que mostra a mistura que mais curtimos, futebol + punk rock!

O jogo prometia, afinal, o Santo André, embora invicto, vinha amargando uma sequência de empates, dando aquela incomoda sensação de que o time não anda. O jogo começou e mostrou que infelizmente o time parece não andar mesmo, este ano…

Logo de cara, levamos um gol… Terceiro jogo “em casa” e nenhum gol feito. Nenhuma vitória… Os ânimos não estavam bons na torcida Ramalhina…

E se é pra ser difícil, que seja tudo de uma só vez… A polícia militar de Araras proibiu a entrada da bateria da Torcida Fúria Andreense. O jeito foi improvisar…

E foi assim que a percussão nasceu das cadeiras do Herminio Ometo…

Lá estavam as faixas e bandeiras para apoiar o time… Mas a verdade é que parecia que o time estava distante…

A rapaziada da Fúria Andreense também compareceu pra apoiar!

Em campo, o time esboçava uma reação e alcançou o empate de 1×1.

Mas nada que empolgasse os torcedores. Sei que é um post meio triste e chato, mas é que a situação do Santo André nos últimos anos não está muito animadora.

O jogo em si foi morno até o seu final… Por mais que o Santo André dominasse o jogo, o empate foi o resultado final.

A nós, torcedores, só restava gritar com o time…

E ao menos o orgulho em estar presente em mais um momento do nosso time…

APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!

Um último papo sobre o Chile

A gente sempre mostra muito dos jogos e estádios que fomos ver, mas esse rolê (que denominamos Futebol & Rock Rompendo Fronteiras) tem como objetivo uma troca de opiniões e cultura, por isso vou mostrar outras coisas que fizemos por lá, seja as fotos levando o nome do nosso time (Santo André) a novos espaços, seja conhecer lugares legais, como o “Cerro Santa Lúcia”, no centro de Santiago, onde se pode ter uma bela vista da cidade.

Nessa nossa última visita, encontramos nos muros da cidade alguns cartazes feitos pela torcida ou pela própria diretoria do time da Universidad do Chile, comemorando as conquistas de 2011.

Pra quem gosta de passear com a camisa do seu time por um bairro cheio de bares, restaurantes e gente pelas ruas até de madrugada, o negócio é descer no metro Universidad Católica se divertir pelas ruas do centro.

E o metro em Santiago do Chile é super de boa, lembra até um pouco o de São Paulo.

Ok! Várias bolas pelas ruas, mas… evite chutá-las…

Esse é um bar que está ali pelo centro também, chamado “The clinic”. É meio de boy, mas até que é legal.

Essa campanha contra as drogas é muito foda!!

“Quando sua cabeça está no que você quer, você não quer drogas”

O imponente rio Mapocho! E a banda “Visitantes” com cara de mau…

Os cães pela rua são comuns na região do centro velho. Eles são dóceis e companheiros.
Nos acompanharam em alguns roles por várias e várias quadras.

Na época, o show parecia longe, agora já passou e aqui no Brasil sequer soubemos da vinda do Gatillazo à América Latina…

Para quem ainda curte comprar cds e é do rolê punk/oi!/hc, a loja Hooligan é a parada ideal, ali na galeria do calçadão “Paseo Ahumada“, número 85.

Outra loja bacana, ali mesmo na galeria é a Mercado Futbol.
Camisas usadas e novas de times do Chile!

Falando em camisas, minha frustração foi ter voltado de lá sem uma do time La U… Devido ao sucesso do time, em 2011 estavam todas “agotadas”…

Bom, acho que deu pra ter uma idéia do que foi o rolê “urbano” né?
Ah, na hora de irmos embora, ainda encontramos um torcedor do Flamengo, que havia ido a Lanus ver Lanus x Flamengo…

Foto de despedida, em pleno aeroporto…

E seguimos nossa viagem pela América Latina…

Somos latinos!!

100- Camisa do Garotos Podres

Enfim, a centésima camisa.
E para comemorar, tinha que ser uma especial, que fizesse a diferença na minha vida e me motivasse a continuar o trabalho com o blog.
Assim, apresento a camisa do Garotos Podres, time do qual faço parte e ajudei a formar em1995.

Pra mim, o time representa a essência do futebol que sempre sonhei: união, atitude, amizade, família, ética…
Tantos valores que aprendemos ou reforçamos em campo e que acabamos levando para a vida.

O Garotos Podres (óbvia referência à banda punk/Oi! do grande ABC) nasceu em julho de 1995, na cidade de Itanhaém.

Diferente da maior parte dos times, nascemos da dor da derrota e não da alegria das vitórias, numa tarde chuvosa, após levarmos um 3×0 de um time de “boleiros” numa partida de futebol de salão.

Nascia ali, no futebol de salão o “Garotos Podres”, com Léo, Rodrigo, Caio Tâmbara, Bruno Milani e eu.

Naquele ano disputamos nosso primeiro campeonato, ainda com uniformes emprestados.

Jogamos contra a AABB Santo André e após um primeiro tempo incrível (2×2) perdemos o jogo por 10×2 e aprendemos o quanto valia um banco de reservas.

No ano seguinte, nosso primeiro jogo de uniformes oficiais valeu um convite à diretoria do Satélite E.C. para um amistoso de estreia.

Aproveitamos o amistoso para estreiar também dois novos atletas, Gustavo e meu irmão Murilo. Murilo mostraria a essência do time em menos de 10 segundos, após a saída do time adversário ele apresentaria como cartão de visita um “pé alto” na altura do peito do atleta e presidente do clube “Carelli”.  A partir de então, faríamos uma série de jogos não oficiais e participaríamos anualmente dos Campeonatos Maio Soçaite e Primavera Salão, organizados pelo Satétile.

Engraçado que havia um jogador chamado Flávio que disputava a maioria dos jogos mas nunca os campeonatos.

Com esse elenco conquistamos nosso primeiro troféu (de terceiro lugar) no campeonato de futebol de salão do Satélite Esporte Clube, de 1997:

Olha aí o troféu:

Em 1998, sofremos a primeira baixa, nosso goleiro Léo deixaria o time. Em seu lugar, eu e Bruno iríamos revezar no gol. No sacrifício, Bruno marcaria época quebrando o braço durante um jogo. Chegariam também dois atletas o jovem e promissor Edu (irmão do Rodrigo) e o Marcel (meu irmão) para ajudar a compor a nossa defesa. Surgia também um novo jogo de uniformes com uma tonalidade de verde mais clara, em homenagem à seleção da África do Sul.

Este uniforme foi rapidamente abandonado pois sua gola enforcava os atletas com problemas de peso. O uniforme seguinte também foi problemático e polêmico. Devido à sua cor (todo preto com uma faixa verde na lateral) chegava a quase 50 graus nos jogos em dias de sol, como na foto abaixo, em 2000:

No fim do ano, chegariam Júnior “Português” e Caio Pompeu, primeira contratação vinda de um outro time, o “Oposição Futebol Clube“. Mesmo sendo um time entre amigos, gostávamos de dar um ar de seriedade nas decisões e praticamente paramos o clube ao anunciar a contratação oficial de Júnior, que lembra alguns detalhes dessa época:

“Eu ja fazia parte da “turma”dos temidos e respeitados Garotos Podres, andava para cima e para baixo com o pessoal e já disputava as peladas não oficiais, porém oficialmente eu ainda não fazia parte do time e isso era extremamente frustrante. Foi no Carnaval de 2000, que fui oficialmente anunciado e lembro que encarei um ritual de passagem com direito à inúmeras pancadas. Era o jeito do time dizer bem vindo”.

Abaixo, o time que disputou o cmapeonato de Soçaite, em 2003. 

Após a fratura do braço de Bruno Milani, assumi a posição de guarda metas e disputei o campeonato de 2004 no gol.

No segundo semestre, muitas novidades. Cláudio “Pitbull”, um atacante com fome de gol e o goleiro Douglão “a muralha negra”, renovaram o time, que perdera atletas para os estudos, namoradas e trabalhos. Como já era tradicional, a mudança pedia um novo jogo de uniformes. Criamos então a camisa branca (chega de calor) com a faixa transversal verde, uma das mais bonitas da história do time.

Foi com ela que disputamos os campeonatos de 2005.

Mas, a verdade é que a nossa realidade ia da glória aos desastres.
Isso porque nossa garra sempre nos orgulhava em campo, mas muitas vezes não era suficiente para impedir de sofrermos goleadas.
E foi para acabar com isso que contratamos John, nosso primeiro e único técnico, que é o foco de todos na foto abaixo, com exceção de Bruno Milani, eterno rebelde que seguia a olhar para o outro lado.

Esse foi o auge técnico do time, com direitos a treinos mensais. A consequência foi uma deliciosa vitórias sobre nosso eterno rival, o Califórnia F.C. por 4×0.

Esse time ficaria em 4º lugar em um campeonato bastante disputado!

Ah, além do trabalho em campo ou quadra, buscamos inovar também nas arquibancadas e fomos um dos primeiros times a paralisar o campeonato por vandalismo. As “Podretes” que sempre apoiaram o time desta vez encheram a quadra de fumaça verde. Um outro ponto forte da torcida é o bandeirão confeccionado pela “Nona” do Bruno e que esteve presente em vários jogos e atualmente se encontra perdido…

Mas sempre nos portamos com o respeito exigido pelo esporte e mais que isso, como uma família, composta por pessoas diferentes uma das outras, mas unidas por um mesmo ideal. Na foto abaixo, dá para ver como uníamos a agilidade de Bruno Milani com a força física de Murilão (o primeiro agachado à esquerda).

No final de 2005, um de nossos mais antigo atletas, Gustavo (o primeiro à esquerda, na foto abaixo) mudou-se para a Austrália para estudar inglês.

Para diminuir a perda, agregamos o já bastante amigo Igor assim como os gêmeos Paulo e João e os irmãos “fumetinhas” (Danilo, Felipe e Douglas). Foi aí que começamos a disputar a liga do Batalha.

Animados com tantos compromissos, desenvolvemos um uniforme homenageando o nosso jogo de camisas original (essa camisa é a que está no início do post).

Entretanto, as coisas acabaram se esfriando em 2007 e o time quase não teve jogadores suficiente para a disputa dos campeonatos.

2008 e 2009 trouxeram a maior crise ao nosso time. Não jogamos nenhum campeonato oficial.

Ainda assim, nos reencontramos fora das quadras e campos para celebrar o que de melhor o futebol nos trouxe, a amizade!

E para quem achava que a história do time acabaria por aí, veio o desafio, reerguer o time em 2010 e novamente disputar alguns torneios.

Assim, encaramos o Campeonato de soçaite, em Maio (leia mais sobre isso aqui).

O hino do time explicita o sentimento de cada atleta:

“Garotos Podres, um ideal
como esse time não há igual
Garotos Podres, avante, avante!
Raça do gol ao centroavante

Sim somos Podres, é o que somos e não vamos nos mudar
Vencer não é fácil, mas os Podres sempre irão acreditar

Avante, avante… Nossos heróis
Jamais desistam, façam por nós
Levando ao jogo, sua energia
Garotos Podres, minha alegria

Ouço a torcida, sempre a cantar
“A raça podre muito irá nos orgulhar”
Agora cante, você também
E seja Podre pro seu próprio bem.

Podres, gol!

Agora resta saber o que o futuro nos aguarda…

Odeia os dirigentes do seu time?
Monte seu próprio time!