Começamos nossa aventura pela cidade de Alvorada do Sul.
Alvorada do Sul era distrito administrativo de Porecatu e está às margens do rio Paranapanema, tornando a cidade bastante agradável.
Pouco mais de 11 mil pessoas vivem em Alvorada do Sul, que apenas em 1951 alcançou sua autonomia, graças a uma fazenda homônima cujo loteamento deu origem à cidade.
Assim como boa parte da região, o plantio de café foi o responsável pelo seu desenvolvimento. A empresa Lima, Nogueira & Exportadora que manejava a venda do café lá em Santos adquiriu uma vasta área de terras na localidade sabendo que seria um bom negócio.
Atualmente a cidade segue progredindo, bastante ligada ao agronegócio e assim tentando construir sua identidade, misturando alguns elementos ao seu dia a dia…
O nosso objetivo em Alvorada do Sul era conhecer o Estádio Municipal Álvaro Alves.
O Estádio Municipal Álvaro Alves é novamente a casa do PSTC (Paraná Soccer Technical Center ou Centro de Treinamento de Futebol do Paraná) na disputa da segunda divisão do Campeonato Paranaense.
Não, não é um partido político, é mesmo um time de futebol. O PSTC surgiu em 1994, com a proposta de revelar jogadores. De lá vieram Kléberson, Fernandinho (ambos jogariam depois pela Seleção Brasileira), Alan Bahia, Dagoberto, Guilherme, Jádson, Rafinha, entre outros.
Logo, o time se transformou em uma potência nas competições das categorias de base do Paraná, conquistando títulos no Sub-17 e Sub-15.
Em 2010, o PSTC se aventurou no futebol profissional, jogando a 3ª divisão.
Em 2012, termina a competição na 3ª colocação, conquistando o acesso para a Segunda Divisão do Campeonato Estadual.
No ano de estreia na segundona, o clube fez uma parceria com o município de Cornélio Procópio, tornando-se o PSTC Procopense, terminando na 6ª colocação em 2013 e 4ª colocação em 2014.
Em 2015, o Estádio Ubirajara Medeiros em Cornélio Procópio passou por reformas, obrigando o time a mandar seus jogos no Estádio Éxaro Menck em Sertanópolis e foi lá que o PSTC conquista a vaga para a primeira divisão do Campeonato Paranaense, com o título da Segunda Divisão conquistado de forma invicta.
Em 2016, sua estreia na elite do futebol Paranaense foi surpreendente: chega até a semifinal junto do “Trio de Ferro” do Paraná, classificando-se para a série D do Campeonato Brasileiro. Em 2017, o time é rebaixado para a segunda divisão, de onde retorna em 2019 com mais um título.
Mas, veio um novo rebaixamento em 2020 e somente em 2023, sagra-se vice campeão da série B e retorna à principal divisão paranaense, mas novamente cai no primeiro ano de disputa (2024) e assim disputará a segunda divisão em 2025 no Estádio Municipal Álvaro Alves em Alvorada do Sul (um grande trava língua não?).
O Estádio teve sua capacidade ampliada para pouco mais de 2.800 torcedores.
Veja como, embora seja um estádio pequeno, ele é bem estruturado.
As arquibancadas agora percorrem o entorno do campo, chegando até atrás do gol:
Aqui, o meio campo:
O gol do lado esquerdo onde ainda não há arquibancadas:
E o gol do lado direito:
Veja como é o visual e o clima pacato de um estádio que fica em uma cidade pequena e sem aquela barulheira dois grandes centros urbanos:
O Estádio estava fechado, mas o muro da rua lateral é baixo, aqui eu estou do lado de fora do estádio e olha como dá pra ver o estádio todo:
Lá do outro lado, tem aquela parte coberta do estádio:
Ao lado do Estádio está o Clube Recreativo Alvorada:
Entrando pelo Clube Recreativo Alvorada deu para registrar mais de perto a parte coberta da arquibancada:
E um pouco da outra lateral (era de lá daquele muro branco que eu estava fazendo as fotos antes).
Aqui dá pra ver um pouco do campo todo. Bonito né? O futebol paranaense está em plena ascensão e o PSTC representa uma nova força no estado.
Só acho que o distintivo podia ser um pouco melhor né?
Novembro de 2024. Aproveitamos o feriado do dia 15, para seguir a linha do trem “Rio Grande da Serra – Jundiaí” até uma cidade que já participou do futebol profissional e que ainda não tínhamos visitado: Campo Limpo Paulista! (foto do site da Prefeitura)
Falando sobre a formação da cidade, é difícil detalhar quem foram os primeiros a ocupar a região, mas a presença da água (o atual “rio Jundiaí”) deve ter atraído pessoas de tempos em tempos. Os primeiros europeus que chegaram na região citam os Tupi Guarani e seus parentes (Tupiniquim, M’byá entre outros) como os habitantes do local.
A partir da metade do século XVI, os portugueses passam a realizar expedições para aprisionar indígenas e procurar metais e pedras preciosas Brasil adentro. Com o tempo, se apossaram das terras estrategicamente localizadas para criarem pontos de paradas para as “bandeiras”. Campo Limpo Paulista passou por um processo similar. Vale lembrar que a cidade se emancipou de Jundiaí em 1965, então o começo da história das duas cidades é o mesmo, até porque são todas limítrofes.
O fato que potencializou a região foi a Estrada de Ferro São Paulo Railway, construída entre 1862 e 1867, ligando Jundiaí a Santos e primeira estrada de ferro paulista. Por ela, toda a produção de café foi transportado até a década de 1930. A estação de Campo Limpo foi inaugurada em 1881 para agir como entroncamento da E. F. Bragantina, aqui em foto nos anos 20 do site Estações Ferroviárias.
Outro ponto importante para o desenvolvimento da cidade é que de 1947 até 1951Campo Limpo Paulista sediou a Hospedaria de Imigrantes ocupando antigos galpões de depósito de café para abrigar refugiados da Polônia, Ucrânia, Lituânia, Hungria, Rússia, Iugoslávia, República Tcheca e apátridas.
Quando falamos do futebol da cidade, é necessário citar 4 times que se aventuraram no profissionalismo :
O primeiro deles é o Corinthians Futebol Clube, fundado em 1974.
O CorinthiansFC entra pra história por ser o primeiro time da cidade a disputar uma competição profissional: o Campeonato Paulista da Terceira Divis˜ão de 1976.
Na sequência, a cidade contou com a Associação Atlética Campo Limpo Paulista, fundada em 1980.
Em 1981, a AA Campo Limpo Paulista estreou no futebol profissional, na Terceira Divisão. Foi um campeonato complexo, com 6 grupos, que disputariam 2 turnos. Os campeões de cada turno (definidos após semifinal e final) se enfrentaram definindo o campeão do grupo e classificando-se para um hexagonal final, de onde o Cruzeiro sagrou-se campeão. Jogando no grupo Vermelho, a AA Campo Limpo Paulista terminou em 3º e perdendo a semifinal para o Cruzeiro (0x0 e 2×0).
No segundo turno, novamente a AA Campo Limpo Paulista se classifica mas é eliminada na semifinal.
A boa campanha levou a AA Campo Limpo Paulista para a segunda divisão de 1982. foi promovida para a Segunda Divisão, em mais um campeonato complexo, dividido em 2 turnos de duas etapas cada e um quadrangular como fase final. Na 1ª etapa do primeiro turno, jogando no Grupo Preto, a AA Campo Limpo Paulista termina na 4ª colocação do seu grupo, a série D.
Assim, o time se classifica para a 2ª etapa do 1º turno, onde terminou em 2º lugar, tendo o Bragantino como campeão do grupo.
No 2º turno, termina a 1ª fase na última colocaç˜ao, não se classificando para a 2ª fase do turno.
Infelizmente, entendendo que não teria a estrutura e verba necessária para seguir na disputa, acabou preferindo licenciar-se das competições profissionais.
O terceiro time da cidade foi o Sport Club Campo Limpo Paulista, fundado em 13 de Abril de 2000. O escudo veio do site do Gino!
No mesmo ano de sua fundação ingressou no Campeonato Paulista da Série B2 (o 5º nível do futebol paulista daquele ano), terminando na 8ª colocação do seu grupo.
Uma briga política fez o time mudar de cidade para a vizinha, Caieiras e seu nome para Sport Club Paulista, jogando a série B3 de 2001, chegando até à semifinal, onde perdeu para o Corinthians B. O time sobe para a Série B2 de 2002, e faz má campanha. Em 2003, retorna a Campo Limpo Paulista mas faz novamente uma má campanha. Licenciou-se em 2004 e 2005, retornando em 2006 no Campeonato Paulista da Segunda Divisão (atual Série B) onde terminou a 1ª fase na 5ª colocação.
Em 2007, mais um problema de gestão levou o clube a mandar seus jogos em Salto. Em 2008, se transferiu para Espírito Santo do Pinhal, mudando novamente o nome para Sport Club Paulista. Licenciou-se novamente em 2009. Depois de muitas trocas de sedes, em 2010 mudou-se para cidade de Cotia, mudando de nome, em 2011, para Cotia Futebol Clube, e disputando a Segunda Divisão (Série B) até 2013, jogando a A3 de 2014 e 2015.
O terceiro time da cidade é o Metropolitano Futebol Clube, fundado em Jundiaí, em 10 de janeiro de 2018.
O Metropolitano nasceu em Jundiaí para revelar novos jogadores sendo desde o princípio um clube-empresa. Em 2021, se muda para Campo Limpo Paulista, e em 2022, passa a disputar as categorias de base do futebol paulista, destaque negativo para o sub 20 de 2024 terminando na lanterna do grupo 9.
Apresentados os times, hora de falar do Estádio Municipal de Campo Limpo Paulista.
O Estádio Municipal leva o nome de Aldévio Barbosa de Lemos um dos envolvidos na emancipação da cidade e faz parte do equipamento esportivo da cidade.
Tem até estacionamento!
E fomos conhecer e registrar a casa do futebol de Campo Limpo Paulista, começando pela sua bilheteria!
Venha conosco conhecer mais um estádio do futebol paulista!
As bandeiras tão admiradas pelo amigo Sérgio Gisoldi!
Foram 3 anos de construção: de 1973 a 1976 e o resultado está aí, veja que linda arquibancada coberta:
As entradas para as arquibancadas estavam fechadas, então não deu pra fazer uma foto lá em cima…
O Estádio pertence à Prefeitura Municipal e tem capacidade para 5.400 torcedores.
Olhando do lado de frente da arquibancada, este é o meio campo:
O gol da direita:
O gol da esquerda:
Dei uma volta na pista de atletismo para ter uma ideia do estádio como um todo.
Banheiros em dia!
Mais uma experiência bem sucedida com o futebol que deveria representar uma importante parte da cultura de um povo que vive ali t˜ão perto da capital e que muitas vezes não consegue gerar símbolos de identificação capazes de torná-los únicos em relação a outras cidades.
Até um recado de um punk está lá na parede!
Hora de ir embora com o sentimento de missão cumprida!
Sábado, 30 de setembro de 2023. É dia de festa para o futebol paulista, o Estádio Hermínio Ometto recebe o segundo jogo, a finalíssima da Segunda Divisão do Campeonato Paulista. Ah, se você quiser ver um montão de vídeos que fizemos no jogo, acessa a playlist que montamos.
Em uma tarde bastante quente, ainda que com o sol encoberto pelas nuvens, desde as 13hs, a torcida local já se encaminhava para o Estádio.
Infelizmente não foi possível evitar as filas já que quase 8 mil torcedores compareceram à partida!
Desde a concentração em frente ao estádio até o final do jogo, houve a venda de diversas camisas e até daquele chapéu tipo “pescador”.
Até uma cerveja do time estava a venda na entrada do estádio.
Mais uma vez, tive a companhia do amigo punk, escritor, professor, poeta e até futeboleiro, o Joey, que vive por estas bandas, passeando entre Araras, Leme, Mococa, Porto Ferreira… Ah, e pudemos conhecer o amigo Pedro “Carroceiro” e sua sobrinha, Sophia Helena!
Então, acompanhe-nos na entrada para o estádio!
Lá dentro, um espetáculo emocionante: as arquibancada do Estádio Hermínio Ometto cheias, como há muitos anos não se via…
Uma faixa me chamou a atenção e depois fui conhecer a triste história, que se contrapôs ao momento feliz da tarde de sábado: Bruna Angleri, de 40 anos, foi morta de forma brutal na quarta feira (27), tendo o seu ex namorado como o principal suspeito até o momento. No domingo, ainda rolou uma manifestação nas ruas de Araras (foto abaixo do Portal de notícias da Rádio Clube Ararense). Vivemos uma verdadeira “epidemia” de feminicídio… Isso é inaceitável! Precisamos lutar contra essa aberração.
Voltando ao jogo, havia muita gente com a camisa do time, de diferentes épocas, como esta:
Dessa forma, foi se pintando de verde e branco as bancadas do Estádio Hermínio Ometto!
Dê uma olhada no público:
A Torcida União Alviverde é quem comanda a festa na bancada!
Além das arquibancadas, o Estádio tem um um “corredor” ao lado do alambrado e com um gramado que cria um ambiente bastante “acolhedor”.
Lá no campo, quem anima a festa é a Arararinha!
A Torcida União Alviverde espalhou tirantes (esses panos verdes e brancos indo até lá embaixo) que deu um visual bem legal!
A Torcida visitante também se fez presente e merece respeito, principalmente porque com o acesso, o Catanduva FC está tentando se tornar o novo time da cidade.
O Estádio Dr Hermínio Ometto tem capacidade para mais de 16 mil torcedores e o público no sábado foi de quase 8 mil pessoas!
Em campo, após o 0x0 na primeira partida, ambos os times partiram pra cima, afinal, quem ganhasse o jogo, se tornaria campeão.
Às torcidas, cabia apoiar!
O primeiro tempo chegava ao fim, mantendo o placar do início, quando Toninho recebeu uma bola, e observando que o goleiro Mandela estava adiantado, mandou um petardo de fora da área fazendo 1×0 para a festa da torcida local!
Intervalo de jogo, tempo pra botar a conversa em dia!
Também deu pra dar um rolê e registrar um pouco da galera que compareceu!
Foi distribuída uma bandeirinha que poderia ter dado um charme maior na arquibancada, mas o pessoal preferiu usar como “abanador”. De qualquer forma, trouxe logo 3 de recordação do dia!
O segundo tempo viu o sol se por e até uma ameaça de chuva, que não caiu, mas ajudou a amainar o calor que esquentou a cabeça do pessoal…
E o jogo voltou com o Catanduva vindo pra cima em busca do empate!
Além disso, o juiz começou a não agradar o público local…
Também achei engraçado a turma que assistiu o jogo lá no morro atrás da arquibancada!
E a Torcida União Alviverde seguia com a festa:
Pra quem acha que as organizadas tem que acabar… Sem a presença dos caras, o jogo não teria menor graça…
E tamanho apoio deu certo: penalty para o União São João cobrado por Valdívia (o craque da Bezinha) e o 2×0 praticamente sacramentou o resultado e o título!
Daí pra frente foi só curtir a festa com a certeza de que o time da casa estava a minutos de se tornar campeão da Segunda Divisão do Campeonato Paulista!
Que bacana poder fazer parte de uma tarde como esta!
Logo após o apito final, o que se viu foi um encontro entre o time e sua torcida, para a alegria de toda uma cidade, que há anos parecia ter abandonado o amor pelo futebol…
Foi emocionante ver o Catanduva FC receber o troféu e ser aplaudido por todo o estádio. Na imagem abaixo, você percebe que eles mesmos estão batendo palmas a torcida do União em um dos momentos de respeito e admiração!
A torcida visitante também reconheceu o esforço do time e celebrou o vice campeonato.
Os próprios jogadores do Catanduva FC fizeram questão de ir celebrar com a torcida.
E aí chegou a grande hora… o troféu vem para as mãos do União São João…
Uma verdadeira explosão de alegria para a torcida!
Muitos sequer eram nascidos quando em 1996, o time levantou seu último caneco: o título da série B.
A nova geração soube aproveitar a oportunidade e interagir com os novos ídolos!
E eu e a Sophia Helena também fomos lá pra fazer uma foto com o craque Miguel!
Também fizemos a tradicional foto em frente ao distintivo, com a esperança de dias cada vez mais animados para o futebol em Araras.
Saímos cheio de felicidade, mas lembrando que o caso da dentista Bruna clama por justiça… (foto de Carol Custanari do site Notícia 360º):
Sábado, 9 de setembro de 2023, uma tarde de temperatura agradável já na parte final do feriado emendado de independência do Brasil. Nosso destino era o Estádio Municipal Sílvio Salles, onde Catanduva FC e o CA Taquaritinga se enfrentaram pela primeira partida das semifinais da Segunda Divisão de 2023.
Mas antes de acompanharmos a torcida local, vamos até a entrada da torcida visitante para ver como foi a chegada do pessoal de Taquaritinga…
Nada menos que 5 ônibus vieram de Taquaritinga, além de vários carros.
Você deve imaginar a festa que eles fizeram na entrada destinada aos visitantes…
Não me lembro de um deslocamento nestas proporções em uma Segunda Divisão paulista…
Parabéns, mais uma vez ao pessoal da TorcidaJovem Garra do Leão, por ter organizado o rolê !!!
Agora sim, voltemos à entrada principal, para acompanhar a torcida local.
Quem coordena a festa nas arquibancadas deste jovem time é o pessoal da “Guerreiros do Santo“, torcida que nasceu para apoiar o Catanduva FC.
Importante lembrar que a cidade de Catanduva tem uma grande tradição no futebol como você pode ver pela quantidade de times que já defenderam a cidade. Tirando o Botafogo e o Guarany, os demais levam o nome da cidade ou seu gentílico (fonte: Livro 125 anos de história – A enciclopédia do Futebol Paulista):
Respeitando toda essa história, é hora de entrar no Estádio!
E se do lado de fora ainda falta uma melhor identificação do estádio, lá dentro um mini outdoor no banco de reserva ajuda a deixar o estádio mais bonito.
Times em campo, mas aí uma coisa pega um pouco… Antigamente o estádio comportava a torcida local lá na lateral, que hoje fica vazia.
Assim, as fotos dos times posados ficam parecendo que foram feitas em um estádio vazio…
E lá vamos nós para mais uma partida memorável!
A torcida local surpreendeu e fez uma festa bonita, principalmente no setor coberto que foi onde ficou a organizada “Guerreiros do Santo“:
Olha que bonita a arquibancada coberta lotada e colorida em azul e amarelo!
A Mari arrumou um lugar para assistir dali o primeiro tempo!
E olha quem está ali nos camarotes do estádio, bem acima da torcida do Catanduva FC: o gestor do clube, que também é padre e prefeito na cidade: Osvaldo de Oliveira Rosa.
E não é que o time do padre conseguiu movimentar a cidade e levar um bom público ao estádio?
A ideia das bexigas coloridas pode parecer simples, mas acaba dando um efeito legal!
E até bandeirão, rolou na bancada do Santo!
Lá do outro lado, podia ser vista (e ouvida) a torcida visitante que esgotou os ingressos que lhes foram disponibilizados e o time foi lá saudar os que fizeram essa viagem!
O duelo entre as torcidas animou a partida!
E animou a gente também! É sempre bom ver as pessoas valorizando suas culturas, as coisas que são feitas por pessoas como elas, ou mesmo por amigos e familiares e não simplesmente adotando um time da capital, há mais de 400 km de distância…
O jogo começa e quem achou que o CA Taquaritinga viria ficar apenas na defesa se enganou. O jogo foi lá e cá, com ambas as equipes criando oportunidades.
E o Catanduva FC também se lançava ao ataque, fazendo a torcida local ficar animada!
E vamos, Santo!!
Mas, para a tristeza da torcida local, aos 44’ do 1º tempo, Andradina fez 1×0 para o CA Taquaritinga!
O primeiro tempo chegou ao fim e foi a vez dos vendedores e dos bares faturarem!
Fomos acompanhar a partida lá da arquibancada descoberta e de lá deu pra ver como estava bonita a arquibancada coberta do Estádio Sílvio Salles!
E a torcida local passou a entender a importância do seu apoio e voltou ainda mais animada!
Dali, pudemos também acompanhar de perto também a torcida visitante!
E entre as torcidas… La policía!
E o jogo voltou animado para o segundo tempo, com o time da casa querendo empatar a qualquer custo!
No começo achei que a parte descoberta das arquibancadas locais estava um pouco vazia, mas no segundo tempo pude ver de perto que tinha sim bastante gente!
A vitória dá ao CAT uma boa vantagem para a partida de volta, porém, sabemos que no futebol, uma virada nessas condições não seria impensável… Imagina se o goleiro do CAT não tivesse pego essa bola…
E de repente, aquele amor pela cidade explode no coração e do nada a arquibancada descoberta começa a gritar e apoiar o Catanduva!
Uma pena que as chances criadas não foram aproveitadas para fazer a torcida local celebrar como queria…
O jogo foi chegando na parte final e cresceram as provocações entre os lados da arquibancada…
Em campo, o jogo ficou mais pegado…
Mas as celebrações eram apenas das chances criadas…
Na parte final do jogo, o Catanduva FC se lançou ao ataque com mais vontade do que técnica…
Mas mesmo assim, o placar final marcou a vitória do time visitante por 1×0.
O que dizer de um rolê desses… Ali, sentado na bancada de cimento, em meio a diferentes famílias que mesmo morando próximas muitas vezes não tem outra oportunidade para estarem próximas assim, traduzindo na prática o conceito de sociedade…
Sábado, 19 de agosto de 2023. Estamos em Jahu, cidade do interior paulista muito conhecida pela comercialização de calçados, pelo agronegócio e também pelo seu time de futebol: o XV de Jaú. Quem não se lembra do time de 1988, com Kazu e Nílson no ataque!
Muito antes da chegadas dos bandeirantes, a região era ocupada por diversos povos indígenas, principalmente pelos Kaingangues (foto abaixo “recortada” do Projeto Museu Ferroviario). O próprio nome da cidade veio da língua Tupi-Guarani: Ya-hu que significa peixe guloso. Aliás, desde 2011, existe uma lei que oficializa o nome da cidade como Jahu (com “h”).
A chegada dos bandeirantes se deu pelos rios estabelecendo-se na Barra do Ribeirão do Jaú (ribeirão que atravessa o município), e os primeiros povoadores chegaram por volta de 1840. Logo surgem as moradias e até o Mercado Municipal, inaugurado em 1899, recentemente reformado e reaberto!
A cidade atualmente tem como grande atrativo o Shopping “Território os Calçados” e conta com mais de 150 mil pessoas. Escolhemos o Restaurante Ítalo Libanes para almoçar, pouco antes do jogo…
Logo após o almoço, nos dirigimos para o Estádio Zezinho Magalhães onde ocorreria o embate que definiria a classificação do time local para a fase seguinte do Campeonato Paulista da Segunda Divisão.
Estava esperando uma movimentação maior em frente ao Estádio, pelo fator decisivo, mas mesmo assim, dava pra sentir um clima diferente!!
Bacana ver a fachada do estádio tão bem cuidado!
A cidade tem disponibilizado esses “totens” informativos que fala um pouco de pontos históricos de Jahu.
Também vale reforçar a linda loja oficial do clube, pena que no dia do jogo ela estava fechada… Meu bolso agradece kkkk.
Comprei meu ingresso via o site Sou da Liga. Confesso que achei um pouco salgado o preço do ingresso: R$ 40 a inteira e R$ 20 a meia. Não sei o quanto isso impactou o público, mas sem dúvidas foi um ponto negativo…
Como só tinha o ingresso digital, fiz a foto com um que encontrei no chão, curiosamente esse se apresentou com valor de R$ 0…
Antes do início da partida fiz o tradicional registro do estádio, começando pelo meio campo:
O gol da esquerda:
E o gol da direita, onde fica o portão de entrada:
Sente um pouco do clima do estádio:
Logo de cara, parabéns à Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social de Jahu que em uma linda ação de inclusão levou os assistidos do Centro de Inclusão Social e Convivência (CISC) para acompanhar a partida. Confesso que um dos momentos que fiquei mais emocionado foi vê-los indo embora no fim do jogo e enquanto uns ainda gritavam “Gaaaloooooo”, outros pediam desculpas por não terem dado sorte ao time…
E prepare o seu coração, porque lá vem os times!
Os times se apresentam à torcida e se preparam para o embate!
E a torcida se põe ao seu lado!
Sente o clima:
Antes de me preocupar com o jogo em si, fiz alguns vídeos de olhar geral do estádio:
Mas agora é hora da faca nos dentes, os times se unem em suas últimas palavras. Confesso que queria ouvir o que cada time comentou entre si, porque o fim dessa história é no mínimo estranho… Afinal, o Joseense chegou sem ter chances de se classificar mas o que se viu foi um time com mais vontade do que o próprio XV…
E começa o jogo!!!
O Galo da Comarca começa deixando claro que seria o time a propor o jogo!
Mas desde cedo faltava sorte e carinho nos detalhes finais, mesmo nas chances mais claras, como faltas e escanteios.
Isso trouxe dois problemas: o nervosismo do time que claramente começou alto e cresceu a cada minuto e… o reflexo na arquibancada… Infelizmente muitos lembravam dos últimos anos, temendo que o mesmo filme ocorresse…. Isso se traduzia a muitos gritos de reclamações durante o jogo…
Nessas horas, a organizada faz a diferença, a Galunáticos apoiou sem parar desde o início da partida!
Pior que chances não faltaram… Foram muitos escanteios e incrível como nenhum deles foi transformado em gol…
E o Joseense se fechava com 11 jogadores lá atrás, tornando necessário voltar a jogada para o próprio campo de defesa do time da casa, o que tornava a irrita a torcida…
A Galunáticos se divide entre o apoio incondicional e ao mesmo tempo o nervosismo… Tudo o que eles não queriam era passar novamente por uma eliminação em casa…
Só pra lembrar, o XV dependia apenas de si mesmo para se classificar. Uma vitória simples classificaria o time, independente do outro jogo (Uniao São João x Nacional) e por isso, a torcida segue passando energia para o time!
E desce o time… e nada de gol
E o reflexo é a decepção da torcida…
E o tempo passa rápido pra quem precisa construir o resultado…
O primeiro tempo chega ao fim em um 0x0 com muitas críticas…
O intervalo permitiu analisar a Culinária de estádio, com dois destaques: os churros…
E a turma da pipoca:
Aproveitei pra dar uma caminhada pelo estádio e fotografar outros ângulos:
Aqui, um olhar lá do outro lado, pelo caminho de entrada do portão principal:
Outro momento emocionante foi reencontrar o craque Paulinho Mclaren, cuja entrevista, por coincidência eu repostei essa semana (clique aqui e veja!):
O clima na arquibancada começava a dar sinais de que a torcida já não aguentava mais esperar… Era o momento ideal pro XV ter aberto o placar e conquistado novamente a confiança de sua torcida!
O segundo tempo começa e o XV continua pressionando, sem grande efetividade, pecando principalmente na última bola…
O time precisa ganhar, a torcida tá pilhada, vem um escanteio e …
Pra piorar, o Joseense começa a ameaçar a meta do bom goleiro Romário…
Fiquei chateado também porque gosto do trabalho do Campagnolo como treinador, e vê-lo ficando cada vez mais irritado (isso também no jogo de 4ª feira passada contra o Nacional) me deixou mal… Claro que vários torcedores colocaram nas costas dele a eliminação que ainda viria…
O jogo foi chegando à parte final e o clima ficando mais quente…
O time desperdiça mais uma falta:
E o que parecia ruim conseguiu ficar pior… Aos 27 minutos, um chutão pra frente se transformou em um incrível lançamento que encontrou Júlio livre na entrada da área que apenas encobriu o goleiro Romário marcando o gol que eliminou o XV.
Depois do gol, o XV desabou… E a própria torcida também…
É o fim do jogo…
Outra coisa me deixou triste além da eliminação do XV, foi o público cada vez menor que tem acompanhado o time, mesmo em um motivo decisivo como este… Foram apenas 551 torcedores e sem dúvidas, a derrota de hoje só atrapalha ainda mais a relação do clube com a cidade…
O jeito foi terminar a noite com uma pizza incrível na Don Filippi …
Também demos um pulo na Catedral central…
Estava rolando a Festa das Nações e tava bem legal!
Agradecemos a todos com quem conversamos e foram tão bacana conosco…
Quarta feira, 16 de agosto de 2023 São Paulo é a cidade que não para, mas consegui dar uma parada no meio do trabalho para chegar até o Estádio Nicolau Alayon e acompanhar um incrível embate entre um time da capital e um digno representante do interior!
O Estádio Nicolau Alayon, também conhecido como Estádio da rua Comendador Souza, recebe partidas do Nacional desde 1938. Já parou pra pensar que talvez nem seu avô tinha nascido quando o Naça fez ali sua primeira partida?
O Estádio homenageia Nicolau Alayon, um uruguaio que foi dirigente do time, na sua origem.
O Nacional é um dos primeiros times de São Paulo e do Brasil, já que Charles Miller foi funcionário da São Paulo Railway (SPR) e acabou trazendo a cultura do futebol para os ferroviários que fundaram o São Paulo Railway Athletic Club em 16 de fevereiro de 1919, assumindo um caráter de clube operário.
Em 1946, chega ao fim a concessão da SPR e com a nacionalização da estrada de ferro, o clube precisa modificar sua denominação e inaugura o “novo nome” contra o Flamengo, jogando o primeiro tempo como “São Paulo Railway AC” e o segundo como Nacional Atlético Clube, em um Pacaembu lotado. O Flamengo venceu por 5×3. Leia no site O curioso do futebol, uma matéria legal sobre esse jogo (a foto abaixo é de lá):
O Estádio Nicolau Alayon foi inaugurado em 15 de maio de 1938 em partida contra o Corinthians (que venceu por 2×1).
Atualmente, o Estádio segue sendo a casa do Nacional e tem até uma loja oficial!
Ainda que atrasado uns 20 minutos, finalmente comprei meu ingresso e me encaminhei para assistir ao jogo.
Eu não tive muita vivência no Nicolau Alayon como tive em outros estádio próximos, mas já estive em pelo menos umas 15 partidas por aí e posso dizer que o Estádio gera em mim uma série de recordações e mesmo imaginações sobre o futebol no século passado…
Até por isso, faço questão de registrar a presença nesse embate incrível entre interior e capital!
Nem bem cheguei e saiu o gol do XV de Jaú…
Até achei que fosse o primeiro gol da partida, mas tratava-se do gol de empate dos visitantes.
Mesmo sendo uma quarta feira, a torcida visitante se fez presente!
Bem como a torcida local!
Sinta aí o clima do Estádio:
Olha aí o pessoal da Almanac, a torcida organizada do Nacional!
As bandeiras do pessoal da Almanac dão uma cara bem legal a essa arquibancada atrás do gol, com direito a lembrar da FEPASA e eu que venho de família ferroviária sempre fico muito contente de ver esse encontro entre a ferrovia e o futebol!
Empolgado pela sua torcida, o Nacional teve boas chances de se colocar a frente novamente:
Pra quem curte assistir jogos que tem grande proximidade com os atletas, o Estádio Nicolau Alayon é um daqueles que te colocam praticamente dentro do campo!
Mas o time local tentava sair vencendo o jogo e até o goleirão ligava o contra ataque!
Mas ouvindo as ordens do Mr. Campagnolo, o XV de Jaú também se lançava ao ataque e teve grande oportunidade em uma falta que foi batida na barreira:
Agora é uma falta para o Nacional que faz a torcida roer as unhas!
Sempre que possível gosto de manter o registro atualizado dos estádios que visitamos, então segue aí a vista do meio campo:
Do gol esquerdo:
E do gol direito:
A vizinhança anda diferente… Olha quantos prédios cercam o estádio fazendo com que os olhos das gulosas incorporadoras sigam crescendo o lugar onde o Nacional está…
E de tanto insistir, saiu o segundo gol do Nacional!! Na hora só deu tempo de tentar uma foto, que saiu essa coisa tremida aí kkkk
Festa na bancada local!
O moço do placar é rápido: 2×1 pro time da casa!
A torcida local ficou mais tranquila?
Mais ou menos…. Pra quem carrega o amor ao time no peito ou a bandeira em mãos, estar vencendo por 1 gol sempre significa andar por um caminho estreito onde qualquer desequilíbrio pode acabar com o dia!
Então vale sim reclamar com o juiz e xingar o banco de reservas!
Intervalo de jogo e hora de conhecer o bar local, que tem uma fogazza incrível!
Mas o tempo voa e quando vejo a partida recomeçou. Serão mais 45 minutos (fora os acréscimos) para a torcida do Nacional poder celebrar 3 importantíssimos pontos.
Do outro lado, para a torcida do XV, 45 minutos se passariam em incrível velocidade caso o empate não seja rapidamente alcançado.
Alguns torcedores do XV até mudaram de lugar pra ver se a sorte também mudava…
Enfim, nervos a flor da pele já que agora toda partida é uma decisão em busca do acesso!
Na parte coberta do estádio, onde o sol não incomoda tanto, o risco do empate deixava todo mundo apreensivo…
Assim como o bom goleiro Romário tornava mais difícil a missão de ampliar o resultado pra 3×1 e matar o jogo.
No outro jogo do grupo, o União São João fazia 1×0 no Joseense, em São José, deixando a missão da classificação para a última rodada…
A segunda divisão do paulista é assim… Emoção até o fim!
Falta para o Nacional, será agora o gol que fecha o placar?
E teve contra ataque para os ferroviários…. Mas nada do 3º gol…
E teve escanteio para o Nacional também:
Mas, mesmo a tarde aprazível chegou em seu momento final e o árbitro apitou o fim da partida!
O treinador do XV foi a loucura, mas mesmo perdendo, o time visitante mostrou força e tem boas chances de se classificar!
A imagem reflete a sensação de superação dos atletas do Nacional, que com certeza chegaram mais longe do que muitos acreditavam, ao mesmo tempo em que demonstra certa incredulidade do atleta do XV que estava confiante em um resultado melhor. Mas este é o campo da rua Comendador Souza e aqui, mandam os ferroviários do Nacional!
Hora de ir embora pelo bairro pacato que abriga o time tão tradicional…
Sábado, 12 de agosto de 2023 Dia de acompanhar mais uma partida válida pela Segunda Divisão do Campeonato Paulista.
Estamos na 4ª rodada da 3ª fase do Campeonato, e a cada rodada as partidas ficam mais decisivas, o que ajuda a atrair mais gente!
Teve até fila para entrar no Estádio Antônio Lins Ribeiro Guimarães, a casa do União Agrícola Barbarense!
Ingressos em mãos, é hora de acompanhar a festa!
Os times entram em campo…
Apoio total vindo das arquibancadas!
O time carrega faixa em protesto contra a possível demolição do Estádio do União… A “Toca do Leão” foi fundada em 22 de maio de 1921 e completou, portanto, 102 anos. Você pode ajudar, assinando a petição para o tombamento do Estádio (clique aqui e participe!)
Olha aí os times posados. Será que ao final do campeonato veremos um (ou os dois) deles tendo conquistado o acesso para a série A3?
Ainda que o União Barbarense lidere seu grupo, a atenção é total!
O América de Rio Preto também está embalado e na segunda colocação do grupo, sabe que pontuar em Santa Bárbara é essencial para seguir lutando pelo acesso!
Sente aí o clima pouco antes do início da partida:
No primeiro tempo fiquei do lado direito da arquibancada de entrada.
Ali na arquibancada atrás do gol fica a torcida adversária.
A principal torcida organizada do União Barbarense, a “Sangue Barbarense” fica na arquibancada do outro lado:
E não é que chegaram alguns torcedores do América de Rio Preto, o “Mecão“?
A faixa avisa ao time do América FC: “Você nunca estará sozinho”!
A torcida local também seguiu chegando até os primeiros minutos da partida.
O Estádio Antônio Lins Ribeiro Guimarães tem capacidade para mais de 14 mil torcedores.
Tem uma arquibancada central parcialmente coberta…
Dos dois lados dela temos espaços descobertos para a torcida:
Também, além dos anéis de arquibancada nas laterais do campo, também existem espaços atrás dos dois gols.
Aliás, ali atrás do gol da entrada do estádio está a outra torcida local: a Inferno Barbarense!
O público parece estar começando a apoiar mais o União Barbarense, mas sem dúvidas que o time merece um jogo com a casa cheia! Mas quem esteve na arquibancada apoiou o tempo todo!
Tem quem prefira assistir (e gritar) mais de perto do time e troca a arquibancada pelos alambrados…
Cada um dá seu jeito de ficar mais perto do campo para participar ativamente do jogo!
E olha o União quaaaaase marcando o seu gol em um escanteio…
Mas a torcida foi à loucura aos 30 minutos do primeiro tempo, quando o juiz assinalou Penalty para o União Barbarense:
Foguinho foi para cobrança e oficializou a alegria para a torcida do União Agrícola Barbarense!!!
Olha aí, o Foguinho, autor do gol!
A Torcida Sangue Barbarense subiu o seu bandeirão para deixar o estádio ainda mais festivo!
E tá lá no placar…. União Barbarense 1×0!!!
Olha aí, o time reserva se aquecendo em frente à torcida local.
O primeiro tempo ia chegando ao fim e o time visitante se mostrava desnorteado, reclamando da arbitragem e sem forças para uma reação.
No intervalo, dando sequência aos protestos contra a demolição do Estádio Antônio Lins Ribeiro Guimarães iniciados com a faixa carregada pelos jogadores do Barbarense, a torcida organizou um abraço coletivo ao campo, como forma de mostrar seu carinho pelo histórico palco de tantas partidas…
Fui dar um rolê ali pela parte debaixo da arquibancada e pude regsitrar o distintivo do mais importante clube da cidade estampado em seu tradicionalíssimo estádio!
Com o segundo tempo chegando, me dirigi ao outro lado da arquibancada, ali ao lado da entrada principal do estádio.
Assim, deu pra registrar a galera que se sentou do outro lado da arquibancada coberta:
Será que o América terá forçar pra reagir?
Falta para os visitantes e o Mecão arrisca de longe, mas essa parou na barreira…
Mas o União seguia atacando…
Pensei que o jogo já estivesse resolvido, mas uma ventania mudou o clima, e de certa forma acabou colaborando com o América que atacava a favor do vento.
Olha esse registro da ventania pra você ter ideia da força do vento:
Não sei dizer se teve influência ou não, mas o América teve uma falta a seu favor e Coutinho bateu no sentido do vento, chegando ao gol de empate dos visitantes!!!
O empate fez o América FC acreditar em uma possível vitória e botou pressão no time local…
Mas mesmo após o gol de empate, a torcida local não parou de agitar, tentando empurrar o UniãoBarbarense para a vitória!
O vento seguiu apertando, avisando do temporal que estava pra chegar e transformando cabelos kkkkk:
A chuva chegou com força e me dirigi às poucas partes cobertas lá embaixo da arquibancada.
Outros tiveram a mesma ideia…
O placar parecia indicar o resultado final, que acabou sendo interessante para ambas as equipes…
Dali, escutei o apito final e corri pro carro enquanto a chuva caía com força… A mesma força que o torcedor local espera do time do União Barbarense nessa reta final da 3ª fase.
Sábado, 5 de agosto de 2023. Depois de curtir uma praia no Gonzaga, onde em 1982 (41 anos atrás !!!) Raul Seixas fez um showzaço (clique aqui e relembre!), subimos o morro da Nova Cintra até o bairro Jabaquara, também conhecido por “Caneleira” para mais uma partida pela Segunda Divisão do Campeonato Paulista.
O nome Nova Cintra foi dado por Luís de Mattos, português que viu semelhança com a “Sintra“, portuguesa. O caminho para o Estádio Espanha é tranquilo e permite conhecer uma parte de Santos pouco divulgada, mas com seu charme, seja pela Paroquia de São João Batista, que alguns dizem ter sido construída ainda no século XIX…
Seja pela Lagoa da Saudade, que teria se formado na cratera de um vulcão e abrigado diversos jacarés…
Pelas características da natureza, é certo que antes da chegada dos portugueses, havia ocupação indígena para aproveitar a abundância de água e demais recursos. O nome Jabaquara seria uma versão aportuguesada de Yab’a’kwara, algo como “o buraquento”, por causa do antigo riozinho cheio de buracos que por ali passava. O bairro ficou mais conhecido por conta do famoso quilombo de mesmo nome: Jabaquara.
Até 1922, havia um elevador hidráulico, atendendo à população, quando um grave desastre veio dar fim a ele.
A ocupação portuguesa se deu ainda nos tempos de Martim Afonso de Souza, quando foi criado um núcleo agrícola no alto do morro. O bairro se desenvolve e assim como na cidade surgem os canais. Aliás, bem em frente ao canal da Av. Francisco Ferreira Canto está o Estádio Espanha!
E ali já teve muita história rolando… Olha essa foto linda do Jabaquara de 1966:
O Estádio Espanha foi inaugurado em 7 de setembro de 1971, e 52 anos depois, lá vamos nós pra uma partida da Segunda Divisão!
Pelo adesivo que vi em um dos carros, sabia que ia encontrar uma das figurinhas carimbadas do Jabaquara, o sr. Hilário Garcia Carvalho, também conhecido como “Jabuca“.
E olha quem estava ali na entrada, ele mesmo, o maior torcedor do Jabaquara!
Antes de entrar, fiz questão de dar uma passada pela parte social do clube, para registrar a estátua em homenagem ao maior ídolo da história do Jabaquara, Gylmar do Santos Neves. Gylmar faleceu em agosto de 2013 e jogou pelo Jabaquara entre 1945 e 1951. Aqui, a foto da inauguração, em 2015:
E aqui, a estátua no dia do jogo:
Vale recordar, que em 1924, o clube tinha sua sede no bairro do Macuco, e mandava seus jogos no Estádio Antonio Alonso:
Ingressos em mãos, vamos lá!
Bandeiras hasteadas, e tudo pronto! O Estádio está lindo!
Até camisas do time estão disponíveis para a venda por R$ 75.
Os times entram em campo pressionados pois nenhum deles venceu nas duas primeiras rodadas da terceira fase.
Assim, é com certo nervosismo que a partida começa no tradicional “Estádio Espanha” neste embate válido pela 3ª fase do Campeonato Paulista da Segunda Divisão de 2023.
O Estádio Espanha tem capacidade para mais de 8 mil torcedores.
Existem arquibancadas nos 4 lados do campo, mas o público se concentra mesmo na arquibancada que fica junto à entrada do Estádio, principalmente porque nos jogos a tarde é onde fica a parte da sombra. E é aqui que ficamos!
Conforme a tarde foi caindo toda a bancada estava à sombra!
Do outro lado, mais uma grande arquibancada, que permanece vazia pelo baixo público, mas que está pronta para a volta dos dias de glória do Jabuca!
Este é o gol da direita, onde também se encontra uma arquibancada e que normalmente é disponibilizada aos visitantes.
Atrás do gol da esquerda é o espaço onde se coloca o pessoal das Organizadas do Jabaquara: a Fúria Rubro Amarela e a Torcida Jovem!
Ali está a faixa da Fúria Rubro Amarela:
Poder acompanhar um time como o Jabaquara Atlético Clube é uma verdadeira honra. Fico pensando até quando um time que representa um outro tempo e que não faz parte do grupo dos “gigantes” se manterá fazendo história…
O clube foi fundado em 15 de novembro de 1914 e conseguiu ultrapassar seu centenário mantendo ao seu redor uma legião de torcedores do bairro!
Mas a bola está rolando e é hora de dividir um pouco do clima de jogo no Estádio Espanha:
O gol impedido logo cedo aumentou a vontade de ganhar do time…
… e dos torcedores locais também!
Ainda que muitas das jogadas fossem de bolas paradas ou mesmo chutões desperdiçados ao acaso…
O CA Penapolense também levava perigo….
Mas o jogo não se limita ao campo, dê uma olhada nas arquibancadas e curta o espírito do futebol em Caneleira!
O Jabaquara aperta e faz da entrega a sua maior arma!
E de tanto apertar, em um ataque aos 35 minutos, Gabriel Patrez marcou o gol do Jabaquara para alegria de sua torcida!
Em meio às emoções, o primeiro tempo vai terminando…
Hora de curtir um pouco o Estádio e registrar a torcida que compareceu pra apoiar o Jabuca!
São poucos os times brasileiros que adotaram as cores vermelho e amarelo em seus uniformes, lembro-me apenas do Atlético Sorocaba, existiu algum outro?
De qualquer forma, é uma combinação bem chamativa nas bancadas!
O bar local teve trabalho dobrado, já que mesmo à sombra, o dia estava quente!
Bacana ver uma molecada presente na arquibancada. Quem sabe não darão sequência a essa história toda?
Aproveito o intervalo pra lembrar o início do time, ligado a um grupo de jornaleiros espanhóis que reuniam-se no bairro do Jabaquara para praticar o futebol. Conta-se que foi um senhor negro, ex-escravizado foi quem propôs o nome e assim fez nascer o Hespanha Foot Ball Club.
O Hespanha FC estreou em competições profissionais no Campeonato Paulista de 1927, organizado pela LAF (Liga dos Amadores de Futebol), e saiu com o vice-campeonato do que equivalia à segunda divisão daquele ano.
Em 1929, seria o 3º colocado, depois disputaria o Campeonato da APEA de 1933 (novamente vice campeão) e 1935 (4º lugar), o da LPF de 1936 (7º lugar) e os campeonatos organizados pela Liga da LFESP de 1938 a 1940. Em 1941, foi um dos clubes fundadores da Federação Paulista de Futebol (FPF), e em 1942, após terminar em último lugar no campeonato, mudou seu nome de Hespanha para Jabaquara por conta da 2ª Guerra Mundial. Já nos anos seguintes, campanhas fracas, com o time terminando sempre nas últimas colocações. Nessa época, mandava suas partidas no Estádio Ulrico Mursa, da Portuguesa Santista. Aqui, o time de 1945:
Em 1952, termina em penúltimo e é rebaixado junto do Radium de Mococa para a segunda divisão. Retorna em 1955 e permanece até 1963, quando uma goleada para o Santos por 5×3 decreta novo rebaixamento. Nunca mais o Leão da Caneleira teve forças para retornar à elite. Em 1960, se estabeleceu em Caneleira, com seu Estádio Espanha. Em 1968 licencia-se do Campeonato. Em 1977, passa a disputar a “Segunda Divisão” (que equivalia ao quarto nível) até 1979. Em 1980 e 1982 joga a segunda divisão, com passagem pela 3ª em 1981, de 83 a 93. Em 1987, chegou à fase final, perdendo o acesso pra Sanjoanense, mas em 1993 sagrou-se campeão, com grande campanha!
O time acabou entrando na nova organização do futebol paulista e passou a jogar a série B1-A (o quarto nível). Entre altos e baixos, em 2002, novo título, dessa vez da série B3 do Campeonato Paulista. Confira matéria do Curioso do Futebol!
Bom, mas é hora de voltar para o segundo tempo porque lá vem o time do CA Penapolense, treinado por Oscar Souza, prometendo “botar fogo no jogo”.
O CA Penapolense voltou para o segundo tempo melhor arrumado e buscando o gol a todo instante!
O Jabaquara seguia tentando na bola parada…
Olha aí o estádio…
Um céu azul lindo, a natureza ao fundo…. e o Jabuca lutando para seguir existindo e quem sabe até voltar à Terceira Divisão…
O jogo entrava no tudo ou nada e o CA Penapolense se lançava ao ataque loucamente, abrindo espaços para o contra ataque. O time do Jabaquara perdeu a chance de matar o jogo dessa forma…
Esqueça as dores na canela, o jogo vale a vida para o Jabaquara!
Já nos acréscimos (o juiz deu 7 minutos) o CAP chegou ao empate para a alegria do narrador de Penápolis que foi o único a segurar o grito de gol por longos segundos…
Um triste golpe para a fiel torcida do time local…
Fim de jogo, o empate mantém um fio de esperança para ambas as equipes, mas de verdade, foi um placar ruim para os dois times. Veja como ficou a tabela de classificação do grupo (peguei lá do Futebol Interior):
E se alguém achou injusto o resultado, a revanche já tem data: no próximo sábado as duas equipes se enfrentam novamente no. “returno” desta fase, mas dessa vez no Estádio Tenente Carriço, em Penápolis.
30 de julho de 2023. Em uma manhã de domingo de inverno, com tempo encoberto, mas com momentos de sol que permitia nos aquecer, estivemos no Estádio Martins Pereira, para acompanhar a partida válida pelo Primeiro Turno da 3ª fase da Segunda Divisão do Campeonato Paulista.
A placa logo na entrada reforça a história do local em que estamos pisando. Seja bem vindo ao Estádio Martins Pereira!
Esta será nossa primeira partida acompanhando o Clube Atlético Joseense como mandante no Estádio Martins Pereira!
O time foi fundado em 1º de outubro de 1998, e já teve participações nas extintas Séries B3, B2, na atual Segunda Divisão do Campeonato Paulista, chegando também à A3, além de jogar a Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2001 a 2004. Essa é sua camisa:
Em 2014 em uma tentativa de se aproximar da população, mudou de nome para São José dos Campos Futebol Clube, mas a repercussão foi desastrosa, uma vez que tratava-se praticamente do mesmo nome do tradicional São José EC…
Assim, em 2017 o time voltou a se chamar Joseense, mas o estrago já estava feito: ao invés de ser adotado como segundo time da cidade, passou a ser tratado pelos torcedores locais como “genérico“.
Talvez por isso, a presença da torcida local não seja muito representativa mesmo num jogo importante como o de hoje…
Além disso, o Joseense acabou assumindo um perfil mais moderno, focado na formação de atletas, tendo mais cara de empresa e menos de “time”.
Mas, aí está a turma que tem acompanhado o Joseense nesta edição do Paulista da Segunda Divisão.
Como o time é conhecido por muitas parcerias, os camarotes acabam mais cheios que a própria arquibancada local.
Do outro lado, o XV de Jaú promete ser um visitante indesejável já que tem lutado há anos para sair da Segunda Divisão e voltar a atuar nas divisões acima.
Sua torcida sabe que representa um time bastante tradicional e se fez presente apoiando o XV de Jaú!
Pude ver diversas faixas em apoio ao Galo da Comarca, além da presença da Galunáticos, sua principal torcida organizada!
Vale citar que a gente trombou o pessoal do XV de Jaú por termos nos hospedado no mesmo hotel que eles…
O jogo segue a tradição da Segunda Divisão: muita correria e marcação, mas ambas as equipes mostram qualidade acima das que temos acompanhado nessa divisão.
Sendo o mandante, o CA Joseense começou melhor, com segurança na sua defesa…
…e com seguidas descidas principalmente pela esquerda.
Olha aí mais um escanteio para o time local, apertando os visitantes em busca do primeiro gol:
Mas os joseenses não contavam com a ousadia do treinador Marcos Campagnollo, o mesmo que conquistou o acesso à A3, pelo Grêmio Prudente, em 2022.
Sem medo de mudar o que não parecia estar certo, Campagnollo realizou duas mudanças com 20 minutos do primeiro tempo.
A torcida local até pegou no pé de Campagnollo e dos jogadores que foram substituídos, mas o XV de Jaú mudou de postura com as alterações.
Tanto que aos 39 minutos, veja o que aconteceu…
Gol do XV de Jaú…
Era tudo o que a torcida visitante queria!
A torcida local até tentou animar uma reação logo após o revés…
Mas o primeiro tempo terminou com os visitantes à frente do placar.
Na volta para o segundo tempo, fiz um rolê pelo estádio pra poder fazer umas fotos de outros lugares e registrar a grandeza do Estádio Martins Pereira.
A atual capacidade do Estádio Martins Pereira é de 16 mil torcedores, também, o campo possui arquibancadas em todo seu entorno. Registrei o Estádio, primeiro da arquibancada local. Aqui, o meio campo:
O gol da direita (onde fica o portão de acesso principal):
E o gol da esquerda, onde fica o portão de acesso dos visitantes.
Agora, registrando do lado oposto, aqui, a arquibancada central, onde ficam os camarotes:
O gol da direita:
E o gol da esquerda, onde está o portão de acesso principal:
Aqui, a parte que fica logo na entrada do estádio, atrás do gol:
Nossa última visita ao Estádio foi em 2010 (veja aqui como foi) e muita coisa mudou desde então. Vale comparar as imagens, começando com a de 13 anos atrás:
E a de hoje:
Em 2013, o Estádio ganhou nova fachada, além de novos vestiários (aquele prédio lá no fundo, na foto acima). Até o gramado foi reformado, atendendo as recomendações da FIFA. Hoje, vemos um estádio completamente pronto para receber jogos até mesmo da série A1.
Bom, mas o segundo tempo começou e ambas as equipes sabem da importância de se pontuar nessa primeira rodada e por isso o jogo volta com tudo!
No começo do segundo tempo, fui surpreendido por esse sobrevôo em cima do estádio…
O jogo no segundo tempo acabou ganhando em emoção porque o Joseense passou a adiantar seu time e tentar retomar o domínio do jogo. Mas mais uma vez, Campagnollo mexeu em dose dupla e, embora não tenha conseguido fechar o jogo com o segundo gol, criou mais chances que o próprio time local.
O juiz, nada menos que Vinícius Furlan deu 7 minutos de acréscimos, mas mesmo tentando com todas as suas forças, o Joseense não obteve o empate… Muito disso por conta do bom goleiro Romário!
O XV de Jaú perdeu várias chances já no finzinho da partida…
Mas não era preciso mais nada para os visitantes… A partida se encerrou com a vitória do XV de Jaú por 1×0.